A PALAVRA DO EDITOR

LANÇAMENTO DO LIVRO DE XICO BIZERRA

Sábado passado aconteceu o lançamento do livro “Encontros ao redor do sonho”, de autoria do colunista fubânico Xico Bizerra.

O evento  aconteceu na Loja Passa Disco, um recanto acolhedor aqui do Recife, onde são realizados inúmeros eventos culturais e artísticos da nossa querida cidade.

Tive a honra de ser convidado pelo autor para fazer a orelha da obra e me senti feliz que só, pois sou inxirido de nascença!

Orelha minha, prefácio do colunista fubânico José Paulo Cavalcanti, apresentação de Paulo Rocha e mais um prelúdio do grande artista pernambucano Maciel Melo, autor e intérprete de inúmeros sucessos.

Xico Bizerra é um dos nomes da maior destaque da MPB contemporânea, tendo várias de suas composições sido gravadas por grandes nomes da música brasileira, como Amelinha, Chiquinha Gonzaga, Dominguinhos, Xangai, Elba Ramalho, Marinês, Quinteto Violado e Silvério Pessoa, entre vários e vários outros.

Cito apenas alguns, pois existem dezenas de outros grandes nomes que gravaram música do meu querido e talentoso amigo.

Xico é verbete no Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira.

O livro “Encontros ao redor do sonho”, composto por 30 crônicas, é uma leitura gostosa, esclarecedora e muito interessante, num estilo agradabilíssimo, como são todos os textos desse cabra talentoso.

Recomendo aos fubânicos com entusiasmo.

A obra pode ser adquirida na página da Editora Bagaço, na página da loja Passa Disco, ou diretamente com o autor, através do e-mail xicobizerra@forroboxote.com.br

E vamos fechar a postagem com Elba Ramalho interpretando um dos maiores sucessos de Xico, a composição “Se Tu Quiser”, que já teve mais de duas centenas de gravações por grande nomes da música brasileira!!!

DEU NO X

ALEXANDRE GARCIA

APÓS CRITICAR EMBARGO DOS EUA A CUBA, LULA VAI SE REUNIR COM BIDEN

Antes de reunião com Biden, Lula se encontrou com o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel.

Antes de reunião com Biden, Lula se encontrou com o ditador cubano, Miguel Díaz-Canel

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está em Nova York para a reunião da Organização das Nações Unidas (ONU). Essas visitas a Nova York não significam uma visita ao governo americano, mas à Organização das Nações Unidas. Mas ele ainda assim vai ter encontro, é o que estão dizendo, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira (20), depois de amanhã.

Vai ter a abertura da Assembleia da ONU, em que tradicionalmente o presidente do Brasil é que fala, abrindo mais um período de sessões. Fala-se também de um possível encontro com Volodymyr Zelenski, o presidente da Ucrânia, que não quis falar com Lula em Tóquio, na última reunião do G20.

Ele evitou falar com Lula, que estava fazendo manifestações sobre o presidente russo, Vladimir Putin, e teve aquela desculpa. Acho que foi desculpa, inclusive, dos dois lados. Porque o governo brasileiro também alegou problemas de agenda, não deu. Meu Deus do céu. E agora talvez dê. Eu estou vendo a notícia de que foi Zelenski que tomou a iniciativa dessa conversa.

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Lula tem reunião marcada com Biden

Agora, a conversa com Biden, eu imagino o rumo que vai ter, né? Porque, é dois ou três dias depois de Lula ter dito em Havana, em Cuba, que a culpa do atraso econômico de Cuba é dos Estados Unidos por causa do embargo econômico. O embargo econômico é uma coisa unilateral de um país. O Brasil, por exemplo, no governo Bolsonaro ano passado, o comércio com Cuba cresceu 60%. Só que o Cuba compra mais do Brasil do que o Brasil compra de Cuba, porque Cuba tem poucas coisas a oferecer pro Brasil.

O Brasil já tem açúcar, não precisa do açúcar cubano, não tem charuto e não tem rum Havana branco. São mais ou menos esses os produtos, eu não sei se tem alguns medicamentos que o Brasil compra, talvez tenha um de vitiligo. Cuba está assim por causa do regime. O regime não funciona. Não funcionou na União Soviética, não funcionou na China. A China tem uma economia capitalista e um governo comunista. Teve que colocar a sabedoria chinesa, colocar Confúcio, e não Marx. Confúcio é muito prático.

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G77 com Lula foi “quase um comício”

Então é esse o problema, eu não sei se o presidente está sentindo isso, porque a reunião de Cuba com 134 países foi quase comício. É G77, mas na verdade é G134 e está cheio daquilo que o presidente Lula chamou de bagrinho. Quando ele quis diminuir o Tribunal Penal Internacional (TPI), do tratado de Roma, ele disse “Ah, é um tratado que não foi assinado pelos Estados Unidos, China e nem Rússia, é só de bagrinho”.

Pois é, tem 134 países em geral do Hemisfério Sul. Como a gente sabe, no Hemisfério Sul, o Brasil está numa companhia de muitos países que têm um certo atraso em relação aos países do Hemisfério Norte. Mas, enfim, vamos ver o que dá. Lá em Cuba, Lula deu jeito de sair da agenda, foi visitar o Raúl Castro, o irmão e companheiro de Sierra Maestra do Fidel.

Os ditadores da Nicarágua e da Venezuela se uniram para dizer que é para dizer que eles estão contra a hegemonia dos Estados Unidos. Os Estados Unidos não estão nem aí. Estados Unidos, inclusive, na sua prática, estão diminuindo o comércio com a China, e aumentando as relações econômicas com os dois vizinhos, porque fica melhor, fica mais perto, não gasta frete, é só atravessar a linha de fronteira, Canadá e México.

E o México deve estar gostando muito, porque daqui a pouco não tem desemprego no México, porque as empresas americanas vão para lá para produzir automóveis, muitos dos automóveis que a gente compra aqui no Brasil foram produzidos no México.

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Brasil deve reforçar poder nacional

Na prática, eu estou falando de política externa e da necessidade de ter um pragmatismo na presença nacional, tem que se impor. Eu recomendo a quem estiver interessado por esse assunto, e no futuro de seus filhos e netos, que leia artigo de um general quatro estrelas da ativa e não apenas da ativa como chefe do Estado Maior do Exército, general Fernando Soares e Silva, um artigo no Estadão de sábado (16).

No texto, o general recomenda neutralidade em política externa e reforço do poder nacional. Como a gente sabe, o poder nacional se compõe, não apenas do poder militar, mas é do poder econômico, do poder psicossocial, que é o poder da sociedade brasileira, mas o poder militar também… é a última razão dos reis, né? Quando cessa tudo o que a diplomacia tenta, o que a gente ouve é barulho dos canhões. E a gente estaria preparado pra isso? Por isso é uma leitura que eu recomendo.

DEU NO X

DEU NO JORNAL

OS DONOS DO BRASIL: UM PROBLEMA CULTURAL DO NOSSO PAÍS

Roberto Motta

extrema pobreza

Desigualdade social tende a persistir no terceiro mandato de Lula, segundo estudo da consultoria Tendências.

“Os donos do Brasil são ambidestros […] O submundo tosco de ideias e refinadamente intuitivo dos caudilhos não conhece direita nem esquerda, senão como rótulos. O que lhes importa é o poder, o uso pessoal dele, para enriquecer, para afogar suas inferioridades no ódio, na cobiça, na deslumbrada mediocridade do espanto de se verem tão alto – sem saber como nem para quê”. (Carlos Lacerda, “O Poder das Ideias”, 4a Edição, p.17)

O Brasil é um país com enorme potencial. Pode se tornar uma das nações mais desenvolvidas. Mas, há muito tempo, nosso país é dominado por um grupo que vive de explorar o trabalho da população – um grupo formado por políticos que se revezam no poder e pessoas que se beneficiam disso. Por isso a vida do cidadão comum é tão difícil. Por isso, quase metade de tudo o que o brasileiro ganha com seu trabalho vai alimentar o Estado.

Nossos problemas têm raízes históricas. Vários autores apontam para a herança institucional que recebemos dos colonizadores. Isso explicaria a enorme diferença entre o desenvolvimento da América Latina e o desenvolvimento da América do Norte (Estados Unidos e Canadá).

A América Latina foi colonizada pela Espanha e por Portugal, países cujas instituições eram voltadas para o enriquecimento de uma pequena classe de nobres. A América do Norte, em comparação, foi colonizada pela Inglaterra, um país onde, desde o início do século XIII, já começam a se estabelecer os direitos do cidadão, e onde instituições fortes criaram segurança jurídica e permitiram o desenvolvimento da atividade econômica. Esse desenvolvimento distribuiu a riqueza por toda a população. Foi na Inglaterra que começou a Revolução Industrial. Não foi por acaso.

Isso não quer dizer que os homens que se revezam no poder desde a Proclamação da República sejam isentos de culpa. Pelo contrário; tivemos inúmeras oportunidades para recuperar o atraso e não o fizemos. Fizemos o oposto: gastamos esforço e tempo criando desculpas e justificativas para nosso atraso. Criamos, por exemplo, a famosa Teoria da Dependência, que coloca a culpa do atraso nas nações desenvolvidas.

As raízes dos nossos problemas podem ser históricas, mas esses problemas foram perpetuados e aprofundados por decisões populistas e irresponsáveis da classe política. Alguns problemas do Brasil são comuns a vários outros países, como o baixo crescimento econômico, a degradação urbana e o crime. Outro problema comum é o domínio da mídia, do sistema de ensino e do ambiente cultural pela esquerda.

Mas o Brasil tem características particulares que agravam tudo. Somos um país de extensão continental, com enormes diferenças regionais, governado através de um sistema federativo de mentirinha, com concentração desproporcional de poder nas mãos dos burocratas de Brasília.

Somos um país que repete, há várias décadas, que o criminoso — não importa a perversidade ou a violência do seu crime — é um coitadinho, que não teve oportunidade, ou que agiu movido pela “desigualdade” (exceção feita para aqueles que cometem crime de opinião – esses devem ser punidos com rigor). Enquanto todas as grandes democracias ocidentais têm leis penais rígidas e um sistema de justiça criminal que pune quem viola a lei, nosso sistema se torna a cada dia mais permissivo. O resultado é um nível de criminalidade sem paralelo em qualquer país que não esteja em guerra.

Existem soluções de curto prazo: alterar nossa legislação penal para reduzir a impunidade, tanto em relação à criminalidade violenta quanto à corrupção. Mas, no médio e no longo prazo, precisamos mudar a cultura e as instituições.

É preciso acabar com o jeitinho brasileiro. Precisamos eliminar o pagamento de propina dos nossos hábitos. Precisamos exterminar o politicamente correto do nosso pensamento e da nossa linguagem, e começar a dar nomes corretos aos nossos problemas. Mas, acima de tudo, precisamos entender que a solução dos principais problemas do Brasil não vem do Estado, mas dos indivíduos.

A política oferece apenas uma parte da resposta. Não existe “bala de prata” – não há nenhuma medida, emenda constitucional, lei ou decisão judicial que tenha o poder de colocar, por si só, instantaneamente, o Brasil no rumo certo.

Estamos acostumados a parar o país durante cinco dias para festejar o carnaval. Paramos o país inteiro durante quase um mês para assistir à Copa do Mundo. Gastamos 30 bilhões de reais na reforma de estádios de futebol para copa de 2014, e 80 bilhões de reais para organizar as olimpíadas de 2016, e sabe-se lá quantas fortunas em refinarias que nunca ficaram prontas. Enquanto isso, mais da metade das residências brasileiras não têm serviços de água e esgoto.

O Estado brasileiro se mete em assuntos que não lhe dizem respeito — como produção de filmes ou exploração de petróleo — e não cumpre quase nenhuma das suas missões principais, que são educação básica, saúde básica, justiça, segurança e defesa. Temos um sistema eleitoral extremamente complicado e confuso; você vota em um deputado e seu voto é usado para eleger outro candidato – é o sistema “proporcional”.

Somos um país onde o sonho da maioria dos jovens que se formam na universidade é passar em um concurso público, de preferência para o cargo de fiscal. No Brasil crianças são proibidas de trabalhar formalmente — o trabalho infantil é considerado crime — mas essas mesmas crianças estão pedindo esmolas nas ruas ou trabalhando para o tráfico de drogas.

A raiz de tudo isso é uma cultura que considera o trabalho como uma coisa ruim, que demoniza a riqueza e a prosperidade, que transforma rancor e ressentimento em ideologia e que incentiva a dependência do Estado.

Mudemos essa cultura e todo o resto mudará.

XICO COM X, BIZERRA COM I

DEUS MUDO

Ouvindo o silêncio de Deus
deparei-me com o barulho dos homens:
gritos e ais, tiros e outras pancadas,
barulhos, zoadas,
de opressores e oprimidos,
vencedores e vencidos.
Nenhum sussurro de amor consegui ouvir,
nenhuma palavra de paz pude escutar:
Onde está Deus
que não se importa com isso tudo?
Por que esse Deus mudo?
Por que esse absurdo?
Será que esse deus é também surdo?

* * *

Todos os Livros e a maioria dos Discos de autoria de XICO BIZERRA estão à disposição para compra através do email xicobizerra@forroboxote.com.br. Quem preferir, grande parte dos CDs está disponível nas plataformas digitais. 

Nossos CDs estão nas plataformas virtuais e, em formato físico, na Loja Passadisco do Recife.

DEU NO X

A DENÚNCIA DO ESTADÃO

Leandro Ruschel

Imagem

Estadão denuncia regime autoritário que ajudou a colocar de pé

É preciso lembrar: o Estadão foi o primeiro grande veículo de circulação a criar uma lista negra de “bolsonaristas” que deveriam ser proscritos.

Foi com base nessa lista que a CPMI das “Fake News” iniciou a perseguição, passando o material para o Supremo, no inquérito em que ministros aparecem como vítimas, investigadores e julgadores.

Nesse inquérito, mais de 400 pessoas já foram alvo de procedimentos como quebra de sigilos, busca e apreensão, censura prévia de perfis na Internet, bloqueio de contas bancárias, cancelamento de passaportes e prisões, num processo típico de regimes totalitários. Na esmagadora maioria dos casos, o “crime” foi fazer críticas ao regime.

Também fica claro que apenas um lado do espectro político é alvejado. A esquerda está livre para cometer os mesmos “crimes” que levam conservadores à prisão. Ou seja, trata-se claramente de perseguição por conta de crenças pessoais, algo que o direito internacional trará corretamente como crime contra a humanidade.

A investigação, acusação, julgamento e condenação das pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, nos atos do dia 08 de janeiro segue o mesmo padrão: processos nas mãos de um ministro, desrespeitando o direito constitucional ao juízo natural, sem acesso às cortes revisores. O direito de defesa é quase nulo, em que mal os defensores têm acesso integral aos autos. As decisões e punições são duríssimas e apresentadas em prazo recorde, em que não há, na prática, a possibilidade de apelar. Resumindo, não há nem sombra do devido processo legal.

Tudo sobre aplausos da militância de redação, incluindo aí o Estadão, que ENVERGONHA a sua própria história de luta contra regimes autoritários, como o de Vargas, em que os donos do jornal chegaram a ser presos.

Agora, o jornal faz tênue crítica, para tentar manter a imagem de isenção. Não cola. O Estadão, junto com outros grandes veículos da “imprensa” serão para sempre lembrados como figuras chave na implementação de um regime totalitário no Brasil, sob governo do descondenado que eles ajudaram a colocar no poder.

PENINHA - DICA MUSICAL