RODRIGO CONSTANTINO

VICE DE TRUMP SURPREENDE EM DEBATE DE ALTO NÍVEL

Vice de Trump rebate rótulo dado por democratas: "Esquisito é abrir a fronteira para fentanil"

J.D. Vance durante comício no final de julho

A primeira coisa que chamou a atenção no debate entre os candidatos a vice-presidente dos Estados Unidos foi o alto nível. Sem ataques pessoais, sem baixaria, sem barraco, tanto J.D.Vance, vice de Trump, como Tim Walz, vice de Kamala Harris, buscaram apresentar suas ideias e defender seus candidatos por meio de argumentos.

A mediação da CBS falhou, como sempre, pelo seu viés democrata. Não era para ter “fact check” ao vivo, por exemplo, mas uma das apresentadoras não conseguiu se conter e tentou “corrigir” Vance em determinado momento, sobre haitianos vivendo legalmente no país. Vance, então, explicou como muitos conseguem um “visto” temporário pela política de asilo do governo Biden/Harris, e teve seu microfone cortado.

O vice de Trump teve de debater com três pessoas, basicamente, e mesmo assim se saiu muito bem. Foi a grande surpresa da noite, e certamente deixou os democratas preocupados. Nem tanto pela influência que um debate entre vices pode ter na eleição, mas pelo futuro republicano, com excelentes quadros. J.D. Vance é firme em suas convicções, extremamente preparado e capaz de colocar seu ponto de vista com clareza.

Tim Walz não tem a mesma qualidade. Em certos momentos parecia um senhor atordoado, perdido, e em outros concordava com a cabeça enquanto seu oponente falava. Muitos brincaram que ao término do debate Vance tinha mais um voto: o do próprio Walz! Seu estilo educado desarmou qualquer possibilidade de ataque pessoal mais chulo ou do tradicional monopólio das virtudes que a esquerda sempre usa.

Vance conseguiu com sucesso transformar a discussão numa espécie de plebiscito sobre os legados de Trump e Harris, lembrando que o atual governo Biden tem ela como vice. Ou seja, não é uma novata tentando chegar agora com promessas frescas, mas sim alguém que deve ser cobrada pelos últimos três anos e meio. E quando se compara históricos, Trump ganha de lavada!

O mundo era mais seguro com Trump e o custo de vida era mais palatável para a classe média. Eis o recado em essência de J.D. Vance. Ele não caiu em pegadinhas sobre aborto ou imigração, não deixou a turma democrata colar nele a pecha de insensível ou algo assim. Sua própria trajetória de vida gera comoção, pela infância pobre e a mãe viciada. Seu recado é um de superação, e isso atrai muitos americanos cansados de vitimização e falta de esperança.

Matt Walsh, autor de O que é uma mulher e Sou eu um racista? resumiu: “JD Vance pode estar apresentando o melhor desempenho em debate político que já vimos. É muito bom”. Ben Shapiro foi ainda mais direto: “Vance teve um desempenho estelar. Walz tropeçou e tropeçou. Os moderadores eram um lixo. Assim termina a revisão”.

O investidor Bill Ackman destacou o talento de Vance e o que isso significa para um líder: “Você pode julgar a qualidade de um líder pelo talento e inteligência de seus subordinados diretos. Líderes fortes contratam membros de equipe mais inteligentes do que eles. Líderes fracos contratam subordinados diretos fracos. Eles não querem ser ofuscados pelas pessoas que empregam. J.D. Vance vs. Tim Walz é uma verificação clara referente a Donald Trump vs. Kamala Harris e sua capacidade de identificar e recrutar talentos”.

O próprio Trump postou uma imagem com uma sequência interessante dos democratas: Obama escolheu um vice menos inteligente do que ele, Biden; este escolheu Kamala Harris como vice, uma espécie de Dilma americana; e ela optou por Tim Walz, um senhor simpático, radical em certas posturas e um tanto limitado.

Tentando se esquivar das próprias limitações, Tim Walz defendeu uma espécie de “governo dos especialistas”. “Confie nos especialistas”, disse Walz, alegando que não escolheria Trump para uma cirurgia, e sim um cirurgião renomado. J.D. Vance rebateu: “Os especialistas erraram nos últimos 40 anos. Tem muito economista com PhD sem bom senso”. E muito “especialista” recrutado pelo governo e pela mídia como a voz da ciência que, na verdade, luta pelos seus próprios interesses. Dr. Fauci que o diga!

Em suma, os americanos vão escolher em um mês qual modelo de nação desejam: um em que os “especialistas” mandam em tudo e o Estado “cuida” de cada cidadão (e imigrante ilegal) do berço ao túmulo; ou um que preserva as liberdades individuais, os valores tradicionais e o federalismo com sua descentralização de poder. Ou um modelo mais europeu e falido, ou o resgate da América!

RODRIGO CONSTANTINO

O REGIME IRANIANO PRECISA CAIR

Protesto em Teerã, capital do Irã, após morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah

Protesto em Teerã, capital do Irã, após morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah

“Quando o Irã for livre, e esse dia está para chegar, tudo será diferente. Não há nenhum lugar no Oriente Médio que Israel não consegue alcançar”. Esse foi um trecho do comunicado de Bibi Netanyahu direcionado ao povo persa, lembrando que o inimigo de Israel é o regime dos aiatolás xiitas, não os iranianos em si. Foi um discurso contundente de estadista, e deu o recado: o alvo é Teerã.

Enquanto isso, a Casa Branca está preparada para fazer tudo o que puder para ajudar Israel a interceptar qualquer coisa que o Irã lance em sua direção, disse uma autoridade dos EUA à CNN. Um ataque iraniano contra Israel seria iminente, segundo fontes do governo americano. Israel está preparado e o gabinete de guerra se reune neste momento para avaliar os riscos.

O Irã lançar mísseis sobre Israel seria apenas acabar com a farsa da guerra por proxies, uma vez que todos sabem quem estava por trás dos ataques do Hamas e do Hezbollah. O regime nefasto iraniano não aceitou o avanço de acordos entre Israel e demais países do Oriente Médio, e promoveu a barbárie do 7 de outubro sabendo que Israel reagiria com força e torcendo para isso causar uma guerra geral entre judeus e muçulmanos.

Daí a importância do recado de Netanyahu, reforçando a questão óbvia: Israel não é inimigo do povo persa ou dos palestinos ou dos libaneses, e sim dos regimes terroristas que tomaram esses locais e oprimem o próprio povo. Com a interceptação de ataques iranianos e o avanço do IDF no Líbano e no Iêmen, ficou claro para muitos que o regime de Teerã mais parece um tigre de papel.

É hora, portanto, de avançar, não de recuar. Quem fala em cessar fogo é cúmplice dos terroristas. Seria como ter uma chance de ouro de eliminar o regime nazista alemão e optar pelo “apaziguamento”. Argumentar que inocentes vão morrer é apelar ao sensacionalismo barato: em qual guerra inocentes são totalmente poupados? E isso faz de toda guerra algo nocivo e injusto? Então era melhor não enfrentar Hitler?

Os aiatolás xiitas demonstraram fraqueza diante dos incríveis e cirúrgicos ataques israelenses, que debelaram em uma semana toda a hierarquia de comando do Hezbollah. É preciso utilizar esse momento para avançar ainda mais e tentar derrubar o regime iraniano. Se o governo americano não fosse democrata, mas sim republicano e sob o comando de Trump, isso certamente estaria sendo feito em conjunto. Já Obama e Biden preferem mandar malas de dinheiro para o Irã…

Um amigo meu judeu, que pensa parecido comigo em quase tudo, desabafou:

Hoje pela manhã Israel mandou pelos ares o representante-chefe do Hamas no Líbano. Decepadas a lideranças, é hora de atacar sem trégua os silos de armamento pesado do Hezbollah. Depois de incapacitada a capacidade ofensiva do grupo na fronteira norte de Israel (sul do Líbano), será hora de ir para cima da cabeça da serpente: o regime iraniano. A janela de oportunidade agora é excepcional e única: Hamas debilitado, Hezbollah em completa confusão e Rússia ocupada com a Ucrânia. Hora de acabar de limpar o sul do Líbano e dar aquela paulada muito forte na capacidade bélica, operacional e de comunicação dos aiatolás iranianos , para deixar o povo iraniano derrubar aqueles psicopatas de toalha na cabeça. Todo aquele que pede cessar fogo hoje em dia ou é um canalha inimigo do Ocidente ou um idiota útil a serviço de canalhas inimigos do Ocidente.

Concordo com ele. Não é hora de esmorecer, de recuar, de fazer acordo. É hora de partir para cima do regime terrorista iraniano, responsável por boa parte da instabilidade geopolítica na região. Chegou a hora de sonhar com a libertação do povo libanês, para que Beirute volte a ser a “Paris do Oriente Médio” (hoje Paris é que virou a Beirute da Europa Ocidental), e do povo iraniano, vítima de uma revolução tirânica desde 1979, quando o banana do Jimmy Carter, que completou um século de vida, permitiu a chegada ao poder dos aiatolás fanáticos.

RODRIGO CONSTANTINO

APOSTADORES COMPULSIVOS

Governo estuda criar cartilha sobre vício em apostas

Brasileiros recorrem a empréstimos para fazer apostas online, diz pesquisa

Em O Jogador, Dostoiévski relata por meio de uma personagem o seu próprio vício diante de uma mesa de aposta. Para algumas pessoas, aposta se torna realmente algo incontrolável e leva ao endividamento irresponsável e pode acabar destruindo a vida. Diante dessa triste realidade, muita gente defende simplesmente a proibição ou a regulamentação pesada do estado tutelar. Mas deve o vício de alguns tolher o uso de muitos?

Esse debate está na ordem do dia e basta abrir os jornais para ver. A esquerda petista lutou para aprovar as casas de apostas e agora parece arrependida. Influenciadores que ganharam rios de dinheiro fazem agora campanha contra, como o imitador de focas. É arrependimento sincero ou há algo mais por trás dessa campanha coordenada? Não sei dizer, mas eis as manchetes em destaque apenas na Folha e no O Globo de hoje:

Base de Lula, que aprovou projeto das bets, diz agora que foi ‘como abrir as portas do inferno’

O que pensa a Folha: Apostas sem controle avançam entre os mais vulneráveis

Veja as diferenças de regulamentação do setor de Brasil, Estados Unidos e Europa

Deputado quer tirar benefício de quem gasta dinheiro recebido pelo Bolsa Família com bets

Sites levam 10 vezes mais dinheiro que loterias da Caixa

Editorial O Globo: É preciso antecipar monitoramento e fiscalização das bets

O que o governo planeja para reduzir o endividamento com bets e jogos on-line?

Isso tudo, repito, apenas hoje. Ou as bets viraram mesmo um dos maiores problemas do país, ou tem algum caroço nesse angu. Mas vamos admitir que seja uma preocupação sincera com os mais pobres e viciados: a tutela estatal é mesmo a resposta? O liberalismo sempre defendeu a liberdade individual com a devida responsabilidade. Apenas pessoas responsáveis podem ser livres, afinal de contas.

Se tem muita gente usando o Bolsa Família para jogos, isso diz mais sobre falhas do programa de governo do que qualquer coisa. E a crença de que basta o governo proibir ou regulamentar para curar o mal é ingênua e boba: ou o brasileiro não aposta no jogo do bicho há décadas?

Alguns seguidores meus alegam que conservador defender casa de apostas é incoerência, mas onde foi que o conservadorismo partiu para a tutela estatal contra a liberdade responsável dos indivíduos? No mais, é perfeitamente possível condenar algo moralmente, mas não defender leis que proíbam a coisa em si. Tem muito comportamento que julgo indecente ou imoral, mas nem por isso quero a turma do Lula controlando a vida privada do cidadão…

Entendo que o tema seja delicado e que muita gente está genuinamente preocupada com os mais pobres. Discordo, porém, da solução autoritária pregada por quem se diz liberal ou conservador. Numa das reportagens da Folha, consta esse trecho sobre a realidade americana: “Nos Estados Unidos, o mercado paralelo é praticamente inexistente, porque existem ações firmes contra a ilegalidade e, ao mesmo tempo, existe uma flexibilidade que favorece o operador que quer realmente trabalhar de forma correta”, diz o diretor de comunicação da ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias), Leonardo Benites.

Esse me parece o melhor caminho. O da liberdade com império das leis. O argumento de que há lavagem de dinheiro não é dos melhores, pois há também no mercado financeiro, nas moedas cripto e nas artes, em especial a moderna onde “vale tudo” (há quem pague milhões por uma banana com um adesivo). Nem por isso vamos defender o Estado cuidando de ou proibindo tais atividades.

Há muito mais o que pode ser dito sobre o assunto, mas quero aqui apenas sugerir uma reflexão aos que logo clamam por autoritarismo estatal diante de qualquer problema social. No mais, existe uma grande parcela do povo viciada em uma aposta recorrente fadada ao fracasso: votar no PT. O resultado é sempre mais miséria e escravidão, mas lá vai o apostador viciado novamente fazer sua “fezinha” para ver se dessa vez chove picanha.

O melhor antídoto para esse problema crônico não é acabar com as eleições, mas sim tentar esclarecer o eleitor. O problema, claro, é que o PT, uma vez no poder, faz de tudo para censurar o debate e calar os mais esclarecidos…

RODRIGO CONSTANTINO

A CADEIRADA PERMITIDA E A AGRESSÃO DO “BEM”

Candidatos à prefeitura de São Paulo participaram do debate promovido pelo Flow Podcast

Mediador Carlos Tramontina advertiu Marçal por três vezes no último bloco

O debate para a Prefeitura de SP nesta segunda foi palco de mais barraco e violência. Desta vez foi o assessor de Pablo Marçal, Nahuel Medina, quem desferiu um soco na cara do marqueteiro de Ricardo Nunes, Duda Lima. A agressão ocorreu após Marçal, que fazia as considerações finais, ter sido expulso do debate por acusar Nunes de crimes e alegar que o atual prefeito seria preso.

Num vídeo que circula nas redes sociais é possível ver Duda Lima rindo neste momento, e quando alguém se aproxima com o telefone filmando, provavelmente o próprio Nahuel, Duda tenta retirar o aparelho de sua mão.

Após o debate, Marçal disse que a agressão começou com Duda Lima. “Ele avançou contra um integrante da minha equipe e, na reação, ele acabou desferindo um soco contra ele”, declarou Marçal.

“Duda Lima precisa ser retirado, ele não pode entrar mais nesses debates, pois ele assumiu as dores do prefeito, que vou prender. Isso é uma proposta de campanha: ele não vai passar ileso. Ele participou dos esquemas de creche”, prosseguiu o candidato do PRTB.

Nahuel Medina compareceu ao 16º Distrito Policial, na zona sul de São Paulo, para prestar depoimento após a agressão a Duda Lima. Ao deixar o local, Medina afirmou a jornalistas que o marqueteiro de Nunes xingou Marçal durante o debate e tentou passar “código” a candidato do MDB. “Eu fui começar a filmar, para mostrar isso, para mostrar como eles agem pelas costas, como eles criam toda essa narrativa e manipulam tudo”, disse Medina.

O videomaker mostrou o peito e disse que estava machucado e que, “na hora, ele [Duda Lima] me olhou e veio segurar e foi com toda força em mim, enfiou a mão dentro da minha camisa”. Para a equipe de Marçal, foi um ato de legítima defesa o soco de Nahuel.

E não foi exatamente essa a narrativa da turma do Datena? A Executiva Municipal do PSDB em São Paulo rejeitou o pedido de expulsão do candidato a prefeito José Luiz Datena (PSDB). O pedido foi assinado por 42 filiados, em razão da agressão contra o candidato Pablo Marçal (PRTB) durante o debate promovido pela TV Cultura, no último dia 15, quando o tucano atirou uma cadeira no concorrente após troca de ofensas entre os dois.

“Após uma análise minuciosa dos fatos, o partido concluiu que as acusações formuladas por alguns filiados eram infundadas, uma vez que o incidente ocorrido durante o debate na TV Cultura não violou, direta ou indiretamente, as normas internas da agremiação. Ademais, na deliberação se firmou o entendimento de que Datena agiu em legítima defesa para repelir a injusta agressão perpetrada por Pablo Marçal”, explica, em nota, o advogado do PSDB-SP e da Federação PSDB-Cidadania, Guilherme Ruiz Neto.

Cadeirada justificada por vários, inclusive por Bolsonaro, que recebeu ligação de Datena o agradecendo depois, e a permanência do agressor na campanha eram um convite a novas agressões, não? Mas se vem do lado “errado” tem prisão em flagrante? Agora o discurso do sistema é que isso é inaceitável? Então só um lado pode agredir? É isso, produção?

O Brasil virou várzea de vez, e a culpa é justamente desse pessoal que relativiza os maiores absurdos quando cometidos contra a direita. Se a esquerda tem um salvo-conduto para cometer crimes, isso vai espalhar uma onda de revolta legítima na população. O povo gosta de justiça, que deve ser isonômica. As regras precisam valer para todos. Caso contrário é apenas tribalismo, onde a tribo dominante faz o que quer com os demais.

Não acho que o soco do assessor de Marçal seja justificável, mesmo sabendo que o tal do Duda Lima é um provocador barato. Assim como não acho que uma cadeirada seja defensável só porque o alvo foi Marçal, outro provocador. Ou adotamos uma régua única, o mesmo critério para todos, ou teremos um vale tudo. O que não dá é para passar pano para a cadeirada do Datena e agora se mostrar indignado com o soco do assessor de Marçal. Isso é pura hipocrisia!

RODRIGO CONSTANTINO

O SISTEMA CONTRA MARÇAL

"Foi só um esbarrão, segue o jogo", diz Marçal sobre episódio com Datena

“Foi só um esbarrão, segue o jogo”, diz Marçal sobre episódio com Datena

No primeiro debate para prefeito de SP após a cadeirada de Datena em Pablo Marçal, o atual prefeito Ricardo Nunes deu lição de moral… em Marçal. O candidato aproveitou sua primeira fala para repudiar o ato de agressão do qual foi vítima, mas Nunes achou melhor culpar Marçal.

“Datena não é homem e aqui eu ratifico. Ele não é homem, é um agressor. As cadeiras foram parafusadas aqui no chão porque ele teve comportamento análogo a um orangotango, em uma tentativa de homicídio contra mim”, disse Marçal.

O prefeito reagiu repudiando o comportamento de Marçal, dizendo estar “decepcionado com a sua participação nesse processo eleitoral”. “Você chegou só agredindo a todos: é o pai da Tabata, o Datena, o Boulos e a mim. Acho que isso é muito ruim pra você, e estou falando como se fosse teu pai que te deu tantos conselhos lá atrás. Precisamos elevar o nível”, declarou Nunes.

Elevar o nível do debate… com Boulos, um comunista invasor de propriedades sendo levado a sério pela imprensa? Com Leonardo Sakamoto, uma figura caricata da extrema esquerda, sendo parte da banca entrevistadora da TV Cultura, ao lado da militante de esquerda Vera Magalhães?

Causa algum espanto que o candidato apoiado por Jair Bolsonaro dedique tanta energia para atacar Pablo Marçal, e quase nenhuma contra Boulos, o líder do criminoso movimento MTST. Que Marçal chegou provocando, isso é fato. Que ele tratou o circo como circo, idem. Mas mesmo quando é ele quem leva uma cadeirada de um desequilibrado narcisista do PSDB, ele continua sendo o algoz, o agressor, o culpado?

É como nos Estados Unidos, onde Trump é sempre a ameaça à democracia, mesmo quando sofre duas tentativas de assassinato em menos de dois meses. O mestre Guzzo, em sua coluna na Gazeta do Povo, diz que o “novo normal” é negar a proteção da lei para a direita.

“A imprensa em geral se mostra abertamente irritada com o fato de Trump ser a vítima, e não o assassino”, escreve. Poderíamos dizer o mesmo no Brasil: os jornalistas odeiam o fato de que Marçal sofreu uma agressão com uma cadeira, em vez de ter sido o agressor. Guzzo conclui:

Nada ou ninguém que seja de “direita”, ou descrito como tal, tem o direito moral de contar com a proteção da lei. Podem ser censurados, ter suas contas no banco bloqueadas e ser indiciados em inquéritos sem data para acabar. Se estão refugiados em outro país, podem ser sequestrados por “uns jagunços” e trazidos de volta à força. Podem morrer na prisão sem o tratamento médico a que têm direito. Se são empresas, podem ter os seus ativos expropriados para pagar multas, sem que tenha havido processo judicial regular para autorizar a expropriação – e nem a aplicação das multas. Hoje em dia, é assim que se salva a democracia. Ou assim, ou à bala.

Confesso estar bem decepcionado com alguns bolsonaristas que estão justificando a agressão do tucano Datena, que teve sua “honra” manchada. E o império das leis, fica aonde? Alguém acha mesmo que se fosse uma pessoa de direita reagindo assim teria o salvo-conduto que Datena está tendo? O próprio Bolsonaro foi alvo de ataques pérfidos, alguns envolvendo sua filha, e nunca deu cadeirada em ninguém.

Não importa se você confia ou não em Marçal, se acha que ele passou dos limites verbais ou não; ele foi a vítima de uma agressão física e Datena deveria ter sido preso no ato, além de ser afastado da campanha pelo PSDB. O fato de nada disso ter acontecido, e o atual prefeito Nunes ainda dedicar suas críticas ao Marçal em vez do Datena mostra como o sistema está unido contra o “coach”. E isso faz aumentar a percepção de que ele é o único “outsider” ali, que sofre tanta perseguição não por seus defeitos, mas por suas virtudes – os contundentes ataques ao sistema comunista.

RODRIGO CONSTANTINO

VIOLÊNCIA POLÍTICA: CADEIRADA EM MARÇAL E NOVO ATENTADO CONTRA TRUMP

Donald Trump campanha Estados Unidos

Suspeito detido estava calmo e não demostrou emoções, disse xerife de condato

A política é uma forma velada de guerra. Muitos liberais e progressistas gostam de sonhar com a política como uma atividade nobre, em que cada candidato apresenta seus projetos e um debate racional toma conta na hora do eleitor decidir. Mas esse é o mito do eleitor racional, de que falava Bryan Caplan. E também o mito do político civilizado, preocupado com a coisa pública, que a Escola das Falhas de Governo já apontou.

Na prática, não é bem assim. Um quer matar o outro, a disputa pelo poder é voraz, os interesses comezinhos predominam e o jogo é bruto. A diplomacia surgiu para tentar impedir a guerra, o estado natural e tribal da humanidade. Não resta dúvidas de que é uma evolução poder parlar em vez de guerrear com seu adversário. A democracia sobrevive onde o tribalismo é domesticado.

Mas a besta humana está sempre à espreita, pronta para assumir o comando. No “debate” da TV Cultura este domingo isso ficou bem claro. Datena acabou dando uma cadeirada em Pablo Marçal. O episódio foi o destaque do dia e só se falou nisso. Alguns justificaram a ação violenta do tucano desequilibrado, já que Marçal “provocou”. Outros admitem que não há espaço para agressão física na política.

Com algum distanciamento, prefiro refletir sobre a essência da política com algum realismo. O fenômeno Marçal já é algo que merece atenção, e poucos tentam ou conseguem explicar. Os políticos profissionais, com seus colegas do “jornalismo profissional”, preferem simplesmente ignorar o que se passa, e torcer o nariz para o estilo de Marçal. Muitos devem, no fundo, ter comemorado a cadeirada de Datena. Afinal, o alvo foi Marçal, odiado pela turma…

Guzzo escreveu um excelente artigo buscando compreender o fenômeno, em que diz: “O que de fato interessa, e praticamente não se discute, é o seguinte: como e por que um cidadão que até três meses não existia no mundo político do Brasil, nunca teve um cargo público na vida, não está num partido de verdade e não conta com um único minuto no programa eleitoral na televisão tornou-se o candidato mais falado à prefeitura da maior, mais rica e mais importante cidade do Brasil. Pablo Marçal, por tudo que ensina a sabedoria concentrada dos analistas políticos brasileiros, não deveria existir. Mas existe”.

O populismo de direita é uma resposta a um sistema podre e carcomido, que declarou guerra ao povo e usa a política como instrumento, com a cumplicidade da velha imprensa. Nossos jornalistas vão sentir saudades de Bolsonaro, basicamente um gentleman! Basta pensar que na bancada de entrevistadores da TV Cultura, que recebe verba do estado de SP, estava a blogueira esquerdista Vera Magalhães e o comunista Leonardo Sakamoto, enquanto entre os candidatos havia o invasor Boulos. E isso todos os atores do teatro político tratam com normalidade!

A resposta a essa encenação é Pablo Marçal, que tira essa gente do sério avacalhando o circo e chamando comunista de comunista. Ele não segue o script da turma, e isso é inaceitável. Guzzo acrescenta:

Há anos o mundo político constrói castelos com suas candidaturas e “engenharias políticas” para ganhar a prefeitura da capital econômica do Brasil. Os jornalistas especializados, e os especialistas ouvidos pelos jornalistas, fazem análises. As mesas redondas explicam por A + B que está acontecendo isso e aquilo. Mas não contavam, nenhum deles, com as curvas da vida real do Brasil de hoje — há muito mais gente querendo ver Marçal como prefeito de São Paulo do que interessada em ouvir os jornalistas, e especialistas, e analistas. O resultado é que o mundo das ideias permitidas, esse mesmo que passa a vida dizendo que não há solução fora da experiência, do jogo de cintura e da sabedoria final dos “políticos”, começa a entrar num estado de pré-pânico. 

O estilo de Marçal ofende as sensibilidades dos engomadinhos, mas quem partiu para cima com violência física foi o candidato do PSDB! E o partido reagiu afirmando que Datena segue como o candidato, ou seja, pode jogar cadeira sim, se for tucano! O mesmo, em grau maior, acontece nos Estados Unidos: Trump é a grande ameaça à democracia, mas quem sofreu dois atentados em dois meses foi ele, não a democrata. No episódio deste domingo, um atirador foi pego antes de poder alvejar o candidato republicano. Era um democrata.

“Não há espaço para a violência na política americana”, diz nota de Kamala Harris. Mas os democratas, além de instrumentalizar a Justiça contra Trump, alegam que o bilionário é uma espécie de Hitler reencarnado, que vai destruir a nação – ignorando que ele foi presidente faz pouco tempo com bons resultados. Essa demonização não é um convite à violência? Impedir a todo custo Hitler não seria sinônimo de salvar a democracia? O mesmo partido que relativiza atos violentos do Black Lives Matter quer bancar o defensor das boas maneiras enquanto instiga os piores instintos em sua base radical.

A esquerda faz tudo pelo poder. É uma tribo hipócrita, violenta e obcecada pelo controle de nossas vidas. Quando sentem que estão prestes a perder esse poder, os esquerdistas apelam. Acusam seus adversários de coisas terríveis diante de um espelho. Projetam nos outros o que são. Basta pensar no odiento imitador de focas querendo dar lições sobre tolerância. Investem na divisão da sociedade para avançar com seu projeto de poder. Justificam a violência quando não há mais o que fazer, pois a esquerda tem um salvo-conduto para agir fora da lei.

O povo vai alimentando uma revolta crescente, sentindo-se aviltado deste processo democrático fajuto, e clama por alguém disposto a escancarar a farsa e enfrentar seus inimigos. Acaba correndo o risco de transformar qualquer um disposto a cumprir esse papel em herói. Mas é o cansaço diante do engodo dos “profissionais” que normalizam a violência política se praticada contra um lado do espectro ideológico: o direito.

Se a política, a diplomacia e a própria democracia existem para mitigar o risco de se resolver as divergências no braço ou nas armas, então é preciso que a direita tenha de fato a liberdade de participar do processo. Caso contrário, um dia a esquerda vai acabar conseguindo fazer com que mais e mais gente passe a defender o vale tudo, a volta do tribalismo, já que hoje só um lado pode lançar mão desses métodos toscos, violentos e ultrapassados. Ninguém vai aceitar levar cadeirada passivamente para sempre…

RODRIGO CONSTANTINO

TRUMP PERDE OPORTUNIDADES E KAMALA SOBREVIVE

Candidata presidencial democrata, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, responde ao republicano Donald Trump durante debate na ABC News

Candidata presidencial democrata, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, responde ao republicano Donald Trump durante debate na ABC News

As expectativas eram grandes. No último debate, afinal, Donald Trump simplesmente rifou Joe Biden da disputa. Foi um massacre tão escancarado que o Partido Democrata jogou Biden na frente do trem político e apontou, sem qualquer voto popular, sua vice Kamala Harris como a candidata do partido. Kamala, sendo uma espécie de Dilma americana, poderia ser destruída no debate desta terça. Não foi.

Trump parecia mais cansado, com menos energia. Mostrou também que confunde comício com debate, e talvez por arrogância não se preparou devidamente para o embate com sua adversária. Deveria saber, ainda, que na ABC encontraria militantes democratas disfarçados de moderadores. Lutou contra três. Não chegou a perder, não cometeu qualquer deslize mortal, mas perdeu oportunidades de encerrar ali a corrida eleitoral.

Kamala, por sua vez, treinou por semanas para o debate, e deve ter sido alimentada antes com as perguntas, pois os dois âncoras não conseguiram esconder seu lado. Em várias ocasiões saíram em defesa de Kamala, quando ela parecia atordoada, e jogaram perguntas bem mais duras na cara do republicano. Foi impossível não notar o viés. Mas o que importa, para o público em geral, é que Kamala sobreviveu sem golpes fatais.

A candidata democrata tem se escondido de entrevistas não é por acaso: ela sempre demonstrou alguma dificuldade em se expressar com lógica, mantendo uma linha de argumentação coerente. Quando fica nervosa, costuma dar aquela risada histérica e assustadora. Suas ideias são radicais e ela as tenta ocultar na campanha, mudando de posição em temas cruciais. A cobrança não foi adequada por parte dos entrevistadores, e Trump poderia ter explorado melhor essas fraquezas.

Vale dizer que nos comentários finais Trump frisou o mais importante: se Kamala promete tanta coisa, por que não fez nada nesses últimos três anos e meio? A campanha de Kamala tem um dilema: ela é a vice de um governo medíocre, ela precisa esconder Biden, dissociar-se de sua gestão – que é também a dela. Não vamos esquecer que Kamala era chamada de “czar das fronteiras” pela mídia.

Não foi convincente sua explicação de que muda de postura, mas não de valores. Trump conseguiu colar em sua adversária a imagem de extremista em várias pautas sensíveis, mas poderia ter feito um trabalho melhor, matador. Na questão do aborto, por exemplo, deixou Kamala sinalizar emoção em vez de sair em defesa da vida humana.

Para quem não é boboca, ficou claro que Kamala só tem caras e bocas e slogans prontos, frases de efeito, marketing vazio. Ou seja, é uma farsa, pura encenação, teatro sensacionalista que carece de conteúdo genuíno. Mas jamais devemos subestimar a estupidez de parte dos eleitores, e precisamos lembrar do mito do eleitor racional. Com a ajuda dos entrevistadores, Kamala sobreviveu, e isso foi comemorado pelos democratas, que cantaram vitória.

Não acredito que o debate desta terça vá mudar muito o quadro. Trump segue favorito, com margem estreita. O tema da imigração tem pesado contra Kamala, assim como a economia patinando e com alta de preços. Trump tem apenas que reforçar a memória dos eleitores, de que estavam melhores durante seu governo. Numa disputa limpa isso poderia ser decisivo para sua vitória. Mas sabemos que os democratas jogam sujo…

E por isso Trump tem que ter larga vantagem nos estados indefinidos, para vencer no colégio eleitoral (no voto majoritário provavelmente ele perde, graças a estados populosos e progressistas como Nova York e California). Se Trump estivesse mais afiado esta noite, mais preparado, ele poderia ter detonado Kamala como a farsa que ela é, uma esquerdista radical.

Trump até tentou e em alguns momentos conseguiu bons golpes, associando Kamala ao marxismo, por exemplo. Mas não resta dúvidas de que ele poderia ter se saído muito melhor, e ela, muito pior. Daí a sensação de vitória por parte dos democratas. Temiam um novo massacre, e ele não veio. A disputa segue acirrada. Preparem os corações…

RODRIGO CONSTANTINO

NOTÍCIA RUIM TODO DIA: COMO SER UM CIDADÃO DECENTE E AGUENTAR O BRASIL

Deolane Bezerra com Lula e Janja: influencer declarou apoio ao petista em 2022.

Deolane Bezerra com Lula e Janja: influencer declarou apoio ao petista em 2022

O Brasil é realmente um teste de paciência para qualquer cidadão decente. Todo dia é um soco na cara do povo trabalhador. A mais nova bofetada foi a soltura da tal Deolane, a lulista que gosta de bandido. A “influenciadora” foi presa numa operação que investiga lavagem de dinheiro do crime organizado, e bilhões teriam passado por sua “lavanderia”. Mas ela já está em casa, com direito a uma claque a ovacionando na saída.

O professor de Direito Rodrigo Marcial comentou: “Deolane, que participou na lavagem de R$ 3 bilhões para traficantes e corruptos, saiu do presídio e foi para prisão domiciliar em 5 dias. Débora, que escreveu ‘Perdeu Mané’ com batom em uma estátua, está há mais de 500 dias em um presídio, longe de seus filhos pequenos”. Como suportar tanto descaso da Justiça, esse duplo padrão abjeto?

Enquanto isso, ficamos sabendo que Suzanne von Richthofen deve prestar concurso público para o Tribunal de Justiça de SP. Uma piada pronta! Fica até difícil num país tão surreal saber o que é meme e o que é notícia mesmo. Leandro Ruschel comentou: “Em qualquer país civilizado, uma pessoa que matou os próprios pais jamais sairia da cadeia. Nos EUA, teria uma boa chance de nem estar mais respirando, dependendo do estado que cometesse o crime. Já no Brasil…”

Aí vamos para as páginas de “política” e vemos que o governo Lula quer gastar R$ 4,4 milhões do nosso dinheiro para promover “economia do axé” e cultura de “terreiros”. Enquanto isso, incêndios disparam no país e somam mais de cinco mil focos num único dia, além de a fumaça chegar na Argentina.

E o governo só pensa naquilo: o Ministério da Fazenda ainda trabalha em medidas visando o equilíbrio das contas públicas pelo lado das receitas – essencialmente, aumentos de impostos. Mais impostos, menos empregos. O Brasil é recordista na geração nem-nem, os jovens que nem trabalham, nem estudam.

Mas vamos resolver isso pela “educação”. Escolhida pelo presidente Lula para ocupar o Ministério dos Direitos Humanos (MDH) após as denúncias de assédio sexual que culminaram com a queda do ex-ministro Silvio Almeida, a deputada Macaé Evaristo (PT) é citada em vários processos por suposto superfaturamento na compra de material escolar. O Brasil voltou… às páginas policiais!

Pergunto-me com toda sinceridade: como o povo aguenta tanto desaforo? Como pode suportar tanto abuso, tanta sacanagem? O Brasil é mesmo um convite à esculhambação geral, ao abandono de qualquer valor moral. Se a pessoa não tiver colocado Deus acima de tudo, não há como resistir, pelo “pragmatismo” apenas, a esse ambiente tóxico com mecanismos tão nefastos de incentivos.

RODRIGO CONSTANTINO

DEMOCRACIA SEM POVO E POVO SEM DEMOCRACIA

7 de setembro de 2024

Multidão se reúne em torno do carro de som onde Bolsonaro discursava, na Avenida Paulista, neste 7 de setembro

Foi um 7 de setembro atípico e muito revelador. Na comemoração de nossa Independência, Brasília reuniu apenas uma elite com poder, sem qualquer resquício de povo. Um ladrão que voltou à cena do crime, como diria seu próprio vice-presidente, além de ministros supremos que colaboraram muito para esse retorno e se gabam disso (“nós derrotamos o bolsonarismo”), e a cúpula militar formada por “melancias” (verdes por fora, vermelhos por dentro). Mais nada!

A comemoração oficial estava às moscas, completamente vazia, fria, morta. Lula em cima do Rolls Royce conversível, numa imagem tosca que simboliza o petista milionário às custas de uma vida inteira na política – e com muita corrupção, como todos ali atestaram em algum momento recente. O abraço em Alexandre de Moraes, o tucano que se transformou num ditador implacável, revela a união tucanopetista que selou o destino trágico da nação.

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, fechou o time dos que usurparam o poder do povo e impedem o funcionamento do mecanismo constitucional de freios e contrapesos. Segundo bastidores da velha imprensa, houve deboche em relação às manifestações que aconteceram logo depois em São Paulo. Pacheco teria brincado que seu pixuleco tinha que ser maior, por sua elevada estatura. Física, que fique claro, pois não passa de um anão moral.

Na Avenida Paulista, dezenas de milhares de patriotas encheram quarteirões com uma pauta única: o impeachment de Moraes. A anistia aos presos políticos também foi demandada, como reflexo do abuso de poder do ministro. Jair Bolsonaro foi no tom certo, referiu-se a Moraes como ditador, colocou a pressão no Senado, que é onde resta a alternativa dentro das quatro linhas para o resgate da normalidade institucional.

Silas Malafaia foi além e pediu a prisão de Moraes, um desejo de milhões de brasileiros cientes dos crimes por ele cometidos. Vários parlamentares liberais e conservadores elevaram o tom e cobraram a volta da nossa democracia, destruída pelo consórcio no poder. Todos sabem dos riscos que correm, pois Moraes se espelha cada vez mais no comunista Maduro, que destruiu de vez a democracia na Venezuela. O sistema tenta intimidar o povo, mas muitos não vão desistir.

O contraste rodou o mundo e teve grande repercussão nos Estados Unidos, também por conta da censura recente ao X, de Elon Musk. Vários jornalistas, congressistas e influenciadores destacaram o abismo entre os festejos oficiais sem participação do povo, e a festa de democracia na Paulista, com uma multidão exigindo respeito às leis e à Constituição.

Isso se soma a um editorial do esquerdista Washington Post, dando razão a Musk nessa batalha, na mesma linha da progressista The Economist. No The Wall Street Journal, Mary O’Grady publicou talvez o melhor resumo do caminho autoritário de Moraes desde a Vaza Jato até aqui. O mundo se deu conta de que não há mais democracia no Brasil, que Moraes virou um ditador que persegue e censura cidadãos, jornalistas e até parlamentares por pura divergência política.

Eis aí o resumo da ópera bufa, da tragicomédia tupiniquim: aqueles que salvariam nossa democracia da terrível ameaça fascista destruíram de vez a própria democracia. Em Brasília, havia apenas uma “democracia” sem povo, relativa, desagradável, cada vez mais semelhante ao modelo venezuelano que inspira o PT; na Paulista, havia um povo sem democracia, clamando por seu retorno. O tempo dirá se os verdadeiros golpistas vão mesmo se safar dessa tentativa grotesca de solapar nossa democracia…

RODRIGO CONSTANTINO

CASO SILVIO ALMEIDA REVELA HIPOCRISIA ESQUERDISTA

Brasília-DF, 02/04/2024, – O ministro dos direitos humanos, Silvio almeida, durante a 12ª Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes .  Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Brasília-DF, 02/04/2024, – O ministro dos direitos humanos, Silvio almeida, durante a 12ª Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes

Comecemos pelo óbvio: todos são inocentes até que se prove o contrário; para isso é preciso o devido processo legal, com amplo direito à defesa; e denúncias verbais não substituem a necessidade de provas materiais, evidências fortes e tudo mais. Ou seja, a palavra de uma mulher não torna desnecessário todo esse processo, que garante os direitos básicos numa civilização decente.

É importante frisar isso pois as feministas do MeToo com frequência ignoram essa realidade. Elas acham que basta uma mulher dizer algo que pronto, está tudo provado e que venha logo a punição severa. Afinal, os homens são todos “predadores”. Com base nessa visão perigosa, as vidas de Neymar, Johnny Depp, Brett Kavanaugh e muitos outros teriam sido destruídas com falsas denúncias.

Mulheres também podem mentir, eis o fato. Dito isso, o caso do ministro Silvio Almeida não parece nada bom. São várias denúncias, testemunhas, e tentaram abafar a situação até aqui. O governo Lula divulgou uma nota, na noite desta quinta-feira (5), reconhecendo a “gravidade” das denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

Segundo o Palácio do Planalto, Almeida foi chamado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias, nesta noite. Além disso, a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração.

“O Governo Federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, diz o comunicado do governo. Janja chegou a postar uma foto com Anielle, que teria sido alvo de abuso, ou seja, parece que o veredito lulista já foi dado.

A esposa do ministro Silvio Almeida, Ednéia Carvalho, atribuiu ao “racismo” as denúncias da ONG MeToo contra ele por suspeita de assédio de sexual. Era óbvio que o ministro puxaria da cartola a cartada racial para bancar a vítima de difamação. Eis aí o embate contratado entre minorias: as feministas contra os negros! E o fato de a mulher que fez a denúncia ser negra também pouco importa, não é mesmo?

Tudo isso revela, no fundo, a hipocrisia esquerdista. Quando a denúncia é contra alguém de direita, imediatamente as feministas se tornam raivosas e histéricas e tratam a denúncia como prova cabal. Quando é contra um “companheiro”, como no caso de Freixo ou Lulinha, aí elas normalmente se calam. O movimento feminista tem mais a ver com esquerdismo do que com a mulher…

Que o caso de Silvio Almeida seja investigado a fundo e, caso comprovada a culpa, ele seja punido. Mas, cá entre nós: esse ministro já deveria ter saído faz tempo, por seu radicalismo ideológico, seu marxismo tosco, seu relativismo moral e sua defesa dos direitos dos “manos”. Vou além: esse ministério todo é inútil, um cabide de emprego, um instrumento para a guerra cultural marxista.

Precisamos resgatar o velho e bom conceito liberal da igualdade de todos perante as mesmas leis. Isonomia de tratamento, independentemente da “raça”, do sexo ou da classe. Eis o melhor do ponto de vista da Justiça, que deve ser cega. O problema é que aí acaba o mimimi, os carguinhos inúteis e a divisão social para conquistar poder, eterna estratégia esquerdista, não é mesmo?