DEU NO X

A PALAVRA DO EDITOR

É SEXTA-FEIRA, DIA 20!

Sexta-feira ensolarada aqui no Recife.

E num dia de número par, o 20, que é o dobro de 10.

Tudo certo e encaixado!

Sinal de bons presságios.

Chupicleide já avisou que vai encher a cara hoje.

A safada fez um vale de adiantamento de salário e chega arreganhou os  dentes de tanta satisfação.

Ela tomou a iniciativa por conta das generosas doações feitas esta semana pelos leitores Luis Gonzaga, Urbano José, Expedito Mateus, Helena Maria e  Manuel M. Sabino.

Brigadíssimo a todos que nos ajudam a manter esta gazeta escrota avuando pelos ares!!!

Vai voltar tudo em dobro pra vocês.

E pra fechar a postagem, vamos alegrar e embelezar a nossa sexta-feira com uma animada roda de choro, atendendo pedido do leitor Sérgio Isidoro, de Guaratinguetá, São Paulo.

Abraços e um excelente final de semana pra toda a comunidade fubânica!!!

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

UM GRANDE POETA E UM CORDEL DA COLUNISTA DALINHA CATUNDA

O poeta cearense Geraldo Amâncio, um dos maiores nomes da cantoria de improviso da atualidade

* * *

Alguns improvisos de Geraldo Amâncio:

Quem nasce onde eu nasci
E se cria sem escola,
Andando com pés descalços
Ou corrulepe de sola,
Ou cresce pra ser vaqueiro
Ou cantador de viola.

* * *

Eu sei que Jesus do Céu me conhece,
Gosta do meu verso, dessa propaganda.
Se eu peço um repente, o Cristo me manda,
Me manda ligeiro, pois lá do céu desce.
Depois, na cabeça, o verso aparece,
Me desce pra boca preu pronunciar.
Inda tem um anjo para me ajudar.
E tem uma máquina nesse meu juízo:
Não faz outra coisa, só faz improviso
Nos dez de galope da beira do mar.

* * *

Eu bem novo pensei em me casar
Com uma moça do meu conhecimento
Disse ela: eu aceito o casamento
Se você deixar a arte de cantar
Ela estava esperando no altar
E eu voltei da calçada da matriz
Quebrei todas as juras que lhe fiz
E comecei a cantar dali por diante
Sou feliz porque sou representante
Da cultura mais bela do país.

* * *

O mundo se encontra bastante avançado
A ciência alcança progresso sem soma
Na grande pesquisa que fez do genoma
Todo o corpo humano já foi mapeado
No mapeamento foi tudo contado
Oitenta mil genes se podem contar
A ciência faz chover e molhar
Faz clone de ovelha, faz cópia completa
Duvido a ciência fazer um poeta
Cantando galope na beira do mar.

* * *

Olho a tela do tempo e me torturo
Vejo o filme do meu inconsciente,
Meu passado maior que o meu presente
Meu presente menor que o meu futuro;
Se a velhice é doença eu não me curo,
Que os três males que atacam um ancião:
São carência, desprezo e solidão,
E é difícil escapar dessa trindade;
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando a prestação.

* * *

A MORENA QUE CALOU O MALANDRO – Dalinha Catunda

Vou contar uma história
Preste atenção, por favor,
Sobre um sujeito malandro
E muito paquerador
Era Don Juan famoso
Elegante bem charmoso
Metido a conquistador.

Toda mulher que ele via,
Corria para cantar,
Dizia paro os amigos:
Mais uma vou conquistar!
E tinha mesmo razão
Pois provocava paixão
Era cantar e ganhar.

Seu reinado durou muito
Ate que se apaixonou
Por uma linda morena
Que o malandro enfeitiçou
Ele fez o que podia
Fez até feitiçaria
Mas a gata não ganhou.

E dizem que fez promessa
Pra pagar no Juazeiro,
Porém a de São Francisco
Ele foi pagar primeiro.
Fez o percurso a pé
Pra pedir em Canindé
Esta graça ao padroeiro.

Foi na igreja de crente,
Foi na macumba também,
Porém nada da morena
Para ele dizer amém.
Aquele que só sorria,
Agora se maldizia
Por não conquistar seu bem.

Foi então que resolveu
A tal morena encarar,
Só faltou uma viola
Para o cabra acompanhar.
E feito o dono do mundo
Ele respirou bem fundo,
Querendo desafiar.

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DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

Caro Editodos,

avise aos nobres amigos, leitores do Jornal da Besta Fubana, cabarelistas juramentados, curiosos, fofoqueiros, bêbados e sóbrios, que hoje vamos abrir as portas do Cabaré do Berto.

Aproveitamos a folga e convidamos dona Gina, de Palmares, para benzer o ambiente e vamos retomar nossos encontros.

Para participar basta clicar aqui.

Será a partir das 19h30, horário de Brasília.

Abraços

R. Ótima notícia a volta da nossa reunião semanal.

Mais uma sexta-feira para rever os amigos e jogar conversa fora.

Sete e meia da noite estaremos todos lá no Cabaré.

A catimbozeira palmarense Dona Gina vai cuidar de tudo e benzer o ambiente.

Contamos com a presença dos queridos leitores fubânicos.

Até mais tarde!

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DEU NO JORNAL

VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

AVENIDA “INDEPENDÊNCIA OU MORTE”

Antigamente, quem descia a Rua Padre Pinto, em Natal, bairro da Cidade Alta, no sentido do bairro do Alecrim, se deparava com duas bifurcações: uma passava pelo famoso Cabaré de Maria Boa e a outra ia dar no Cemitério do Alecrim. Por isso, essa rua foi apelidada, pelos “patriotas” cachaceiros, de Avenida “Independência ou Morte”. Assim, ouvi contar o meu saudoso tio Arsênio Pimentel, homem muito inteligente e espirituoso.

A bifurcação que passa pelo Cemitério do Alecrim é a chamada Avenida Rafael Fernandes. Essa Avenida se popularizou como Avenida do “Traque Eterno”, tendo em vista beirar o canal do Baldo, onde desembocam os dejetos e esgotos de alguns bairros de Natal. Sempre exalou um terrível fedor. Ninguém aguentava passar por lá, sem tapar o nariz, fosse a pé, de carro ou de ônibus.

Nesse tempo, não se falava em Covid, e máscaras eram produtos de uso hospitalar ou de festas à fantasia. As máscaras eram muito usadas e ornamentadas, somente para os bailes de carnaval.

Os natalenses mais antigos sempre se referiam à Avenida Rafael Fernandes, como Avenida do Traque Eterno”.

Para o pedestre que precisasse se deslocar do centro da Cidade Alta para os bairros do Alecrim e das Quintas, esse caminho era um suplício, mas a única opção. Precisavam respirar profundamente, tapar o nariz com a mão e ir adiante, marchando como um soldado e apressando o passo.

A Avenida Rafael Fernandes (Avenida do P. Eterno ou “Traque Eterno”) saía da Rua Padre Pinto (“Independência ou Morte”).

Zé do Fuxico, natalense e boêmio, quando tomava uma, coisa que fazia todos os dias, só falava rimando. Amante de mesa de bar, e sempre liso, era um cordelista nato e ninguém notava. Uns gostavam, outros não, pois às vezes sentiam-se ridicularizados por ele.

Por causa dessa inofensiva peculiaridade, uma vez por outra, algum colega de copo batia de frente com ele, por não ter gostado da rima de que fora a inspiração. Quanto mais Zé do Fuxico bebia, mais falava rimando.

Certa manhã de sábado, estava ele com amigos, bebendo no Bar de Mário, puxando o fogo e falando em rimas:

“Ai, meu Santo Antão! Chegou o demônio Sansão…
Quebrai a caneta dele junto com a terrível mão!”

Sansão, um cachacista que acabara de chegar, avançou para Zé do Fuxico , mas a turma do “deixa disso” acalmou os ânimos.

A presença de Zé do Fuxico em mesa de bar era sempre uma alegria. Mas, depois do 3º copo, pegava brabo por tudo. Era briguento.

Misturava toda qualidade de bebida e bebia até ficar “embalsamado” e adormecer na mesa. Os amigos iam levá-lo em casa, onde Conceição, sua santa esposa, o esperava, com ar de reprovação.

Certa manhã, enquanto Zé do Fuxico dormia, curtindo uma carraspana fenomenal, sua esposa o deixou dormindo e saiu para o mercado, deixando-o trancado. Por precaução, levou as chaves. Quis evitar que ele “ganhasse o mundo”, se por acaso acordasse antes dela voltar.

Não deu outra. Uma hora depois, Zé do Fuxico acordou com sede de bêbado e quando se viu trancado, ligou para a polícia pedindo socorro. Um conhecido dele prontamente o atendeu e foi lá arrombar a porta, cuja fechadura “havia se quebrado”.

Pra se vingar da esposa, passou a noite toda na rua, e só voltou no dia seguinte, “cheio de razão”.

Mais um batente, para a ameaça da separação, que nunca houve.

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DEU NO JORNAL

A VOLTA DA MAMATA

Começou a festa: Claudia Raia consegue R$ 5 milhões com Lei Rouanet

Por meio da Lei Rouanet, o governo federal aprovou a captação de R$ 5 milhões para o projeto “Claudia Raia – Os Musicais”.

A peça é estrelada pela atriz global.

A edição desta quinta-feira, 19, do Diário Oficial da União, trouxe a publicação da portaria com a homologação da proposta.

A atriz Claudia Raia | Foto: Divulgação

O prazo para a captação termina em 31 de dezembro. No site do Ministério da Cultura, todos os documentos apresentados para a proposta aparecem com data posterior ao resultado das eleições de outubro de 2022.

* * *

Tô pensando em montar uma peça estrelada pelo jumento Polodoro, mascote desta gazeta escrota.

Uma peça onde ele aparece fazendo o papel de enrabador de éguas sedentas, só jumentas militantes e ativistas.

No espetáculo, nosso estimado jegue vai aparecer no palco todo satisfeito, balançando a pajaraca esporrenta.

Vou requerer dinheiro da Lei Rouanet e tenho certeza que o governo federal me concederá.

Já calculei até o percentual da propina que darei à autoridade que liberar a verba.

Vai ser bem grande!

Do tamanho do cacete de Polodoro.