Segundo o mais bem informado jornalista da MPB, José Teles, no seu site TELESTOQUES, a cantora americana Tina Turner faturava 3,7 milhões de dólares por ano de direitos autorais, Elza Soares, que tinha tanto talento quando a cantora americana, precisou trabalhar até o final da vida para não morrer de fome. As leis dos direitos autorais do Brasil são uma porcaria e o legislativo não legisla para regulamentá-la. Uma lástima.
Tina Turner (1939-2023)
“Entre os muitos roteiros criados para aumentar a audiência em cima da morte de Tina Turner, um deles foi compará-la a Elza Soares. Com exceção de ambas serem grandes cantoras e negras não há similaridades entre elas, e muito mais diferenças. A maior delas tem a ver com direitos autorais.
Elza Soares (1930-2022)
Enquanto Elza Soares até o final da vida viu-se obrigada a fazer shows para ganhar o sustento, já que não se debate a sério no Brasil o tema da remuneração do artista por seus discos, músicas que tocam no rádio, TV, bares, restaurantes etc, e nas plataformas de música para stream. Estas pagam uma ninharia.
Enquanto isso, Tina Turner, que abandonou os palcos e estúdios em 2009, segundo a Billboard, faturava 3,7 milhões de dólares por ano com os direitos de sua obra (R$18,5 milhões de reais). Claro, a americana foi uma estrela internacional da música, tocou, e toca, no mundo inteiro. Enquanto Elza Soares atuou basicamente no Brasil, com passagens pela Itália, durante o conturbado relacionamento com Garrincha.
Mesmo assim, pela quantidade de canções que gravou, pela extensão de sua discografia, a brasileira, se tivesse regras justas de pagamentos de direitos no país, deveria ter vivido os últimos anos financeiramente tranquila, sem necessidade de viajar debilitada para poder pagar as contas.”
Dói na alma da gente tomar conhecimento dessa situação. O Brasil não é um país sério porque os políticos não deixam.
Elza Soares – Mulher do Fim do Mundo (Clipe Oficial)
Após a fama do cabaré se espalhar por toda Região da Zona da Mata Sul e Norte de Carpina (PE), quase toda semana chegava uma “cutruvia” no cabaré, média de dezesseis a vinte anos, vinda das redondezas. E Maria Bago Mole acolhia a todas, nem que fosse por uma semana ou duas até encontrar um pretendente que se engraçasse dela e juntos fossem morar. Não era de sua índole abandonar quem estava necessitada, mas não dava para acolher todas.
Certo dia chegou ao Cabaré Carminha de Zefa, uma morenona pedaço de mau caminho, pernas grossas, nariz afilado, cabelos pretos e longos, filha de índia com negra ex escrava. A famosa cafetina logo viu “futuro” na donzela e a escondeu antes que um Zé Qualquer passasse os olhos naquele monumento e ousasse comê-la, sem a cafetina mostrá-la a um coronel endinheirado que não dava mais no couro, nem que fizesse uso dos chás de ervas milagrosas da época, oferecidos pelos propagandistas de porta em porta.
(Há que se registrar aqui uma curiosidade: todas as meninas do cabaré antipatizaram com a chegada da “intrusa” por ser muito bonita e nova e logo a apelidaram de “cutruvia”, mesmo sem saber o significado da palavra. Teve de haver a intervenção da cafetina para que a harmonia reinasse na casa e ninguém se visse como rival: o sucesso não tolera querelas internas. A união é que faz a força, produz riqueza e todas ganham – dizia ela às meninas.)
O pai de Carminha de Zefa, Seu Zequinha, era um homem tosco, rude, e, por não aceitar que a filha fosse “deflorada” por um Zé Qualquer a expulsou de casa contra a vontade da mãe, Dona Zefinha, que, além de confiar na filha em não ter cedido às tentações do pretendente, jurava no altar que a filha era cabaço ainda.
À noite chegou ao cabaré o coronel Amâncio, um dos coronéis mais ricos e influentes da Zona da Mata Sul de Carpina (PE), depois de Seu Bitônio Coelho, bem-querer de Maria Bago Mole. Entrou pela porta dos fundos por sugestão da cafetina e ficou escondido no quarto especial que as meninas do cabaré haviam preparado a mando da “patroa” para os dois.
Antes que o coronel Bitônio Coelho chegasse ao cabaré como havia prometido, Maria Bago Mole preparou a morena para ficar a noite inteira com o coronel Amâncio, mas antes lhe passou algumas instruções de como lidar com um homem já oitentão: tire-lhe as roupas devagar, peça por peça, deite-o na cama, passe-lhe óleo de peroba nos trololós dele, amolegue-lhe bem os cachos, cheire-os, beije-os, rodopie-os e, caso não obtenha êxito, tire sua roupa toda na frente dele, dance, se esfregue nele para ele se sentir no paraíso e, depois, se nada acontecer, diga-lhe que quer morar com ele na fazenda para transformar as noitadas dele numa festa de harmonia e prazer eterno. Golpe de misericórdia!
O coronel Amâncio ficou tão lisonjeado com o pedido de casamento da morena que, mal o dia raiou, foi logo se trocando, mandou a cafetina preparar a carruagem que ele havia deixado com os cavalos, pagou-lhe todas as despesas do cabaré e ainda compensou a cafetina por ter-lhe arranjado aquele “presente” dos deuses. Grana gorda!
Depois que o coronal Amâncio deixou o cabaré, Seu Bitônio Coelho se despediu da amada, Maria Mago Mole e se mandou também no seu alazão branco. Ela reuniu as “meninas” no salão, verificou se não havia mais freguês nos quartos, e discursou, olhando nos olhos de cada uma:
– Vocês têm de aprender a engolir cobras e sapos. Vocês têm de ver o que é melhor para vocês. Onde existir possibilidade de lucrar não pode haver rivalidade, mas troca de experiência, aprendizado, porque é dessa forma que ganhamos todas. E deu a cada menina uns réis que o coronel Amâncio a havia entregue pelo presente ofertado.
Naquele dia a festa no cabaré foi entre as meninas e a cafetina.
Uma homenagem a todos nós, patriotas, democráticos, nesses tempos estranhos para a NAÇÃO.
Long And Wasted Years – Canção de Bob Dylan
Bob Dylan – aos 80 anos – enigmático e misterioso, mas genial
É o mesmo para você como é para mim It’s the same for you as it is for me Eu não vejo minha família há vinte anos I ain’t seen my family in twenty years
Isso não é fácil de entender, eles podem estar mortos agora That ain’t easy to understand, they may be dead by now
Eu os perdi de vista depois que eles perderam suas terras I lost track of ‘em after they lost their land Agite-se, baby, Gire e Grite Shake it up baby, twist and shout
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Meu Bom José – Georges Moustaki / Nara Leão (adaptação) Canta a eterna Rita Lee
“A morte é a única verdade.”
Casar com Débora ou com Sara Meu Bom José, você podia E nada disso acontecia Mas você foi amar Maria Você podia simplesmente Ser carpinteiro e trabalhar Sem nunca ter que se exilar Nem se esconder com Maria
A teoria de Thomas Malthus diz que a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética, havendo um descompasso entre elas. A teoria malthusiana versa sobre o crescimento populacional acelerado e a produção de alimentos desproporcional.
Malthus foi o economista inglês que elaborou a teoria econômica que afirmava que a população iria crescer tanto que seria impossível produzir alimentos suficientes para alimentar o grande número de pessoas no planeta. Dentre suas obras, a principal foi o “Princípio da População,” onde ele expõe suas magnânimas ideias que provam que ele nunca errou.
Para Malthus, o mundo poderia sim ter doenças, guerras, epidemias… Ele também propôs uma política de controle de natalidade para que houvesse um equilíbrio entre produção de alimentos e população, mas ignorou a América do Sul, onde pobres e favelados se multiplicam feito ratos com estímulos de ditadores esquerdopatas.
A partir da segunda metade do século XX, principalmente na década de 60, houve uma explosão demográfica, esse crescimento populacional deu início novamente aos estudos das ideias de Malthus, mas com uma adaptação concernente às do aprofundamento da teoria do economista, com condições históricas, ficou denominada de teoria neomalthusiana, essa teoria atenta-se para o crescimento populacional decorrente dos países subdesenvolvidos, tal crescimento provocaria a escassez dos recursos naturais, além do agravamento da pobreza e do desemprego.
Você pode desprezar a realidade, mas não vai fugir das conseqüências de desprezar a realidade.
No Nordeste, que segue a seita dos nove dedos, nascem crianças a troco de caixa sem se importar com o alerta de Thomas Malthus. É uma Região fértil de seres imbecis e idiotas, que vão dominar o planeta por ser maioria, como diria o dramaturgo Nelson Rodrigues.
Quem vai salvar o mundo da fome é o MST com sua produção alimentar orgânica.
Sempre atento ao que há de melhor na batida do forró pé de serra, sem cair nos guichês musicais “sertanejistas,” o cantor e compositor caruaruense Petrúcio Amorim lança um novo CD que resgata o forró tradicional. Elogiado pelo atento crítico musical paraibano-recifense José Teles, que não deixa passar despercebido no seu site TELESTOQUES, o que há de melhor lançado no cenário musical junino. Sem ter lançamento de forró pé de serra raiz de qualidade de outros forrozeiros na área, presente está o grande crítico dando o devido valor ao compositor de ‘Tareco e Mariola’ por seu novo trabalho, “Nada Levarei.”
“Tem disco de forró na área. O EP Nada Levarei (Polydisc) lançado por Petrúcio Amorim, no final de abril, nas plataformas de stream. São quatro composições novas e uma regravação de Parte da Minha Vida, um xote romântico de bastante sucesso. Flávio José participa da faixa final, Minhas Rosas. Uma boa notícia, mas uma exceção entre os primeiros nomes do forró. A predominância de sertanejos, axé, piseiros, bandas de fuleiragem e afins, nos principais arraiais do Nordeste, desestimula disco novo. Se ao menos tocasse no rádio como em outras épocas, mas programas dedicados ao forró contam-se nos dedos.
O contraste entre a música deste EP com a dos gêneros e subgêneros que dominam o mercado e os festejos juninos é abismal. Embora quatro das cinco faixas sejam de xote romântico, sem o cotidiano, ou lúdico, muito presente na música de Luiz Gonzaga, todas destoam do que cantam os artistas que atraem multidões aos palcos destinados às atrações nacionais, nas grandes festas juninas do Nordeste. E isto fica patente nos cuidados com os arranjos, timbres, e sonoridades distintas em cada faixa de Nada Levarei. Aliás, a faixa título é séria candidata e se tornar mais um clássico do gênero.
Ouvindo-o, dá até pra entender porque o forró autêntico, gonzagueano, a cada ano fica mais relegado aos palcos menores e periféricos. De gosto embotado por muitos, e muitos anos, de música descartável, fast food sonoro, o público tem dificuldade de assimilar um xote bem servido, seu corpo está condicionado a se deixar levar pela batida, sem se importar com melodia ou letra.
O EP de Petrúcio Amorim leva a uma reflexão sobre o futuro do forró chamado pé-de-serra, para diferencia-lo das bandas surgidas no Ceará, tocando lambadas estilizadas, assumindo o modelo da Kaoma, grupo multinacional criado na França, por dois empresários. Enquanto as bandas se recriaram, adotando os estilos híbridos dos sertanejos, e em renovação constante, o pé-de-serra alimenta-se das criações, ou interpretações de, entre outros, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Xico Bizerra, Flávio Leandro, Beto Hortiz, Cezzinha, Waldonys, Santanna, Flávio José, Alcymar Monteiro, Irah Caldeira, Nádia Maia.
Uma geração que, em sua maioria, está na casa dos 60 anos, e não desfruta da mídia dos concorrentes, não se aproximou do público jovem, o que tem mais pique de encarar a zoeira dos palcos badalados, para o qual forró é Xande Avião, Wesley Safadão e afins. Vão assistir a Alceu Valença, porque o filho mais dileto de São Bento do Uma é dono de um extenso rosário de sucessos, conhecido por gente de todas as idades, e praticamente o único artista pernambucano que toca no som dos bares do Recife, em que predominam música sertaneja.
A maior parte do público da geração forrozeira, do pé-de-serra, que entrou em cena dos anos 90 está na sua mesma faixa etária. Como renovar o público. se poucos se apresentam no palco principal dos festejos? Uma equação difícil de ser resolvida.”
Carruagem semelhante à que Maria Bago Mole viajava
Chegada de uma viagem cansativa feita à região de Palmares na carruagem puxada por dois cavalos mangas-largas comprados por Seu Amado, o coronel Bitônio Coelho e dados de presente no dia do seu aniversário para executar “serviços” extras, a cafetina mais famosa do Cabaré da Zona da Mata Sul de Carpina (PE), do início do Século XX, trouxe consigo sete “meninas leite ainda” expulsas de casa pelos pais, após chantagem de namorados canalhas, difamando-as nos sítios das redondezas não serem elas mais cabaço.
A cafetina apeia os cavalos no pátio do bordel, desativa a carruagem, ordena as “meninas” que adentrem no cabaré e fiquem esperando por ela no seu aposento, toma conhecimento, por meio de duas veteranas que o comissário de polícia de araque da esquina do beco do urubu, Juvêncio Oião, teria chegado ao cabaré logo cedo com uns homens de sua laia, dispostos a fazer uma farra e obrigou as “meninas” da cafetina a prepararem o ambiente num cantinho reservado do bordel para realizar a “festa” porque, do contrário, “as coisas iriam ficar feia para o lado de Bago Mole,” de quem ele não escondia o ódio por ela “tê-lo preterido pelo coronel Bitônio Coelho.”
Disse Juvêncio Oião às “meninas veteranas” no pátio do cabaré, antes de se retirar com seus “policiais” a cavalo:
– Diga a sua “patroa”, assim que ela chegar de viagem, que prepare um lugar decente para nós dentro do cabaré, a altura da minha alteza, porque senão a cobra vai fumar e saguins vão beber água na caneca da onça.
Maria Bago Mole ouviu atenta o relato das meninas sobre a ameaça do comissário Juvêncio Oião. Não disse nada. Mandou as meninas se recolherem e continuar a fazer o que faziam sempre: trabalhar. Não comunicou nada a Seu Amado, Bitônio Coelho, já que ele teria lá seus problemas nas fazendas para administrar. Se as coisas ficassem pretas aí sim ela teria de acioná-lo e os capangas para darem um freio de arrumação nos ímpetos do comissário.
Quando o sol se pôs, Maria Bago Mole, com as meninas, já teriam posto a casa em ordem para receber os fregueses, inclusive Juvêncio Oião e sua “comitiva.” “No meu cabaré cabe todo mundo. Ele existe para isso.” Dizia ela às meninas quando fazia as “preleções” internas sobre algumas mudanças necessárias no salão do cabaré. Após organizar tudo, ela se recolheu ao aposento, pegou seu CO2 Remington 1875 – presente do amado – pôs no bolso extra do vestido e ficou aguardando o valentão, passeando pelos cantos da “casa” dum lado pra outro, fumando seu charuto “dannemann.”
Às dez horas em ponto, com o cabaré já fervilhando de homens ávidos por diversão e carne mijada, o comissário Juvêncio Oião e sua comitiva aportaram no cabaré e quando percebeu que sua ordem não fora cumprida pela cafetina, sacou do revólver que trazia na cintura e deu dois tiros para cima, assustando os fregueses no saloon, braveando no pátio do cabaré que ia haver “fogueira queimando naquela noite” caso sua ordem não fosse cumprida.
Sentindo o perigo rondando o cabaré porque conhecia o ódio do comissário a Bitônio Coelho, preocupada com a imagem da “casa” e a proteção dos fregueses, Maria Bago Mole mandou avisar às pressas a seu amado do perigo à vista, se escondeu num local estratégico do aposento com seu CO2 Remington 1875 em punho e muita bala num caixote, até seu amado chegar, e disse não à provocação do comissário Juvêncio Oião, que ficou uma fera pelo desaforo da cafetina, mas receoso duma carnificina com a chegada do coronel Bitônio Coelho galopando seu alazão branco, protegido por dez capangas cada um mais mal encarados do que o outro e armados de Winchester-1885.
Animal agressivo vai para eutanásia – refletiu Oião, recuou, e bateu em retirada do local com seus “puliciais.”
Dois vigaristas dão um golpe em um capanga e embolsam uma grana alta. Mas isto não fica assim, pois o chefe da quadrilha decide se vingar. Porém, quando um deles foge e entra em contato com um ex-parceiro, ambos decidem aplicar no criminoso um tremendo conto do vigário.
Um dos grandes clássicos dos anos setenta e um dos melhores roteiros já escrito. Filme indicado a dez óscares, sendo agraciado com sete: melhor filme, melhor direção, melhor ator, (Robert Redford), melhor roteiro original, melhor montagem, melhor figurino, melhor direção de arte e melhor trilha sonora.
Há que se destacar a trilha que é simplesmente perfeita e o roteiro que é impecável, seus atos são de uma qualidade absurda. Temos um elenco só de monstros sagrados do cinema como Robert Redford, Paul Newman e Robert Shaw, ou seja, três lendas. Golpe de Mestre é um filme de um ano cheio de grandes filmes que fica difícil mensurar qual foi o melhor.
É um filme atemporal e surpreendente que, apesar de ter uma trama intrincada é contada de forma leve e bem humorada. Enfim, é uma história de vigaristas feita unicamente para entreter sem qualquer pretensão de passar lição de moral no fim. Isso é um artigo raro no cinema.
Um pouco depois da primeira parceria do Paul Newman e do Robert Redford em (Butch Cassidy)-(1969) o diretor George Roy Hill escalou-os novamente na comédia inteligente Golpe de Mestre. Em quase todos os quesitos esse filme é melhor que o anterior da dupla, sem contar que há nele um nível de inteligência sem igual, fazendo-nos rir do que nós mesmos pensamos.
A direção do George Roy Hill é magistral, criando um clima perfeito de suspense policial com uma boa pitada de comédia pastelão. As atuações estão todas perfeitas, desde a dupla principal até a escalação coadjuvante. Mas o destaque de todo o filme é o roteiro, um dos mais inteligentes que já vi em filmes de comédia. A história central pode ser de difícil compreensão ao decorrer do filme, mas a cada parte entendemos o melhor.
Pode parecer que toda a comédia se esvaiu, mas há uma virada final que deixa qualquer um de boca aberta e dando risada dos seus próprios pensamentos. O restante da obra é igualmente bom, tratando da trilha-sonora, cenários, fotografia, edição, etc.
GOLPE DE MESTRE pode não ser um clássico do gênero, mas ele pode dar vários momentos de diversão, devido principalmente ao roteiro extremamente rocambolesco e inteligente.
The Sting Official Trailer #1 – Paul Newman, Robert Redford Movie (1973) HD
The Sting (3/10) Movie CLIP – A Game of Jacks (1973) HD – Cenas memoráveis
GOLPE DE MESTRE (1973) – SESSÃO #257 – MEU TIO OSCAR
Não se faz mais brega como antigamente. A criatividade na melodias e na letra deu lugar ao sentimentalismo piegas, ao namorico instantâneo, ao ficar, que o diga o crítico musical José Teles que, no seu site pessoal trás um artigo interessante sobre a diferença de interpretação entre a potiguar Idenilde de Araújo da Costa, Núbia Lafaiette, (1937-2007) e o bregadão recifense Ivanildo Marques da Silva, o Conde Só Brega, sucesso absoluto nos cabarés recifenses e metropolitanos, nos bailes interioranos e suburbanos.
“Ouço muito música brega, tosca, mal produzida, mal interpretada, a todo volume. Não em casa. De tosco pra mim já basta o mundo. O brega que ouço é tocado, o tempo todo, numa favela próxima ao meu prédio. Tocam uns bregueços curiosos. Uma cantora, que não sei quem é, canta um piseiro, sofrência, sertanejo, um troço desses, cuja primeira parte é igualzinha à melodia, complexa, de Fotografia, de Tom Jobim. E o povão gostando. Vá entender.
Aí entra o Conde, com “Se eu quiser fumar, eu fumo/se eu quiser beber, eu bebo” não sei como se chama a música, acho que Não tô Nem Aí. Os versos me levam à Núbia Lafayette, a potiguar Idenilde de Araújo Alves da Costa (1937/2007). Se cantasse MPB, Núbia Lafayette seria incluída entre as grandes vozes do país, mas seguia a linha que, no início dos anos 60, era rotulada de cafona. Seu principal fornecedor era o genial português Adelino Moreira, autor de inúmeros sucessos de Nelson Gonçalves e Ângela Maria. Tocou muito no rádio, vendeu muito LP, até a eclosão do rolo compressor chamado jovem guarda.
Voltou às paradas quando o “cafona” foi substituído por “brega”, termo que vem de xumbregar, que no Nordeste era falado “xambregar”, que deu em xamegar. Xambrega, foi abreviado pra brega, que virou sinônimo de cabaré, zona. A música que tocava no brega acabou denominada de “brega”. Origem provavelmente pernambucana (talvez alagoana ou paraibana, onde a expressão era comum).
Núbia Lafayette recuperou o sucesso, em 1972, contratada pela CBS, em que Raul Seixas era produtor, e Rossini Pinto um faz tudo, de executivo, produtor, a fornecedor de canções. De Raulzito gravou Jamais Estive Tão Segura de Mim Mesma, de Rossini Pinto, o bolero Casa e Comida, grande hit, e que deu nome ao álbum. Desse LP é Lama (Aylce Chaves/Paulo Marques), outra que foi às paradas, e virou clássico do gênero, e que abre com os versos: “Se quiser fumar, eu fumo/se quiser beber, eu bebo/não interessa a ninguém”.
A diferença entre o samba canção ‘Lama’ e a o brega do Conde é não apenas na bela melodia da primeira, como na roupagem de ambas. A do Conde é tosca, tanto, que parece até proposital, para causar. ‘Lama,’ tem a voz personalíssima de Núbia, e um arranjo requintado, de conjunto regional com orquestra, acho que do maestro Astor, que trabalhou durante anos na CBS.”
Em 1946, Andy Dufresne, um banqueiro jovem, inteligente e bem sucedido, tem a sua vida devastada, ao ser condenado à prisão perpétua por dois crimes que nunca cometeu: o homicídio de sua esposa e do amante dela. Ele é mandado à Penitenciária Estadual de Shawshank, no Maine, prisão que é o pesadelo de qualquer detendo. Lá ele irá cumprir a duas prisões perpétuas por cada crime cometido. Andy logo será apresentado a Warden Norton, o corrupto e cruel agente penitenciário, que usa a Bíblia como arma de controle e ao capitão Byron Hadley, que trata os internos como animais. Andy faz amizade com Ellis Boyd Redding – Red (Morgan Freemen), um prisioneiro que cumpre pena de 20 anos e controla o mercado negro dentro da instituição.
O cotidiano da prisão de Shawshank e as relações de seus presos são o mote para uma comovente e impactante história sobre o poder da esperança e da LIBERDADE no íntimo dos seres humanos.
Na produção em questão, o drama emerge da luta de um homem contra as prisões física e simbólica que se erguem ao seu redor e em seu interior.
Tudo começa com o conto ‘Rita Hayhorth e a Redenção de Shawshank’ publicado no livro ‘Quatro Estações.’ Na narrativa, o bem sucedido banqueiro Andy Dufresne (Tim Robbins) é condenado injustamente pelo assassinato da esposa e do amante dela e levado para a penitenciária de Shawshank, no Maine. Sua pena: a prisão perpétua em um lugar que é o pesadelo dos detentos. A rotina é terrível por conta da crueldade do diretor e dos guardas, mas também pode oferecer a amizade com Red (Morgan Freeman), preso que lidera um dos grupos da prisão e arranja clandestinamente objetos pedidos pelos colegas.
Os males do encarceramento são rapidamente identificados como obstáculos à plena liberdade de Andy Dufresne e dos demais. O isolamento em relação à sociedade, as punições severas representadas pelas penas longas ou pela prisão perpétua e o confinamento garantidos pelos muros, cercas e guardas já são suficientes para expressar a adversidade dos presos.
Porém, o filme vai além e também expõe o autoritarismo do diretor Warden (Bob Gunton), quando se apresenta aos novos detentos como um administrador apegado à disciplina e à sua própria compreensão da Bíblia, e a truculência do guarda Hadley (Clance Brown), quando espanca um recém-chegado até a morte por chorar à noite na cela. Personagens e espectadores não só se sentem intimidados, como também sentem a ameaça de Shawshank nas tomadas áreas do pátio e no enquadramento engrandecedor do local durante a chegada do protagonista.
Além das figuras de autoridade, os próprios residentes da penitenciária também representam algum tipo de ameaça. O costume dos presos mais antigos de provocar os novos eleva a situação de tensão já existente, como se percebe na sequência em que apostam quem seria o primeiro a ceder às pressões da primeira noite. Seguindo o mesmo sentido, a tradição de formar diferentes grupos que protegem seus membros e intimidam ou agridem os outros detentos é outra prática feita pelos condenados que desestabilizam o enclausuramento. Quem não se encaixa em algum dos grupos eventualmente passa por problemas sérios. É isso que acontece com Andy, inicialmente um solitário violentado pelo grupo dos homossexuais, até se aproximar de Red e fazer parte de seu grupo.
A prisão de Shawshank ainda afeta aqueles que cumprem sua pena em uma dimensão inconsciente e intimista. Um longo período aprisionado faz com que os homens vivenciem e naturalizem uma rotina que dá alguma regularidade, alguma certeza às suas vidas (mesmo que seja ruim e adversa): passam bastante tempo nas celas, tomam banho de sol, interagem com os outros presos, se alimentam nos salões nos salões de refeição e enfrentam as autoridades do lugar.
Estar muito tempo encarcerado e consolidar essa rotina como um hábito cria o que Red chama de preso “institucionalizado”, isto é, alguém que não sobreviveria fora da prisão por não conseguir se adaptar a um ambiente de liberdade. Brooks e Red, os presos mais antigos da penitenciária, sintetizam as sensações de um ex-preso que recupera a liberdade, mas não reconhece mais o mundo lá fora nem sabe como agir nele – daí, vem um vazio que os faz preferir a familiaridade que a prisão desperta.
É possível enfrentar o mal gerado pela penitenciária através da sociabilidade entre os criminosos. O sentimento de coletividade confere alguma força para lidar com a privação da liberdade ao ajudar no compartilhamento de experiências, além de humanizar os personagens: são brincadeiras e interações entre eles e que promovem a identificação junto ao público, apesar de serem homens condenados por crimes violentos.
Desse modo, a atuação de Morgan Freeman é fundamental para tornar Red uma forte base emocional da narrativa, sendo o sujeito extrovertido e astucioso que contrabandeia objetos para a prisão, desfruta de alguns privilégios e ainda estabelece uma rica amizade com Andy.
Andy é o oposto de Red: silencioso, cultíssimo, observador, taciturno, por vezes, frio e incompatível com a prisão onde está. Mas, à medida que sua personalidade e suas virtudes se revelam, surge outra possibilidade para enfrentar as pressões do encarceramento: a força interior do homem – é ela que faz o protagonista conquistar privilégios ao fazer o imposto de renda dos guardas e do diretor e organizar a biblioteca. É uma força tão marcante que o próprio homem explica ao amigo o porquê de ter tantas esperanças e Red em uma narração em off comenta como Andy sempre precisa ocupar sua cabeça com algo normal e corriqueiro. Tamanha complexidade não seria possível sem a performance contida e poderosa de Tim Robbins.
Jamais soando apelativo, “Um Sonho de Liberdade” é uma belíssima experiência cinematográfica sobre a luta do homem pela esperança e pela liberdade, mesmo em meio às injustiças e à opressão do sistema prisional. De tão poderoso que é, o filme não precisa utilizar elementos fantásticos, no sentido de sobrenatural, para ser chamado de fantástico. Ele é assim graças à excelência que carrega em sua humanidade.
Um sonho de liberdade – trailer legendado
UM SONHO DE LIBERDADE (The Shawshank Redemption, 1994) – Ocupe-se vivendo…
Estátua de Liêdo Maranhão, ícone da sexologia popular, jogada no chão
Erguida no Circuito da Poesia, Praça Dom Vital, em janeiro de 2017, localizado em frente ao Mercado São José, Recife Antigo, lugar preferido do escritor Liêdo Maranhão para colher suas observações populares, estátua simbolizando o grande pesquisador foi alvo de destruição por bárbaros.
Na época, o Monumento que homenageou o grande pesquisador, vilipendiado por vândalos, foi recolhido pela Empresa de Serviços e Limpeza Urbana (Emlurb) e passou por reparos. De acordo com o órgão o serviço de reparação foi feito e o grande sociólogo do povo, do sexo e da miséria, ou o homem é sacana, reina absoluto no mesmo local da Praça Dom Vital, observando a evolução do comportamento do povo, movido pelo sexo e a sacanagem.
Hoje no Recife existem mais de 16 estátuas espalhadas pelo centro da cidade, que compõem o Circuito da Poesia. Entre os homenageados, está o compositor Capiba, ícone do frevo, os cantores Chico Science, que fez a revolução manguebit, com o caranguejo no rock, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, cuja estátua já foi alvo de vandalismo, o escritor Ariano Suassuna, também alvo de vandalismo, e os poetas Manoel Bandeira e João Cabral de Melo Neto, ambos instalados à margem do Capibaribe, na Rua da Aurora, junto do Galo da Madrugada, que reina, majestoso, na cabeça da Ponte da Conde da Boa Vista.
Liêdo Maranhão (1925-2014), grande nome de cultura popular recifense, em frente ao Mercado de São José
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