
Arquivo da categoria: JESSIER QUIRINO – DE CUMPADE PRA CUMPADE
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

CAUSO DO DOCE DE LEITE DE CAROÇO
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

CONVERSANDO MIOLO-DE-POTE COM CHICO PEDROSA
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

CONVERSA DE MANICURE
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

O MATUTO E O CORONÉ (O LARANJA)
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

DIA DE PRAIA DO MATUTO
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

O DIZIDO DAS HORAS NO SERTÃO
Foto deste colunista
Para o sertanejo antigo
O ponteirar do relógio
De hora em hora a passar
Da escurecença da noite
A sol-nascença do dia
É dizido ao jeito deles
No mais puro boquejar.
Se diz até que os bicho:
Galo, nambu e jumento
Sabe às hora anunciar.
Uma hora da manhã:
Primeiro canto do galo.
Quando chega às duas horas:
Segundo galo a cantar.
As três se diz: madrugada
As quatro: madrugadinha
Ou o galo a miudar.
As cinco é o cagar dos pintos
Ou mesmo o quebrar da barra.
Quando é chegada às seis horas
Se diz: o sol já de fora
Cor de Crush foi-se embora
E tome dia clarear.
Sete horas da manhã
É uma braça de sol.
O sol alto é oito em ponto
O feijão tá quase pronto
E já borbulha o manguzá.
Sendo verão ou se chove
Ponteiro bateu as nove
É hora de almoçar.
As dez é almoço tarde
De quem vem do labutar.
Se o burro dá onze horas
Diz: quase mei dia em ponto
As doze é o sol a pino
Ou pino do meio dia
O suor desce de pia
Sertão quente de torar.
Daí pra frente o dizido
Ao invés de treze horas
Se diz: o pender do sol
Viração da tarde é duas
Quando é três, é tarde cedo.
As quatro, é de tardezinha
– Hora branda sem calor
O sol perde a cor de zinco…
Quando vai chegando as cinco:
Roda do sol a se pôr.
As seis é o-pôr-do-sol
Ou Hora da Ave Maria.
Dezenove ou sete horas
Se diz que é pelos cafus.
As oito, boca da noite.
Lá pras nove é noite tarde.
As dez é a hora velha
Ou a hora da visagem
É quando o povo vê alma
Nos escuros do lugar
É horona perigosa
Fantasmenta e assustosa
Do cabra se estupefar.
As onze é o frião da noite
É sertão velho a gelar.
Meia noite é MEIA NOITE
E acabou-se o versejar
Mais um dia foi-se embora
E assim é dizido as horas
Nesse velho linguajar.
Poema baseado nas “Horas sertanejas” de Câmara Cascudo
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

O CAUSO DE PÊDO E VIVELDA
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

LUIZ GONZAGA & SIVUCA: PARELHA DE LASCAR O CANO
Luiz Gonzaga e Sivuca, Rio de Janeiro – Copacabana 1954 – Foto: Acervo de familiares de Sivuca de Itabaiana – PB
DOBRADINHA QUE DEUS DÁ
Duas feira de mangaio
Dois Nordeste afuleimado
Duas sanfona dourada
Dois matuto atrapaiado
Duas sala de reboco
Dois fole a furinfunfá
Dois ponteiro arranca-toco
Dois São João num caçuá
Duas Virge nas altura
Dois manguzá nas fervura:
Dobradinha que Deus dá.
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE
