DEU NO X

DEU NO X

J.R. GUZZO

AÉCIO SAI DAS SOMBRAS E EMBARCA NO BONDE DA VACINA

Desde que foi pego em flagrante tentando extorquir dinheiro de um grande empresário do ramo de carnes, o ex-candidato à Presidência e atual deputado Aécio Neves (PSDB-MG) tomou talvez a decisão mais acertada da sua vida: não abriu mais a boca, nem mesmo para apresentar um pedido de desculpas, um só que fosse, aos 51 milhões de eleitores brasileiros que votaram nele nas eleições de 2014. Tratou de se enfurnar silenciosamente na Câmara de Deputados, protegeu-se das denúncias com o “foro privilegiado” que impede qualquer parlamentar brasileiro de responder a processo penal na Justiça e sumiu do mapa.

Deveria ter continuado assim. Ninguém estava sentindo a sua falta, nem se lembrava mais da história. Mas pelo jeito não aguentou. Acaba de informar aos jornalistas que acompanham a vida política de Brasília que protocolou um projeto de lei para punir quem não quiser tomar vacina contra a Covid-19.

A vacina nem existe (o governador de São Paulo anunciou a compra maciça de uma substância patenteada na China e processada num instituto de pesquisas de São Paulo; não há nada além disso), mas Aécio já quer punir quem não tomar. Ou seja: o acusado de extorsão quer castigar quem não é acusado de cometer crime nenhum, salvo ter uma opinião diferente da sua numa questão médica em relação à qual Aécio sabe exatamente três vezes zero.

O homem sentiu no ar o cheiro de proveito político que muitos dos seus companheiros de atividade já sentiram. É vírus? Então a gente quer fechar escola, usar máscara, passar gel, suspender licitação, proibir isso, obrigar aquilo. Quem sabe rende voto? Por via das dúvidas, vamos embarcar nesse bonde. As penas que Aécio recomenda para quem não tomar vacina são uma piada – as mesmas previstas na lei eleitoral para quem não vota e que merecem, por parte da população, o respeito que se conhece.

O deputado e ex-candidato nos lembrou que “sem vida” não pode haver “opiniões”, e “muito menos direitos”. Interessante, isso. O que a vacina que não existe tem a ver com a “vida”? Em compensação, ficou claro que não é o vírus que incomoda Aécio hoje em dia. São as “opiniões” e os “direitos”.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

EDNA COSTA – RECIFE-PE

Bom dia, Berto!

Hoje é sexta-feira!

E pra começar o fim de semana com muita alegria vou partilhar com vocês esse vídeo tão carinhoso que recebi do meu querido amigo Petrucio Amorim, esse grande artista da música e da poesia pernambucana brasileira.

Obrigada meu amigo.

Juntos na luta pela cultura.

R. Isso mesmo, Edna: juntos pela cultura.

Nesta gazeta escrota tem cultura pra todos os gostos e paladares.

Use e abuse deste espaço aberto e democrático pra fazer sua campanha, querida candidata.

Aqui cabe de tudo, desde reacionários direitistas até comunistas do PCdoB assim feito você.

Sucesso na sua campanha!

Espero que você seja eleita e, logo após tomar posse, se lembre deste jornaleco safado e arranje uma verbinha municipal pra eu poder pagar os salários atrasados de Chupicleide, nossa secretária de redação.

E, já que você nos mandou este vídeo de Petrúcio Amorim em apoio a sua candidatura, vou aproveitar pra embelezar a nossa sexta-feira com uma apresentação deste querido artista pernambucano no programa do Rolando Boldrin.

Neste vídeo, Petrúcio interpreta de sua autoria a composição “Tareco e Mariola”.

A PALAVRA DO EDITOR

A PALAVRA DO EDITOR

PIROU DE VEZ

Dirceu faz o país desconfiar que andou tendo aulas de economia com a mestra Dilma Rousseff

“Os fatos desmentem o fervor messiânico no neoliberalismo, que perde força no mundo. Há um novo consenso mundial sobre o papel do Estado e do investimento público e, agora, a Europa e os próprios Estados Unidos estão trilhando esse caminho. Sem pôr um fim na atual estrutura tributária e ao cartel bancário, o Brasil continuará à margem do crescimento com bem-estar social”.

José Dirceu, ministro da Casa Civil do governo Lula, sugerindo que a Europa e os Estados Unidos estão trabalhando para implementar o socialismo de Cuba ou da Venezuela, dois exemplos incontestáveis de fracasso econômico e social.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

A PALAVRA DO EDITOR

CHACAIS E HIENAS FAREJAM FRAQUEZA, PRESIDENTE!

O governo federal publicou um decreto na terça-feira que permitia ao Ministério da Economia realizar estudos para inclusão de unidades básicas de saúde (UBS) do Sistema Único de Saúde (SUS) dentro do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI). O ato, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foi interpretado por uma minoria barulhenta como o pontapé inicial de uma tentativa de privatização do SUS.

Diante da polêmica, Bolsonaro decidiu revogar o decreto. A formalização do recuo foi publicada nesta quarta-feira (28), em edição especial do Diário Oficial da União. O presidente anunciou a revogação do decreto em postagem no Facebook, mas defendeu a proposta:

Na publicação, ele se referiu ao caso como “o SUS e sua falsa privatização”. Por que, então, recuou? Pode até ser que o momento do decreto não tenha sido o mais adequado, mas a gritaria da esquerda foi ridícula, bastante exagerada e oportunista, e o governo cedeu.

Chacais e hienas costumam farejar fraqueza a quilômetros de distância. Se Bolsonaro ceder toda vez que essa turma espalhar barulho oportunista pelas redes sociais, quem vai governar de fato será a esquerda derrotada nas urnas. Eis um típico exemplo de como os radicais ficaram assanhados:

O pobre enfrenta problemas no SUS todos os dias, falta leito, cirurgias são marcadas, quando são, para meses à frente. E eis que a patota que só frequenta os mais caros hospitais particulares resolveu fazer campanha pela “proteção do SUS”?! Que piada! Até Anitta, a “cientista política”, deu uma lacrada:

Leandro Narloch acertou ao chamar isso de ideologia do sadismo:

A esquerda é só estética, discurso vazio, retórica, imagem. Ela “ama a Humanidade”; só não liga muito é para o próximo mesmo, especialmente se for pobre…

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

RÔMULO SIMÕES ANGÉLICA – SANTA MARIA DE BELÉM DO GRÃO PARÁ

Prezado Berto,

Que momento tão agradável, o de ontem.

Tenho me divertido como nunca.

Agradeço, mais uma vez, pela oportunidade para essa “palestra” sobre a China.

Como essa viagem me marcou muito, com as estórias que contei, é que sempre gosto de repeti-las.

Mas estava preocupado que a plateia não gostasse.

E no final, acho que agradou.

Aproveito para enviar o link do vídeo que eu falei durante a apresentação.

Ele é de maio deste ano, ou seja, ainda no início da pandemia, mas é um dos melhores que já recebi explicando como se dá a “criação” de vírus nos mercados chineses. Vale a pena assistir. 

Muito obrigado amigo.

Apenas uma reparação, sobre o “tom irônico” da apresentação:

Não lembro quando acessei o JBF pela primeira vez, em algum momento entre 2011 ou 2012, talvez. E foi graças a um comentário no extinto blog do Ricardo Setti.

De lá para cá…. um vício incontrolável!

E desde a primeira vez, o que ficou marcado para mim, nos textos do Luiz Berto, na sua redação impecável, foi a sua veia irônica e sarcástica, no trato, principalmente, da política e das canalhices do dia a dia de banânia.

Meu caríssimo, veja o que aconteceu: “peguei” a sua ironia !!!

A culpa é sua !!!

Um grande abraço a você e a toda essa maravilhosa comunidade fubânica.

R. Êita peste!

Ganhei o dia e fiquei ancho demais com essa sua apreciação sobre este Editor inxirido.

Meu caro, sua palestra de ontem foi excelente. Você é um cabra arretado!

Você diz na sua mensagem que “acha que agradou”.

Pois fique certo que agradou mesmo.

Agradou foi muito!!!

A conversa, o debate e a troca de ideias depois de sua exposição também foram ótimas.

Até eu me soltei e falei besteira que só a peste!!!

Agora, só tá faltando a gente convencer os fubânicos desligados, desleixados e preguiçosos pra não deixarem de participar de modo algum deste encontro semanal.

Um encontro que relaxa, diverte e une mais ainda a nossa patota.

Quinta-feira que vem, dia 5 de novembro, vai ter mais.

Abaixo, o flagrante de um momento de ontem.

E, logo após, o vídeo que você utilizou na sua apresentação.

CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

O MELHOR TIME DO MUNDO

Lembrando os 80 anos de Pelé

Lalá – Getúlio- Ramiro – Zito e Mourão
Dorval – Afonsinho – Jair da Rosa Pinto – Pelé e Pepe

Nezito Mourão é um amigo de infância, colega no Colégio Diocesano em Maceió, anos 50. Estudioso, dos primeiros da turma, Nezito desde cedo jogava um vigoroso futebol, até nas peladas da praia da Avenida. Ainda jovem foi convidado a jogar pelo CRB, beque durão, nenhum atacante passava. Eu tinha maior orgulho em ver nos jornais fotografias de meu amigo Mourão junto a Pelé e Coutinho no maior time de futebol do mundo, de todos os tempos, o Santos anos 60 – 61- 62.

Depois do Santos, Mourão jogou num time do Recife. Certa vez a torcida adversária pegou no pé do Negão, xingando, gritando, “é esse!” incentivando ao adversário dar cacetada no Negão. Num lance infeliz Mourão caiu, foi vaiado pela torcida adversária. Cabeça quente, ele levantou-se, segurou no calção, balançou os quibas para torcida. Era um jogo televisionado, Mourão teve que se explicar na Delegacia.

Quando eu morava no Recife encontrava-me com meu amigo, em vez em quando. Certa noite fomos com tomar uma cerveja na Boate Flamboyant, no centro da cidade na galeria do Edifício Walfrido Antunes, onde encontramos mais amigos.

Sentamos, pedimos “cuba-libre”, ouvindo um bonita cantora arrasar com músicas de sucesso. Ela atendeu nossos pedidos, “Felicidade”, “Apelo”, “Chega de Saudade.” No intervalo a cantora aceitou o convite, sentou-se à nossa mesa. Estávamos numa conversa agradável, a moça era simpática e risonha, para Mourão, famoso. Em certo momento, o proprietário da boate, bêbado achegou-se à nossa mesa, falou alto com a cantora, mandou levantar-se e esperá-lo na cozinha. Ele tinha um caso com a moça e pensava ser proprietário também da bonita artista. Estava com ciúme ou com despeito, coisa de corno, tentava tirar a moça bonita de nossa descontraída e bem humorada conversa. O Bêbado insistente segurou-a pelo braço. Mourão, como um cavalheiro, levantou-se e falou educadamente para o cidadão.

– “Meu senhor, a moça está em nossa companhia, ela só sai daqui se quiser, seja quem for o senhor.”

O dono da boate voltou para o balcão. A moça nos pediu desculpas foi conversar com seu patrão. De repente, o garçom trouxe a conta pedindo para que nós pagássemos e que nos retirássemos da boate por ordem do dono, ameaçando chamar a polícia. Como éramos inocentes, não saímos, ficamos esperando a polícia chegar. Depois de quase meia hora de espera pagamos a conta, nos retiramos.

Ao sairmos da galeria, parou um jipe com quatro policiais civis, armados. Entraram na galeria. Para evitarmos confusão, nos dispersamos, cada qual tomou destino diferente. No momento que parei um táxi mais adiante, o jipe freou junto a, descerem quatro homens armados gritando que eu estava preso. Conhecendo esse tipo de policial, pedi calma, falei que era tenente do Exército, que não houve perturbação na boate, tinha que ser ouvido antes de me prenderem. Um policial foi taxativo:

– Tenente pôrra nenhuma! Vai preso agora, seu merda! Suba!

Como detesto apanhar, subi no jipe antes que levasse uma cacetada. Na Secretaria de Segurança, belo prédio à margem do Capibaribe, desci do jipe escoltado. O Delegado mandou calar-me quando tentei esclarecer. Só fui ouvido depois de uma hora de espera. Ao me identificar como tenente do Exército, servindo na 2ª Cia. de Guardas, tropa de elite do IV Exército, o delegado pediu desculpas, chamou os investigadores de imbecis.

Na hora de minha prisão, Mourão assistiu ao longe. Correu a 2ª Cia de Guardas, na Avenida Visconde de Suassuna, contou sobre a minha prisão pela polícia civil. No momento que o delegado se desculpava, ouviu-se um barulho na Secretaria, uma patrulha do Exército, meus soldados que estavam no quartel foram dispostos a me soltar.

Eu fui bombeiro, evitei uma possível briga. Agradeci o apoio dos amigos, mandei a patrulha se recolher. Os soldados estavam inconformados em ver seu comandante preso. Há pouco tempo um investigador havia matado um soldado da 2ª Companhia de Guardas, os ânimos estavam quentes por uma vingança. Se eu não segurasse os soldados as consequências seriam inimagináveis.

No dia seguinte deu em manchete num jornal: “Tenente Carlos LIma do Exército, acompanhado do jogador Mourão fazem arruaça em uma boate e são presos”. O pacífico Mourão hoje vive aposentado com uma pousada na Rua do Aragão, centro do Recife, cheio de recordações do seu tempo quando era um jogador caceteiro e fez parte do incrível time Santos, anos 60, o melhor time do mundo, inigualável.