CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

XICO BIZERRA – JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE

Parabenizo Silvério Pessoa por sua nomeação como Secretário de Cultura de Pernambuco.

Justa e merecida a escolha feita pela governadora eleita Raquel Lyra.

Silvério não é apenas um cantor (inobstante sua competência como tal).

É muito mais que isso: é um pedagogo de formação, preocupado com educação e que se utiliza da arte no desempenho de sua nobre missão.

Pelo currículo e caráter não tenho dúvidas quanto ao êxito que terá no exercício da função que lhe foi confiada. Bela escolha.

Sinto-me à vontade para prestar este depoimento pelo fato de, não sendo artista, não depender de shows ou de Editais para desenvolvimento de minha Arte.

Não entendam como soberba, mas apenas como justificativa da isenção de meu comentário, sem qualquer interesse secundário.

DEU NO X

DEU NO JORNAL

É DE FAZER CHORAR

A capital federal tem recebido dezenas de ônibus de várias regiões do país, para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas muitos jovens ‘companheiros’ ficaram no meio do caminho.

A União da Juventude Socialista (UJS) de Mato Grosso emitiu nota de repúdio, direcionada ao Partido dos Trabalhadores (PT), pelo corte do financiamento da caravana para a cerimônia de posse, nesse domingo 1º, em Brasília.

“Nós sabemos que muitas pessoas aqui, inclusive nós, nos planejamos e organizamos com base nessa caravana. Infelizmente, às vezes acontecem coisas que fogem do nosso controle. Esperamos que o PT se recomponha, pois sabemos que sem a força do povo e dos movimentos sociais o governo não avançará”, diz a UJS em nota.

* * *

Gente, vocês nem imaginam como fiquei com pena desses jovens esclarecidos, bem informados e patriotas.

Emitiram uma nota de repúdio ao PT, um partido comandado por um sujeito honesto e que cumpre tudo que promete.

Fiquei com tanta pena que chega chorei.

Meus olhos se encheram-se de lágrimas.

Xiuf, xiuf, xiuf, snif, snif, snif….

DEU NO X

DEU NO JORNAL

TOGAS VERMELHAS

No futuro, os historiadores mal acreditarão na política brasileira no ano da graça de 2022, quando, a pretexto de combater o “autoritarismo” e o “risco à democracia” de um presidente democraticamente eleito pelo povo quatro anos antes, suas excelências de cortes superiores mudaram a cor da toga e subiram no palanque.

O ano em que o Brasil assistiu ao show de horrores em que a Suprema Corte atuou como delegacia de polícia, promotoria e juiz.

* * *

De fato, Suas Insolências mudaram a cor da toga: de preta pra vermelha.

A expressão “show de horrores”, dessa nota aí de cima, resume tudo.

Vivemos um filme de terror apavorante, absurdo, surreal.

E vamos nos preparar pra sofrer os horrores de uma ditadura Executivo-Judiciário que vai se instalar a partir de hoje.

Que Deus se apiede deste país!!!

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

O DIÁLOGO

Minha Avó muito querida e reverenciada

Quando escrevo este texto, estamos na sexta-feira, 30. Fim de tarde.

Hoje, domingo, 1, primeiro dia do Ano Novo, tomara o sol esteja brilhando para todos, e encontre os passageiros habitantes da Terra em gozo de saúde e felicidade. Auguro ao Criador, único que tem poderes e bondade suficientes para perdoar os que precisam ser perdoados, “que releve os momentos de adoração ao Bezerro de Ouro”.

Claro que, hoje, domingo, eu sei o que aconteceu ontem e o que está acontecendo hoje.

Assim, não sei se o texto pertence ao 2022, quando foi escrito; ou se pertence ao 2023, quando está publicado.

Pois, esperando que este 2023 seja maravilhoso para todos e aproveitando para agradecer à Deus pelo milagre da vida – de todos, claro! – me transporto para o ano de 1950, criança de apenas 7 anos, mas tendo o discernimento para compreender que, além de Deus, minha Avó era a minha Estrela Dalva, possuidora de uma luminosidade que quase nenhum doutor ou doutora demonstrou ter em todo esse périplo do caminhar da vida na procura dos moinhos de vento ou do portão de Pasárgada.

Perdão se aborreço a quem imagino estar lendo essas bobagens que para mim são luzes que tilintam formando uma cantata natalina – provavelmente, minha Avó foi, sem que eu percebesse, meu primeiro e único amor edipiano.

Mas, o que Ela teria feito de extraordinário?

Acredite, você que está lendo: poucas vezes minha Avó saía de casa. Corrijo. Saía sim. Andava uns 25 metros da cozinha da casa para o chiqueiro das cabras, todos os dias, tão logo o galo cantava – ia fazer a ordenha e colher o leite caprino para o café da manhã.

E, nesse “andar tão pouco e em poucas vezes”, quando Ela se transformava na Estrela Dalva e me aconselhava, mostrando todos os caminhos da vida e apontando os melhores para caminhar, era como se Ela tivesse conhecido cada um.

Angelicalmente falando!

Suas mãos, sem rugas, venciam o tempo. Como prêmio, nunca teve um “panariço” em qualquer dos dedos. As linhas das palmas das duas mãos, vívidas, limpas e abertas para qualquer situação. As mãos, sempre abertas para doar e para receber as graças divinas em respostas às orações.

O beija flor tinha um dialeto especial com minha Avó

Na parte matinal de todos os dias, Vovó viveu anos a fio, da cozinha para o chiqueiro, e do chiqueiro para a cozinha. Cuidava do “dicumê”, atiçando o fogo a lenha e, vez por outra, com a concha feita de quenga de coco, mexia e provava a comida. Enquanto a panela cozinhava ela varria o quintal com vassourinha. Quando terminava a varrição voltava para o estranho “diálogo”.

Quem não a conhecia e flagrava aquela conversa, certamente deduzia que Vovó era doida varrida. Muitas vezes meu Avô a surpreendia e ralhava:

– Tá ficano doida muié! Tá falando sozinha?!

Mostrando a felicidade nos gestos delicados, ela respondia:

– Beeesta, hômi! Tá conversando com meu bichim!

E era aquilo, realmente. Poucos conseguiam entender o que falavam. Provavelmente o inocente linguajar da felicidade, cheio de poesia e entendimento entre os seres de Deus.

Nós somos pessoas de Deus. Por que duvidar que as aves, mesmo as minúsculas como o beija-flor, não o são?!

A interação milagrosa se concretizava:

Beija-flor livre mas comendo na mão

Todo domingo meu Avô ia à missa. Caminhava algumas léguas, vestia a melhor roupa lavada com anil ou com melão São Caetano. Sabe-se lá o que Ele pedia à Deus. Mas sempre soubemos que, qualquer oração em qualquer quantidade e Fé, seria pouca para pagar o que sempre recebíamos do Criador.

Terminada a missa, Vovô se dirigia para a bodega do Seu Zé, onde comprava querosene, fumo em rolo do melhor que existisse e fosse apropriado para o cachimbo e para fazer rapé. Não esquecia jamais o açúcar cristal.

O açúcar cristal tinha um único destino: Vovó o dissolvia n´água e colocava na “cova” da mão para servir ao beija-flor!

DEU NO X

DEU NO X

J.R. GUZZO

A MENTIRA DA MUDANÇA DO CLIMA

Rua coberta de neve, em Buffalo, Nova Iorque, durante a tempestade Elliot, a pior nevasca da história da comunidade, em 24/12/2022

Ano após ano, área após área, a ciência mundial tem estado sob ataque – o mais destrutivo desde a escuridão que a Igreja Católica, até o século 17, impôs ao pensamento humano. Era proibido, então, fazer a mais modesta indagação científica, ou simplesmente utilizar a razão para investigar questões básicas da vida. O cidadão era queimado na fogueira dos padres e dos bispos por tentar investigar, por exemplo, as causas físicas de uma doença, ou o movimento na Terra em volta do sol; era pecado mortal, como heresia, servir-se do livre pensar e do livre arbítrio para chegar a qualquer conclusão sobre questões do espírito ou fatos materiais. Ao fazer essas coisas, a pessoa estava desafiando o Plano Geral de Deus, que obviamente queria manter em segredo, ou sem explicação, tudo aquilo que o homem não entendia – não cabia ao homem, em nenhuma hipótese, presumir que seria capaz de descobrir aquilo que Deus, em sua sabedoria infinita, tinha decidido que não deveria ser descoberto. Hoje, quatro séculos depois, volta-se ao tempo de Galileu Galilei – obrigado, para escapar da pena de morte imposta pela Igreja, a dizer que a Terra não se movia. Para não ser “cancelado”, proibido de expor as suas ideias ou simplesmente manter o seu emprego na universidade, nos centros de pesquisa e nas repartições burocráticas do Estado, o cientista do século 21 tem de obedecer cegamente à religião da “ciência progressista”, socialmente responsável e destinada a construir um mundo “sustentável”.

Galileu Galilei foi julgado pela Igreja Católica por cometer ‘heresias’

Esta religião e este mundo são os de Bill Gates e de seus parceiros bilionários que a cada ano fazem discursos em Davos – e ao mesmo tempo de todos aqueles que, de alguma forma ou por algum tipo de descompensação, sonham confusamente com o fim do capitalismo e a sua substituição por algo que não sabem o que é, mas têm certeza de que é “melhor”. Têm vidas, comportamentos e patrimônios opostos uns dos outros; um militante ecológico padrão, um professorzinho de universidade que dá entrevistas na mídia como “especialista” ou um paxá do Vale do Silício que faz doações de US$ 100 milhões para salvar a humanidade, têm tão pouco a ver entre si que poderiam viver em planetas diferentes. Mas, no geral e no fundo, acabam querendo a mesma coisa: o fim do progresso econômico. O mundo, para eles, tem de parar onde está; quem tem US$ 100 bilhões, é claro, continua com os seus 100 bi, e você continua com os trocadinhos que tem no bolso. Não se pode mexer em um átomo da Amazônia, da África, da Groenlândia ou, na verdade, de qualquer ponto do mundo, habitado ou não. É proibido crescer. É proibido mudar. É proibido usar o solo para produzir alimento, ou para extrair recursos indispensáveis à vida humana. É proibido consumir energia. É proibido nascer mais gente – e os que já nasceram, e vivem na pobreza, não podem querer melhorar de vida. O problema insuportável, para a nova ciência dessa gente, é o que ela mesma, talvez sem perceber, chama de “humanos”. São esses desgraçados que atrapalham o bem-estar das árvores, dos bichos e das pedras. Interferem na natureza, que deveriam apenas contemplar. Consomem água, oxigênio e espaço. Precisam comer, precisam usar algum tipo de tecido para se vestir, precisam morar em casas melhores que cavernas. Gastam, no maior horror dos horrores, combustível – é um crime, realmente, contra quem viaja de jatinho, desliza pelo mar em iates de 150 pés e anda de bicicleta de dez marchas, nos momentos em que não está em seus SUVs de R$ 1 milhão. Um mundo sem “humanos”, em suma, seria o ideal.

Bill Gates: de uma garagem de classe média para a maior fortuna mundial

A ciência diante da qual se ajoelham hoje bilionários, devotos amadores do meio ambiente e devotos profissionais que ganham a vida em universidades, centros de pesquisa, empresas “sustentáveis” e “agências reguladoras” é, acima de tudo, totalitária. Ela decreta, em seus comitês, burocracias e igrejinhas, que alguma coisa é assim ou assado; a partir daí, obrigatoriamente, essa coisa tem de ser assim ou assado. Foi eliminada, simplesmente, a pergunta mais fundamental da ciência, desde que o homem adquiriu a capacidade de utilizar o seu cérebro para pensar: “O que é isso?” Ou, de outra forma: “Por que isso é assim?” Não se pode mais dizer: “Não tenho certeza de que tal coisa é assim. Gostaria de observar os fatos objetivamente, mas de outro ponto de vista, e verificar se chego a alguma conclusão diferente da que é aceita neste momento”. Ou seja: estão banidas a dúvida, a curiosidade, a investigação física, a discussão livre, a troca de ideias e os demais princípios fundamentais que fizeram a ciência evoluir da descoberta da roda até o que ela é hoje. Em vez de verdade científica o que se tem agora é fé – e, pior que isso, a obrigação de ter fé. Ciência não é mais o resultado do estudo sistemático das estruturas do mundo material, através da observação, das experiências e de testes capazes de comprovar com fatos concretos as deduções obtidas. Ciência é aquilo que os cientistas, pesquisadores e agentes do Estado, com o apoio da mídia, dizem que é ciência. No tempo da treva, quando isso ou aquilo parecia incompreensível, a Igreja dizia: “Deus quis assim. Não tente entender. É pecado entender.” Hoje está voltando a ser exatamente a mesma coisa. “Os estudos científicos dizem que é assim”, afirmam os mandarins da ciência. “Não tente entender. É negacionismo entender.”

Em nenhuma área do conhecimento essa degeneração da ciência é tão agressiva como nas questões ligadas ao meio ambiente – e especialmente, neste momento, a tudo aquilo que se entende como “mudanças do clima”. O fundamento principal do colapso da ciência verdadeira em favor da crença climática é a ideia absurda segundo a qual o homem pode “combater” a “mudança do clima” – como se a Era do Gelo, o Dilúvio Universal e a separação dos continentes tivessem dependido do comportamento humano. Isso, sim, era mudança climática para ser levada a sério – não os 40 graus de calor em Copacabana no meio do mês de janeiro. Mas hoje é tudo culpa do clima. O “aquecimento global”, mesmo quando as pessoas estão morrendo de medo de passar frio neste inverno na Europa, por escassez de calefação, é culpado pelo sol, a chuva, a seca, a enchente – e também por terremoto, maremoto, vulcão, maré alta, maré baixa, a barragem de Sobradinho, o urso polar que não encontra comida, o aumento de mortos na escalada do Everest. Cobra-se dos políticos: “O que o seu programa prevê para deter a mudança do clima”? É uma coisa que não acaba mais. Criaram, até mesmo, a “ciência” da “climatologia” – e isso simplesmente não existe. O cidadão que se apresenta como “climatologista” é, com toda a probabilidade e salvando-se notáveis exceções, um farsante. Tudo o que ele sabe, ou finge saber, está plenamente compreendido em outras disciplinas científicas; para que, agora, essa “climatologia”? Mas a mídia publica, dia e noite, entrevistas assustadoras com os “climatologistas”. Fazem seminários, presidem webinários e aparecem na entrega do Oscar. Qualquer coisa que digam é aceita com a certeza com que se recebe o cálculo da área do triângulo. O resultado é o avanço da ignorância autoritária, do charlatanismo escrito em inglês e da superstição fantasiada de pesquisa de Harvard.

O fato objetivo, comprovado pela aplicação honesta dos procedimentos científicos fundamentais, é que não existe no mundo a “emergência climática” – isso mesmo, não existe, muito pura e muito simplesmente. Não se trata de uma opinião de jornalista ignorante. É a conclusão de um estudo liderado pelo Prêmio Nobel norueguês Ivar Giaever, assinado por mais de 1.100 cientistas de todo o mundo, inclusive 14 brasileiros, e divulgado em julho deste ano. A “Declaração do Clima Mundial”, como se apresenta o documento, diz que a ideia predominante segundo a qual a atividade humana causa modificações no clima é uma ficção política. O clima da Terra, diz o estudo, vem variando desde que o planeta existe. No presente momento, em particular, a situação real é exatamente oposta ao quadro de calamidade apresentado pela lavagem cerebral da mídia, da elite econômica e da ciência “politicamente correta”: de 1850 para cá, o mundo se aqueceu significativamente menos do que as previsões feitas em cima de modelos baseados na influência humana sobre o ambiente. O estudo observa que os “modelos climáticos” usados para demonstrar a ação destrutiva do homem sobre “o clima” não são nem sequer remotamente plausíveis como ferramentas de pesquisa; enquanto não forem substituídos pela aplicação da ciência empírica, baseada na observação da realidade, só podem gerar conclusões falsas. Os 1.100 cientistas declaram, enfim, que não há nenhuma evidência estatística de que o “aquecimento global” está tornando mais graves, ou mais frequentes, os furacões, enchentes, secas e outros fenômenos naturais – e afirmam que o “perigo” do carbono na atmosfera é um fetiche. “Nós nos colocamos francamente contra a política de carbono zero para 2050”, afirmam eles. O estudo, naturalmente, foi boicotado pela imprensa mundial e pela ditadura que controla a produção científica de hoje.

Ivar Giaever

É natural que seja assim. A “climatologia” e os “climatologistas” prosperam através das turbinas de um lobby que envolve, quando se soma tudo, literalmente trilhões de dólares. A “mudança de clima” fornece milhares de empregos, na maioria bem pagos, diretorias, consultorias, presença em conselhos de multinacionais, verbas bilionárias nas universidades e nos centros de pesquisa, circulação para a mídia, viagens, conferências de cúpula em Sharm el-Sheikh, ou coisa que o valha, e todo o tipo de boca-livre. A conversa ali, em boa parte do tempo, é sobre verbas, subsídios e caça às fortunas das fundações pró-virtude, ao dinheiro de governos de países ricos e ao caixa das organizações internacionais. Cada projeto é um negócio. Uma expedição ao Polo Norte, por exemplo, com um navio-base, centenas de participantes e frota de apoio, com toneladas em mantimentos e brinquedos tecnológicos de última geração, é um prêmio de mega sena. Ficam nisso meses inteiros, com salários altos e todas as despesas pagas; o grande objetivo é chegar a conclusões que levem os patrocinadores a pagar a expedição do ano seguinte. Ficam medindo a temperatura do gelo, ou coisas assim, e sempre constatam que a situação é “crítica”, a ameaça é “grave” e o prosseguimento das pesquisas (”temos de entender melhor o que está acontecendo”) é “indispensável”. Pode ser a última chance de “salvar o planeta”. É “urgente”. As fundações, as empresas e os políticos soltam o dinheiro. No fim de todas as contas, o que se pode verificar de mais concreto é que os grandes beneficiários da climatologia, até agora, tem sido os climatologistas.

A essência vital da “ciência climática”, e de muito do que se pode observar na filosofia ambiental ou ecológica, é a sua feroz hostilidade ao ser humano – e sobretudo o ser humano pobre, a quem se nega cada vez mais o direito de viver, pois suas vidas incomodam a “natureza” muito mais que as vidas dos ricos. Já se ouviu, em Manhattan, uma intelectual desesperadamente fiel à correção de sua consciência e às suas obrigações perante o planeta, propor a evacuação dos atuais 20 milhões de habitantes da Amazônia para “salvar a floresta”. Heimmmmm? Como assim, “evacuação”? Para onde? Só se faz evacuação de populações inteiras em ditaduras alucinadas; é coisa de Stalin, Pol Pot, Mao Tse-tung e outros assassinos patológicos. Mas aqui nós estamos falando em “Amazônia”; as classes que ganham para cima de US$ 1 milhão por ano, moram em guetos milionários e trabalham na Disney, ficam cegas e começam a dizer coisas deste tipo. É a mesma atitude dos NatGeo, Animal Planet e outros canais de entretenimento que funcionam hoje em dia como polícia ecológica. Num documentário recente feito por um deles, o apresentador relatou a tragédia de uma tribo miserável da África: um leão tinha comido uma criança, e ele estava entrevistando o pai. Ao fim da história, o sujeito diz que era necessário achar uma solução para o problema – o problema do leão. Era inadmissível, concluiu, que a tribo continuasse a causar stress nos leões, “ocupar” o “seu território” e interferir no “equilíbrio ambiental” e nas suas fontes de alimentação. Ficamos assim, então. Um leão que for visto andando pelo centro de Londres, digamos, onde poderia comer um editor do The Economist ou algo assim, vai ser morto a tiros de fuzil pela SWAT. Um leão na África não pode ser tocado – vai comer uns pretos nessa ou naquela aldeia, mas e daí? Problema deles, que ficam interferindo com a vida pessoal dos leões.

A falsa ciência, naturalmente, não tem se mostrado capaz de paralisar o mundo. A ciência de verdade continua a ser utilizada para fazer aviões da Boeing, usinas que produzem energia elétrica e cirurgias de cérebro. A água, mesmo nos estudos científicos de Oxford ou de Princeton, continua a ferver aos 100 graus centígrados e o ângulo reto permanece com os 90 graus que sempre teve. O homem, afinal, tem de viver – e os cientistas do clima também. Mas a catástrofe que a falsa ciência tem trazido para o conhecimento humano vai cobrar um preço cada vez mais alto — e quem vai pagar são os que mais precisam do progresso.

DEU NO X