DEU NO X

RODRIGO CONSTANTINO

ALCKMIN E LULA: O FIM DO TEATRO DAS TESOURAS?

Alckmin e Lula: o fim do teatro das tesouras?

O ano era 2006. Geraldo Alckmin era o candidato tucano nas eleições presidenciais, desafiando o petista Lula. Apelidado de “picolé de chuchu” por sua falta de carisma, Alckmin tinha ao menos a imagem de gestor sério, discreto e responsável, o que já era muito contra o radicalismo demagogo do adversário. A direita, órfã de candidatos, sabia que não tinha alternativa. Mas…

O tucano foi “acusado” de ser um “privatista” pela campanha petista, e acusou o golpe. Envergonhado, indignado com a pecha de defensor das privatizações, num partido incapaz de defender o legado positivo das privatizações da era FHC realizadas mais por necessidade de caixa do que por convicção ideológica, Alckmin virou um outdoor ambulante de logos das estatais, para negar qualquer intenção de vendê-las. Foi derrotado ali, e conseguiu um feito inacreditável: ter menos voto no segundo turno!

Tucanos são defensores da social-democracia, aceitam mais liberdade econômica, respeitam em parte o mercado, mas no resto todo são “progressistas”. Gostam de um estado forte, indutor do crescimento, locomotiva da “justiça social”. Só mesmo no Brasil antes do advento das redes sociais, quando a imprensa esquerdista detinha o quase monopólio da narrativa, que o PSDB poderia ser chamado de “neoliberal” ou partido de “direita”.

FHC sempre nutriu admiração e respeito por Lula, e entregou a faixa presidencial claramente emocionado. O intelectual marxista ainda vivia no ex-presidente, e sua visão estética de mundo achava lindo o discurso do operário que ascendeu ao poder para ajudar os mais pobres. Esse tipo de coisa é irresistível para um coraçãozinho vermelho, que se encanta com narrativas, não com a realidade ou com resultados concretos.

O fenômeno Bolsonaro fez muita máscara cair e muito socialista envergonhado sair da toca. FHC não se aguenta uma semana sem declarar em alguma entrevista o voto antecipado em Lula. Todo tucano, quando desce do muro, o faz do lado esquerdo, e normalmente cai no colo de um petista. Há alguns quadros novos mais esclarecidos no PSDB, sem dúvida, e alguns surfaram a onda direitista para se eleger. Mas a essência é esquerdista, não tem jeito. Tucano, via de regra, é um petista com perfume francês.

É por isso que o debate sobre uma possível chapa com Lula e Alckmin não gera tanto espanto assim nos mais atentos. Toda a “terceira via” até agora anunciado, aliás, é formada por tucanos que nutrem simpatia – escancarada ou oculta – pelo PT. Todos eles, sem exceção, preferem a volta de Lula em vez da reeleição de Bolsonaro, o que já diz muito sobre seu esquerdismo. O colunista da Folha Celso Rocha de Barros, contumaz esquerdista, resumiu o que todos ali sentem quando disse: “É de uma solução com esse espírito que o país precisa para voltar ao caminho que queremos”.

O caminho da Argentina? Ou seria o da Venezuela? Na narrativa dentro da bolha esquerdista, uma aliança entre PT e tucanos seria um grande ato democrático, de centro, em prol do Brasil, para impedir a ameaça “fascista” que Bolsonaro representaria. É um discurso patético, que na prática visa ao retorno dos tempos pré-Bolsonaro, ou seja, quando a esquerda podia brincar de pluralidade disputando o poder só entre ela.

Sou favorável a essa chapa Lula-Alckmin, pois ela serviria para enterrar de vez o teatro das tesouras. Alckmin nem precisa mudar muito. Basta ele recuperar as imagens daquela fatídica eleição em 2006. Algumas concessões ao mercado não fazem de tucanos defensores do liberalismo. E quanto ao estilo mais engomado de Sorbonne, vale lembrar que até o Lulinha Paz e Amor de Duda Mendonça já usava terno Armani. Petistas já descobriram o perfume francês e sua magia na elite culpada da esquerda caviar. Que petistas e tucanos se unam logo de uma vez, realizando a fusão que tantos ali sonham faz tempo, mas não podem ou não querem confessar…

DEU NO JORNAL

O SONHO DOS CANHOTOS BANÂNICOS

Após 14 anos no poder, o líder comunista Daniel Ortega, Presidente da Nicarágua, elegeu-se para novo mandato.

E isto em meio a um pleito repleto de fraudes e sem uma competição real, com sete candidatos da oposição presos.

“Estavam conspirando, não queriam realizar estas eleições”, justificou o presidente.

“São semeadores da morte, do ódio, do terror. São demônios que não querem a paz”, afirmou.

* * *

Pois é isso mesmo, gente.

Do jeitinho que vocês leram.

O tiranete cumunista Daniel Ortega prendeu todos os seus concorrentes, e venceu a eleição.

Sozinho. Sem disputa.

É a “democracia” dos sonhos das zisquerdas brasileiras.

“Cumpanhero Ortega, veja, a gente tá trabalhando no Brasil pra montar uma democracia igual a tua aqui da Nicarágua”

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

DEU NO X

PEIDOU NA FRENTE DA DUQUESA

* * *

Esse tal de Biden é um cabra cheio de presepadas.

Até com o Papa Chiquinho ele já aprontou uma.

Quando é agora, solta um peido bem estralado e catingoso enquanto conversava com a esposa do Príncipe Charles, nora da Rainha Elizabeth, a Camilla, Duquesa de Cornwall (êpa!).

Vou sugerir a Biden que faça uns exercícios com o véio bufão daqui do JBF, pra aprender como é que se peida bonito e com estilo.

Num cerimônia na Casa Branca ou em qualquer outro recinto solene.

DEU NO X

ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

TROVAS LÍRICAS DE GERALDO AMÂNCIO

Todos caminhos circundo!
Atrás de ti minha amada,
Porque sem ti neste mundo
Eu sou um mundo sem nada.

Até numa estrela está
Escrito em letras de luz,
Que o nosso amor será
Eterno como Jesus.

Quando o teu amor perdi
Arrependido fiquei
Das juras que eu não cumpri
Dos beijos que não te dei.

A saudade é como um porre
Cuja ressaca não finda
Sinal de um amor que morre
Mas teima em viver ainda.

Esquecer-te não consigo,
Perco até a lucidez,
Se três palavras eu digo
Teu nome é uma das três.

Se Deus não tivesse feito
Você, talvez eu pedisse,
Uma mulher do seu jeito,
Se você não existisse.

O amor toma tempo, tanto
Que o próprio tempo não soma,
Seja eterno ou por enquanto,
Vale o tempo que nos toma.

Nós éramos duas crianças
Com mérito da bondade,
Não havia desconfianças,
Nem pecado, nem maldade.

Geraldo Amâncio Pereira é poeta, repentista, trovador, cordelista e contador de causos. Nascido no sítio Malhada da Areia, município do Cedro, Ceará, em 29 de abril de 1946. Cursou faculdade de História em Fortaleza. Começou com acompanhamento de viola em 1966. Participou de centenas de festivais em todo o país, e classificou-se mais de 150 vezes em primeiro lugar. Organizou festivais internacionais de repentistas e trovadores, além do festival Patativa do Assaré. É autor das três antologias sobre cantoria em parceria com o poeta Vanderley Pereira. Gravou 15 CDs ao longo da carreira, além de ter publicado cordéis em livros. Apresentou o programa dominical “Ao Som da Viola”, na TV Diário em Fortaleza.

DEU NO X

J.R. GUZZO

CONFERÊNCIA DO CLIMA: EXIBIÇÃO DE VIGARICE

O governo, a universidade e a mídia dos Estados Unidos, mais o seu universo político e os departamentos de marketing de suas megaempresas, são extraordinários produtores de advertências, estudos e documentários sobre a destruição do “planeta” por causa dos problemas ambientais. Na verdade, são os maiores do mundo, disparado, em matéria de dizer para os outros o que devem fazer para salvar a humanidade. O problema, nisso tudo, é que, além de produzirem lições de conduta, os Estados Unidos são também um dos maiores produtores de carbono da Terra – e não querem fazer nada de sério a respeito.

A mais recente COP – já estamos na 26.ª, e o “planeta” continua entupido de carvão – deixou claro, mais uma vez, como as grandes potências econômicas realmente se comportam em matéria de agressões maciças ao meio ambiente. Na hora de substituir as palavras por atos, onde estão os grandes desta Terra? Todos somem. No caso da COP 26, a China, país que mais consome carvão no mundo – são 5 bilhões de toneladas por ano, uma beleza para esse “efeito estufa” do qual se fala o tempo todo -, a Índia, o segundo maior, e os Estados Unidos, o terceiro, simplesmente se recusaram a aceitar qualquer acordo para reduzir as suas emissões de carbono.

Quer dizer: o mundo vai acabar, segundo a militância ecológica americana (e mundial), mas ninguém está disposto a consumir menos carvão e a buscar fontes de energia mais limpas. Se os três maiores responsáveis pela poluição mundial não querem mudar de vida para melhorar a qualidade da atmosfera – a China nem se deu ao trabalho de ir a essa COP –, o que esperar, de prático, de toda a conversa que se ouve sobre meio ambiente? Que diferença vão fazer a alface orgânica, a bicicleta e outras exigências morais dos militantes ecológicos, quando a China continua socando carbono no ar (vai continuar assim por décadas) e os Estados Unidos, a pátria do “ambientalismo”, viajam no mesmo bonde?

A conferência mundial do clima não é apenas um fracasso; é uma exibição incomparável de hipocrisia, vigarice e arrogância de país rico. A realidade é que os grandes geradores de poluição se recusam oficialmente a poluir menos – e que o Primeiro Mundo, sempre tão intransigente na hora de dar lições ao Brasil, África, etc. não cede em nada no seu consumo, nos seus hábitos e no seu bem-estar. Todos estão prontos a jurar que o Brasil precisa ser parado, já: produz carne demais, soja demais, comida demais, e isso vai acabar com o “planeta”. Enquanto falam, o carbono deita e rola.

DEU NO X