No casamento do gato cor de rosa com a gatinha azul a capela estava lotada. Na primeira fila, o rei do mato, seu Leão, e amigos próximos do casal. Na mesma cerimônia haveria o casamento da Raposa Felpuda. Por isso, aquela chuvinha fina sob um sol inclemente. Claro que os casamentos desses bichos acontecem independentemente dos sóis e chuvas, mas, por tradição, já se esperava esse contraste da natureza: afinal, aconteceria o casamento da Raposa.
A RATINHA FOGOSA
Eis que na calçada da Igreja, bem na hora da marcha nupcial, passou uma Ratinha cinzenta, cor de rato, rebolativa e fogosa, que, de pronto, desconcentrou o Gato casadoiro e tornou solitária e triste a agora não-mais-azul Gatinha. A chuva intensificou-se e o sol, teimoso, permaneceu acima de todos. O felino, soube-se, foi morar na floresta vizinha; a Gatinha emudeceu, não mais sorri, desaprendeu a miar. Da Ratinha, não se teve mais notícias … Nunca mais alguém viu seu rebolado nas calçadas das capelas. Seu Raposo e sua amada vivem felizes, porteiros-guardiões do galinheiro do lugar.
MORAL DA HISTÓRIA
A moral da história, que deve estar contida nas fábulas, fica por conta de cada um que lê-la.