JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

A bodega do “Seu Zé”

Sair do trabalho ao concluir o horário, a direção é o caminho de casa. Condução popular, alguns minutos ou horas na direção, mas sempre a caminho de casa, para o descanso.

O apear da condução e o caminho de casa. Pertinho. Na esquina da rua onde moramos. Antes, na Bodega do Seu Zé, um cumprimento aos amigos e alguns vizinhos. Coisa rápida!

– Boa noite a todos!

– Boooaa noite! Alguns respondem, outros apenas acenam com a mão.

– Aceita uma talagadinha daquela que “matou o guarda”?!

– Não! Tô levando o pão pra completar o jantar da molecada!

– Que nada! Só uma pra molhar o bico!

A dose mínima é servida. Os pacotes são colocados sobre o balcão de madeira, ao lado da terrina com tripas e toucinho salgados e da balança Filizola.

– Como eu aceitei a talagadinha, vou pedir a minha “gelada”, mas só tomo um copo e vou embora, levar o mata-fome dos meninos. Zé, traz a entradeira e a saideira. Quatro copos.

A saideira foi realmente mais entradeira. Uma, duas, três, quatro saideiras!

Nisso, a mulher foi avisada pela vizinha, que “faz tempo, teu marido tá na bodega do Seu Zé”!

A mulher vai na bodega buscar o pão, e aproveita para levar o marido.

Bar Pinguim em Ribeirão Preto/SP

Gosto de Ribeirão Preto. Conheci e passei a gostar. Fiquei gostando mais ainda, quando conheci o Bar Pinguim e o chope geladinho que chega da fábrica através de uma serpentina. Serviço atencioso e profissional dos garçons. Ambiente seguro, bem iluminado, mas, sem que muitos entendam, a clientela prefere sempre as mesas da calçada.

Tira-gosto de qualidade. Bolinhos de queijo e de bacalhau, acompanhados de fatias de salame defumado.

O chope “sem colarinho” é imperdível! Um, dois, três, quatro!…. até a primeira ida ao banheiro.

Bar Amarelinho na Cinelândia no Rio de Janeiro

Ir ao Rio de Janeiro, não beber café pingado com leite num copo de vidro e não beber um chope no Bar Amarelinho da Cinelândia, é melhor não ir à Cidade Maravilhosa. Qualquer um precisa ir, “para carimbar o passaporte” e legalizar o passeio. Antes, a obrigatoriedade era conhecer o Bar Luiz, na Rua da Carioca – mas esse “fechou” as portas.

Diria que o Amarelinho não é propriamente um “ponto de encontro”, mas de passagem incluído no caminhar pela Cinelândia. É tradicional. Tem um ótimo serviço dos garçons. A fama de que é “ponto de encontro dos que saem do armário” é afirmação suspeita. Apenas a fama.

Bar/Restaurante do Ordones em Fortaleza

Pegando o avião e voando direto para Fortaleza, onde o turismo ganhou notoriedade pelo clima durante o ano inteiro. Praias sempre lotadas e limpas, com gerenciamento elogiável. Tem problemas de “segurança” que existem também até em Paris ou New York. Mas, ainda não é algo “fora de controle”.

Vida noturna de qualidade. Bons restaurantes e bares, todos (ou quase todos) funcionando com boas músicas. Sempre ao vivo. Enfrenta de frente e com rigidez os problemas que “alimentam a insegurança da cidade e dos turistas” com policiamento rígido e eficaz.

O povo cearense, de forma consciente ou não, descentralizou a vida noturna, tornando-a forte e boa nos bairros. O Flórida Bar do ex-jogador de futebol Sá Filho, mudou do Centro para a Aldeota; o Caravele, sempre foi na Avenida Luciano Carneiro e ali sobrevive há pelo menos 50 anos servindo bem, ao som de um piano bem tocado.

Mas, no crescimento do turismo, havia a necessidade do empreendedorismo, que não demorou muito. E começou no bairro São Gerardo, tendo como semente plantada, uma lata servindo de fogareiro para assar passarinha, avoante e tripinha de porco, servindo doses de cachaça e cervejas.

Os serviços de transporte urbano se modernizaram com a chegada do metrô e a boa frota de ônibus urbanos. Isso prejudicou o serviço dos “taxistas de carros-de-praça”, tirando-lhes o pão de cada dia.

Inventivo, o ex-taxista Ordones resolveu “assar tripas no fogareiro”, caminho para o melhor e mais frequentado bar de Fortaleza, que virou restaurante, trocando e fazendo servir o melhor carneiro do Norte e Nordeste. De todas as formas: cozido, assado, defumado, com direito a melhor linguiça “caseira” de carneiro do País.

Bar do Seu Luna em Recife

Mas, acredite. Falar pouco ou quase nada dos bares da nossa vida que existem em algumas capitais e/ou cidades brasileiras, e não citar o Bar do Seu Luna, ali próximo da Praça do Sargento, mais propriamente na Avenida Saldanha Marinho, na Imbiribeira, convenhamos que é ser injusto.

É no Bar e Restaurante do Seu Luna que os notívagos e cachaceiros de Recife ou visitantes enchem o bucho do melhor “osso buco asado na panela, molhado com o mais suculento molho”. Cachaça Sanhaçu da melhor qualidade. Ambiente familiar (até certa hora da noite, antes da chegada das raparigas de plantão que se profissionalizaram em receber pagamento em Pix, todas vindas da feira de Casa Amarela), frequentável por crianças acompanhadas.

4 pensou em “OS BARES E AS BODEGAS DAS NOSSAS VIDAS

    • Jesus, boa tarde. Na verdade, todos nós gostamos. A bodega é um local bom, onde a gente revê os amigos e bota as coisas do bairro em dia. Nos dias de hoje, a gente não faz no supermercado o que fazia na bodega.

  1. Que covardia, José Ramos!
    Nem avisou pra gente colocar um babador. 😂😂😂😂😂
    Não bebo mais mas fiquei com tanta água na boca que babei.
    Parabéns e obrigado!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *