Em muitos comentários que faço no facebook, falo da falta de propostas da esquerda após a eleição de Bolsonaro. Enquanto o governo buscou soluções através dos ministérios da Economia, Justiça e Segurança Pública e Infraestrutura, a esquerda se debruçou intensamente contra qualquer pauta, chegando a ser considerado motivo de orgulho esse posicionamento como numa recente comemoração feita por Marília Arraes ao ter obtido 24 pontos, de 25 possíveis, numa avaliação dos deputados que se colocaram contra os interesses do povo. Para ela, obter essa nota foi importante porque ficar contra os interesses do povo significa votar contra tudo, inclusive de bom, que foi apresentado pelo governo Bolsonaro.
A esquerda fincou o pé no “fora Bolsonaro” e esta semana li uma entrevista de Cristovam Buarque dizendo, ainda bem, algo que digo desde o resultado da eleição em 2018: a pauta da esquerda é violar a Constituição e exigir o impeachment do presidente apenas porque o poste de Lula não foi eleito. Buscam qualquer motivo assustados pelo fato de que se este governo acertar, nunca mais a esquerda terá espaço nesse país, por diversos motivos, dentre os quais o que eles fizeram foi algo inesquecível, merecedor de um Oscar, para aproveitar o momento. Nunca se roubou tanto nesse país. Não tem como esquecer isso.
O debate, de baixo nível, não afeta somente a questão politica. Na verdade, o interesse em desestabilizar o governo vem da Economia. Primeiro, vamos assustar o povo divulgando os protestos no Chile e no Peru como algo decorrente de não ter sido eleito um presidente de esquerda. Vamos botar esse clima de instabilidade nas nossas fronteiras e vamos incentivar a revolta pra que o presidente seja afastado. Essa é a meta principal, as metas subsequentes depois se vê como faz, com a ajuda do judiciário.
Para justificar como a Economia tem papel preponderante trago dois casos: Carter tentava a reeleição contra Ronald Reagan. No primeiro mandato do seu governo a inflação nos Estados Unidos atingiu dois dígitos. No último debate entre eles, nas considerações Reagan disse algo assim: “vocês estão satisfeitos com o governo dele? Votem nele. Se não estão, votem em mim”. Os americanos não estavam satisfeitos com a inflação e Carter perdeu a eleição. Na reeleição de Clinton, com todas as críticas sobre o comportamento dele, quando enunciado a vitória e um repórter perguntou qual o motivo do sucesso e um assessor respondeu “é a economia”. Então, o aspecto econômico é, decisivamente, quem dá votos, quem elege e quem mantem no poder qualquer governante. Lula, por exemplo, teve ameaça de impeachment nas suas ventas quando estourou o mensalão. Fui salvo, num grande acordo envolvendo todos os partidos, o judiciário, etc. porque a economia estava indo bem e seu vice, José de Alencar, não tinha o apelo político nem a simpatia internacional.
Então, é através da Economia que a esquerda tenta desmoralizar o governo. Agora, a forma como isso é feito é lamentável. Mentiras, projeções catastróficas sem respaldo de fontes dignas e vai por ai. Bobagens e opiniões contrárias apenas para não reconhecer que o ministro Paulo Guedes tem colocado à mesa propostas reais para o Brasil. Ao longo do ano, foram gerados 1 milhão de empregos, muito pouco em relação aos 13 milhões de desempregados paridos pela política de Dilma Rousseff, mas isso é visto como uma incapacidade do governo em resolver um problema que a esquerda criou e com isso, essa massa de economistas que não fazem analisam dados sem isenção passa a creditar ao governo tudo de ruim que aconteceu no Brasil, inclusive esse nível de desemprego.
A coisa beira o ridículo a ponto de Márcio Pochamann ter atribuído ao governo atual a culpa pela redução na quantidade de clientes das operadoras de TV paga. Isso é a expressão da incompetência no seu maior grau. Em 2017, pesquisando dados sobre o efeito da TV paga no esporte, vi um relatório da SKY, salvo engano, que alertava sobre a chegada de novas formas de mídias, como a Netflix, e sobre a insatisfação do consumidor com os pacotes que são negociados. O cliente assina um pacote com 100 canais e dentre eles tem canal de clima, rural, religioso, enfim, uma série que o cara não quer, mas paga porque o pacote é inflexível. O produto é ruim e por isso há evasão. Então, as outras opções são mais baratas e em Economia há um conceito que é ensinado na disciplina de Introdução à Economia que trata de bens substitutos: quando o preço de um sobe, a demanda pelo outro, aumenta. Aumente o preço de manteiga que a demanda por margarina cresce.
Particularmente, como economista, eu vejo o movimento do Brasil no caminho do crescimento econômico. A projeção para 2020 é 2,5%, mas a inflação de 4,31%, de 2019, acima das projeções, pode ser um complicador, porque a taxa de juros está muito baixa e isso é um incentivo ao aumento do consumo, que pressiona preços. Mas, o fato é que quando mais eu penso na politica de Guedes, mais me convenço de que o Brasil encontrou uma proposta econômica inovadora, ousada e permanente. Por uma simples razão: qual governo seria capaz de desfazer o que o mercado aprovou? Imagine a chance que terá um candidato se propor estatizar as empresas que foram privatizadas. Vamos ficar nesse exemplo para dar uma dimensão de que não há mais volta para o Brasil. Ou engrena nessa direção ou trava.
Externo uma preocupação que falei recentemente: qual a chance que um economista, que não seja de esquerda, tem para publicar artigos que critique a política dos governos de esquerda ou que exalte política de Paulo Guedes? Eu, particularmente, vejo muita gente de esquerda em editoriais de periódicos e duvido que eles aceitem um texto meu, por mais embasado que seja. Quem me conhece sabe da minha isenção econômica. Quando está eu digo, quando está ruim digo do mesmo jeito. Uso matemática para argumentar minhas ideias. Então, eu pergunto: Márcio Pochamann avaliaria sem isenção um artigo meu analisado os relatórios gerencias da Odebrecht entre 2002 e 2017? Pouco provável.
Usar o conhecimento para incutir o medo em que está, intelectualmente, num nível abaixo do seu, é a forma mais abjeta de ocultar a própria incompetência.