DEU NO JORNAL

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A SERENATA – Augusto de Lima

Plenilúnio de maio em montanhas de Minas!
Canta, ao longe, uma flauta e um violoncelo chora,
Perfuma-se o luar nas flores das campinas,
sutiliza-se o aroma em languidez sonora.

Ao doce encantamento azul das cavatinas,
nessas noites de luz mais belas do que a aurora,
as errantes visões das almas peregrinas
vão voando a cantar pela amplidão afora…

E chora o violoncelo, e a flauta, ao longe, canta.
Das montanhas, brilhando, a névoa se levanta,
banhada de luar, de sonhos, de harmonia.

Com profano rumor, porém, desponta o dia;
e, na última porção da névoa transparente,
a flauta e o violoncelo expiram lentamente.

Augusto de Lima - o poeta | Templo Cultural Delfos

Antônio Augusto de Lima, Congonhas de Sabará-MB (1859-1934)

DEU NO X

JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

EQUILÍBRIO

Meu caminho eu faço no equilíbrio
Sobre a corda da vida vou andando
Cada passo que dou venço um medo
Contra tudo e todos vou lutando
Muitas vezes alguém vem sabotar
E eu sinto a corda se quebrar
Mas, não temo meu corpo desabando.

Certa mão poderosa me amparando
– Toda vez que a corda se partiu –
Fez inútil, porém, essa artimanha
E na queda essa mão me assistiu
Nova corda esticou ante meus passos
Me ordenando “não olhe os seus fracassos,
E nem lembre das vezes que caiu.”

Assim eu sigo me equilibrando.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO JORNAL

MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

RECONSTRUÇÃO

É muito mais simples destruir do que construir. A construção envolve projeto, planejamento, cumprimento de metas, alcance de objetivos. Destruir não precisa de muita coisa. Nem inteligência diferenciada é necessária. Basta um carro desgovernado para destruir uma parede, basta um avião pilotado por terroristas para destruir uma edificação, basta uma mentira para destruir um sonho, basta um corrupto na presidência para destruir a credibilidade de um país.

Até antes das eleições de 2022 eu experimentei opinar, publicamente, sobre diversos temas que envolviam aquele momento político. Falei da incoerência de candidatos e da leniência da justiça com o maior corrupto desse país. Engraçado é que esse título era utilizado como referência a Paulo Maluf, mas o tempo mostrou o quanto estávamos enganados. Paulo Maluf, por exemplo, não tem seu nome nas planilhas da Odebrecht. Foi corrupto, foi condenado por corrupção em 1995 e a sentença transitou em julgado em 2014. Maluf foi preso, mas ficou poucos dias na cadeia. O STF que destrói a moral jurídica, concedeu prisão domiciliar por questões humanitárias.

Depois dos resultados da eleição, parei de falar. Deixei o facebook de lado porque descobri que vítima não tem voz e nem vez. Entendei que tudo que fizeram para salvar das amarras judiciais o corrupto-mor, não tinha mais o que dizer. Era aquele sentimento estranho de não ter ninguém para me ouvir. Um sentimento de incapacidade por não ter conseguido mudar a opinião de certas pessoas, embora meus argumentos fossem mais sólidos. Fui bloqueado no facebook por pessoas amigas. Vi uma figura importante dos laços familiares me criticar porque eu “defendia a sandice econômica de Paulo Guedes”. Entendi que não tinha mais o direito de me expressar livremente, embora sempre aceitei a posição política de quem quer seja. Aprendi a separar a pessoa da ideia.

Recentemente, fui convidado para uma entrevista numa rádio. O tema era economia, ou seja, a perspectiva de que o crescimento econômico do Brasil supere o Canadá. Eu gostaria que fosse assim. Apesar de tudo eu sou brasileiro e sei que há pessoas na fila de espera por um emprego. Não tenho como me sentir bem sabendo que alguém precisa de renda para se alimentar, para alimentar a família. Estamos no penúltimo mês do ano e temos previsão de crescimento entre 2,3% e 3,3% para 2023 e um crescimento de 2% para 2024. Eu espero que seja assim, embora desconfie de que as contas estão infladas.

O que mais me surpreende é o comportamento de alguns. Começo por Ciro Gomes. Tenho recebido diversos vídeos de Ciro criticando o governo. Falou sobre a autorização do MEC para abertura de 95 cursos de medicina por parte da iniciativa privada, falou da roubalheira do governo via codevasf, etc. Ciro parece um candidato em campanha. De novo? Ele não disse que 2022 era a última vez? Vocês acreditam nas palavras de Ciro? Acho que só ele mesmo acredita.

O importante é que teremos eleições municipais em 2024 e esse momento serve de termômetro para 2026. A região Sul, embora com o governador do Rio Grande do Sul pertencente a um partido de esquerda, tem se mobilizado para surpreender. Romeu Zema tem conseguido aglutinar esse pessoal num consórcio e ele sabe que não ganha eleição apenas com votos do sul/sudeste. Se quer fazer algo, então que se comece a planejar. Vamos trazer dados comparativos das regiões, vamos mostrar quem governa a região nordeste por anos, vamos nos perguntar porque nossos municípios possuem uma dependência de mais de 90% de transferências governamentais enquanto o cenário no sul/sudeste é diferente.

Nós temos essa obrigação de reconstruir o país. Não é fácil quando a justiça luta pra deixar como está, mas a gente precisa continuar tentando.

DEU NO X

JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

AS BRASILEIRAS: Ruth Guimarães

Ruth Guimarães Botelho nasceu em 13/6/1920, em Cachoeira Paulista, SP. Escritora, poeta, cronista, professora, jornalista. teatróloga, folclorista e tradutora. Foi a primeira escritora brasileira negra a projetar-se em âmbito nacional com seu romance Água Funda, publicado em 1946 pela Editora Globo. O livro retrata aspectos da vida rural e o universo caipira do Vale do Paraíba Paulista e mineiro.

Filha de Maria Botelho e Christino Guimarães, concluiu os primeiros estudos em sua cidade natal e o curso Normal em Guaratinguetá. Morando com os avós maternos em Cachoeira Paulista, aos 10 anos publicou os primeiros versos nos jornais A Região e A Notícia. Em 1938 mudou-se para São Paulo, levando três irmãos menores que acabou de criar. Frequentou a famosa Farmácia Baruel, do farmacêutico e escritor mineiro Amadeu de Queiroz, travando contato com escritores da época, como os irmãos Amado, Jorge e James, Mário da Silva Brito, Jamil Almansur Haddad, Mário Donato entre outros. No início da década de 1940 conheceu Mário de Andrade, que orientou sua pesquisa sobre o diabo e suas manifestações no imaginário popular.

Sua carreira se consolidou com o segundo livro – Os Filhos do Medo -, publicado também pela Editora Globo em 1950. Tal livro rendeu-lhe um verbete na Encyclopédie Française de la Pléiade, tornando-a a única escritora latino-americana a merecer tal distinção. A partir desse livro, teve atuação destacada na pesquisa da literatura oral no Brasil e no conhecimento da cultura caipira. Foi uma das primeiras alunas do curso de Letras Clássicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP; teve aulas com os professores Roger Bastide, Fidelino de Figueiredo, Silveira Bueno e Antonio Soares Amora, entre outros.

No início da década de 1960 frequentou a EAD-Escola de Arte Dramática da USP, especializando-se em Dramaturgia e Crítica. Trabalhou em algumas editoras como revisora e tradutora e publicou crônicas, artigos e crítica literária em jornais e revistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa. Foi repórter das revistas Noite Ilustrada, Quatro Rodas, Realidade, Carioca e Globo. Como professora, lecionou francês na Aliança Francesa de São Paulo; grego na Universidade de Taubaté; Psicologia da Arte e Literatura nas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, em Lorena e Literatura na Faculdade de Ciências e Letras de Cruzeiro.

Passou anos pesquisando a medicina popular, as ervas, raízes e simpatias curativas, com a intenção de publicar uma enciclopédia em 12 volumes sobre medicina natural, que não chegou a ser concluída (os filhos estão completando esse trabalho). Seu legado é composto por mais de 50 livros, incluindo traduções do francês, italiano e latim. Ativa também fora da literatura, fundou o Museu de Folclore Valdomiro Silveira e a Guarda Mirim de Cachoeira Paulista. Participou da Sociedade Paulista de Escritores e da Associação Brasileira de Escritores (as duas entidades que se fundiram em 1958 para formar a UBE-União Brasileira de Escritores) e do Centro de Pesquisas Folclóricas Mário de Andrade. Foi membro da Comissão Estadual do Folclore, ao lado de Inezita Barroso, Oneyda Alvarenga e Rossini Tavares de Lima. Foi uma das fundadoras do IEV-Instituto de Estudos Valeparaibanos, que lhe concedeu o Prêmio Cultural Eugênia Sereno.

Na sua cidade natal, Cachoeira Paulista, fundou em 1972 a primeira academia de letras do Vale do Paraíba, a Academia Cachoeirense de Letras (hoje Academia Cachoeirense de Letras e Artes). Em 2008, eleita para a Academia Paulista de Letras, ocupou a cadeira 22, que foi de Guilherme de Almeida. Às vésperas de completar 89 anos, foi convidada pelo prefeito Fabiano Vieira para assumir a pasta da Cultura. Foi seu último cargo público e veio a falecer em 21/5/2014, aos 94 anos. Em 2019 foi criado em Cachoeira Paulista o Instituto Ruth Guimarães, um espaço cultural que mantém suas obras e memória.

Segundo seu filho, Joaquim Maria Botelho, jornalista e ex-presidente da UBE-União Brasileira de Escritores, no prefácio do livro Crônicas Valeparaibanas, “Ela gostaria de ter tempo para se dedicar à bruxaria… Ruth vive sem tempo, mas já é uma bruxa – a bruxa boa que o folclore valeparaibano representa nas suas histórias como a simpática velhinha que ensina o caminho às almas perdidas, que destrói com artimanhas geniais os monstros para deixar passar os príncipes que vão, por sua vez, salvar as princesas transformadas em rãs e as donzelas amaldiçoadas pelas feiticeiras malvadas. É assim que a Ruth quer continuar vivendo neste Vale do Paraíba que ela conta e reconta nos seus escritos deliciosos, pesquisados com o carinho de quem garimpa brilhantes. Na sua calma de cachoeirense, Ruth vem abrindo a alma, há 86 anos, para ser o relicário vivo das informações e da cultura valeparaibanas…”

DEU NO JORNAL

FUMACEIRO NO GUNVERNO LULEIRO

Dados atualizados da plataforma TerraBrasilis mostram que 2023 registrou o mês de outubro com maior número de focos de incêndios na Amazônia para o período de toda a série histórica: são 22,1 mil registros de destruição da floresta.

Isso supera em mais de 8 mil pontos de áreas queimadas o que foi registrado no mesmo mês de 2022, ou sejam, 13,9 mil.

O monitoramento do TerraBrasilis se baseia em informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O número de outubro é o segundo pior do ano. Perde apenas para setembro, quando o Inpe registrou 26,3 mil focos de queimada.

De tudo que foi queimado em outubro, 38,4% foram de vegetação primária, rica em diversidade biológica e características originais.

* * *

A bruxa petralha que ocupa o pomposo cargo de Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, além de Greta Greluda, Abestalhado di Caprio e mais toda a patota de eco-chatos e meio-ambienteiros, estão caladinhos, caladinhos.

Todos de cu trancado.

A militância fumaceira (êpa!) da esquerda não dá um pio sobre este fato clamoroso, arreganhado, à vista de todos.

Num vou mandar esse time de tabacudos para puta-que-pariu porque isso seria uma ofensa às putas. Uma nação de gente que dá duro e leva duro pra ganhar a vida.

Também não vou mandar “pra  casa do caralho” porque….

Ah… deixa pra lá.

E vamos torcer pra que a Amazônia e seu povo consigam se livrar dessa praga que, em 2023, em pleno gunverno luleiro, atingiu proporções impressionantes.