DEU NO X

ALEXANDRE GARCIA

PARA O BEM DE TODOS

Plenário do STF na sessão de 13 de setembro, em que começaram a ser julgados os réus do 8 de janeiro.

Plenário do STF na sessão de 13 de setembro, em que começaram a ser julgados os réus do 8 de janeiro

O artigo de Deltan Dallagnol na Gazeta do Povo, no último dia 15, expondo dez questões sobre o julgamento de réus do 8 de janeiro, que ele chama de linchamento, nos faz perguntar como chegamos a esse ponto. Como deixamos, no dia a dia, que questões contrárias ao Estado de Direito, ao devido processo legal, à Constituição, fossem aceitas como normais. Aí se incluem questões como direitos individuais fundamentais, da liberdade de expressão, de manifestação sem anonimato, de reunião sem armas, sigilo das comunicações, inviolabilidade do domicílio, do mandato, juiz natural, iniciativa do Ministério Público e inércia e isenção do juiz, direito de defesa, ônus da prova, individualização da acusação, proporção das penas, vedação de censura – enfim, questões comezinhas, arroz-com-feijão da democracia, abandonadas sem protesto, sem reação, sem guardiões da cidadania, da liberdade, das leis. E tudo isso acrescido de desrespeito a valores morais da família, das religiões, da nacionalidade, incluindo o enterro do combate à corrupção, representado pela Lava Jato.

Lá no meu início de jornalismo, há mais de meio século, estagiário no Jornal do Brasil, ainda que houvesse uma Lei de Segurança Nacional, aprendi que a vigilância ante os desvios da lei, da Constituição, dos valores éticos é uma constante de nossa vida de jornalista. Atentos às injustiças, aos desvios no serviço público, agíamos em defesa da sociedade, ainda que o Estado pudesse agir em defesa de si próprio. Millôr Fernandes disse que o jornalismo é crítica; o resto são secos e molhados. Elogios ao governo deixávamos para os áulicos da corte; jornalismo é vigilância, crítica e rebeldia contra imposições do Estado, já que o Estado está a serviço da nação que o sustenta – e não o contrário.

Hoje, por razões de afinidade ideológica com o Estado – nem quero pensar em fisiologismo –, há um silêncio eloquente sobre tudo que é esfregado na cara do povo. Ainda bem que há honrosas exceções e a bendita rede social para divulgarem o deboche e o desprezo pela ordem que está inscrita na nossa bandeira, George Orwell, no seu 1984 a propósito da URSS, acaba sendo profético em relação ao Brasil, que a cada dia lembra mais a União Soviética. Talvez nem nos falte uma Sibéria, onde foram postos os manifestantes de 8 de janeiro. O voto equilibrado de Nunes Marques foi quase tabu na mídia majoritária. E assim caminhamos rapidamente. Com medidas antidemocráticas, castigamos os que rotulamos de antidemocráticos.

A ausência de jornalismo mostra como é essencial o jornalismo. Sem ele, todos perdem, inclusive os que agora se omitem. Liberdades se vão, junto com o devido processo legal, e lá vamos reproduzindo Orwell, Kafka, Gheorghiu. Uma nota oficial vale mais que o fato. O jornalismo virou burocrático, o repórter rebelde foi domesticado pelo professor militante; já não quer ouvir todos os lados, basta o oficial. O Estado, afinal, é soberano e todos devem obedecer porque é para o nosso bem. Não deu certo na União Soviética, mas, afinal, agora vai dar certo, se todos se comportarem, para o bem de todos.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

XICO BIZERRA – JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE

Meu Papa,

Impressionantemente deliciosa a leitura dos ‘Fuxicos do Senhor Engenheiro’, do colunista Magnovaldo Bezerra, a mim presenteado por Vossa Santidade.

Embora ainda nos primórdios, mas a julgar pelo que já li – estou na 59ª página das 232 do livro -, recomendo sua leitura: textos simples, diretos, inteligentes, bem humorados e bem escritos.

Uma delícia.

Diria que o Autor é uma espécie de Jessier Quirino urbano com seus causos registrados nas cidades em que viveu.

A ele, meus parabéns.

Aos membros desta Gazeta, a sugestão: leiam.

É coisa muito boa.

R. É isso mesmo, meu caro amigo e colunista fubânico.

Você resumiu tudo magnificamente bem: o livro do também colunista fubânico Magnovaldo Bezerra é excelente.

A maior parte das crônicas que estão na obra já havia sido publicada na coluna dele no JBF, que vai ao ar às sextas-feiras.

Aos leitores desta gazeta que quiserem atender sua sugestão de ler Fuxicos do Senhor Engenheiro, informo que o excelente livro do Magnovaldo pode ser comprado diretamente na página da Editora Lux

E também pela Amazon e pela Submarino.

Garanto que vale a pena: vocês irão gostar da leitura!

Os contos apresentados são um resumo de minhas andanças por este mundão de meu Deus e mostram um vislumbre do que foi a atual experiência terrena deste fuxicador filho de potiguares. A obra não tem algum propósito sério, a não ser mostrar alguns fatos que pipocaram em minha vida pessoal e profissional, incluindo alguns acontecidos com familiares e amigos. O livro contém 93 contos, não havendo alguma explicação lógica para isso, como muitas das decisões políticas, econômicas e jurídicas que assolam nosso País. Talvez porque o número 93 é o triplo de 31, e tanto três como 31 são números primos, justificativa essa que não tem serventia para quem quer que seja. Os contos também não seguem uma ordem cronológica, já que eles não têm alguma relação entre si. Podem ser lidos no banheiro, na cama, no ônibus ou no avião, a caminho de Muricapeba ou de Massaranduba. O mais importante é que tragam satisfação pela sua leitura.

Magnovaldo Bezerra

DEU NO X

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

VIA CRUCIS – Alceu Wamosy

Ó calvário do Verso! Ó Gólgota da Rima!
Como eu já trago as mãos e os tristes pés sangrentos,
De te escalar, assim, nesta ânsia que me anima,
Neste ardor que me impele aos grandes sofrimentos…

Esta mágoa, esta dor, nada existe que exprima!
Sinto curvar-me o joelho a todos os momentos!
E quanto falta, Deus, para chegar lá em cima,
Onde o pranto termina e cessam os tormentos…

Mas é preciso! Sim! É preciso que eu carpa,
Que eu soluce, que eu gema e que ensanguente a escarpa,
Para esse fim chegar, onde meus olhos ponho!

Hei de ascender, subir, levando sobre os ombros,
Entre pragas, blasfêmias, gemidos e assombros,
A eterna Cruz pesada e negra do meu Sonho!

Alceu de Freitas Wamosy, Uruguaiana-RS (1895-1923)

DEU NO X

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO X

DEU NO X

DE JACARÉ PRA CRODILO NAS PROPINAS

DEU NO JORNAL

BASTA UM TIQUINHO PRA NÓIS

O presidente Lula (PT) quer destinar quase R$ 647 milhões para propaganda oficial do governo em 2024, ano em que serão realizadas eleições municipais.

O valor foi inserido no projeto de Orçamento do próximo ano e, se aprovado, representará um recorde de gasto para o setor.

Se aprovado, o valor será quase o dobro do gasto com propaganda oficial em 2023 (R$ 359 milhões) e irá superar os gastos anuais desde 2004.

* * *

Assim que tomei conhecimento dessa verba fantástica, enviei mensagem pra Presidência da República.

Informei que esta gazeta escrota está às ordens pra publicar propaganda oficial.

Basta 0,1% por cento dessa verba de 647 milhões de reais, que o JBF vai ficar o dia todo falando bem de Lula e de como o seu governo é excelente.

Chupicleide tem muita esperança de que a nossa proposta seja aceita e já está se preparando pra elogiar até os peidos que Lula soltar nos palanques.

“Aceita Lula!! Eu vou passar o dia todo dizendo que tu sóis honesto e que só fala a verdade!!!”