
Arquivo diários:5 de maio de 2023
BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MAGNOVALDO BEZERRA - EXCRESCÊNCIAS

CORONEL BÊBADO
Um nome vale mais que uma carteirinha. Ou não?
O mais antigo nome conhecido de Coronel ficou famoso na Espanha (Andaluzia) por causa de Doña Maria Coronel, que viveu entre 1334 e 1411. Seu pai perdeu a cabeça literalmente, acusado de sublevação, sendo decapitado por ordem do Rei Peter I, “O Cruel”, que reinou entre 1350 a 1369. Quatro anos depois seu marido teve a mesma sorte. Bonita, rica e altiva que era, resistiu bravamente aos avanços do Rei, refugiando-se no Convento de Santa Clara, onde as madres clarissas a esconderam. Para se ter uma idéia da brabeza de Doña Maria Coronel, ela, de saco cheio das insistentes cantadas reais, um dia desfigurou a cara do rei quando jogou nela azeite fervente, quando ele descobriu onde estava escondida e avançou doidão sobre ela. Em 1373, após a morte de Peter I, e retomar suas posses, ela fundou o Convento de Santa Inés em Sevilha, na Espanha, na mesma rua do Convento Santa Clara, que abriga freiras da ordem de Santa Clara até os dias de hoje.
A rua dos dois conventos, em Sevilha, se chama Calle Doña Maria Coronel.
Houve também, antigamente, Don Hernando de los Rios Coronel, figura importante na Época de Ouro da conquista espanhola das Filipinas, entre 1588 e 1590.
No mundo atual, há o Dr. Emmanuel Coronel, renomado gastroenterologista, com pós-doutorado na Beth Israel Deaconess Medical Center, atualmente exercendo suas atividades no Texas, Estados Unidos.
Há também o jogador de futebol brasileiro Carlos Coronel, nascido em Corumbá, MS, goleiro do New York Red Bulls.
Ou o Dr. Emerson Coronel, grande especialista em diabetes em Mariland. E que tal Pedro Coronel, reputado consultor de empresas na Suiça, Master em Engenharia Elétrica pela École Polytechnique Fédérale de Lausanne e PhD também em Engenharia Elétrica pela EHT em Zurich?
Ou, em um caso mais eclético e sacudido, el señor Ignácio Coronel Villareal, mexicano nascido em Veracruz em 1954, também conhecido como “Nacho Coronel”, tendo sido responsável por contrabandear toneladas de um inocente e sacudido pozinho branco em navios pesqueiros da Colombia para o México e daí para o Texas e Arizona. Era também conhecido como “O Rei dos Cristais”, por seu poderoso domínio no contrabando de metanfetamina. Atualmente, associado ao cramunhão Asmodeu, está traficando pozinhos e cristais lá nas profundas do inferno.
No Brasil há a história do arretado engenheiro e senador baiano Angelo Coronel (Angelo Mario Coronel de Azevedo Martins), solidamente estável e firme em suas convicções políticas, sendo filiado aos partidos MDB, 1989 – 1992; PSDB, 1992 – 1996; PL, 1997 – 2006; PR, 2007 – 2009; PP, 2009 – 2011 e PSD desde 2011. Bastante consistente com seu idealismo político, como se pode depreender dessas informações sobre sua carreira política.
Tudo isso é contado para falar sobre o assucedido com um jardineiro, que cortava rotineiramente a grama de minha casa em São José dos Campos. Chamava-se Antonio Coronel, e era tão simplório quanto seu pai.
Antonio Coronel sabidamente não era oriundo de nenhuma das famílias Coronel citadas acima, ou mesmo de alguma outra de menor extração. Seu pai, uma pessoa simples, cansado de não ser importante, resolveu que pelo menos o seu filho seria. Segundo a história contada a este fuxicador fuxiquento que aporrinha vosmecê com essas patranhas sem valor algum, tentou por em seu filho o nome de “General”, mas o oficial do cartório se recusou, alegando que “General” era uma patente militar e não um nome. Então nosso personagem descobriu que “Coronel” era um termo já consagrado como sobrenome e meteu bala:
– Já que não pode ser General que seja pelo menos Coronel.
E assim foi feito. Havia um outro sobrenome, da família, é claro, mas isso não importava. O que pegou mesmo foi que só chamavam seu filho de Coronel.
Entre 1964 e 1985 o fato de ser militar inspirava um arretado respeito na galera brasileira. No início de 1974, em pleno regime, ainda sob a presidência de Garrastazu Medici, um general da linha dura, o Antonio Coronel completou seus quarenta anos de idade e resolveu comemorá-los com toda a pompa junto a seus amigos cachaceiros. Encheu tanto a cara que não conseguia mais dirigir o carro. Dois dos amigos, pouco menos encachaçados, tiveram que levá-lo de volta para sua casa.
No caminho, o veículo foi parado por uma patrulha da Polícia Militar. O cheiro da mardita impregnava todo o interior do carro. Os soldados, de pronto, apreenderam a carteira do motorista, junto com os documentos do carro. E queriam também os documentos de identidade de todos.
Só que havia um problema: o Coronel, encolhido no banco traseiro, roncava mais que um porco, curtindo a bebedeira. Os amigos disseram que seria difícil acordá-lo e fazê-lo mostrar seus documentos, que deveriam estar em algum dos bolsos da roupa. O cabo que comandava a tropa não quis saber de nenhuma desculpa:
– Acorde-o de qualquer maneira.
Então o que estava dirigindo candidamente alegou:
– Xi, rapaz, quando o Coronel acorda ele tem um mau humor do cão. Acho melhor não tentar.
E falou de maneira tão espontânea que o cabo recuou:
– Coronel? Bem, deixe o coronel em paz. Toma aqui seus documentos e se manda daqui bem ligeirinho. Não digam a ninguém que vimos vocês. Só tratem de não arrumar confusão no caminho!
DEU NO JORNAL

CENTENAS DE MILHARES DE IDIOTAS
Até às 18h da quarta-feira (3), o portal e-Cidadania, onde cidadãos podem avaliar projetos de lei, registrava quase 425 mil votos contrários ao Projeto da Censura, contra (incríveis) 353 mil votos a favor.
* * *
353 mil votos a favor do projeto de censura.
Puta que pariu!!!
Eu tenho uma leve desconfiança que lado estão estes quadrúpedes…
Como dizia Seu Luiz, meu saudoso pai, gente idiota e mato é o que mais tem nesse mundo.
É de lascar!!!
JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

AQUI JAZZ
Domingo foi o Dia Internacional do Jazz. Criado pela Unesco e anunciado, ao público, por Herbie Hancock ‒ um mago do piano, quem já ouviu sabe por quê. Volto ao passado (de vez em quando faço isso, espero não seja por conta da idade). Tudo começou em 1969, tinha 20 anos e cursava o quarto ano de Direito na Católica. Foi quando a Ditadura decidiu que não podia mais estudar no Brasil, e em nenhum outro lugar se possível (depois, ainda me proibiriam de ensinar). Não em razão das notas, aqui para nós. Mas por ser presidente do Diretório Acadêmico, imagino. Que pedir democracia, naquele tempo, era crime. Manda quem pode, obedece quem tem juízo ‒ ou pensa que tem, o que dá no mesmo. E acabei nos Estados Unidos.
Estávamos em Nova Iorque, na Universidade de Columbia (no subway, uma parada antes da 114 st. e do Harlem ‒ no tempo em que o Harlem era o Harlem, senhores) e íamos, todas as noites, ao Village Gate. Pagando só 5 dólares para ouvir semideuses da música e o mais puro jazz. Primeiro entrava Thelonious Monk, negro enorme que mal cabia no piano, dedos que mal cabiam nas teclas, e tocava como se fosse um predestinado. Só para ele e os anjos. Depois subia no palco outro negro, magro e elegante, com um pistom dourado – primeiro assim que vi, na vida. Era o grande Miles Davis. E ficavam tocando, os dois juntos, até muito depois de todas as horas razoáveis – para estudantes como nós, claro.
Já em Harvard, na cidadezinha de Cambridge (onde fica a universidade, separada de Boston pelo Charles River), o programa nos fins de semana era ir a Tanglewood ‒ pequena propriedade rural entre Lenox e Stockbridge. Seu gramado bem verde ia descendo, sem pressa, até um lago. Dentro do terreno, pequeno palco para orquestra. Ouvíamos a famosa Sinfônica de Boston, então regida por William Steinberg. Na entrada, recebíamos dois cobertores: um para forrar a grama, húmida, outro para proteger do frio. Mais uma caixa com sanduiches. E lá ficávamos algumas horas, de olhos fechados, ouvindo a orquestra. Talvez fosse o paraíso e não soubéssemos disso.
Anos depois, estava dando um curso em Harvard (por conta da UNESCO) e pretendi voltar a Tanglewood. O maestro, agora, era o consagrado japonês Seiji Ozawa, maravilha. Ocorre que, quando fui comprar as entradas, a mocinha da bilheteria disse, com ar de tristeza, “a temporada de sinfônica já acabou”. Para não perder a viagem perguntei se haveria, por lá, algum evento. E ela, como se fosse pouco, “Tony Bennett com a orquestra de Tommy Dorsey” ‒ apenas a orquestra, que seu inspirador morreu em 1956. E ficamos, deliciados, ouvindo esse que só não era o maior cantor do mundo por ter tido o azar de nascer na mesma época de Francis Albert (Frank) Sinatra. Em resumo, uma tarde inesquecível.
Agora circula, na internet, um vídeo com esse cantor de Nova Iorque, Anthony Dominick Benedetto. Quase 97 anos e com Alzheimer, iria ser apresentado ao público apenas para receber homenagens. Ocorre que, ao subir no palco, ele como que se iluminou. Ganhou vida. Cantou cerca de 15 músicas e saudou, sorrindo, Lady Gaga que entrava em cena para o acompanhar. A mesma que, apesar de encontros frequentes, havia tempos não sabia mais quem era. Até que, findo o espetáculo, voltou para seu mundo de sombras.
Volto ao presente. O Village Gate não existe mais; é apenas uma velha casa, agora vazia, com placa desbotada por cima. Tanglewood já não tem aquele ar de campo, mudou, é um anfiteatro enorme. E Tony Bennett nem sabe mais quem é. Seja como for, viva o jazz. Sugiro duas rádios, na internet, para quem se interesse: a Kjazz, de Los Angeles; e a Jazz Radio, de Paris. Se preferir música clássica, tem a BBC de Londres, com 5 canais ‒ um deles só para sinfonia, outro só para ópera. Proust (A fugitiva) recomendava saborear o passado “não de uma vez, mas grão a grão”. Assim seja, também, nas lembranças. Penso num poema de Pessoa (Há quase um ano não escrevo) e repito, com suas palavras, que ando com “saudades de mim”.
P.S. Para despedida, e sem sair do tema, lembro historinha do advogado (quem diria?) Ary (Evangelista) Barroso. Morreu de tanto beber. Em pleno carnaval, e ao perceber que a cirrose hepática o iria vencer, escreveu seu epitáfio num papel e pediu à mulher, Ivone, que pusesse no seu túmulo:
‒ Aqui jaz um homem que odiava jazz.
Ary embirrava mesmo com tudo. Segue uma prova disso. Já no hospital, os amigos convenceram (o recifense) Antônio Maria que não poderia ver Barroso morrer sem se reconciliar com ele. Maria concordou. Se abraçaram, emocionados. E Ary, com voz fraca, pede que Maria cante uma música dele, Ary. Maria, então, cantou Aquarela do Brasil. Ary aplaudiu, emocionado, e implorou que Maria lhe pedisse para cantar uma música do próprio Maria (Ninguém me ama, Manhã de Carnaval, tantas).
‒ Não precisa, Ary,
Preocupado com o fato de que não teria forças para cantar. Mas concordou.
‒ Tá certo. Ary Barroso, por favor cante uma música minha.
‒ Não posso, Maria, que não conheço nenhuma.
‒ Porque é um canalha.
‒ E você um cafetão.
E morreram brigados. No caso do túmulo só não entendo é que a mulher de Ary, por pirraça (deve ter tido lá suas razões), não atendeu seu último desejo (salve Noel). Acontece.
BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

REVÉS PETISTA
DEU NO JORNAL

UMA PROVA ARRASADORA!!!
DEU NO JORNAL

VEM CONTRIBUIR COM O GOVERNO CERTO
BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

“ISSO SE CHAMA AUTOPROTEÇÃO”
CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

HÉBER CRUZ – MANAUS-AM
VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

“À NOITE, TODOS OS GATOS SÃO PARDOS”
“À noite todos os gatos são pardos” é uma expressão popular da língua portuguesa, que remete à ideia de que todas as coisas são semelhantes ou iguais no escuro. Interpretando este provérbio a partir de um ponto de vista literal e físico, compreende-se que em ambientes com pouca luminosidade, as coisas são dificilmente distinguíveis ou reconhecíveis pelos seres humanos.
As imperfeições físicas mal aparecem à noite, ao contrário das imperfeições de caráter, que são sempre visíveis através de gestos e atitudes, nas 24 horas do dia.
Antigamente, num passado remoto, quando não havia energia elétrica, o recolhimento das pessoas acontecia ao anoitecer, para evitar a escuridão. Com o êxito, em 21.10.1879, da invenção do norte-americano Thomas Alva Edison (1847–1931), a noite ganhou o brilho do dia, e a vida se tornou mais fácil.
Há pessoas notívagas, que trocam o dia pela noite, como também alguns animais.
A biologia descreve o comportamento observado em alguns animais, que dormem durante o dia e tornam-se ativos durante a noite.
A maioria dos seres vivos, principalmente os idosos, tem na noite, o período de descanso, muitas vezes com profundas alterações no metabolismo, tais como: redução dos batimentos cardíacos, diminuição da temperatura corporal (animais homeotérmicos ou substituição da fotossíntese pela respiração (vegetais superiores).
São denominados notívagos os seres que têm, no período noturno, o de maior atividade, não só no reino animal (morcegos, anfíbios e felinos), como entre os humanos.
Há pessoas que adoram a noite e se pudessem amanheciam o dia na rua, principalmente os boêmios.
Às vezes, em casas noturnas populares, é comum aparecerem algumas jovens, quase crianças, vendendo botões de rosa a homens, para ofertarem às suas namoradas.
Por mais bonitos que sejam os botões de rosa, simbolizando o amor, a atividade noturna dessas crianças/adolescentes não condiz com a idade que elas tem. `No horário em que deveriam estar dormindo, perambulam pelos bares da noite, vendendo flores, talvez para entregar o dinheiro a algum adulto, familiar ou não, e se expondo aos olhares maliciosos de pedófilos e outros degenerados, que tem em mente lhes fazer o mal.
À primeira vista, esse gesto está ligado à necessidade da sobrevivência. Entretanto, também pode ser uma porta aberta à prostituição infantil.
O que pensar de uma criança que, altas horas da noite, ao invés de estar dormindo, está perambulando pelos bares, implorando aos homens que lhe comprem um botão de rosa para a pessoa amada.
A primeira impressão é de que, ali, está o retrato da fome, da miséria, e da luta pela sobrevivência.
Entretanto, é constrangedor, ver os adultos dançando, comendo, bebendo e se divertindo na noite, enquanto uma criança pede esmola, usando como disfarce a venda de um botão de rosa.
Dificilmente, não se percebe a gravidade dessa atividade mercantil feita por uma criança, em plena noite, quando deveria estar em casa dormindo. Com certeza, algum mau-caráter se esconde por trás disso, e é quem fica com o dinheiro apurado no final da noite. Mas, pode acontecer coisa pior. Pode aparecer alguma proposta tentadora, de programa com cunho sexual, mais vantajosa do que a venda de botões de rosa, altas horas da noite.
Um simples botão de rosa, oferecido na noite por uma criança/adolescente, pode ser uma motivação para um pedófilo.
Mesmo que, com a compra desse botão de rosa se pense estar praticando um gesto de solidariedade, na realidade, quem assim procede, talvez esteja tentando absolver sua própria consciência, por estar, talvez, contribuindo para a prostituição infantil.
Esses contumazes frequentadores de bares, geralmente alcoolizados, se divertem na noite, enquanto a quase criança perambula por ali, tentando vender botões de rosa, ao mesmo tempo em que se expõe à prostituição infantil.
Neste mundo cão em que vivemos, com a prostituição infantil imperando, esse botão de rosa pode representar a moeda de troca, tanto para a prostituição infantil, como para amenizar a consciência dos incautos.
Longe dos olhos protetores da família e perto dos pervertidos olhos do seu algoz, é fácil imaginar quem sairá como vencedor. As esquinas das ruas mostram muito bem o placar desse perverso jogo.
A popular expressão “juntar a fome com a vontade de comer” teria aí um grande exemplo, pouco importando se a “comida” fornecida é indigesta, imoral ou criminosa. Os cidadãos comuns, frequentadores da noite, também tem sua parcela de culpa na prostituição infantil.
Mesmo porque, a expressão “a noite é uma criança” tem como público alvo os adultos, os adúlteros, os boêmios e os amantes da vida.
O que os frequentadores da noite fazem para ajudar a essas crianças/adolescentes é comprar os botões de rosa que as manterão, até, posteriormente, serem colhidas como rosas pelos jardineiros da exploração infantil.
De várias formas, podemos ajudar no combate à prostituição infantil. Há muitas instituições sérias, que trabalham com a inclusão social, e precisam de voluntários.
A omissão da sociedade não fica adormecida somente durante a noite. Durante o dia, ela também cochila, pois nunca se viu alguém denunciar a prostituição infantil, que existe no trabalho doméstico de crianças e adolescentes, que terminam violentadas pelos filhos dos patrões, ávidos por sexo, ou por eles próprios.
São estas omissões, noturnas ou diurnas, que estimulam e fazem aumentar a exploração e a violência contra crianças e adolescentes.