PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

INCÓGNITA – Luiz Guimarães Júnior

Eu vejo-a sempre no final do dia,
Quando os purpúreos flocos do ocidente
Vão descorando harmoniosamente,
Aos gemedores sons da Ave Maria.

Sua estatura de altivez sombria
Passa na vaga luz do sol poente,
Como o fantasma, a sombra penitente
Da antiga Musa solitária e fria.

Direis ao vê-la que uma aguda pena,
Que um martírio satânico e profundo
Morde-lhe as fibras d’alma e as envenena;

E ela percorre as festas deste mundo
Com a santa palidez de Madalena,
E com o olhar do Cristo moribundo.

DEU NO X

COMENTÁRIO DO LEITOR

FURO DO EDITOR

Comentário sobre a postagem ZILDA CARLONI – PALHOÇA-SC

Getulio Ferreira:

Ilustre Berto, aqui vai uma critica:

Tu sempre coloca uma foto da cidade dos seus leitores que te escrevem, e desta vez esquecestes.

Não colocou uma foto de Palhoça SC.

Na minha humilde opinião uma das cidades litorâneas mais belas deste nosso pais.

* * *

Este Editor pede desculpas.

E remedia o seu furo com uma tripla homenagem:

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

A ESTACA CHORONA

A estaca transformada em “ mourão” quando ainda era viva

Existem centenas de milhares de pessoas que são completamente diferentes das outras. Eu, provavelmente, sou uma dessas pessoas. Não tenho nada contra aqueles que “amam os animais”, ainda que esse amor não seja verdadeiro e a alegria apareça apenas na hora da fotografia. Entendo isso como hipocrisia, e, nessa altura do campeonato não vejo motivos para mudar o meu comportamento.

Maltrato os animais? Não. Apenas não os quero na minha cama, na minha rede, na minha mesa. Mas, sinceramente, nada tenho contra quem manda fazer uma cadeirinha para o cão comer sentado na hora do almoço – entendo como “mesa da refeição” como algo sagrado, tipo a Santa Ceia – ou manda colocar um berço para o danisco dormir o sono da tranquilidade no mesmo aposento. Sei de pessoas (homens e mulheres) que usam os animais para perpetrar o sexo doentio.

Agora, uma árvore, se ela for cortada, sou até capaz de mandar rezar uma missa de sétimo dia, de trinta dias, e de um ano. Árvore não dá apenas sombra. Os frutos e o trabalho que, junto com a Natureza, faz por nós.

Imbuia secular foi derrubada e ninguém protestou. Nem a Greta!

Não vejo e não quero traçar paralelos de animais e árvores. São diferentes e certamente são úteis, mas de formas diferenciadas.

Já escrevi aqui, antes, o motivo da minha rejeição ao cão e ao gato. Estou vivendo um segundo casamento, a construção de uma segunda família. Sou divorciado legalmente da primeira esposa. Minha primeira mulher ainda hoje sofre por conta da “toxoplasmose” adquirida pelo convívio próximo com animais (gatos, principalmente). Esse problema nos levou à perda de quatro filhos, um após outro, gravidez após gravidez. Foi, também, o motivo principal da separação.

Juazeiro – além da sombra e dos frutos, tudo pode ser usado pela medicina em favor do homem

E as árvores?

Se estiver no local adequado, se receber o tratamento adequado, uma árvore jamais causará algum problema ao ser humano. Só benefícios.

Na minha casa mantenho vasos com plantas. Prefiro aquelas que “ajudam em alguma coisa”. Cultivo cebolinha, coentro, pimenta de cheiro, pimenta malagueta, pimenta murici, quiabo e plantas decorativas.

Tenho aquário, onde crio peixes. Crio canários belgas, cujos cânticos me deixam alegre. Tenho respeito pelos canários, pelos peixes e pelas plantas. O mesmo respeito que tenho por qualquer ser humano.

Assunto dessa crônica é a árvore. Cortado de forma inadequada para uso indevido, um velho ipê teve o seu desenvolvido tronco utilizado como “mourão”, uma estaca mais grossa e mais segura para garantir a sustentação e o peso do arame na construção de uma cerca.

A cerca protegia a fazenda de Seu Ribamar, um fazendeiro e conhecido pecuarista das Queimadas. Pagou caro pela construção da cerca, mas ficou famoso mundo à fora, não pela riqueza ou pela quantidade do gado que produzia metade da riqueza do lugar.

Ribamar ficou famoso por ser “proprietário” da estaca que chorava e criou raízes depois de cortada. Não tinha folhas mas continuava produzindo resina – e isso, para os moradores locais, nada mais era que lágrimas. Lágrimas da estaca que chorava.

DEU NO X

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

OS BRASILEIROS: Burle Marx

Roberto Burle Marx nasceu em São Paulo, em 4/8/1909. Artista plástico, pintor, designer, arquiteto, tapeceiro, e um dos paisagistas mais renomados do mundo. Filho da recifense Cecília Burle e de Wilhelm Marx, judeu alemão, parente de Karl Marx. Aos 4 anos, a família se mudou para o Rio de Janeiro e logo que os negócios (exportação e importação de couros) do pai prosperaram, foram morar num casarão do Leme, onde ele, aos 8 anos, começou a cultivar mudas de plantas e iniciar sua própria coleção.

Em 1928, teve um problema nos olhos e a família foi procurar tratamento na Alemanha, onde permaneceram até 1929. Lá entrou em contato com as vanguardas artísticas e conheceu o Jardim Botânico de Dahlen. Lá encontrou a vegetação brasileira numa estufa e ficou encantado com a beleza das plantas tropicais. Gostou, também, da pintura, com as visitas que fez às exposições de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Van Gogh e passou a estudar pintura no ateliê de Degner Klem. De volta ao Brasil, seu amigo e vizinho Lucio Costa incentivou-o a entrar na Escola Nacional de Belas Artes. Aí fez amizade com alguns nomes que se destacariam na moderna arquitetura brasileira: Oscar Niemayer, Hélio Uchoa, Milton Ribeiro etc. Seu primeiro projeto paisagístico se deu em 1932, a pedido de Lúcio Costa, para o jardim da família Schwartz. O primeiro projeto público se deu em 1934, no Recife, projetando 5 praças, todas tombadas pelo IPHAN. Foi designado Diretor de Parques e Jardins do famoso DAU-Departamento de Arquitetura e Urbanismo, da Prefeitura do Recife e trabalhou com Joaquim Cardoso, que viria a ser calculista de Oscar Niemayer.

Neste cargo projetou diversos logradouros, fazendo uso intensivo da vegetação nativa. Em 1935, projetou a Praça Euclides da Cunha, que ficou conhecida como “Cactário Madalena”, devido a ornamentação com plantas da caatinga e do sertão. A partir daí passou a imprimir um caráter de brasilidade ao seu trabalho, livrando-se da influência europeia, com predomínio das azaleias, camélias, magnólias e nogueiras. Para isso contava com o apoio de Luiz Nunes, Diretor do DAU e Atilio Correa Lima, gestor do Plano Urbanístico da cidade, e de simpatizantes como Gilberto Freyre, Cícero Dias e Joaquim Cardoso. O projeto do primeiro Parque Ecológico do Recife ficou a seu cargo. Até hoje é celebrada anualmente no Recife a “Semana Burle Marx”, em agosto. Em 1937 retornou ao Rio de Janeiro e foi convidado para projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (na época Ministério da Educação e da Saúde). Idealizou um terraço-jardim que é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Com vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim apresentava uma configuração inédita no país e no mundo.

Por essa época tomou aulas de pintura com Cândido Portinari, de quem se tornaria assistente, e Mario de Andrade, no Instituo de Arte da Universidade do Distrito Federal. No final da década de 1930 sua obra paisagística já estava perfeitamente integrada à arquitetura moderna, uma tendência mundial. Assim, passou a integrar o grupo de arquitetos adeptos da escola alemã Bauhaus, influenciados pela corrente francesa liderada por Le Corbusier. Trata-se de um estilo humanista e integrador de todas as artes. Em 1949 adquiriu o Sitio Santo Antônio da Bica, em Campo Grande (RJ), com 365.000 m², e passou a viajar pelo Brasil, junto com botânicos, em busca de plantas tropicais. O objetivo foi coletar e catalogar exemplares para reproduzir, no sitio, a diversidade fitogeográfica brasileira.

Seu papel na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres. A partir daí, passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo. Como é, também, pintor, as plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa. Daí em diante sua parceria em trabalhos com Oscar Niemayer e Lúcio Costa toma impulso. Como arquiteto, inclui em seus parques e jardins elementos arquitetônicos como colunas e arcadas, encontrados em demolições; utiliza ainda mosaicos e painéis de azulejos, recuperando a tradição portuguesa.

A partir da década de 1950, passou a utilizar em seus trabalhos uma ordenação mais geometrizante, como ocorreu na Praça da Independência (João Pessoa), no Parque do Flamengo (RJ) ou Parque Ibirapuera (SP). Em 61 anos de carreira, assinou mais de dois mil projetos em todo o mundo e recebeu inúmeras honrarias. Mas a homenagem que mais apreciou foi ver seu nome designando uma espécie de planta tropical: a Calathea Burle Marxii”, conhecida popularmente como “Calatea Burle Marx” ou “Maranta de Burle Marx”. Foi contratado para projetar parques públicos em diversas cidades: Parque Generalíssimo Francisco de Miranda (Caracas, 1950); Jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil (Rio de Janeiro, 1953); Jardim do Aeroporto da Pampulha (Belo Horizonte, 1953); Balneário Municipal de Águas de Lindóia (SP, 1954); Paisagismo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1955); Paisagismo da Praça da Cidadania da Universidade Federal de Santa Catarina (1960); Paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília (1961); Paisagismo do Aterro do Flamengo (1968); Paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, USA, 1970); Paisagismo do Palácio Karnak (Teresina, 1970); Paisagismo do aterro da Bahia Sul em Florianópolis (1971) etc.

Tais atividades não o afastaram da pintura, e desde a década de 1930 participou de 74 exposições individuais, 71 coletivas e 22 póstumas. Seu traço revela influências de Pablo Picasso e dos muralistas mexicanos. Nos retratos, aproxima-se de Candido Portinari e Di Cavalcanti. Segundo os críticos de arte, a partir de década de 1950 “a tendência para a abstração consolida-se e a paleta muda, passando a incluir muitas nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. Em suas telas o trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passou a realizar composições geométricas em acrílico, os contornos são desenhados com a cor, as telas adquirem um aspecto fluído, flexível e ganham leveza. Dedicou-se mais à pintura com a mudança para o sítio Santo Antônio da Bica (RJ), em 1972 e passou a cultivar 3.500 espécies de plantas de todo o mundo, criando um verdadeiro “Éden Tropical”.

Em 1985, o sítio Santo Antônio da Bica foi doado ao governo federal, passando a chamar-se Sitio Burle Marx, mantido pelo IPHAN e aberto a visitação pública. Trata-se de num valioso patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico, além de uma escola para jardineiros e botânicos. Além disso, é mantido em São Paulo, desde 1994, o Parque Burle Marx, no bairro do Morumbi, com 168.000 m² e administrado pela Fundação Aron Birmann em parceria com a Prefeitura da cidade. Em 1982, recebeu o título Doutor honoris causa da Academia Real de Belas Artes de Haia, e do Royal College of Art, em Londres. Sua obra pode ser contemplada nos diversos livros publicados sobre suas contribuições ao paisagismo e nos livros de sua autoria: Arte e paisagem: conferências escolhidas. São Paulo: Nobel, 1987 e Arte e paisagem: a estética de Burle Marx. São Paulo: MAC/USP, 1997. Alguns livros sobre sua vida e obra: I Giardini tropical di Burle Marx (1964), de Pietro Maria Bardi; Roberto Burle Marx: Il giardino del novecento (1992), de G. Giulio Rizzo; Nos jardins de Burle Marx (1994), de Jacques Leehardt; Arte e paisagem: Roberto Burle Marx (2004), de José Tabacow Faleceu em 4/6/1994.

DEU NO X

FASCISTA AMOSTRADO

* * *

Estes fascistas, estes reacionários, estes adoradores do verde-amarelo, estes retrógrados apoiadores de Bolsonaro são muito exibidos.

Quem tem que pagar salário extra pros funcionários, pros trabalhadores, pro operariado e pro campesinato são as democracias comuno-petista-populares, como Cuba e Coréia do Norte.

O fubânico lulo-zisquerdista Fanático Furioso precisa se manifestar sobre este absurdo.

E os partidos zisquerdistas deveriam promover um movimento e botar o povo nas ruas, para impedir que Luciano Hang pague salário extra pros seus funcionários.

Que coisa absurda!!!

Com a palavra PSOL, PT e PCdoB.

É imperioso cortar a cabeça desse empresário reacionário com uma foice e, em seguida, espatifá-la com um martelo.

DEU NO X

PENINHA - DICA MUSICAL