Vossuncê já desceu no aeroporto de Baltimore, no estado americano de Maryland, e foi alugar um carro? Se não, e pretende ir, prepare-se para enfrentar um dos piores serviços de atendimento aos passageiros que chegam àquele aeroporto. Os ônibus (gratuitos) têm uma frequência digna de terceiro mundo. Às vezes chegam 3 deles juntos e às vezes demoram meia hora para aparecer. Diferentemente da maioria dos outros aeroportos americanos onde cada locadora tem seus próprios “shuttles” para levarem seus clientes até a garagem dos veículos alugados, em Baltimore apenas um ônibus faz esse trajeto, sendo todas as locadoras concentradas em um único local longe do aeroporto – algo como uns 5 quilômetros da saída do aeroporto.
Em um belo dia do ano de 2015 que já se perdeu nas brumas do tempo, quando voltava eu de meus afazeres profissionais em uma fábrica da região, tinha acabado de devolver o carro alugado e estava esperando o ônibus para regressar ao aeroporto. Na mesma situação, um grupo de 8 homens e uma jovem e linda mulher – aliás, a juventude concede naturalmente uma beleza à maioria das mulheres, exceção feita a algumas deputadas esquisitas do nosso Brasil. Distintíssima, perfumosa e elegante, a beldade posava como uma deusa junto a um magote de machos que a observavam gulosamente com recônditos desejos. Dir-se-ia (eita língua a nossa!) que suas curvas deveriam ter sido desenhadas pelas próprias mãos do Criador.
Chegou o ônibus. Todos entraram pela porta da frente, menos ela. Claro, uma musa de tão elevada extração não se dignaria a entrar junto com os simples, feios e mal cheirosos mortais. Entrou sozinha pela porta do meio.
Sua altivez e nariz empinado não permitiram que nenhum dos marmanjos praticasse o cavalheiresco gesto de tomar sua mala e colocá-la no bagageiro, a uns 40 centímetros acima do piso do veículo. Ela mesma resolveu fazê-lo.
Acontece bem acontecido é que a divina musa não teve força suficiente nos braços para levantar sua mala. Para isso, contou com a ajuda de sua formosíssima perna para levantar o pesado objeto, e…
Não deu muito certo.
¿Que pasó, señor Sancho Panza?
O que se assucedeu bem assucedido é que um até então ignorado acúmulo de gases, provenientes da digestão de hamburger com bacon, ovo e coca-cola, se viu comprimido pelo brusco gesto de levantar a perna, conseguiu vencer a resistência natural imposta pelo esfíncter anal e ganhou estrepitosamente os ares circundantes, anunciando a imediata contaminação do ambiente por agressivos odores de mercaptanas.
Não sei de quem tive mais dó: se da queda do status de divindade a uma reles mortal ou dos que tiveram suas glândulas olfativas violentadas pela sacudida mistura de perfume francês com peido americano.