JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

VACINA, SIM. OBRIGATÓRIA, NÃO

Oscar Coutinho provocou, “Medicina é mais difícil que Direito”. Respondi: “A diferença é que o erro do advogado fica no processo. E, o do médico, se enterra junto com o paciente”. Isso para dizer que não vou falar da vacina, propriamente. Assunto para grandes médicos, como ele. Mas se deve, ou não, ser obrigatória. Problema dos advogados.

Para começar, vacinas, em adultos, não são obrigatórias em nenhum dos 193 países da ONU. Até a OPAS é contra, entendendo ser suficiente metade da população. Em poucos países da Comunidade Europeia, como França e Itália, assim se dá só para proteger crianças contra pneumonia ou doenças contagiosas. Nos Estados Unidos, os Centers for Disease Control and Prevention estão sendo pressionados para que algumas sejam aplicadas em crianças nas escolas. Apesar desse consenso, o Presidente do Supremo afirmou (em 23/10) “ser necessário que o Judiciário decida sobre a vacinação”. Trazendo a brasa para sua sardinha. Mais um erro, no horizonte da converter cada um de nossos 11 Supremos em donos do país. Quando, em nenhum lugar do planeta, o judiciário está decidindo isso. Trata-se, não pode haver dúvida, de atribuição do Executivo. E do Legislativo. Por exemplo, na Europa, certos países (como Portugal) têm até leis que simplesmente proíbem essa obrigatoriedade.

O culpado, nesse debate bizarro, é o Presidente Bolsonaro. Tivesse dito que a vacina deveria ser obrigatória e a Grande Mídia, na mesma hora, estaria contra. Diria ser uma atitude autoritária. De Ditador. E defenderia, ardentemente, sua não obrigatoriedade. Como se fosse um embate da liberdade contra o totalitarismo. Só que a posição dele, num espasmo raro de sensatez, é de não ser obrigatória. E os grandes jornais passam a defender que seja. Como autômatos. Capazes só de fazer oposição. E, nessa tarefa, tudo vale. Um deles fez graça, “Bolsonaro acha que vacina obrigatória é só para seu cachorro Faísca”. Pouco, para quem defendeu sua morte como solução para todos os problemas do Brasil.

No meu caso, antecipo que não tomarei. Porque já tive. O laboratório Genomika/Einstein atestou que sou “IgC reagente” e “IgM não reagente” para a Covid19. A partir daí, não posso mais ser contaminado. Nem contaminar ninguém. Já tendo, meu corpo, a proteção ao vírus que decorreria da tal vacina, é como se já fosse vacinado. Não sou ameaça para os outros. E tenho direito de não correr os riscos, assim considero, que uma vacina como essa representa para quem não é jovem. Como já decidiu o próprio Supremo, no HC 71.373/96, ao reafirmar o “princípio da intangibilidade do corpo humano”. Traduzindo, ninguém pode enfiar agulha, no braço de ninguém, sem consentimento do próprio. Não tomarei, ponto. Se o Supremo assim determinar, posso até ser preso. Fiquem à vontade. Preso eu, enquanto André do Rap está solto. Em resumo, amigo leitor, posição mais sensata é mesmo desejar que a grande maioria dos brasileiros aceitem a vacina. Com respeito àqueles que não devam, por razões médicas. Ou não queiram, por razões íntimas. Democracia é isso.

DEU NO X

MARCELO BERTOLUCI - DANDO PITACOS

PRIVATIZAÇÃO

Aconteceu de novo. Alguém do governo mexe no que não devia, talvez achando que “ninguém vai perceber”, a oposição percebe, faz uma gritaria com “Bolsonaro vai privatizar o SUS”, o governo se apavora e corre para voltar atrás e dizer que não é nada disso. Além de mostrar mais uma vez um governo inseguro, “perdido” e inábil em se comunicar com a população, o caso traz duas constatações:

1 – O povo não sabe o que é privatização, mas acha que é algo ruim.

2 – Os políticos preferem ser acusados de bater na própria mãe do que de ser a favor de privatização.

Dentro de uma visão de livre mercado, privatizações no Brasil são mais raras que eclipses. Podemos citar a Embraer, que como estatal se arrastava com projetos intermináveis e depois de privatizada se tornou a terceira maior empresa do ramo no mundo. A Embraer foi privatizada de verdade, o que significa estar exposta à concorrência, ter liberdade para decidir e arcar com as consequências destas decisões.

O que tem muito no Brasil é aquilo que a esquerda chama de privataria (um trocadilho entre privatização e pirataria, creio eu). Significa pegar uma empresa pública e monopolista e entregar para algum amigo, que na maioria das vezes não precisa nem botar a mão no bolso, o BNDES paga tudo. A empresa, sendo “privada”, está livre para fazer os negócios que quiser e da maneira que quiser. O lucro está garantido porque o governo garante o monopólio e “regulamenta” as operações, definindo inclusive qual vai ser a margem de lucro. É bom para o novo dono, que ganha uma boa grana (dividida com seus amigos do governo, claro). É bom para o político, que pode fingir que não têm culpa dos serviços ruins e reafirmar a velha falácia do “se não fosse o governo, as coisas estariam muito piores”. Na próxima eleição reestatiza-se a empresa, o antigo dono embolsa uma fortuna, os novos governantes abaixam demagogicamente as tarifas (e cobrem o rombo com subsídios), e o povo continua mal-atendido.

A coisa chega ao nível do fanatismo religioso quando se fala a palavra mágica “direito à saúde”. Para insistir na metáfora, acusar um político de defender privatização na saúde é como dizer que o político surrava a mãe com um rabo de tatu. A opinião do brasileiro médio se baseia nas seguintes “verdades” que ele leu no tuíter e no feicebúqui:

1 – Empresas privadas só pensam no lucro e tratam mal os seus clientes.

2 – Nos Estados Unidos malvados e capitalistas o governo deixa a saúde a cargo do mercado e portanto só os milionários tem direito à saúde e os pobres morrem jogados na porta dos hospitais.

3 – A Suécia e a Inglaterra tem o melhor atendimento do mundo porque é feito pelo estado.

Para acreditar no ítem 1, o brasileiro ignora alegremente o fato de que ele todo dia é atendido (e bem atendido) por empresas privadas, cada vez que compra pão, leite, carne, roupa ou jornal. É a iniciativa privada quem corta o cabelo, conserta a lavadora, abastece o carro e faz balanceamento nos pneus. O jardineiro, o serralheiro e o pintor são iniciativa privada. Em todos estes casos, o atendimento é bom porque existe concorrência: quem não gostar do atendimento, vai para o concorrente. É fácil notar que quando um setor é regulado pelo governo, a concorrência diminui e a qualidade do atendimento também; é o caso do setor de telefonia e internet (quatro empresas) e dos bancos (dois estatais e três privados). Sobre a qualidade do atendimento no setor público, nem vou falar. Mas o brasileiro continua repetindo que se um setor for privatizado, “a qualidade vai piorar” e “os preços vão subir”.

O ítem 2 é apenas uma “ficção conveniente”, para não dizer “mentira deslavada”. Nos EUA, o setor de saúde é rigidamente controlado pelo governo e não tem nada de livre mercado. As regras restringem a concorrência e protegem as empresas ineficientes, uma das razões para os planos de saúde privados serem caros – as outras são a insegurança jurídica e, mais recentemente, a maluquice do Obamacare. Mas ninguém fica sem atendimento médico por não ter plano de saúde: um sistema estatal constituído pelos programas Medicaid e Medicare fornece atendimento a qualquer pessoa pobre (a um custo anual para os contribuintes de 1,4 TRILHÃO de dólares). O atendimento não é tão bom quanto o das empresas privadas? Claro que não, nenhum serviço do governo é. Mas os brasileiros fingem não ver a contradição e continuam falando (gritando, na verdade) que os EUA são a prova que nosso SUS deve continuar estatal.

O ítem 3 já é algo mais complexo. Suécia e Reino Unido são sempre citados aqui no Brasil como modelos, provavelmente porque são os mais estatizados: todos os hospitais são públicos, todos os médicos são funcionários do governo. Por lá, não são bons modelos. São vistos como burocratizados e ineficientes, com longas filas de espera e todas as coisas esquisitas e sem explicação que são típicas de sistemas estatais. Por outro lado, os países mais bem avaliados na Europa têm a operação do sistema de saúde totalmente (ou quase) privada, com livre concorrência.

Como não gosto de argumentos não-embasados, fui pesquisar sobre avaliações sérias sobre os sistemas de saúde na Europa. Encontrei o Euro Health Consumer Index, produzido pela ECP, uma organização da Suécia (que não recebe dinheiro do governo, ao contrário das ong´s daqui). Dá para fazer um artigo inteiro sobre o assunto (talvez na semana que vem), mas aqui vão alguns fatos só para encerrar a questão. (Os dados são do último relatório, de 2018)

– A Suécia ficou em 8º lugar. Motivo: longas filas de espera, causadas pela burocracia.

– O Reino Unido ficou em 16º, atrás da Estônia e da República Checa. Motivo: longas filas de espera e um sistema administrativo descrito como “caótico”. O NHS, equivalente ao nosso SUS, têm um milhão e meio de funcionários, e a ECP “suspeita” que uma estrutura estatal deste tamanho pode acabar se preocupando mais com seus próprios interesses do que com o interesse dos pacientes.

– O melhor colocado, Suíça, é baseado em planos de saúde privados e obrigatórios. As seguradoras operam com livre concorrência, não tendo qualquer “garantia” de mercado por parte do governo. Existem subsídios para pessoas de baixa renda, mas basicamente todo suíço paga pelo seu serviço de saúde.

– O segundo melhor colocado, Holanda, foi o vencedor nos três relatórios anteriores da ECP. Assim como na Suíça, o sistema é totalmente privado. Cada cidadão escolhe uma seguradora e paga um plano de saúde, com o governo subsidiando os mais pobres. As seguradoras competem entre si, porque as pessoas que estiverem insatisfeitas podem mudar para outra empresa a hora que desejarem. O relatório enfatiza que o governo não tem interferência nenhuma na administração das seguradoras de saúde.

Em resumo, os países da Europa com os melhores sistemas de saúde fazem exatamente o contrário do que os brasileiros querem: entregam a execução dos serviços de saúde a empresas privadas, e o papel do governo é apenas definir as regras básicas e operar alguns subsídios. Deveríamos estar todos pedindo a “privatização do SUS”, mas, como sempre, estamos na contramão do progresso.

DEU NO JORNAL

TEMOS PRA TODOS OS GOSTOS

Rompidos desde 2018, Lula e Ciro Gomes se reuniram em São Paulo e acertaram trégua.

O encontro ocorreu no Instituto Lula, em São Paulo, setembro passado. 

* * *

O desespero está grande. Muito grande.

A pajaraca que este povo está tomando no furico é tão volumosa que eles estão se unindo e procurando dividir o sofrimento.

Bom, mas o que eu queria dizer é outra coisa.

É o seguinte:

Quando eu digo que nesta gazeta escrota existe de tudo e mais alguma coisa, tem neguinho que pensa que eu estou exagerando.

Pois vocês podem ter certeza disto que vou dizer:

Aqui no JBF tem gente que acredita e leva a sério Lula e Ciro, essa parelha de demagogos psicopateiros, essa dupla autenticamente banânica.

Esse nosso jornaleco é um circo com atrações pra todos os gostos.

SANCHO PANZA - LAS BIENAVENTURANZAS

ALGUIEN TIENE QUE MORIR

«Em todo o homem há o homem e o fantasma, e o fantasma é que é o nosso verdadeiro ser.» Raul Brandão, El-Rei Junot (1912), p. 29 Ed. Círculo de Leitores, 1991. Colecção Obras Completas de Raul Brandão, n.º 4.

Como minha coluna é publicada às sextas nesta gazeta escrota, estou preso antes do Halloween e Finados. Trick or treat! Cómo se nota es Hallowe’en. Ya han salido los fantasmas a darse el paseo.

“El principio del fin”…Tem gente que deveria ser proibida de morrer escreve sempre Sancho – Senão, vejamos: «Só sou se sendo sou sido»… Como não se apaixonar por Ana Cristina Cesar após ler tal curtíssima frase de alguém tão maravilhosa e que viveu tão pouco tempo entre nós? Pergunto, ainda, como não se apaixonar por Firmin?

Halloween y Finados – My fight is over… Vai haver eleições? Ah pois vai! E já se sabe o dia – a diária consulta nas pesquisas (terror e morte de alguns) vai ser para grande gosto de uns e certo desespero de outros. Firmin dijo: “morir mil muertes distintas” y eso le provoca la extraña sensación de que “cuando muera de verdad será un aburrimiento”.

Seu nome é Luiz Berto Filho, mas (apresentativo mas), como diria o Sancho, as apresentações se fazem totalmente desnecessárias, pois até o tal “Berto” glio, ops, Bergoglio o sabe. Todos no UNIVERSO sabem quem é o gajo, apesar de que muitos de vocês não façam a mínima ideia de quem seja Jorge Mario Bergoglio. Esqueçamos o argentino e falemos do que e de quem realmente interessa.

Recebeu Berto missiva de uma senhora lá de Desengano dizendo que um dos internos do asilo Nossa Senhora da Reza Brava queria porque queria falar com o grande Berto. Tentando uma “filer à l’anglaise”, isto é, “sair à inglesa”, alegando que seria impossível deslocar-se até o local, pois estava no Recife e Desengano fica em Deus me livre, no cu do mundo, onde Iscariotes perdeu as sandálias e que por causa do covidão ainda não era prudente um senhor de sua idade deslocar-se até tal lonjura.

A freira, sim tratava-se de uma, perguntou se professava alguma fé e que seria uma ação caritosa se fosse despedir-se de um amigo que estava no leito de morte. Gelou. Um amigo a morrer? Ela disse seu nome de batismo. Um nome que não o fazia lembrar bulhufas.

Desculpou-se e desligou o telefone. A partir daí não mais dormiu, pois a culpa (mea culpa, mea maxima culpa) começou a acompanhá-lo. E se fosse algum parente, algum amigo de infância que a memória não mais confiável apagara? Procurou na sábia Aline os conselhos que nunca lhe negara.

Dois dias depois, após arrumar as coisas fubânicas para nada atrasar, rumou no seu fusca67 para Desengano City, um brejo perdido em Valença-RJ. Viagem longa, cansativa, esburacada.

Como a cidade é menor do que a palma de sua mão e três perguntas depois, que foram respondidas por simpática gente do lugar, chegou ao asilo, que ficava na estrada para Barão de Vassouras. Procurou a freira, a irmã Caridade de Deus, que na verdade se titulara na pia batismal Catharina das Neves Azevedo, que o levou à ala psiquiátrica do asilo.

El sol puede morir y volver a nacer; pero nosotros una vez apagada nuestra breve claridad, hemos de morir una sola y eterna noche (Catulo). Foi de cortar o coração encontrar o nosso Sancho – nació bendecido por la belleza – transformado em puro trapo humano, feito um João Batista em seus últimos instantes no calabouço de Herodes Antipas (Machaerus: Beyond the Beheading of John the Baptist), jogado ao solo, olhos esbugalhados olhando nos seus.

“Só se leva da vida, a vida que se leva”…Um brilho afastou a demência final daqueles olhos verdes (coisa totalmente inútil em gente feia) e ele com voz sumida, quase inaudível, disse “Mi vida nunca me perteneció, estaba trazada desde que nací”. Las últimas palabras de Sancho, dichas a su patrón, fueron: “Diles que mi vida fue maravillosa”… Como conter as lágrimas? Foram estas as últimas palavras do nosso operário da palavra.

Sem família, sem amigos, puro abandono. Com a verba para as coisas de Polodoro, Xolinha e Chupicleide, que irão certamente entender o gesto, cuidou de entregar nosso velho Sancho a sua última morada; que a terra lhe seja leve. Em seu epitáfio colocou a frase que pediu o moribundo: “Que conste que yo no quería”. Fez Berto última oração endereçada aos céus e partiu.

Recife fica muito longe… Adeus – Esta palavrinha pequenina e com tanto significado nasceu como frase. Era proferida pelos padres para recomendar as almas dos desvalidos aos cuidados do TODO PODEROSO. “Eu te recomendo a Deus”, diziam os curas no leito terminal. Foram abreviando, abreviando e ficou ADEUS – Adeus, Sancho.

Tomamos conhecimento de que alguém «conhecido» morreu e isso é quase sempre apenas uma notícia. E depois há uns quantos cuja morte realmente lamentamos. Ninguém lamentará o fim (the end, fundi, bitiş, ende, konie, ckraj, final, lõpp, loppu, fin, diwedd,τέλος, eindigen, vége) de Sancho. É para Sancho ser lido pela sua “obra” (que obra?) ou pelas suas inclinações político-ideológicas?

O fato é que havia em torno dele muita onda, e chegou-se a inventar que possuía algum talento. Era “lento”, faltava o “ta”. Enfim, era fubânico (“Está morto, podemos elogiá-lo à vontade”. Machado de Assis). Já não era sem tempo e que a redação nunca lhe foi leve é pura verdade. Mas o que foi leve não foi a terra pesada, estímulo dos devaneios da vontade. Foi o fogo sutil, levíssimo e vigoroso, que consumiu sua roupa, sua calva, seus sapatos, sua magrelice, suas carnes insossas e seus ossos frágeis. Incineraram o retardado, para alegria do Joel, o cruel.

Una agonía innecesaria…Virando rapidamente cinza, posta a seguir num saquinho de plástico com o seu nome, a data da morte e a da cremação. Enquanto isso, havia outros seres que pensavam nele com uma tristeza de amigos mudos: os amados livros, seus companheiros de claustro. Al fin y al cabo, por encima de todo era inglés, of course!!!!

Será seu consolo o pranto mudo dos livros pelo amigo pulverizado, que os amou desde menino. Sancho, não sendo Fênix, não renascerá das cinzas a que está sendo reduzido, ao contrário deles, que de algum modo, viverão para sempre a cada nova edição… Yu gonplei odon ste (beijão, Okteivia kom Skaikru. Impossível não te amar).

PS 10: “¡que Dios nos coja confesados!” – Este texto homenageia o señor Joel, feroz crítico dos péssimos textos do falecido Sancho. Este texto homenageia, ainda, Samuel Phillips Savage, alguém muito especial que presenteou a meus olhos a maravilhosa Firmin…

PS 51: Por São Raulzito das urnas perdidas… Se as pesquisas eleitorais (alguém confia em pesquisas eleitorais?) estiverem certas… 1… 2… 3… 4…5… Onde é que vocês pensam que vão? / Plunct Plact Zum / Não vai a lugar nenhum!! Aquela senhora querendo ser prefeita em Sampa? Adversários do Greca em Curitiba? Adversários do Khalil em BH? / Plunct Plact Zum / Não vai a lugar nenhum!!! / Tem que ser selado, registrado, carimbado / Avaliado, rotulado se quiser voar! Plunct Plact Zum / Não vai a lugar nenhum… Alguém poderá dizer sobre pesquisas: diziam alguns institutos de pesquisa que Bolsonaro não seria presidente. Aguardemos, pois o jogo é jogado e o lambari é pescado.

PS 69: Chegando novembro, o novembro azul já está na moda; que cada “velhinho” fubânico procure um urologista para chamar de seu. Sancho, agora morto, não mais passará por isto…Dica sanchiana: recomendo médicos que sejam de ascendência asiática, por possuirem tais doutores mãos e “dedos” menores.

PS 171: Acabou a pandemia? El dictador venezolano dijo que encontraron una cura para la enfermedad. Disse Maduro: “Venezuela ha conseguido una medicina que anula 100 por 100 el coronavirus”.

PS 666: Três grande notícias cinematográficas… El 31 de diciembre… la cuarta y última parte de la serie de Las escalofriantes aventuras de Sabrina.”The Batman” está dirigida por Matt Reeves y tiene un reparto espectacular encabezado por Robert Pattinson, Zöe Kravitz, Paul Dano, Andy Serkis, Colin Farrell, Peter Sarsgaard, Jeffrey Wright, John Turturro, Charlie Carver, Max Carver y Con O’Neill. La película The Batman se estrenará el 4 de marzo de 2022. Black Panther 2 – Rumores… E o manto do Pantera será dado a sua irmã? (Chadwick Boseman tendrá un homenaje al principio de la película.) debe estrenarse el 22 de abril de 2022. Elenco: Lupita Nyong’o (Nakia), Danai Gurira (Okoye), Martin Freeman (Everett K. Ross), Daniel Kaluuya (W’Kabi), Letitia Wright (Black Panther) y Winston Duke (M’Baku).

PS 1000: Tanti Auguri… ♫ ♬ ♩ Happy birthday to you / Happy birthday to you♫ ♬ ♩ Sancho, se vivo estivesse, desejaria Feliz Cumpleaños a Diego Armando Maradona Franco (Lanús, 30 de outubro de 1960). Messi é melhor futebolisticamente do que foi El Pibe de Oro. Mas (boleiro mas); falta ao “rosarino” uma Copa do Mundo, o tesão, o drama e a emoção encontradas na genialidade de Diego (Dieguito, El Pibe de Oro, El Diez, Pelusa, Barrilete Cósmico, El Diego, D10S).

PS 1313: “Sco Pa Tu Manaa” – Enquanto isto, em Santa Catarina, para felicidade sanchiana…“Justiça é: Moisés sai, Daniela fica!” – Eis a nova governadora de Santa Catarina. Disse Daniela Reinehr: “É uma honra, mas uma responsabilidade muito grande, e o fato de ser a primeira mulher [a governar Santa Catarina] aumenta ainda mais essa responsabilidade. Tenho que honrar essa missão”.

A PALAVRA DO EDITOR

VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

A FLOR DA LUA

Margaret Mee nasceu em 1909 em Chesham, no condado de Buckingham, na Inglaterra. Quando jovem, frequentou as principais Escolas de Arte de sua terra natal. Em 1952, com seu segundo marido, o artista gráfico Greville Mee, veio a São Paulo visitar sua irmã. Acabaram ficando no país e, em 1956, Margaret embarcou rumo ao rio Gurupi, em sua primeira expedição amazônica.

No Brasil, foi professora de Arte na Escola Britânica de São Paulo (conhecida como Saint Paul’s School), tornando-se uma especialista em botânica pelo Instituto de Botânica de São Paulo, em 1958. Explorou a floresta tropical, a partir de 1964, pintando as plantas que via e colecionando algumas para posterior ilustração. Criou quatrocentas pranchas de ilustrações em guache, quarenta sketchbooks e quinze diários.

Perseguia o sonho de ver desabrochar a Flor da Lua, um cacto que só existia na Floresta Amazônica. Possuidora de grandes olhos azuis e enorme cabelo louro, dividido em duas tranças, usava laços verdes na cabeça, em homenagem ao verde da floresta. Maquiava os olhos, para realçar ainda mais a sua beleza.

Encantava-se com os espinhos e flores encontrados na Floresta Amazônica e se preocupava com a sua preservação. Como pintora, passava para suas telas toda a beleza das flores e botões que via de perto, nas expedições das quais participava. Sua mala com pincéis, tintas e telas fazia parte da sua bagagem.

No Rio de Janeiro, o casal residiu numa casa de três andares em Santa Tereza, dentro de um enorme jardim, que era uma mini floresta. Lá apareciam cobras e formigas, que ela não permitia que o IBAMA fosse resgatar. Participou de 15 expedições à Floresta Amazônica, pesquisando plantas, protegendo espécies raras, que estavam prestes a ser destruídas pelos indígenas, para no solo cultivarem mandioca ou construírem choças miseráveis para moradia.

Segundo seus relatos, os índios dispunham de retroescavadeiras e machados de pedra, e com facilidade decepavam as árvores, preparando o solo para plantações.

Achava dinheiro uma coisa suja. Escreveu o livro “Flores da Floresta Amazônica” e ofereceu ao Presidente Geisel, pedindo para que ele o lesse, alertando-o para a importância da Floresta Amazônica e rogando pela sua preservação.

Margaret foi considerada uma das maiores ilustradoras botânicas do século 20. Em 15 viagens à Amazônia, produziu cerca de 400 pinturas da flora tropical, como orquídeas, bromélias, helicônias, entre outras plantas. Parte desse material pode ser vista no seu livro “Flores da Floresta Amazônica”, que inclui ainda trechos de seus diários.

Um trecho de seu diário revela a admiração com que observava a natureza: “Entramos na floresta sozinhas, seduzidas por um campo de plantas maravilhosas: pontas brilhantes e vermelhas de Heliconia glauca […] e a bela orquídea Gongora maculata, com sua longa inflorescência e seu poderoso perfume aromático, equivalente a centenas de lírios.”

Margareth observava o desabrochar das flores na floresta, dormindo em redes armadas entre as árvores, e chegou a ser hóspede de tribos indígenas.

Certa vez, o Cacique de uma tribo, de quem ela chegou a ser hóspede, pediu-lhe de presente as suas duas enormes tranças, das quais ela se orgulhava. Assustada, Margareth respondeu que se ela cortasse as tranças, o marido a deixaria. O índio ficou pensativo e desistiu do pedido.
Expunha seus quadros no BOX de Londres.

Apaixonada pela Floresta Amazônica, em maio de 1988, já aos 79 anos, Margaret Mee participou da sua última expedição, a 15ª. Finalmente, alcançou o seu ideal de pintar a Flor-da-Lua. Depois de horas navegando entre arbustos espinhentos e ásperos em uma canoa, quase ao fim do dia ela atingiu o remoto local onde a flor a esperava – e ilustrou as primeiras imagens dela no hábitat.

Margareth Mee morreu na Inglaterra, em 30.11.1988, vítima de um acidente automobilístico. Em sua honra, foi fundada a “Margaret Mee Amazon Trust”, organização para educação, pesquisa e conservação da flora amazonense, promovendo intercâmbio para estudantes de botânica e ilustradores de plantas brasileiros, que desejam estudar no Reino Unido ou conduzir pesquisa de campo no Brasil.

No carnaval de 1994, no Rio de Janeiro, a famosa ilustradora botânica e pintora foi homenageada pela Escola de Samba “Beija-Flor de Nilópolis”, cujo enredo foi “Margareth Mee, a Dama das Bromélias” assinado pelo então Carnavalesco Milton Cunha.

“Margaret era uma ecologista quando esse termo ainda nem existia e defender a natureza não estava na moda”, conta Gilberto Castro, velho amigo e proprietário do barco usado em algumas de suas incursões pela Amazônia.

Um ano depois da morte de Margaret Mee, seu marido Greville Mee foi ao Amazonas, cumprir o último desejo da mulher: lançar suas cinzas sobre as águas escuras do rio Negro.

Por onde passava o barco, que conduzia o cortejo fúnebre, a vegetação acompanhava, e ia se fechando, formando um imenso tapete de folhas e pétalas, como se Margareth estivesse assistindo a tudo, o que provocou em todos uma grande emoção.

PENINHA - DICA MUSICAL

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

MEU DESEJO – Manuel Antônio Álvares de Azevedo

Meu desejo? era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãozinha aperta:
A camélia que murcha no teu seio,
O anjo que por te ver do céu deserta….

Meu desejo? era ser o sapatinho
Que teu mimoso pé no baile encerra….
A esperança que sonhas no futuro,
As saudades que tens aqui na terra….

Meu desejo? era ser o cortinado
Que não conta os mistérios do teu leito;
Era de teu colar de negra seda
Ser a cruz com que dormes sobre o peito.

Meu desejo? era ser o teu espelho
Que mais bela te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escomilha e flores
E mira-te amoroso as nuas graças!

Meu desejo? era ser desse teu leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro….

Meu desejo? era ser a voz da terra
Que da estrela do céu ouvisse amor!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas cismas encantadas de langor!

Álvares de Azevedo, São Paulo (1831-1852)

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

NACINHA – CUIABÁ-MT

Meus amigos!!!

Isto foi hoje no Maranhão, o estado governado por um comunista.

Uma multidão saudando o presidente Bolsonaro.

Ouvi dizer que Lula enfiou o dedo no buraco da bunda de tanta raiva. 

kkkkk!!!!!