Vamos combater quem chama o PL da censura de PL da censura… Censurando. 🤡 pic.twitter.com/M2OzcaTX8t
— Bárbara (te Atualizei) (@barbarapessoal) May 9, 2023

Vamos combater quem chama o PL da censura de PL da censura… Censurando. 🤡 pic.twitter.com/M2OzcaTX8t
— Bárbara (te Atualizei) (@barbarapessoal) May 9, 2023
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a atuação da força-tarefa da Operação Lava Jato e disse que a instituição da chamada “delação premiada” foi uma criação errada do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com um texto “sem parâmetros”, que teria sido escrito pelo então juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos-PR (veja na íntegra).
As declarações de Mendes foram dadas durante a participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda (8). Na mesma entrevista, o magistrado fez outras críticas à Lava Jato e disse que “Curitiba tem o germe do fascismo”, em referência à base das investigações da operação.
Em resposta às declarações do ministro, o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse que Mendes “nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia”.
Dallagnol ainda afirmou: “Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin”, disse. Há controvérsias quanto a esses votos técnicos de Fachin, o responsável pelo malabarismo final na soltura de Lula.
Dallagnol também disse que o ministro Gilmar Mendes “destila um ódio que mostra o que há em seu coração”, com uma mensagem “perversa e avessa ao que é justo, moral e ético”, com palavras que provocam uma “inversão de valores que injuriam os brasileiros”.
Gilmar Mendes, o rei das viagens no STF, chegando a gastar R$ 12,7 mil num voo e R$ 10 mil em outro, não tem papas na língua. Ele já se referiu aos responsáveis pela operação Lava Jato como quadrilha, numa inversão e tanto da realidade. Gilmar também é o rei da concessão de habeas corpus, inclusive para quem foi padrinho de casamento, sem constrangimento ou suspeição.
Banalizar o termo fascismo é sempre um perigo – e a estratégia predileta de quem gosta de abusar do poder e erguer cortina de fumaça. Eis o que pode ser considerado o germe do fascismo de fato: concentração de poder nas mãos de uma casta de “ungidos”; uma grande imprensa corrompida; inquéritos ilegais e arbitrários de quem deveria ser o guardião da Constituição; etc.
O império das leis é o oposto do fascismo, que é puro arbítrio e abuso do poder. Todos são livres para achar que é Gilmar Mendes quem melhor luta pelo primeiro contra o segundo, claro, mas boa sorte na hora de apresentar os argumentos. Dar carteirada de ministro supremo não é argumento – a menos que seja para provar justamente o contrário.
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Carlos Drummond de Andrade, Itabira-MG, (1902-1987)
Comentário sobre a postagem SUPREMA BOSTICIDADE
João Francisco:
Vejam este vídeo comparativo do Gilmar Mendes antes e depois da liberação dos vazamentos da vaza jato.
Tudo bem que o cara que fala nos pingos é o FMB, mas vale.
Não é incomum que um “remédio” mal indicado mate o paciente. Isso também pode acontecer com as leis humanas. Lei errada pode produzir efeitos piores do que os males a combater.
Um verdadeiro mostruário disso está disponível no PL Nº 2630, mostrengo jurídico que recebeu nome glorioso: “Lei brasileira da liberdade, responsabilidade e transparência na internet”. Deveriam os tambores rufar, os sinos repicar e as clarinadas ressoar, mas o nome não colou. A esquerda já foi bem mais competente em batizar suas criaturas. O petismo 2023 não criou até um “Arcabouço fiscal”? Dividiram-se, então, os apelidos para a nova criatura, predominando “PL da censura”, na voz da oposição e “PL das Fake News”, na voz do governo.
Dizem por aí, bons e maus autores, que o parlamento é um espelho da sociedade. Ora, nós sabemos que no Brasil saído das urnas a sociedade é massa informe, contida, intimidada, receosa e submetida a prudente silêncio. Como poderia seu espelho refletir algo diferente? Sempre que se permitir a um poder, civil ou militar, o direito de mandar sem jamais ser contestado, sempre que não houver freios nem contrapesos, sempre que a Constituição for usada como lojinha de conveniência, o resto será exatamente isso: resto.
Felizmente, assim como na sociedade, há uma parcela de seu espelho que resiste com bravura e recebe eloquente louvor dos representados. São congressistas pelos respectivos estados, mas se tornam nacionalmente conhecidos. Não obstante, nós e eles estamos reduzidos a uma condição minoritária.
Foi por estarem as coisas nesse pé, que a Câmara dos Deputados, a toque de caixa e por ampla maioria, aprovou regime de urgência para votação do empacotado e volumoso PL da Censura, recheado de jabotis. Quem pedisse tempo para lê-lo ouvia de seu líder “Não, não, não. Lê depois!”.
Por que deu chabu na hora de votar o pacote inteiro? A sociedade, percebendo que, a pretexto de impedir abusos, avultavam os meios de repressão e censura, gritou a seu espelho: “Espelho mágico, espelho meu, olha o que vais fazer!”. Verdade que as plataformas entraram na campanha, ajudaram a propagação, incomodaram os plantonistas do arbítrio, mas o pacote só retornará se aberto, esmiuçado, desossado. E o que mais incomoda os brutamontes empacotadores: fatiado, para que só as fatias aproveitáveis sejam utilizadas. Contanto que a sociedade faça sua parte e a magia do espelho funcione, claro.
Em meio a tanta notícia horrível, algo dissidente, diferente, deve ser saudado, estudado e aproveitado como experiência.
A Feira de São Cristóvão
É para quem tem memória.
Começou com retirantes
A suada trajetória.
Foi o bravo nordestino,
Quem a feira deu destino,
Plantou e colheu história.
Essa feira que era livre,
Um dia foi confinada.
Agora querem que a feira,
Seja, já, privatizada!
Lá se vai nossa cultura…
E se a luta não for dura!
Dela não vai sobrar nada.