A todos chamo Chico,
os santinhos do meu altar.
Está sempre ao lado de um bichinho:
cachorro, gato ou carneiro.
Em seu terreiro,
um passarinho, sempre
(acho que ele gostava de música) …
Assim são meus Santos.
Uns de barro, ou de madeira,
até de papel machê,
alguns pintados, na parede pendurados,
e outros mais nem sei do quê …
Mas todos meio carecas
e de roupa marrom que,
não sei a razão, atrai o canto dos pássaros
(acho que ele gostava de música, sim!) …
Tem uns que dormem, preguiçosos.
outros, de seus ofícios ciosos,
mas nunca sós,
cuidando dos bichos e de nós …
Dizem que viveu em Assis. Sei lá!
Não me importa de onde veio,
Se da Italia, ou de Canindé,
Nos cafundós do Ceará.
Basta-me sua proteção,
tê-lo aqui junto de mim.
Qualquer que seja seu canto
será meu Francisco santo …
São todos Xicos, como eu …
É o Santo que me acode
Quando a vida ‘dá um bode’ …
(A propósito, nenhum tenho ao lado de um bode.
Acho que ele gostava mais
do cantar dos Passarinhos que do berrar dos bodes.
Não fosse o meu Santo tão Santo
ia pensar que ele é preconceituoso).