RODRIGO CONSTANTINO

COMO É DOCE A VIDA HIPÓCRITA DA ESQUERDA

A marca registrada da esquerda é a hipocrisia. O típico esquerdista adora sinalizar falsa virtude, viver de uma forma luxuosa enquanto faz de tudo para impedir o avanço do povo na mesma direção. Tratei do fenômeno em detalhes no meu Esquerda Caviar, que precisa de uma atualização urgente. Mas vale frisar a essência da coisa: os esquerdistas formaram uma casta de privilegiados, enquanto chutam a escada para que os mais pobres não consigam subir ao mesmo andar.

Para ilustrar isso, vou utilizar um caso aqui dos Estados Unidos, que não teve muita repercussão, mas mostra bem a mentalidade dessa gente. O governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, declarou “estado de emergência” na região. Alguém poderia pensar que o Estado foi abatido por uma terrível catástrofe natural, ou quem sabe algum ato terrorista envolvendo crianças como alvos. Mas não foi nada disso. A Assembleia Geral, eleita pelo povo, votou para permitir o uso de voucher nas escolas estaduais.

A maioria conservadora da Câmara e do Senado no Estado tem permitido vitórias importantes para os republicanos, como a defesa do direito de portar armas e mudanças na lei de aborto, para dificultar o assassinato de bebês no ventre materno. Mas o que realmente tirou o governador democrata do sério foi a aprovação do voucher, uma espécie de vale-educação que permite a escolha dos pais mais pobres, podendo colocar seus filhos em escolas particulares também.

O governador aponta problemas significativos que estão “visando a sufocar a vida da educação pública”. Para a esquerda, tudo começa nas escolas. A doutrinação ideológica é uma de suas armas mais poderosas, assim como o controle quase total dos sindicatos de professores. Há todo um esquema financeiro montado com base nisso, assim como o fator ideológico, crucial para o avanço do esquerdismo na guerra cultural.

“Não há ordem executiva como há para um furacão ou uma pandemia”, disse Cooper, “mas isso não é menos importante”. Sim, para o governador democrata, dar a possibilidade de escolha aos pais mais pobres é como um furacão que passa destruindo tudo pela frente. O que Cooper desejava era um aumento bem maior do salário dos professores, na faixa dos 20%, e não um projeto que permite aos pais mais pobres fugir de um sistema ineficiente e incapaz de preparar seus filhos para competir no mercado.

Em sua fala contundente, convocando os eleitores a pressionar os legisladores, o governador disse que não se pode dar mais poder para as escolas privadas “sem transparência”. O senador Thom Tillis rebateu: “Bolsas de estudo abriram portas para milhares de crianças na Carolina do Norte receberem uma educação de alta qualidade. As famílias merecem ter mais liberdade, não mais medo e mandatos de políticos esquerdistas movidos por interesses especiais”.

Mas Cooper parece irredutível, e chegou a mencionar que a guerra cultural promovida pela direita (falso) acabaria colocando políticos no comando dos currículos escolares, com microgerenciamento do que pode ser dito ou não em sala, mirando alunos LGBTQ+. Aqui ele revela um dos reais objetivos de impedir as mudanças aprovadas: como a esquerda vai enfiar baboseira ideológica, política identitária e “teoria crítica racial” na cabeça dos jovens, sem o comando total das escolas públicas?

Roy Cooper, governador da Carolina do Norte, EUA

“A Carolina do Norte que conheço foi construída com o apoio de escolas públicas”, disse ele. “Não podemos deixar que a legislatura as derrube.” O governador democrata está mesmo revoltado com a escolha dos representantes eleitos do povo, que por sua vez concede mais poder de escolha aos pais dos alunos. O governador de esquerda parece um fã incondicional das escolas públicas. Só há um pequeno detalhe, ocultado até aqui: os filhos do governador estudam… em escolas particulares!

Como é doce a vida hipócrita da esquerda! Tem até cantor brasileiro bobão que diz que socialismo não é condenar o luxo, e sim pregar o luxo para todos. Esquerdismo é uma mistura de estupidez com canalhice, pois não é possível alguém inteligente e honesto repetir tais coisas. Na prática, o esquerdista quer viver como um nababo, muitas vezes com recursos públicos, enquanto demoniza os ricos e prega “igualdade” para todos, de dentro de sua bolha confortável. Escola pública ruim para os pobres, e escola particular para os meus filhos! Quem quer conhecer melhor o grau de ocupação das escolas públicas pela patrulha woke nos Estados Unidos precisa ler Parents of the World, Unite!, de Ian Prior, em que ele expõe a agenda da esquerda radical que tomou de assalto essas instituições. São muitos interesses em jogo, muito dinheiro e poder. E nada disso seria possível sem a elite culpada e alienada que precisa “expiar seus pecados” sinalizando falsas virtudes. São esses, normalmente brancos e ricos, que ficam sensibilizados com os apelos hipócritas de gente como o governador Cooper.

Livro Parents of the World, Unite!

RODRIGO CONSTANTINO

VERDADEIROS LIBERAIS PRECISAM SE AFASTAR DE TUCANOS OPORTUNISTAS

O deputado Marcel van Hattem tem sido uma voz corajosa no combate ao arbítrio supremo em nosso país, e merece todo nosso respeito e apoio. Foi um dos políticos que apoiei desde cedo e nunca me arrependi, pois se mostra fiel aos valores da liberdade, coerente na defesa deles, ao contrário de grupos como o MBL, Vem Pra Rua e a turma do João Amoedo no Novo.

Marcel quer colocar o povo nas ruas para protestar contra o abuso de poder de Alexandre de Moraes, usando como combustível o caso recente da cassação do mandato de Deltan Dallagnol. Mas o deputado enfrenta um dilema: os oportunistas do MBL e do Vem Pra Rua colocaram suas imagens chamuscadas nessa manifestação, e isso claramente gerou reação de quem é direita de verdade.

Alguns acham que, para enfrentar o PT e a censura suprema os conservadores deveriam se unir aos tucanos. Discordo, e explico. É fundamental romper com o teatro das tesouras no Brasil, com a “direita permitida” pelo sistema, que na verdade não passa de uma esquerda oportunista. Não faz sentido permitir protagonismo de movimentos que nos ajudaram a chegar até esse caos.

O MBL não é oposição verdadeira ao PT, mas sim o personagem contratado para participar desse teatro das tesouras, enquanto empurra a verdadeira direita para fora do cenário. Como alguém que já comprou briga com toda essa turma, do petismo ao “liberalismo”, posso atestar que acho o MBL pior até do que o PT. São as figuras mais podres e desprovidas de caráter que já conheci.

O MBL apoiou o PT, esteve ao seu lado contra Bolsonaro, adota métodos tão sujos quanto, defendeu o abuso de poder supremo até chegar em Deltan como alvo, aplaudiu a perseguição a conservadores. Portanto, pergunto: tirar o Lula para colocar essa gente?! Faz sentido? Estou fora. Minha luta é contra a esquerda: toda a esquerda!

No mais, lembro que Alexandre de Moraes não é exatamente um petista, não é da turma do Lula, e sim do Alckmin. E quem foi responsável pelo avanço da ditadura no Brasil, com jornalistas com redes sociais censuradas, contas bancárias congeladas e até passaportes cancelados? Quem rasga a Constituição todo dia para perseguir direitistas?

Deltan não merecia ter o mandato cassado, e eu saí em sua defesa, na defesa de um princípio, na verdade, mesmo ele nunca tendo se manifestado contra os abusos cometidos comigo ou colegas. Mas não posso aceitar manifestação alguma que parta da premissa de que a perseguição começou agora, que Deltan é o primeiro alvo, ou o principal.

Temos deputado preso sem crime cometido, apesar de graça presidencial. Temos jornalistas tratados como bandidos. Temos juíza afastada por críticas. Sem levar tudo isso em conta, não é aceitável fazer qualquer manifestação, tendo apenas Deltan como ícone da injustiça. Não contem comigo para esse teatro tucano!

RODRIGO CONSTANTINO

OS GUARDIÕES DA GALÁXIA

Sou fã dos filmes da Marvel, em especial os dos Avengers. Prefiro os primeiros, e confesso não apreciar tanto assim os mais recentes, tanto do Homem Aranha como do Dr. Strange, com muito salto quântico temporal para forçar a barra. Os Guardiões da Galáxia eu já ignorava por completo, confesso. Mas acabei dando uma chance, vi o primeiro, depois vi o segundo e finalmente fui ao cinema ver o terceiro. Gostei bastante.

Para começo de conversa, pelo que esses filmes se propõem a oferecer: entretenimento com muito efeito especial. Eu vi em 3D, e há cenas espetaculares de lutas, de guerras espaciais e de monstros criativos. O filme é longo, mesmo assim prendeu a minha atenção, em parte por essa produção de primeira. Mas não só isso…

Não gosto de ficar filosofando muito em cima de filmes de heróis, mas a mensagem deste terceiro Guardião é muito boa. Chris Patt, um ator cristão assumido em uma secular Hollywood, protagoniza um filme com mensagem e estética claramente cristãs. Há uma cena inclusive copiada de A Criação de Adão, de Michelangelo. Todos merecem uma segunda chance, o perdão para um arrependimento sincero, e o perdoado salvo acaba dando a vida pelo nosso herói nessa bela tomada de cena.

O amor, a amizade, a busca por pertencimento e pelas origens, pela família, tudo isso consta no filme como pano de fundo essencial. Há salvação, mas também há um propósito para cada um de nós nesta vida, e devemos buscá-lo, dando o melhor de nós, criaturas imperfeitas e pecadoras.

Nem todos aceitam essa fragilidade, essa imperfeição. Em especial quem, por algum motivo, odeia a si mesmo e o mundo por tabela. É o caso de nosso vilão poderoso, mas arrogante. “Deus não existe, por isso eu tive que entrar em campo”, berra ele em determinado momento. Sempre justificando seus experimentos como a busca da utopia, da perfeição, aquele que tenta substituir Deus se mostra um hipócrita, como todo totalitário: alega mirar na criação de seres pacíficos e perfeitos, mas mantém um exército de soldados obedientes e agressivos. E quando o experimento não dá certo, ele simplesmente elimina toda uma civilização, por ser imperfeita.

Trata-se de uma mistura de Gattaca, filme de 1997 com Ethan Hawke, Admirável Mundo Novo de Huxley e A Ilha do Doutor Moreau, de H.G. Wells. Toda utopia busca uma fuga desesperada para a realidade imperfeita, no afã de evitar sofrimento, dor, decepção, morte. Mas acaba apenas criando um inferno. Já resenhei o filme Gattaca, usando como base a visão eugenista de gente como Peter Singer. O utilitarista defensor do direito dos animais não enxerga nada de sagrado na vida humana, e aqui começa sua crucial diferença para o cristianismo, que aceita o homem como ele é, vítima do pecado original, imperfeito, mas feito à imagem e semelhança de Deus (Imago Dei).

Quando resenhei o livro Contra a Perfeição, de Michael Sandel, falei desse impulso prometeico, da engenharia genética e da arrogância humana de tentar roubar o fogo dos deuses, substituir Deus. Programar filhos “perfeitos”, querer remodelar toda a natureza humana, é algo sempre muito perigoso. Para Sandel, parte da razão estaria na perda da dignidade humana, da “diminuição da importância da pessoa melhorada no feito que ela realiza”. Esse não é o principal problema para o filósofo, entretanto. Mais relevante seria “a aspiração prometeica de remodelar a natureza, incluindo a natureza humana, para servir a nossos propósitos e satisfazer nossos desejos”.

É esse impulso ao domínio completo que tanto incomoda Sandel. Para ele, isso poderia destruir “a valorização do caráter de dádiva que existe nas potências e conquistas humanas”. Não é preciso aderir a uma metafísica religiosa para valorizar esse aspecto de nossas vidas, que nos impõe maior humildade diante dos imprevistos. Mas claramente esse é um legado cristão.

Outro ponto importante para Sandel diz respeito ao amor incondicional aos nossos filhos, que estaria em xeque em um mundo onde tudo fosse programável. “Valorizar os filhos como dádivas é aceitá-los como são, e não vê-los como objetos projetados por nós, ou produtos de nossa vontade, ou instrumentos de nossa ambição”, diz.

Lutar e se esforçar para garantir o melhor ambiente e a melhor educação para os filhos é, sem dúvida, louvável. Mas quando o investimento na educação em prol do futuro dos filhos deixa de ser isso e passa a ser pura eugenia? Sandel crê que “o impulso de banir a contingência e dominar o mistério do nascimento apequena os pais projetistas e corrompe a experiência da paternidade enquanto prática social governada por preceitos de amor incondicional”.Sandel nos oferece uma sugestão: “Em vez de empregar nossos novos conhecimentos genéticos para endireitar ‘a madeira torta da humanidade’, deveríamos fazer o possível para criar arranjos políticos e sociais mais tolerantes com as dádivas e limitações dos seres humanos imperfeitos”.

Essa mensagem é a síntese do novo filme dos Guardiões da Galáxia. Cada um tem sua característica, sua qualidade, sua contribuição a oferecer, e suas limitações. Em vez de fugir dessa realidade, de nossas origens, que tal aceitá-las e tentar fazer o melhor delas? O Rocket, personagem central neste filme, acaba descobrindo que sim, ele é um “racoon”. E isso não precisa ser algo terrível. São suas atitudes que fazem de você um vilão ou um herói. Mesmo que você tenha nascido um simples racoon, você ainda pode ser um dos guardiões da galáxia, até mesmo seu capitão!

RODRIGO CONSTANTINO

LICENÇA PARA GASTAR

Se o agente James Bond, o 007 do MI6, possui uma licença para matar, o que o PT conseguiu nesta terça na Câmara foi uma licença para gastar. Para a esquerda, todo problema tem uma única solução: mais gasto público. Para quem só tem um martelo, tudo se parece com prego. Lula queria furar o teto de gastos, e conseguiu – com a preciosa ajuda do presidente da Câmara, Arthur Lira. Mas não só ele, claro.

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (23), o novo arcabouço fiscal. Foram 372 votos favoráveis, 108 contrários e 1 abstenção. Os parlamentares aprovaram o substitutivo apresentado pelo relator da proposta, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA). O texto segue agora para análise do Senado. Por ser um projeto de lei complementar, a nova regra fiscal precisava de pelo menos 257 votos para ser aprovada.

Após a aprovação do texto, os deputados passaram analisar as emendas à medida. Apenas uma delas chegou a ser votada na noite de terça-feira. Por 429 votos a 20, os deputados rejeitaram um destaque apresentado pelo Psol para retirar os gatilhos e sanções ao governo colocados pelo relator no texto da regra fiscal. Ufa! Menos mal…

A melhor definição do texto que passou na Câmara foi a que encontrei num grupo de liberais, explicando para leigos em economia: “em 2030 vou entrar em forma; para isso, em 2029 eu vou parar de beber, em 2028 eu começo a ir para a ginástica, em 2027 eu corto o açúcar. Vai dar certo, mas hoje e amanhã me passa a feijoada”. É como a famosa tirada de Santo Agostinho: Deus, dei-me castidade, mas não agora!

Conhecendo o perfil perdulário do governo Brasileiro, e a mentalidade da esquerda no poder, claro que isso não vai funcionar. Na prática, vai representar uma licença para a gastança, como se não houvesse amanhã. A cigarra ganhou na loteria e já está de olho em todas as tentações pela frente. Tantos problemas que justificam mais e mais gastos, ou melhor, “investimentos”…

Leandro Ruschel, especialista em mercado financeiro, comentou: “Passou o ‘calabouço’ fiscal. Deve passar no Senado. O que ele significa: aumento de gastos do governo, aumento de impostos, aumento da dívida pública, menor crescimento econômico. Nos últimos meses, a única coisa a comemorar sobre qualquer assunto é que ‘poderia ser pior’.”

O deputado Mario Frias lamentou: “Hoje é mais um dia triste para o Brasil, a Câmara dos Deputados autorizou (com meu voto contrário): – Aumento de despesa independente de crescimento econômico, – Afrouxamento da Lei de Responsabilidade Fiscal (a que possibilitou o impeachment da Dilma), – Manutenção dos 37 Ministérios do Lula, contra os pouco mais de 20 do Gov Bolsonaro, – Aumento de impostos para manutenção de privilégios, viagens nababescas e intermináveis, pagamentos de emendas sem fim para ter votos no Congresso, – E muito mais mazelas, são mais de 500 bilhões autorizados para gastança nos próximos 3 anos… Engraçado que discutimos mês de cor ‘x’, inclusão de nomes em livros de heróis, dia nacional de sei lá o que, tudo com muita discussão e debate, agora para um tema tão sério como esse que trata do futuro do Brasil e das contas públicas, pouco mais de 3 horas de um não debate, mas imposição de vontades nefastas mediante cargos em Ministérios, pagamento de emendas e por aí vai”.

O deputado Luiz Phillippe de Orleans e Bragança também antecipou problemas à frente: “A maioria da Câmara decidiu por aprovar o calabouço fiscal (372 x 108). Eu votei CONTRA esse absurdo. Deixo claro, mais uma vez, que a medida prejudica E MUITO o país. Mais impostos estão por vir para bancar a farra dos gastos descontrolados do governo.”

Não é preciso ter bola de cristal ou ser um doutor em economia para prever que as novas medidas levarão a uma maior irresponsabilidade fiscal. E o ministro Fernando Haddad já comemora a aprovação de olho na reforma tributária, ou seja, quer aproveitar a adesão do centrão fisiológico para passar a boiada e conseguir aumentar a carga tributária. Não há o menor risco de o Brasil dar certo com essa turma no poder…

RODRIGO CONSTANTINO

UM JUIZ MARGINAL?

O Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu, nesta segunda-feira (22), afastar cautelarmente o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, responsável pelos processos da Lava Jato. Após a notificação, Appio terá 15 dias para apresentar sua defesa. A decisão atendeu a um pedido do desembargador federal Marcelo Malucelli. (confira a íntegra da decisão em PDF).

Na representação, Malucelli afirma que seu filho, João Eduardo Barreto Malucelli, teria recebido uma ligação telefônica em tom ameaçador. O conselho do TRF4 considerou que existem indícios de que o Appio tenha feito o telefonema, que foi gravado pelo filho do desembargador. O vídeo da chamada mostra o áudio de um interlocutor que se identifica como um funcionário da Justiça Federal e cita dados sigilosos referentes a imposto de renda e despesas médicas de João Eduardo.

Segundo o conselho do TRF4, há “muita semelhança entre a voz do interlocutor da ligação telefônica suspeita e a do juiz federal Eduardo Fernando Appio, tendo então a Presidência do TRF4 e a Corregedoria Regional noticiado esses fatos à Polícia Federal e solicitado realização de perícia para comparação do interlocutor da ligação suspeita com aquele magistrado federal”.

Segundo o relatório do TRF4, o juiz da Lava Jato pode ter cometido uma série de infrações, desde passar-se por terceira pessoa até usar dados de sistema restrito da justiça federal para constranger ou ameaçar desembargador federal.

Nesta segunda-feira, Appio afirmou que, de fato, usou a sigla “LUL22” como identificação eletrônica no sistema da Justiça Federal do Paraná, o E-proc, entre 2021 e o início de 2022.

“Alguns anos atrás, quando o presidente Lula ainda estava preso, a minha sigla de acesso ao sistema da Justiça Federal era ‘LUL22’. Na época, eu trabalhava com matéria previdenciária e esse foi um protesto isolado, individual, contra uma prisão que eu reputava ilegal. E depois, de fato, o Supremo Tribunal Federal considerou a prisão ilegal”, disse Appio em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews.

Quando pensamos em Justiça, temos em mente a imagem de um juiz como alguém sério, imparcial, profundo conhecedor das leis, que vai proteger o Estado de Direito. Passou da hora de constatar que o Brasil se aproximou mais de um modelo colombiano, onde o narcotráfico chegou a aparelhar o sistema de Justiça e a política.

Todos são inocentes até prova em contrário, um valor republicano esquecido no Brasil atual. Logo, o juiz em questão tem o direito à defesa. Mas, em sendo verdade que ele foi o autor da tal ligação ameaçadora, isso seria escandaloso. Um juiz, que está lá para nos proteger, para aplicar as leis, tentando intimidar alguém, agindo como um marginal?

Sendo ele um juiz “lulista”, simpatizante de um presidente que foi condenado com fartas provas pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, a possibilidade aumenta. Colocar no comando da Lava Jato alguém crítico à própria operação, defensor do mais famoso condenado por ela, e que teria feito até doação para sua campanha é a ilustração perfeita de quão invertido está o país.

Como ainda confiar na Justiça quando temos defensores de bandidos, que agem como bandidos, na figura de juízes ou desembargadores?

RODRIGO CONSTANTINO

REPITAM COMIGO: SÃO COMUNISTAS!

Na GloboNews, começam a surgir comentaristas preocupados com os rumos do atual desgoverno, lamentando que em vez de Mandela, o Lula ressurgiu como Maduro. Tem muita gente que fez o L com medo, arrependido (mas não ao ponto de pedir desculpas em público). O que essa turma esperava?

Meu amigo Roberto Motta, em sua coluna na Gazeta do Povo, comenta sobre sua perplexidade diante do otimismo que alguns ainda nutrem no mercado em relação ao plano econômico petista. Ele tem dificuldade de entender como gente tão bem preparada e paga consegue se iludir tanto perante tanto sinal claro de mapa de fundo equivocado dessa gente no poder.

Como alguém que atuou no mercado financeiro por anos, acho que posso arriscar uma resposta: essa turma vive numa bolha onde discursos paridos por jornalistas globais valem mais do que a realidade. Para eles, os conservadores que falam de ameaça comunista são paranóicos demais, “olavetes”, uns radicais exagerados.

Em que pese todo indício de que estamos lidando com comunistas mesmo, simpatizantes de tiranias abjetas e que promovem movimentos criminosos como o MST, esse pessoal do mercado faz análise sempre otimista, como se isso fosse um aceno para as bases radicais petistas, mas que o bom senso falará mais alto na hora de tocar a agenda.

São os verdadeiros iludidos! Falta aos analistas de mercado leitura sobre a história do comunismo, sobre como ditaduras são instauradas, sobre como é relativamente fácil para esses ambiciosos desprovidos de qualquer moral comprar dos burgueses a corda que utilizarão para enforcá-los. O “mercado” acha isso tudo papo de chapéu de alumínio, mesmo que você mostre cada etapa do projeto, cada declaração confessando o intento.

A coluna de Leonardo Coutinho, também na Gazeta do Povo, talvez possa oferecer a resposta que Motta busca. Coutinho fala do pecado capital da Lava Jato, de figuras como Moro e Deltan, que sempre insistiram na tecla da corrupção como se ela fosse o mal maior a ser combatido, o fim em si dos esquemas de desvio de recursos na era petista. Não era! Coutinho conclui:

Os grandes jogadores estão preocupados com conquista, manutenção e expansão de poder em contextos que vão da política à geopolítica – o que não exclui a atuação do crime transnacional organizado e de estados mafiosos. Para eles, os corruptos são instrumentos. As reações à Lava Jato têm sua origem nas trevas onde interesses e personagens se tornaram invisíveis em meio à conveniente névoa da corrupção… corrupção… corrupção… corrupção…

O Brasil virou, agora sim, um pária mundial, um anão diplomático, ignorado por Zelensky em seus agradecimentos, pois Lula insiste em tomar o partido de Putin, disfarçando muito mal uma suposta neutralidade (que já seria absurda). Só compreende esse tipo de postura lulista quem enxerga a floresta vermelha, em vez de árvores isoladas.

Quem reduz o lulismo ao aspecto da corrupção não entendeu nada de nada, e está prestando a Lula e sua trupe um favor. Tudo que Dirceu deseja é ser confundido com um Renan da vida, um Collor. Quem concentra todos os esforços em denunciar a corrupção, deixando de lado o comunismo, prepara o terreno para o avanço comunista. E acabará engolido por ele – inclusive corruptos no caminho, que vibraram com suas migalhas temporárias sem se dar conta de que um monstro terrível se alimentava no processo.

Quem é capaz de olhar para a Venezuela hoje e afirmar que seu maior problema é a corrupção?

RODRIGO CONSTANTINO

TRUMP E O CONLUIO COM OS RUSSOS

Hillary Clinton, Donald Trump e Barack Obama

Esqueçam Watergate! O escândalo que forçou a renúncia de Nixon foi fichinha perto do que temos diante de nós hoje. Com o relatório de John Durham sobre as origens da investigação do FBI sobre o suposto conluio de Trump com os russos, o que vem à tona é possivelmente algo sem precedentes na história dos Estados Unidos.

O ex-procurador-geral dos Estados Unidos William Barr disse, durante uma entrevista nesta semana, que o relatório do conselheiro especial Durham a respeito das origens da investigação do FBI sobre o ex-presidente Donald Trump “vingou” o ex-presidente e que Trump estava certo desde o início em relação ao que a esquerda estava tentando fazer com ele.

O relatório de Durham descobriu que o FBI não tinha evidências para apoiar o lançamento da investigação e encontrou diferenças “sensatas” no modo como o FBI abordou a investigação de Trump em comparação com outras investigações politicamente sensíveis. “Não vamos esquecer qual era a mentira. A mentira era o Russiagate”, disse Barr. “A mentira era que havia conluio. Não havia nada para apoiá-lo.”

William Barr

O WSJ escreveu um editorial sobre por que o relatório de Durham importa para a democracia norte-americana. Logo no subtítulo o jornal deixa claro o motivo: é um relato condenatório da corrupção do FBI e de seus cúmplices. Eis o primeiro parágrafo: “Dois conselheiros especiais, vários relatórios de inspetores-gerais e seis anos depois, o país finalmente tem um relato mais completo da investigação de conluio russo do FBI sobre a campanha de Donald Trump em 2016. O relatório final do conselheiro especial John Durham deixa claro que um FBI partidário se tornou um funil para desinformação da campanha de Hillary Clinton por meio de uma investigação secreta que a agência nunca deveria ter lançado”.

Recapitulando os fatos, aqui resumidos, o FBI lançou uma enorme investigação contra Trump com base em pura fumaça. O que o relatório de Durham, com cerca de 300 páginas, mostra de forma inequívoca é que as lideranças da agência federal que detém o monopólio da força sabiam muito bem que pisavam em terreno pantanoso e, mesmo assim, decidiram seguir adiante.

Os principais responsáveis pela operação deixavam claro, em mensagens privadas, que detestavam Trump e o consideravam uma ameaça à democracia norte-americana. Com base nessa premissa falsa, aceitaram a máxima soviética de que os “nobres fins” justificavam quaisquer meios. O FBI foi, então, transformado num instrumento partidário democrata para tentar prejudicar Trump na campanha e, depois de eleito, derrubá-lo.

John H. Durham

O que deu início a essa investigação gigantesca, que custou dezenas de milhões de dólares dos pagadores de impostos e mobilizou inúmeros agentes responsáveis por várias intimações e quebras de sigilo, foram boatos plantados pelo próprio Diretório Nacional Democrata, retirados de uma fonte russa sem nenhuma credibilidade. Os agentes federais sabiam disso e, mesmo assim, escolheram ignorar seus critérios objetivos e lançar a investigação.

A cronologia também é chocante. O que o relatório revela é que o próprio presidente Obama foi “brifado” sobre o tema e nada fez para impedir a ação partidária do FBI. Sua advogada-geral, Loretta Lynch, encontrou-se com Bill Clinton dentro de um avião parado no Aeroporto de Phoenix, numa reunião fora da agenda oficial. Clinton certamente revelou os detalhes para ela, que os repassou para o chefe. O presidente Obama, porém, odeia Trump, e tudo indica que participou do verdadeiro conluio existente: aquele que reunia a Casa Branca, o FBI e o Diretório Nacional Democrata comandado por Hillary Clinton para impedir uma vitória de Trump.

O presidente Barack Obama e a procuradora-geral Loretta Lynch no Salão Oval, em 27/4/2015

Como ironizou o filho de Trump, no tal conluio entre Trump e a Rússia, os únicos que não participaram, pelo visto, foram Trump e a Rússia. Obama já tinha sido denunciado por permitir que o IRS – a Receita Federal – fosse utilizado de forma partidária para perseguir conservadores. Esse relatório de Durham coloca tudo em outra dimensão: o presidente, mesmo sabendo que tudo era fumaça criada pelos Clinton, permitiu a transformação do FBI num porrete democrata contra seu adversário na campanha. Coisa de republiqueta das bananas, sem dúvida.

Sei que esta semana merecia uma coluna sobre o mandato de Deltan Dallagnol cassado pelo TSE por unanimidade, numa votação que durou um minuto e sem debates. Mas muita gente boa está comentando esse assunto, e achei melhor relatar algo aqui dos Estados Unidos que dominou a pauta da imprensa e das redes sociais no país. Afinal, se até os Estados Unidos estão sob esse abuso de poder, com o Deep State, em conluio com a imprensa, fazendo de tudo para se livrar de um político incômodo tido como ameaça, então podemos esperar tudo de um país como o Brasil mesmo, que nunca foi lá muito sério.

RODRIGO CONSTANTINO

OS TRÊS ÚNICOS CRIMES NO BRASIL

Acordei, peguei meu telefone, como de praxe, e comecei a ver as mensagens dos meus grupos de WhatsApp. Logo me deparei com um vídeo em que Sergio Cabral, o ex-governador do meu querido Rio de Janeiro, condenado a uns mil, setecentos e oitenta e dois anos de prisão (ou algo assim), praticava exercícios físicos. Sim, virou blogueirinho. E de fitness!

Pensei comigo: puxa, bom dia Brasil! O escárnio é mesmo total: Deltan Dallagnol tem seu mandato cassado pelo TSE (missão dada, missão cumprida), no que até Globo e Foice consideram interpretação elástica da lei, e um dos maiores ladrões de todos os tempos da política nacional (mercado bem disputado) estava lá, livre, leve (ou mais leve) e solto.

Em seguida, vem essa notícia: Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) retomam nesta quinta (18) o julgamento da ação penal que investiga o envolvimento do ex-senador Fernando Collor de Mello na assinatura de contratos irregulares com a BR Distribuidora, entre os anos de 2010 e 2014.

Edson Fachin disse, no voto, que está devidamente comprovada a lavagem de capitais por Collor mediante a realização de 42 depósitos em contas correntes do ex-senador e 65 em contas de empresas por ele controladas, para burlar os mecanismos de fiscalização das autoridades financeiras. Além de Fachin, o ministro Alexandre de Moraes, revisor da ação penal, também votou a favor da condenação.

Collor nunca foi santo, claro. Mas Fachin não é aquele mesmo ministro supremo responsável pelo ato final do malabarismo que permitiu a soltura e elegibilidade de Lula? A ação penal a que o ex-senador Collor responde é um desdobramento de uma das fases da Operação Lava Jato aberta em 2017, e aponta que Collor teria recebido propinas de R$ 30 milhões por influência política na ex-subsidiária da Petrobras. A Lava Jato voltou?! O que Gilmar Mendes pensa disso?

Gilmar, Gilmar… aquele que afirmou que o PT criou uma cleptocracia no país, mas que depois foi o grande arquiteto da volta do ladrão à cena do crime, como diria Alckmin. Primeiro com seu voto pela revogação da prisão em segunda instância, depois com a inestimável ajuda da VazaJato, que lhe permitiu chamar a República de Curitiba de quadrilha e germe do fascismo.

Mas voltando: a Lava Jato voltou! Depois da soltura de basicamente todos os condenados na operação, eis que Collor talvez seja preso. O que Collor fez de tão diferente do Lula ou do Cabral ou de tantos outros? Após trinta e oito milésimos de segundo de reflexão, eu encontrei a resposta: puxa, ele apoiou… Bolsonaro!

É como constatou Leandro Ruschel: “Vão condenar o Collor pelo ‘crime’ mais grave da sua vida: ter apoiado Bolsonaro”. Isso a turma do andar de cima não perdoa mesmo. Se o Collor ao menos tivesse apenas ficado só na velha e conhecida corrupção…

Por que falo dos três únicos crimes no Brasil de hoje? Vamos lá: apoiar Bolsonaro é o primeiro da lista, o mais grave de todos; o segundo é ter combatido a corrupção, como fez Deltan; e o terceiro e último é contar piadas de minorias. Fica a dica do Oiluiz para evitar esse último risco: “Leo Lins, aí vai uma sugestão para o seu próximo show: em vez de fazer piada, fale a sério que os deficientes têm desequilíbrio de parafuso. Aí não tem problema”.

Todos são livres para discordar de mim, mas tomei uma decisão que não traz de volta nem minha liberdade de expressão, nem minha conta bancária, mas certamente evita estresse extra: não levo o Brasil a sério. Quem leva está fadado a sofrer muita, mas muita decepção. Eu encaro a coisa toda como um grande circo, uma enorme piada, ainda que bem sem graça.

Duvida? Então tá: Cabral blogueiro de saúde, traficante recebe helicóptero de volta da polícia, Lula presidente, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes ministros de Corte constitucional; enquanto isso, o ex-assessor do ex-presidente depondo por cartão de vacina adulterado, Deltan com mandato cassado, jornalistas sérios censurados e com passaporte cancelado, e Collor com chance de ser preso por corrupção, mas só o Collor, ninguém mais! Boa sorte ao levar esse troço a sério…

RODRIGO CONSTANTINO

PRIMEIRO PEGARAM O ALLAN DOS SANTOS…

“Quando os nazistas pegaram os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista. Quando eles prenderam os social-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata. Quando eles pegaram os sindicalistas, eu não protestei; eu não era um sindicalista. Quando eles levaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu. Quando eles vieram me buscar, não havia mais ninguém para protestar”.

Martin Niemöller foi um pastor luterano e essa sua mensagem ecoa até hoje, para nos alertar sobre os perigos da covardia quando os tiranos começam seu avanço. Fui um dos que lembraram desse risco desde o começo, alertando que não se tratava do que você pensava sobre os primeiros alvos do sistema podre e carcomido: ou você defende princípios, ou será cúmplice de uma ditadura só porque, no início, seus alvos eram desafetos seus.

Podemos, então, atualizar a fala: primeiro pegaram o Allan dos Santos e fecharam seu Terça Livre, mas como eu não era fã do trabalho do jornalista, ignorei. Depois partiram para cima do deputado Daniel Silveira, por conta de um vídeo considerado “flagrante perpétuo”. Sim, ele tinha imunidade parlamentar e não existe crime de opinião no Brasil, mas como achei sua fala muito radical, preferi me calar. Em seguida, cancelaram passaportes de jornalistas como Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino (este que vos fala), além de censurar suas redes sociais e congelar suas contas bancárias. Mas como eles são de “extrema direita”, achei melhor ficar quieto. Aí vieram atrás do Deltan Dallagnol…

Como disse o editorial da Gazeta: “Apoiando-se em termos no condicional e exercícios de pura adivinhação, o relator Benedito Gonçalves atropelou a lógica e a verdade dos fatos para cassar Dallagnol, já que o ex-procurador não se encaixava nos critérios de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa”.

A votação dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), na noite desta terça (16), durou menos de 1 minuto e não teve qualquer debate ou contestação. A decisão foi proferida por unanimidade entre os seis magistrados, que seguiram o voto do relator do caso, Benedito Gonçalves. Aquele mesmo do “missão dada é missão cumprida”, dito ao pé do ouvido do ministro Alexandre de Moraes em sua posse no TSE.

Sim, todos que se calaram quando partiram para cima de Allan dos Santos e Daniel Silveira são culpados. Nós avisamos! Não vão parar no Deltan, claro, e os covardes isentões têm responsabilidade pelo caos instalado. Jamais o sistema podre e carcomido teria avançado tanto sem tantos cúmplices. Eis como as democracias morrem.

“To tranquilo, de boa, pois não fiz nada errado e confio na Justiça”. Esse tipo de pensamento, ainda predominante, é digno de pena pelo grau de ingenuidade. Tem gente que ainda não se deu conta do que aconteceu com o Brasil. Eles venceram. “Perdeu, mané”, lembram? Repitam comigo: são comunistas. E comunistas jamais param em sua sede por poder e vingança por conta de princípios republicanos. Vão perseguir todos os opositores. Todo regime comunista fez isso. Chega de autoengano, turma…

Eu tinha mais respeito pelos “julgamentos jacobinos” durante a Revolução Francesa. Era uma farsa também, em nome do povo. Mas como era durante uma “revolução”, uma guerra declarada, não tentavam dar esse verniz todo de legitimidade institucional.

Ladrão bate carteira; tirano congela conta bancária na canetada. Bandido comum coloca fita na boca para calar a vítima; ditador resolve banir o sujeito de todas as redes sociais, censurar cada mensagem sua, bani-lo da praça pública. Trombadinha leva o telefone; regime opressor cassa mandato de deputado eleito por mais de 300 mil cidadãos, sem qualquer critério. Tenho mais respeito pelos marginais comuns.

É como disse Ana Paula Henkel: “O TRE-PR liberou a candidatura de Deltan Dallagnol. Ele se candidatou e se elegeu com 344 mil votos, assumindo como o deputado mais votado do Paraná. Dallagnol não é mais candidato – só a Câmara poderia cassar seu mandato. Arthur Lira, o senhor vai aceitar mais essa interferência?” Pergunta retórica, infelizmente. Sabemos que a dupla Lira & Pacheco representa, na melhor das hipóteses, os pusilânimes.

O que vou escrever agora, à guisa de conclusão deste texto, vai incomodar muita gente, mas meu compromisso será sempre com a verdade, e minhas análises serão sempre sinceras: quem puder, saia do Brasil. Resistência a tiranias se faz de fora, pois dentro será todo mundo perseguido e calado. É hora de ser realista, não de iludir o povo falando em Parlamento ou sei lá o que mais. Deltan e Moro acreditaram na Justiça, chegaram a elogiar ministros supremos! Será que agora caiu a ficha?

A democracia brasileira já morreu faz tempo. O primeiro tiro foi lá atrás, quando resolveram destruir um jornalista que estava incomodando. Mas ele era um “blogueiro bolsonarista”, então tudo bem…

RODRIGO CONSTANTINO

PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL CRESCEM 43% EM ABRIL

Em abril, foram registrados 93 pedidos de recuperação judicial no Brasil. Em comparação com o mesmo mês de 2022 houve um aumento de 43,1%, de acordo com o Indicador de Recuperação Judicial e Falências da Serasa Experian. As micro e pequenas empresas lideraram as requisições, com 64 pedidos, em seguida estavam os médios negócios (18) e os grandes (11). No no mesmo mês do ano anterior, os MPEs tinham 35 solicitações, seguidos pelas companhias de porte médio (19) e grande (11).

A análise também revelou que o setor de “Serviços” foi o que mais demandou por recuperação judicial, mostrando aumento na comparação anual. “Comércio” ficou em segundo lugar e, em sequência, estavam “Indústria” e o setor Primário.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o cenário de inadimplência das empresas brasileiras está diretamente ligado ao aumento desse índice. “O constante crescimento da lista de companhias negativadas mostra que a instabilidade econômica ainda é um desafio para os empreendedores. Dessa forma, abalados financeiramente, é inevitável que muitos acabem recorrendo aos processos de recuperação judicial para tentar renegociar e evitar a falência, ainda que alguns acabem tomando esse fim de qualquer modo”.

Os pedidos de falência registraram alta em abril deste ano, crescendo de 81 para 91 na comparação anual (abril/22 x abril/23), uma expansão de 12,3%. Também neste quadro foram as empresas de micro e pequeno porte que tiveram destaque, com 51 solicitações. Em relação aos segmentos, o de “Comércio” foi o mais afetado, com 31 pedidos.

Muita gente “fez o L” acreditando em chuva de picanha, mas a realidade começa a se apresentar de forma um tanto diferente. As constantes declarações estapafúrdias do presidente Lula, sua equipe medíocre com uma ideologia ultrapassada, a agenda perdulária, os ataques ao agronegócio, a insegurança jurídica promovida pelo ativismo judicial e pelo apoio do governo aos invasores do MST, a retórica petista contra a independência do Banco Central, tudo isso tem contribuído para uma situação econômica instável.

Nada disso, porém, era imprevisível ou tem sido inesperado. Era, ao contrário, exatamente o que sinalizava o PT. Quem “fez o L” para “salvar a democracia”, votando num presidente que bajula os piores ditadores do mundo, como seu companheiro Maduro na Venezuela, cujo regime tirânico é responsável até por estupros e espancamentos de alvos políticos, acabou condenando nossa economia. Quem paga o pato são os mais pobres, que dependem do avanço do empreendedorismo para sobreviver.