Quem acompanha os comentários das postagens do JBF já me conhece. Costumo dar meus pitacos com a alcunha de Ex-Microempresário, que é o que sou. Tendo recebido a generosa oferta do dono do pedaço para ter minha própria coluna, achei por bem começar me apresentando.
Sou formado em eletrônica e processamento de dados, e por obrigação profissional acompanhei o nascimento da internet no Brasil, em 1995. Logo descobri a infinita variedade de informação e de opiniões que ela comporta, e adquiri o hábito, quase vício, de vagar de site em site e de blog em blog (aliás o nome blog nem existia na época!) atrás de novidades. No início de 1996, deixei a área da informática para trabalhar com meu pai e minha irmã em um negócio da família, mas a ligação com a internet permaneceu.
Sempre fui tímido, e participava pouco dos debates. Certo dia, acompanhando uma conversa sobre política econômica, não resisti ao impulso de dar minha ideia, e assinei com o nome “Microempresário”, o que de certa forma explicava e embasava minha opinião. Gostei do nome e passei a usá-lo com regularidade.
Minha vida de empresário durou vinte anos, até que desavenças familiares somadas a um profundo desânimo com nossos governantes e com a forma como empreendedores são tratados neste país, me fizeram desistir. Em comum acordo com meus familiares, a empresa foi fechada, as instalações demolidas e o terreno vendido para uma construtora. E assim minha alcunha virou ex-microempresário.
Do que eu gosto? De aprender. Costumo dizer que para mim um dia feliz é o dia em que me deito à noite e, antes de dormir, me dou conta de que passei a saber algo que não sabia. Para citar uma amiga querida, uma pessoa que acha que não precisa aprender mais nada é alguém que já morreu e não sabe.
O que eu acho mais importante? A Liberdade. A liberdade é o que diferencia o ser humano dos demais animais, que só vivem de acordo com o que o instinto lhes dita. A força da humanidade depende da liberdade, ao permitir que cada pessoa seja única, com suas idéias, seus desejos, suas vontades, seus valores. Sempre fui admirador de todos que tem a coragem de pensar diferente da maioria, e sempre tive a certeza da necessidade de que pessoas tenham idéias diferentes umas das outras. Para citar de novo (faço citações uma atrás da outra, vão se acostumando), desta vez algo que li mas não sei quem escreveu: “Liberdade é liberdade. Não pode ser substituída por riqueza, conforto, paz, justiça ou consciência tranquila.”
Algo mais? Bem, para os curiosos, sou alto, gordo e tenho quatro graus de miopia. Estou com cinquenta e um anos, e casado há trinta e dois. Estudei em colégio Marista, o que não me impediu de ser ateu desde criancinha. Morei toda minha vida em Curitiba, onde nasci. E de hoje em diante, enquanto o dono do pedaço quiser, estarei aqui toda semana dando meus pitacos.
José de Assis Valente nasceu no dia 19 de março de 1911 no distrito de Bom Jardim, Santo Amaro, Bahia, município do Recôncavo baiano e encantou-se em 1958, tomando formicida com guaraná sentado no banco de Rua no Rio de Janeiro.
Ficou conhecido no meio artístico como Assis Valente, compositor genial, dono de uma versatilidade extraordinária para compor clássicos alcançáveis a toda classe social, desenhar e fazer escultura.
Tornou-se conhecido por compor diversos sucessos para Aracy Cortez, o Bando da Lua, Orlando Silva, Altamiro Carrilho, Aracy de Almeida, Carlos Galhardo e Carmen Miranda. Para esta compôs inúmeros sucessos e também nutria uma tesão e paixão arrebatadora. Na época, teve a canção “Brasil Pandeiro”, samba exaltação recusada pela Pequena Notável, o que lhe deixou triste, mas depois se tornou um imenso sucesso com os Anjos do Inferno, conjunto vocal instrumental brasileiro de samba e marchinhas de carnaval formado em 1934, e principalmente com os Novos Baianos, conjunto musical brasileiro, nascido na Bahia na época da Tropicália, atingindo seu auge entre os anos 1969 e 1979, por mesclar guitarra elétrica, baixo e bateria com cavaquinho, chocalho, pandeiro e agogô. Formado por Moraes Moreira, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor, Dadi e Luiz Galvão. Carmem Miranda veio a se arrepender depois por não ter gravado Brasil Pandeiro, que alcançou enorme sucesso na voz dos Novos Baianos, gravada no segundo Long Play do conjunto Acabou Chorare, de 1972.
Assis Valente era filho de José de Assis Valente e Maria Esteves Valente. Segundo relato da época, fora roubado dos pais ainda pequeno, sendo depois entregue a uma família de Santo Amaro que lhe deu educação, ao mesmo tempo em que o forçava a trabalhar, algo extenuante, semi escravidão para ele que não morria de amores pela profissão.
Quando tinha seis anos, houve nova mudança na vida, passando a ser criado por um casal de Alagoinhas, Georgina e Manoel Cana Brasil, dentista naquela cidade. Assis Valente realizava trabalhos domésticos a contragosto, mas com a mudança do casal para a capital baiana, logo conseguiu trabalho no Hospital Santa Izabel e, por suas habilidades, acabou sendo contratado pelo médico irmão de seu pai adotivo, que dirigia a Maternidade da Bahia. Ali demonstrou talento para as artes e foi matriculado pelos criadores no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, a fim de aprimorar-se no desenho e em escultura, dividindo seu tempo entre o trabalho e o estudo.
Por esta época, foi convidado por um padre para trabalhar num hospital católico na interiorana cidade de Senhor do Bonfim, mas ao declamar versos anticlericais do poeta Guerra Junqueiro, político e panfletário da escola nova, numa festa popular, foi demitido. Juntou-se, então, ao Circo Brasileiro, onde declamava versos de grandes poetas de improviso, que encantava a todos que estivessem presentes, admirados com seu talento precoce!
Em 1927 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se empregou como protético e conseguiu publicar alguns desenhos em magazines como Shimmy e Fon-Fon, revistas brasileiras fundadas no Rio de Janeiro no ano de 1907.
Em função de uma dívida cobrada por Elvira Pagã, atriz, cantora, compositora e vedete brasileira da época, Assis Valente tentou o suicídio pela primeira vez, cortando os pulsos. Elvira cantara alguns de seus sucessos junto com a irmã.
Casou-se, em 23 de dezembro de 1939, com Nadyli da Silva Santos. Em 1941, no dia 13 de maio, tentaria o suicídio mais uma vez, saltando do Corcovado – tentativa frustrada por haver a queda sido amortecida pelas árvores. Em 1942 nasce sua única filha, Nara Nadyli, depois se separa da esposa devido à vida pregressa que levava!
Em 1958, desesperado com as dívidas, Assis Valente foi ao escritório de direitos autorais, na esperança de conseguir dinheiro. Ali só conseguiu um calmante. Telefonou aos empregados, instruindo-os no caso de sua morte, e depois para dois amigos, comunicando sua decisão.
Sentado num banco de rua ingeriu formicida com guaraná, deixando no bolso um bilhete à polícia, onde pedia ao também compositor e amigo Ary Barroso que lhe pagasse dois alugueis em atraso. No bilhete, o último verso:
“Vou parar de escrever, pois estou chorando de saudade de todos, e de tudo.”
Seu trabalho foi um do mais profícuo na música. Conta-se que chegava a compor quase uma canção por dia, muitas delas vendidas a baixos preços para “comprositores” que então figuravam como autores.
Seu primeiro sucesso de 1932 foi Tem Francesa no Morro, cantado por Aracy Cortez.
Foi autor, também, de peças para o Teatro de Revista, como “Rei Momo na Guerra”, de 1943, em parceria com Freire Júnior.
Após sua morte, foi sendo esquecido, para ser finalmente redescoberto nos anos 1960, na voz de grandes intérpretes da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Novos Baianos, Elis Regina, Adriana Calcanhoto, dentre outros.
Em 2014 teve uma biografia digna lançada, a altura da sua genialidade, “ Quem samba tem alegria: A vida e o tempo de Assis Valente”, escrita pelo pesquisador baiano Gonçalo Junior, recheado de revelações sobre o grande compositor de “Boas Festas”, sem dúvida a mais perfeita tradução da farsa do velhinho do trenó.
Suas canções foram regravadas depois de sua morte alcançando enorme sucesso. Algumas composições suas trazem um conteúdo poético-gingado que buscam emocionar; outras trazem um teor mais reflexivo. Assis Valente tinha na alma a verve da mistura brasileira. A melancolia da sofrência. Exemplo: A composição “Boas Festas”. A letra tem uma ironia refinadíssima, típica de sua alma errática.
Já faz tempo que eu pedi Mas o meu Papai Noel não vem. Com certeza já morreu Ou então felicidade É brinquedo que não tem.
Elas já não cuidam de nós e permitem as maiores atrocidades. Suas varinhas mágicas, escondidas sob suas roupas agora pretas, parecendo togas, não produzem mais efeitos. Os sapatinhos de cristal, quebraram-se todos nos degraus das escadas dos palácios suntuosos. Procurou-se, em vão, sapateiros para consertá-los, mas sapateiros já não há nas cercanias do reino encantado e os súditos, desesperançados, andam descalços, pisam pedras. Os guardas sumiram nas carruagens sem placas, bêbados e em alta velocidade: ao que parece, eles não estão interessados em moralizar o trânsito. Os que outrora se intitulavam príncipes mofam nas masmorras mais sombrias. Outros estão por ir fazer-lhes companhia. De nada adiantou procurar as fadas no calabouço, ao lado do pomar das melancias verde-rosa, onde imaginei estivessem escondidas: tinham todas saído para rebolar suas bundas num show de Anita. É triste saber dos desmandos todos, mas mais triste ainda é saber dos ladrões de tatuagens. Já faz pra mais de um ano que sumiram com as da princesa. Descobriram os ladrões. Falta descobrir quem mandou roubá-las. Eles podem quase tudo, mas não poderão roubar a coragem e o amor tatuados no coração dela.
(… Homenagem a MARIELLE, tão reverenciada por tantos, com justiça, e a menina BEATRIZ MOTA, assassinada no colégio de Petrolina, e que poucos lembram sequer o seu nome.)
Toda a série FORROBOXOTE, Livros e Discos, disponível para compra no site Forroboxote. Entregas para todo o Brasil.
Sobre a polêmica que foi levantada se houve ou não tortura no regime militar, esta foto tira todas as dúvidas.
Houve tortura sim!
Lula foi obrigado a fumar dentro de camburão!!!
Isto é pior do que o pau de arara.
Coisa horrorosa!!!
R. Caro leitor, esta foto que você nos mandou, do agente Barba sendo barbaramente torturado num camburão no carro do DOPS, me lembrou um vídeo gravado pelo colunista fubânico José Nêumanne, grande jornalista brasileiro.
Nêumanne é bacharelado e doutorado em Lula.
Tem PhD na especialidade Barba e é autor do livro “O que sei de Lula“
Veja este vídeo que ele gravou em outubro passado, no auge da campanha presidencial.
This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Strictly Necessary Cookies
Strictly Necessary Cookie should be enabled at all times so that we can save your preferences for cookie settings.
If you disable this cookie, we will not be able to save your preferences. This means that every time you visit this website you will need to enable or disable cookies again.