DEU NO X

PARA AS VÍTIMAS DE ENCHENTES

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

REESCREVENDO O PASSADO – Parte 2

Encerrei a coluna da semana passada em 1945. Fim da guerra, início de um esforço de reconstrução. Vamos continuar daqui, rumo à crise de 2008.

De 1945 para cá, a economia tornou-se algo muito difícil de entender e mais ainda de explicar. Por quê? Porque é exatamente essa a intenção: criar um emaranhado de normas e instituições que ninguém sabe como funcionam. Só o que o povo precisa saber é que o governo é sempre bondoso e necessário e que sem os burocratas e os políticos, o capitalismo malvado exploraria os pobres.

Com as economias européias destruídas pela guerra, criou-se um arranjo em que todas as moedas teriam como referência o dólar, e este teria seu valor lastreado em ouro, à taxa fixa de 35 dólares a onça (aproximadamente 1,25 o grama). Isto colocou os EUA (que em 1945 tinham guardadas vinte mil toneladas de ouro) em uma situação muito confortável. Dono da famosa “maquininha de fabricar dinheiro”, o governo foi fabricando mais e mais dólares, sempre sob a promessa de que 35 dólares tinham o mesmo valor que uma onça de ouro. Era uma equivalência virtual, já que continuava em vigor a proibição de possuir ouro, criada em 1929.

Se o governo dos EUA não era obrigado a trocar dólares por ouro para seus cidadãos, era obrigado a fazê-lo para os bancos centrais de outros países (essa foi a condição para que todos aceitassem o dólar como lastro de suas próprias moedas). E aí começou o problema. É uma lei imutável e irrevogável da economia: se a quantidade de algo aumenta, seu valor diminui (e vice-versa). Como a quantidade de dólares aumentando sem parar, os outros países começaram a achar que era mais negócio ter umas barrinhas de ouro em seus cofres do que ter papéis coloridos que supostamente valeriam a mesma coisa. Em vinte anos, as reservas de ouro dos EUA caíram para menos da metade, e era óbvio que se esta política continuasse, em algum momento elas iriam acabar.

Em agosto de 1971 o presidente Nixon anunciou duas medidas: a primeira, que surpreendeu o mundo, foi declarar que o dólar não estava mais lastreado em ouro. Dali em diante, o valor de uma nota de dólar viria simplesmente da autoridade do governo. A segunda medida, ao contrário da primeira, não deve ter surpreendido ninguém: para combater a inflação, o governo anunciou um congelamento de preços! (spoiler: não funcionou)

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CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

CICERO JOSÉ DE ARAUJO – ACARI-RN

Olá,

sou Cicero historiador de Acari.

Gostaria de saber se poderia usar seu blog para dIvulgar cronicas históricas do Acary Antigo.

Abraços.

R. Use e abuse, meu caro historiador.

Aqui quem manda é o leitor.

Pode enviar seus textos.

Serão publicados nesta mesma seção.

Disponha sempre.

Abraços e uma excelente semana.

Acari, no interior do Rio Grande do Norte e com uma população de 11.152 habitantes, é conhecida como “a cidade mais limpa do Brasil”

ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

ALGUMAS DAS MELHORES FRASES DE MANOEL DE BARROS

“Tenho uma dor de concha extraviada. Uma dor de pedaços que não voltam. Eu sou muitas pessoas destroçadas.”

“No descomeço era o verbo. Só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.”

“Quem anda no trilho é trem de ferro. Sou água que corre entre pedras – liberdade caça jeito.”

“Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas quando não desejo contar nada, faço poesia. “

“Gorjeio é mais bonito do que canto porque nele se inclui a sedução. É quando a pássara está namorada que ele gorjeia.”

“Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação.”

“No caminho, as crianças me ensinaram mais do que Sócrates. Pois minha imaginação não tem estrada. E eu não gosto mesmo de estrada. Gosto de desvio e de desver.”

“Agora eu penso uma garça branca de brejo ser mais linda que uma nave espacial. Peço desculpas por cometer essa verdade.”

“O tempo não morre, o tempo não nasce, então não devemos ter esse sentimento melancólico pelo tempo que passa.”

“Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há de ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.”

“Meditei sobre as borboletas. (…) Vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras, sem magoar as próprias asas.”

“Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidade.”

“A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.”

“É por demais de grande a natureza de Deus. Eu queria fazer para mim uma naturezinha. particular. Tão pequena que coubesse na ponta do meu lápis.”

“Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir.”

“Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão antes que das coisas celestiais.”

“A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham seu momento de ver o sol.”

“No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal: Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.”

“Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas – é de poesia que estão falando.”

“Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios do menino que fomos.”

“Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim esse atraso de nascença. Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo.”

Manoel Wenceslau Leite de Barros (1916 – 2014) foi um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à geração 45, porém formalmente ao pós-Modernismo brasileiro, localizando-se mais próximo das vanguardas europeias do início de século, da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswaldo de Andrade. O poeta mato-grossense Manoel de Barros buscava conjugar em sua obra elementos regionais com aflições existenciais e um surrealismo bastante particular. Sua formação era cosmopolita. Graduado em Direito e familiarizado com a modernas poesia francesa, chegou a viver no Rio de Janeiro, mas acabou se recolhendo a uma fazenda no pantanal.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

CAMILO – TAUBATÉ-SP

Recebi esta mensagem pelo e-mail e como achei interessante estou lhe enviando.

Vejamos algumas noticias de hoje (25/01/2020):

a) MG registra 37 mortos por chuva, 17 mil estão fora de casa.

Culpa do Bolsonaro que não ajudou o estado à fazer a galeria de drenagem;

b) Sobe para 8 mil o nº de desabrigados ou desalojados no Espírito Santo

Culpa do Bolsonaro que não construiu casas do Minha Casa minha Vida para alojá-los;

c) China alerta que coronavírus pode se espalhar antes de surgirem sintomas

Culpa do Bolsonaro que não colocou redes de proteção nos chineses não contaminados;

d) Brasil vai ganhar mais opções de carros híbridos nos próximos anos

Herança dos governos do Lula e da Dilma que o Bolsonaro não conseguiu evitar;

e) 16 concursos abrem inscrições amanhã para mais de 600 vagas

Herança dos governos do Lula e da Dilma que o Bolsonaro não conseguiu evitar;

f )Por que executivas mulheres se divorciam mais do que homens?

Porque elas seguem os conselhos do Bolsonaro!

g) Falta de chuva regular prejudica produção de uvas do RS

Culpa do Bolsonaro que não ajudou o estado à contrata os xamãs para fazerem a dança da chuva;

h) Chuvas no Espírito Santo impedem agricultores de escoar produção

Culpa do Bolsonaro que não construiu o trem bala no Espirito Santo;

i) “Por enquanto, Moro ainda está forte no governo”, avaliam integrantes da cúpula da PF (Matheus Leitão)

Mais uma pré-anúncio de demissão do ministro Moro (esta é 10ª ou a 20ª demissão?)

DEU NO X

XICO COM X, BIZERRA COM I

MOLHANDO O BUCHO POR DENTRO

A cada dia vou ficando menos novo (adoro desse eufemismo: a gente disfarça a ideia de estar ficando mais velho) e aprendendo o que vale e o que não vale a pena. Antes, brigava por qualquer bobagem, não levava desaforo para casa. Uma ‘fechada’ no trânsito era suficiente para expulsar meu bom humor e jogar ao léu impropérios desnecessários. Hoje, quase todo desaforo eu engulo, faço de conta que não ouço ou vejo, me faço de besta, me benzo, molho o bucho por dentro com uma cerva bem gelada e sigo a vida. Para que complicar se a vida já é tão complicada? Ato consciente que se reforça quando espio no espelho e vejo meus cabelos brancos, devido à brincadeira de mau gosto do senhor Tempo com as tintas dos anos e os pincéis da vida. Até poucos anos eu dizia tudo o que me vinha na boca. De uns tempos para cá, quem se senta ao meu lado jamais ouve um desaforo meu. Ao contrário: calo, faço o sinal da cruz em silêncio, e assim benzido, vou em frente, alegre e sorridente, respeitando o tempo e sua pressa. E para não perder o costume, enxáguo o bucho, já molhado por dentro, com outra cerva, mais gelada que a primeira. Que a vida é curta e só vale a pena o que é bom. Vivo e aprendo com os sábios. Desaprendo tudo que não vale a pena.

Toda a série FORROBOXOTE, Livros e Discos, disponível para compra no site Forroboxote. – Link BODEGA. Entregas para todo o Brasil.

A PALAVRA DO EDITOR

ADONDE É QUE FOI PUBLICADO?

Recebi este recorte do leitor fubânico Joab de Moura, residente em Diamantina-MG.

A notícia informa que não foi o “poder público“, mas sim o “crime organizado” que reduziu o número de mortes.

Vejam:

Parece que esta fantástica notícia foi dada num isento e informativo órgão da nossa extrema mídia.

E é isso que eu gostaria de saber:

Qual foi o jornal que publicou esta verdade irrefutável?

Ou isso é feiquinius?

Peço ajuda aos nossos leitores.

Coloquem a resposta aí na área de comentários.

E, por favor, indiquem quem são os “especialistas” citados na nota.

Uma nota que fala em “desigualdade social“, coisa que eu pensei que havia sido extinta durante os governos do PT, conforme garante o ex-presidente Lapa de Pinóquio.

O fubânico lulo-zisquerdista Fanático Furioso, pesquisador incansável, com certeza deve saber onde isto foi publicado.

Fico no aguardo e agradeço antecipadamente a atenção.

PENINHA - DICA MUSICAL