DEU NO JORNAL

COMENTÁRIO DO LEITOR

LEITOR SUGERE CANDIDATURA

Comentário sobre a postagem CABRA MACHO: BOTOU PRA LASCAR

Álvaro Simões Filho:

Depois desse show de conhecimento jurídico e, principalmente, de coragem capaz de envergonhar todo o alto comando das FFAA e, ainda, no caso de Jair Messias Bolsonaro ainda continuar inelegível, estou sugerindo que o JBF apoie o lançamento da candidatura do Desembargador Sebastião Coelho à Presidência da República em 2026, para acabar de vez com a chance de qualquer lixo esquerdoente mental corrupto e mentiroso ou de algum ladrãozinho do Centrão subir a rampa do Planalto.

Existe uma meia dúzia de homens honestos no Congresso, mas as chances de um politico honesto chegar à Presidência nesse Brasil atual são bem próximas de zero.

Então, SEBASTIÃO COELHO 2026 é uma ótima opção.

Será que o JBF e seus leitores vão fazer essa aposta?

* * *

A PALAVRA DO EDITOR

NA METADE DO MÊS

Sexta-feira, 15 de setembro.

Terminou a semana e terminou a primeira quinzena.

Uma feliz coincidência.

Estamos na metade do mês.

Hoje de tarde vou lá na banca da nêga Elizama, aqui perto de casa, apostar  jacaré no jogo do bicho.

E Chupicleide já avisou que vai encher a cara na Confraria dos Chifrudos, o aprazível templo sagrado dos cornos, localizado no Mercado da Madalena, aqui no Recife.

A safada fez um vale de adiantamento de salário e chega arreganhou os  dentes de tanta satisfação.

Ela tomou a iniciativa por conta das generosas doações feitas esta semana pelos leitores José Claudino, Áurea Regina, Esdras Serrano, Benigno Aleixo, Expedito Mateus e Cassio Ornelas.

Gratíssimo a todos pela força que nos dão pra manter esta gazeta escrota avuando pelos ares.

Vai voltar tudo em dobro pra vocês na forma de muita paz, saúde, vida e alegria!!!

E pra encantar a nossa tarde, fecho a postagem com a música Adeus Batucada, uma composição da autoria de Synval Silva, na encantadora voz de Carmem Miranda, nossa saudosa artista, uma brasileira nascida em Portugal, que encantou-se em 1955, quando morava lá nos Zisteites.

Curiosidade: vejam só este pequeno trecho da página do compositor Synval Silva no Wikipédia:

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

UNS VERSOS BEM ATUAIS

Mote e glosas do poeta paraibano José de Anchieta Batista.

Passa o tempo pregando honestidade,
Todo mundo sabendo que é ladrão.

Diz que é servo de Deus, mas o demônio
Deve ser o seu guia e companheiro.
Do Tesouro, roubou muito dinheiro,
Pra formar este enorme patrimônio…
Debaixo da camada de ozônio,
Não existe um sujeito mais vilão,
Procurar outro igual será em vão,
No grande lamaçal da improbidade:
– Passa o tempo pregando honestidade,
Todo mundo sabendo que é ladrão.

No domingo o safado está na Missa
Como um anjo aos pés do Criador,
Faz ofertas também a algum pastor,
Diz que a Deus sua alma é submissa,
Prega paz, prega amor, prega justiça,
Prega tudo o que traz a salvação,
Diz que Cristo foi sua redenção
E que vive na luz e na verdade:
– Passa o tempo pregando honestidade,
Todo mundo sabendo que é ladrão.

É comprando seus votos que é eleito,
E assim, nunca perde o seu mandato.
O safado é ligeiro igual a um rato,
E na arte do roubo ele é perfeito,
Pois aí ele encontra sempre um jeito
De burlar os caminhos da prisão.
Não vai longe uma só acusação…
“É coisa de inimigo, é só maldade!”
– Passa o tempo pregando honestidade,
Todo mundo sabendo que é ladrão.

É por isso que nossa humilde gente,
Sem remédio, sem médico, sem leito…
Nos hospitais mendiga seu direito,
Mas nada importa a dor que o povo sente.
E este bandido zomba impunemente
Da indigência da população…
Que sem comida, emprego e habitação
É por ele assaltada sem piedade…
– Passa o tempo pregando honestidade,
Todo mundo sabendo que é ladrão.

Porém Deus que não tem olhos fechados
E não deixa um pecado sem cobrança…
Vai fazê-lo subir numa balança,
Pra medir quanto pesam seus pecados…
Os tostões, um por um, serão cobrados…
Eu não sei de que jeito, mas serão!
Roubar do povo é crime sem perdão,
Pois só os pobres sofrem de verdade…
– Passa o tempo pregando honestidade,
Todo mundo sabendo que é ladrão.

DEU NO JORNAL

RLIPPI CARTOONS

DEU NO JORNAL

O TOUR DE LULA EM CUBA VAI ENCONTRAR FOME, POBREZA, TORTURA E OPRESSÃO

Bruna Komarchesqui

Lixo em uma rua de Havana, capital de Cuba, no fim de agosto

Lixo em uma rua de Havana, capital de Cuba, no fim de agosto

Em sua viagem a Cuba, nesta sexta-feira (15), Lula encontrará ainda mais opressão e pobreza do que da última vez que esteve na ilha, em 2020. Antes de ir para a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o petista tem uma agenda confirmada em Havana, no dia 16 deste mês, com o ditador Miguel Diaz-Canel, onde também participa da Cúpula do G77 – grupo que conta hoje com 134 países do chamado Sul Global, grande parte deles não considerados democracias. No tour pelo país, Lula poderá contemplar uma Cuba tão repressiva quanto a dos primeiros anos do castrismo, com a população sofrendo pela escassez de itens básicos, como energia, alimentos e remédios.

Após os protestos de julho de 2021, que reuniram milhares de cubanos nas ruas contra a situação política e econômica do país, o regime apertou ainda mais o cerco às liberdades individuais e de expressão no território. Somente nos sete primeiros meses de 2023, o número de presos políticos triplicou na ilha, segundo a ONG Prisioners Defenders. Foi uma média mensal de 17 presos, três vezes mais do que o que se costumava registrar entre 2018 e meados de 2021.

A maioria dos 1.047 presos políticos cubanos são civis, sem filiação a movimentos políticos. A ONG também denuncia que cidadãos detidos por manifestações contra o regime recebem sentenças judiciais ou têm a liberdade limitada por promotores, sem direito à defesa, o que fere o direito ao devido processo legal. Pessoas que professam alguma religião também relatam que perseguições, ameaças e cerceamento à liberdade de culto estão em alta no país.

Torturas e assassinatos 

As táticas de intimidação da ditadura de Miguel Díaz-Canel incluem violações de direitos humanos como a recente convocação de uma menina de três anos de idade para depor no caso do pai, Idael Naranjo, condenado a dez anos de prisão por ter participado dos protestos de 11 de julho de 2021.

Às prisões arbitrárias, somam-se outras ações repressivas, como ameaças, agressões, multas, proibições de viagens ao exterior, além de idosos e doentes em extrema pobreza sendo privados de assistência adequada. De acordo com o Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), somente em julho ocorreram 338 ações de repressão contra a população civil.

Embora Cuba alegue não aplicar há duas décadas a pena de morte prevista no Código Penal desde a revoução, observadores de direitos humanos apontam que a afirmação é falaciosa e que a morte misteriosa de opositores da ditadura segue ocorrendo. Segundo a ONG Cuba Archive, desde 2021, o país teve cerca de 21 assassinatos extrajudiciais. De 1959 para cá, foram mais de 4 mil execuções, sendo 3 mil delas sem o devido processo legal.

Jornalistas e ativistas 

Um dos relatórios mais recentes sobre os direitos humanos na ilha, publicado no fim de agosto pela organização Artigo 19, que defende a liberdade de expressão, também mostra uma rotina de agressões do regime contra jornalistas independentes e ativistas no primeiro semestre de 2023. Segundo o documento, foram 41 casos de agressões a jornalistas e 47 a ativistas cubanos no período, a maior parte registrada na capital, Havana. Entre os perpetradores estão estatais, como o Departamento de Segurança do Estado (DSE), a Polícia Nacional Revolucionária (PNR), a Empresa de Telecomunicações Etecsa, as Forças Armadas Revolucionárias (FAR), o Ministério do Interior (Minint) e o Escritório Provincial do Partido (BPP). “Os ataques com o objetivo de inibir e limitar o trabalho investigativo, jornalístico e de ativismo na ilha são realizados pelo Estado de maneira sistemática”, afirma o relatório.

Fome e crise na saúde 

Com uma inflação no mercado informal estimada em 500%, os cubanos amargam uma severa escassez de alimentos, medicamentos e combustíveis, nos últimos anos. Recentemente, camponeses da província de Guantánamo denunciaram a falta de insumos, como fertilizantes, para a produção de alimentos e o atraso no pagamento de safras, enquanto o regime exige produtividade. A situação de insegurança alimentar tem levado comerciantes a denunciarem o aumento de furtos de alimentos básicos, como arroz, açúcar, grãos em geral e carne. Com uma cesta básica que garante a subsistência das famílias por no máximo dez dias no mês, estima-se que apenas metade da população do país se alimente de forma adequada.

Já a escassez de energia, que tem gerado filas em postos de combustíveis nos últimos meses, também afeta indústrias locais e o transporte na ilha, além do fornecimento de serviços básicos, como água potável e eletricidade.

Nos últimos meses, a ilha também padece de um sério déficit de 250 medicamentos – aproximadamente 40% da tabela total –, graças à paralisação de fábricas produtoras de remédios, após problemas nos maquinários, além da dificuldade na aquisição de matérias-primas. O problema afeta de forma especial os aposentados, que são os mais dependentes desse tipo de item e não conseguem acessar o mercado paralelo, com seus cerca de 10 dólares por mês.

Escassez de dinheiro 

Em agosto, o vice-presidente do Banco Central de Cuba (BCC), Alberto Quiñones Betancourt, afirmou em um programa televisivo que a escassez de dinheiro é “crítica” no país. Isso porque o regime iniciou um processo de bancarização das operações financeiras, o que reduziu as cédulas em circulação na ilha. Como a maior parte da população usa dinheiro em espécie, em decorrência das limitações tecnológicas, muitas pessoas acabaram sem recursos para o próprio sustento. A falta de saldo no BCC resultou em mais de seis mil trabalhadores sem salário na província de Guantánamo, em julho.

Falta de professores 

Na segunda-feira (4), o ano letivo se iniciou em Cuba, mas a falta de docentes, sobretudo nas províncias de Havana, Sancti Spíritus, Mayabeque e Matanzas preocupa o regime, e a solução encontrada tem sido “importar” professores de outras regiões para suprir as mais carentes de profissionais. A escassez de professores está ligada aos baixos salários do setor educacional e ao crescente fluxo de pessoas tentando fugir da ditadura para outros países.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

AGORA É TARDE

A língua portuguesa é muito rica, e possui expressões que remontam a personagens e fatos históricos, absorvidos pela sociedade e que tem se propagado através dos tempos.

Como exemplo, cito a secular expressão “Agora é tarde; Inês é morta”, hoje inserida na sabedoria popular e em composições brasileiras, como Dona da Casa (Antônio Carlos & Jocafi – 1998). Quase todas as pessoas sabem o seu significado, mas nem todas tem a curiosidade de saber sua origem.

Pois bem. É à Inês de Castro (1323 a 1355), que se refere esse jargão português.

Inês de Castro era a dama de companhia de Constança Manuel, esposa de Pedro I de Portugal, herdeiro da coroa portuguesa. Inês e Pedro I viveram uma grande paixão.

Logo a notícia do romance se espalhou pela corte, causando um grande desconforto à família real. O pai de Pedro I, o rei D. Afonso IV, ordenou o exílio de Inês de Castro no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana.

Mesmo assim, Inês e Pedro I continuaram amantes.

Apesar de casado, o então príncipe Pedro I manteve com Inês uma relação proibida, mas nem tão secreta, que gerou quatro filhos. Depois da morte da esposa oficial, a princesa de Castela Constança Manuel, Dom Pedro I, contrariando o pai, pôs fim ao exílio de Inês e a trouxe para a sua companhia, passando a viver com ela abertamente, o que gerou um escândalo na corte.

Álvaro Gonçalves, Pêro Coelho e Diogo Lopes Pacheco, conselheiros do rei Afonso IV, o pressionaram, no sentido de adotar uma atitude radical, com vista à execução de Inês. Temia-se pela perda da independência, pois os Castros pertenciam a uma poderosa família galega, que tudo faria para ver no trono um seu familiar. Em face dos argumentos utilizados pelos conselheiros, que exprimiam junto ao rei a vontade popular, D. Afonso IV autorizou a degolação de Inês de Castro, em 7 de Janeiro de 1355, conforme o testemunho documental Chronicon Conimbrigense.

Com a morte de D. Afonso IV, D. Pedro I foi declarado rei de Portugal.

Como autoridade real, declarou que se havia casado clandestinamente com Inês, com quem tivera quatro filhos.

Dessa forma, na condição de rei, D. Pedro I concedeu à falecida Inês de Castro, o título póstumo de rainha de Portugal. E de forma assombrosa, colocou o cadáver putrefato de Inês no trono, pôs uma coroa em sua cabeça e obrigou toda a corte a beijar-lhe a mão.

Mesmo assim, era impossível ao rei, exercer o reinado ao lado de uma rainha morta. Nada mais a traria de volta à vida.

Daí, surgiu a expressão “Agora é tarde; Inês é morta”, como uma coisa que não tem mais jeito.

O caso se trata de uma tragédia, história de final macabro, tal qual Romeu e Julieta, de William Shakespeare, com a diferença de que foi uma história real, que teve como palco as cidades de Coimbra e Alcobaça, em Portugal, enquanto Romeu e Julieta se trata de uma ficção.

O episódio ocupa as estâncias 118 a 135 do Canto III de Os Lusíadas, de Luís de Camões, publicado em 12 de março de 1572. O poema relata o assassinato de Inês de Castro, em 1355, pelos ministros do rei D. Afonso IV de Borgonha, pai de D. Pedro I, seu amante. É narrado, em sua maior parte, por Vasco da Gama, que conta a história de Portugal ao rei de Melinde.

O poeta seguiu parcialmente a História de Portugal, quando se referiu à paixão do príncipe herdeiro pela aia da sua mulher. E conta que, apesar das súplicas de D. Inês, as pressões dos conselheiros foram mais fortes, sobrepondo-se às razões de Estado ao direito à própria vida. Esta morte originou uma discórdia entre o príncipe e o rei, a quem Pedro I responsabilizou pela execução da amada.

Durante muito tempo, as relações entre ambos permaneceram em conflito, até à celebração do Instrumento do pacto de amnistia e concórdia, entre D. Afonso IV e seu filho D. Pedro I, após a grande intriga que houve entre os dois por causa da morte de D. Inês.

Depois da morte de D. Afonso IV, D. Pedro I subiu ao trono para vingar Inês, apesar de anteriormente ter jurado perdoar os conselheiros de seu pai.

Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, que se encontravam resguardados no reino vizinho, foram devolvidos a Portugal pelo rei de Castela, que fizera um pacto neste sentido com o rei português. D. Pedro I foi assistir ao massacre destes dois responsáveis pela execução de D. Inês, sujeitando-os a uma cruel morte, em que lhes foi arrancado o coração. Diferente destino teve Diogo Lopes Pacheco, que escapou à terrível vingança, por não se encontrar em casa nessa ocasião e ter fugido, logo que o avisaram do sucedido.

D. Pedro I pretendeu provar que casara, clandestinamente, com Inês de Castro, por temer o pai. Em Julho de 1360, prestou juramento e apresentou como testemunhas do acontecimento D. Gil, Bispo da Guarda, e Estêvão Lobato, um empregado do rei. No entanto, esta tardia declaração levantou muitas dúvidas relativamente à sua veracidade. Também não há a certeza moral da sua nulidade (bem ao contrário).

Luís de Camões descreveu o romance entre Inês de Castro e D. Pedro I, mesclando-o com passagens saídas de sua imaginação poética. Inicialmente, apresenta a linda donzela inserida num cenário idílico, onde há uma tranquilidade e beleza condizentes com o mútuo amor que unia o casal, como transparece nos seguintes versos:

“Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus formosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas. (Canto III, est. 120)”

Dona da Casa – Antonio Carlos & Jocafi

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