DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

RÔMULO SIMÕES ANGÉLICA – SANTA MARIA DE BELÉM DO GRÃO PARÁ

Prezado Berto,

Vou imitar, agora, o que vários leitores do JBF já fizeram aqui neste nobre espaço.

Segue uma foto nossa, logo após a chegada dos seus livros, comprados pela internet, através da editora Bagaço, que você já teve a oportunidade de aqui divulgar.

É uma grande honra, estimado Berto, agora poder somar a minha biblioteca as suas obras literárias.

Porém, caro amigo, para não perder a oportunidade, preciso dizer que há uma segunda intenção, nesta mensagem, além do anúncio da chegada dos livros e da oportunidade de mostrar nossas belas fuças, e obviamente, minha estrondosa cabeleira.

O motivo é mostrar a enorme eficiência do aparelhamento estatal daqui de banânia, gerando serviços tão prestimosos e de altíssima qualidade para a nossa população.

A foto abaixo é da embalagem utilizada pela editora Bagaço, da encomenda postada nos Correios, com a data de postagem de 07.07.2020 (Agência Bairro Madalena, Recife-PE).

Veja bem: 7 de julho!

E a encomenda chegou aqui em Belém do Pará, anteontem, 22 de outubro do ano da pandemia de 2020.

São APENAS 107 (cento e sete) dias para uma encomenda atravessar o nosso vasto continente e chegar aqui por estas quentes e úmidas paragens¸ no meio, ou melhor, para ser mais preciso, geograficamente, na borda da exuberante selva amazônica, que está sendo criminosamente destruída pelo fogo do imperialismo.

Era isso, nobre Berto, acho melhor não dizer mais nada para não estragar a satisfação da chegada dos seus livros.

Um afetuoso abraço em você e em toda a comunidade fubânica.

R. Êita peste!!!

Ganhei o dia com essa foto arretada.

Meus livros nas mãos desse magnífico casal!!!

Um cabra qualificado, professor universitário,  e sua bela esposa. 

Não vou nem comentar esse desmantelo do atraso dos Correios pra não estragar minha alegria com esta sua mensagem.

Vou só aproveitar a oportunidade pra dizer que quem quiser adquirir meus títulos via internet, com toda tranquilidade e segurança, é só acessar a página da Editora Bagaço.

Pra isso, basta clicar aqui.

Pronto: tá feito o comercial.

E, pra encerrar, quero só ressaltar um detalhe, meu caro: aí na foto que você mandou está faltando um dos meus títulos.

Trata-se do romance Memorial do Mundo Novo.

Não sei se você também pediu este, ou se o estoque já se esgotou na Bagaço.

Vou checar com a editora. Se ainda tiver por lá, mando um volume pra você pelos correios, devidamente autografado.

E vou ficar torcendo pra que entreguem antes do ano que vem…

Gratíssimo pela força, meu caro amigo.

Abraços e um excelente final de semana pro querido casal.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

DEU NO JORNAL

BAITOLAGEM SANTIFICADA

A união de casais homossexuais recebeu a mais explícita aprovação do papa Francisco, a primeira desde que ele se tornou líder da Igreja Católica, em 2013.

O endosso foi divulgado em um documentário que estreou nesta quarta-feira (21/Out) no Festival de Cinema de Roma.

No documentário intitulado Francesco, o pontífice pede uma “lei de união civil” para os homossexuais.

* * *

A viadagem mundial está em festa com a última do Chiquinho.

Após revogar o texto bíblico que condena a baitolagem, o militante argentino foi delirantemente aplaudido por aquela parte do clero católico que pratica a frangagem.

Ontem mesmo eu li artigo de um padre vibrando com a abertura (êpa!) proporcionada pelo chefão do Vaticano.

Depois dessa, agora são os padres pedófilos que estão ansiosos pra que Chiquinho dê uma nova interpretação ao trecho bíblico Mateus 19:14 que diz “deixai vir a mim as criancinhas”.

O próximo passo do santificado portenho vai ser revogar alguns pontos dos Dez Mandamentos.

A bandidagem e os políticos banânicos estão ansiosos pra que sejam riscados das Tábuas da Lei recebidas por Moises os itens Não matarás, Não roubarás e Não cobiçarás as coisas alheias.

O ex-presidiário Lula é o mais ansioso de todos eles, desde que recebeu de viva voz essa promessa no último encontro que teve com o parceiro zisquerdista.

Nesse encontro, o multi-réu já condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, ficou sabendo que o santificado portenho vai assinar, muito em breve, um documento condenando a Lava Jato no Brasil e exigindo a revogação de todas as suas condenações.

No mesmo documento, Chiquinho vai declarar que a manutenção da corrupção no Brasil é um ponto importante na luta do proletariado contra o imperialismo capitalista.

Com a declaração de aprovação às relações xibungueiras feita esta semana, Chiquinho deixou Lula aliviado e ciente de que já pode assistir e aplaudir espetáculos de viadagem sem qualquer constrangimentos.

E com as bênçãos do Vaticano.

CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

A VIRADA DE MARCOS FREIRE

Em 1982 eu estava no auge do jornalismo profissional e pude presenciar episódios que se ampliam além da notícia, passando para o anedotário. Nesse ano Pernambuco fervia como um caldeirão na brasa, quando concorriam ao governo estadual: Marcos de Barros Freire e Roberto de Magalhães Melo.

Época em que só disputavam dois partidos: a ARENA e o PMDB. O bipartidarismo garroteara várias tendências numa única agremiação: o Partido do Movimento Democrático Brasileiro.

Alguns políticos e parte da Imprensa se alojaram na canhota aglutinados no PMDB. Os pelegos, os oportunistas e os bem intencionados se espremiam – alguns de certa forma constrangidos – no partido do Governo: a Aliança Renovadora Nacional.

Naquele tempo a contagem dos votos ocorria nos salões do Clube Internacional do Recife. Os serviços se prolongavam por mais de uma semana. Era muito papel nas mesas: anotações, manuais das cédulas, Fiscais de Partidos e Cabos Eleitorais, todos em frenesi. Os da Imprensa faziam um fuzuê: máquinas fotográficas clicando, políticos sendo entrevistados, microfones e fios que mais pareciam u’a espalhados pelo salão.

Um aglomerado de emoções em festa democrática. Mas o melhor eram os noticiários dos jornais nos dias seguintes, quando Roberto Magalhães, em 20 de novembro de 1982, começou a tomar a dianteira:

“Com 40% dos votos apurados amplia-se a vantagem de Roberto Magalhães”.

“Espera-se hoje a virada de Marcos Freire.”

“Marcos Freire vem aí, de virada.”

“Com quase 70% dos votos apurados PMDB ainda espera pela virada”.

E finalmente a manchete em oito colunas, na edição de 26 de novembro, do Diário de Pernambuco:

“Roberto Magalhães concretiza a vitória” 

Alegre e presepeiro o advogado José David, para encabular alguns amigos, utilizou uma estratégia nunca vista. Rebocou uma Kombi lá num ferro-velho de Caxangá e estacionou o veículo de roda pra cima na frente do Diário de Pernambuco, com uma faixa bem escandalosa:

A VIRADA DE MARCOS FREIRE

A PALAVRA DO EDITOR

VACINAÇÃO SEM VACINA

A discussão sobre a vacina contra covid-19 está avançada. Muito mais avançada que a própria vacina, mas isso é detalhe. O debate está tão acelerado, com autoridades já anunciando seus planos de imunização, que é capaz de, quando a vacina chegar, já estar todo mundo vacinado.

Eis aí uma excelente proposta: chega de espera, vamos vacinar a população antes da vacina. Mas como isso funcionaria exatamente? Muito simples: é só pegar as manchetes, os discursos, as profecias, as bravatas, comprimir tudo numa seringa e mandar pra dentro do povo. Adeus, covid.

A vacina desenvolvida mais rapidamente na história foi a da caxumba – que levou quatro anos para ficar pronta. A do sarampo levou dez anos. Mas naquela época não tinha internet, Tedros, Doria e outras maravilhas da ciência. Hoje em dia o papo é de seis meses e vamos arregaçando as mangas, ou baixando as calças, para resolver logo isso. É só uma picadinha, depois a gente estuda com calma o que foi injetado em você.

Na gripe suína, a vacina gerou enfermidades piores do que a própria doença – para ficar num exemplo histórico mais recente. Um dos trunfos para tentar acelerar a vacina contra covid é o uso de uma técnica inovadora – o RNA mensageiro, que atua na base genética do indivíduo. A ação consiste em induzir o organismo a uma produção imunológica artificial, sem que se precise inocular o vírus atenuado (método tradicional).

Ninguém sabe se isso funcionará e o que vai causar às pessoas. Mas você está ouvindo autoridades falando em iniciar a vacinação neste ano – e já pode começar a ficar na dúvida se vai ter que chamar o médico ou a polícia.

Tudo isso se dá num ambiente de total transparência – com vacinas relâmpagos brotando das ditaduras chinesa e russa. Vai tomar a Sputnik do Putin? Com essa divertida temática espacial é possível você nem sentir a picada. “Olha o foguetinho…” E quando viu já tomou. Se o pessoal está curtindo máscara personalizada, tipo “I love my dog”, por que não entrar na onda da vacina estilizada? Estética é tudo.

Já a vacina chinesa se antecipou às marchinhas carnavalescas. Laboratórios incapazes de conter um vírus que se espalhou pelo planeta inteiro são naturalmente as instituições mais confiáveis para oferecer uma vacina. Esse seria o refrão do bloco mais debochado do Carnaval 2021 se a realidade não tivesse roubado a cena e caído no samba antes da hora.

O Ministério da Saúde entrou na disputa com os governadores mais afoitos para ver quem faz a promessa mais leviana. As “projeções” para o início da vacinação andam oscilando entre o final deste ano e o começo do próximo – sacramentando como única certeza científica o fato de que os cidadãos estão sob o comando de autoridades irresponsáveis. A rigor, já há uma segunda certeza científica: a de que isso não pode acabar bem.

E, já que a irresponsabilidade foi oficializada, os tiranetes mais tarados, como João Doria, resolveram declarar que a vacina será obrigatória para todos. Nada de mais. Para quem já inventou número de vidas salvas tentando justificar seus surtos totalitários, um disparate a mais contra a população não faz diferença. A não ser que a população desista de ser o brinquedo predileto de Joãozinho Tranca Rua e seus colegas.

A letalidade da covid-19 abaixo dos 70 anos é inferior à da gripe sazonal, como acaba de confirmar um estudo produzido na Universidade Stanford. Neste cenário, falar em obrigar a população inteira a se vacinar – com uma vacina que não existe – significa o quê? Mais uma marchinha roubada? Um negócio da China? O tão aguardado surto fascista?

Responda aí você, que estamos ocupados decifrando o RNA mensageiro dos hipócritas.

DEU NO JORNAL

LEVANTANDO A TAÇA MAIS UMA VEZ

Lula é “tetra” na Lava Jato

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) virou réu pela quarta vez na Operação Lava Jato.

O juiz Luiz Antonio Bonat recebeu nesta sexta-feira (23) a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-presidiário.

A ação sustenta que Lula “teria dado aval para que importantes diretores da Petrobras fossem nomeados para atender aos interesses de arrecadação de propinas em favor dele próprio e de outros integrantes do PT, PP e PMDB, com o envolvimento de outros funcionários públicos de elevado status na administração pública“.

A denúncia diz ainda que o meliante era “comandante e principal beneficiário do esquema de corrupção que também favorecia as empreiteiras cartelizadas”, como a Odebrecht.

Antonio Palocci e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, também são réus no processo.

* * *

Quatro vezes réu na Lava Jato.

Quatro é tetra.

Cinco é penta.

Seis é hexa.

E quando chegar ao 13 (êpa!) como seria a denominação?

Hein???

Conto com o auxílio do grande lexicógrafo fubânico Ceguinho Teimoso pra me tirar esta dúvida.

  

“Sabe, cumpanhêro, vou alevantar a taça 13 da Lava Jato daqui uns dias”

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

A PALAVRA DO EDITOR

ENTRE GÔNDOLAS

Não se trata aqui de nenhum passeio turístico na embarcação típica dos canais de Veneza, na Itália, ouvindo o gondoleiro cantar O Sole Mio. As gôndolas – na verdade, gondolas – em questão são aquelas prateleiras metálicas usadas para expor mercadorias nos espaços de vendas de supermercados.

Na década de 70, durante quase quatro anos, eu prestei serviços como engenheiro civil e de segurança do trabalho para o grupo Nordestão de supermercados, em Natal. Diga-se de passagem, foi uma das experiências mais marcantes de minha vida.

Na área de segurança criei a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes-CIPA e, na civil, comecei assessorando a organização na construção da segunda loja da rede, na Avenida Deodoro, na Cidade Alta. Investido na função, acompanhei o desenvolvimento do projeto, organizei a licitação e fiquei responsável pela fiscalização da obra.

Eu e diretores da empresa fizemos várias viagens a Recife, onde visitamos diversos supermercados da cidade, guiados pelo arquiteto Hélio Moreira, autor do projeto arquitetônico. Assim, Natal recebeu o mais completo e atualizado ponto de vendas do ramo, até então construído no Estado, sendo o primeiro supermercado com estacionamento subterrâneo. A inovação causou sucesso na cidade.

A primeira loja do mundo com atendimento por autosserviço, o cash and carry ou “Pague e Leve”, com preços determinados e permitindo ao cliente escolher o produto e levá-lo ao caixa, nasceu nos Estados Unidos. O advento do conceito supermercado reduziu os preços e as margens de ganho sobre as mercadorias. Claro, que logo obteve a aprovação do consumidor.

A ideia foi tão feliz, que as técnicas de vendas originais mantem as mesmas características até hoje. O modelo é repleto de rasgos de criatividade. Simples, mas eficientes.

Observem que todos os produtos de primeira necessidade – cerais, carnes, verduras, legumes… etc., são colocados no fundo da loja. Essa disposição obriga o cliente a percorrer uma infinidade de corredores de gôndolas ofertando mercadorias variadas e coloridas, seduzindo o cliente para compras não programadas.

Outro lance genial são prateleiras contendo um mesmo produto de diferentes fabricantes, arrumados de forma que os mais baratos fiquem nas prateleiras de baixo. Isso induz o comprador optar, para não se agachar, por aqueles de melhor acesso, ou seja, os mais caros expostos num primeiro plano.

A terceira loja do grupo foi edificada na Avenida Salgado Filho, no Bairro Tirol. Na semana em que ia ser inaugurada notei que um importante apoio de viga estava trincado. Consultei um calculista estrutural e ele me aconselhou a sustar o evento até repararmos a peça.

Impossível! Todos os preparativos para a abertura da loja estavam ultimados. Então escoramos a área do estacionamento comprometida e a isolamos com um tapume. Justificamos o trambolho aos curiosos, informando ser um depósito provisório para acomodar restos de materiais da obra.

Nessa loja fora projetado, a meu pedido, um nicho para exposição e venda de bebidas importadas. Sugeri que ali expusessem rótulos de licores, whiskies e vinhos tops de linha, fugindo do trivial oferecido na capital. Recebi da diretoria carta branca para a tarefa e relacionei para o setor de compras, entre outros rótulos, alguns dos vinhos première crus franceses – abaixo apenas dos grand crus, maior nível da hierarquia vinícola.

Pela primeira e única vez um supermercado do Estado, até a atualidade, pôs à venda os vinhos Château Haut-Brion, Château Latour e Château Mouton Rotchschild – três dos mais caros do mundo. Eu descobri depois, para alívio meu, que as três garrafas foram adquiridas por um extasiado e estupefato inglês, na época, gerente da britânica Algodoeira São Miguel, no Estado. Coisas da vida!

PENINHA - DICA MUSICAL