DEU NO JORNAL

DUAS DÉCADAS DE PT NO PODER

Roberto Motta

Luiz Inácio Lula da Silva comemora os 42 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores, com Fernando Haddad, Janja e Gleisi Hoffmann

“Desde os tempos da Revolução Francesa a esquerda sempre cria a sua própria direita, para não deixar espaço para nenhuma outra.” Olavo de Carvalho

Já se passaram 22 anos desde que entramos no século 21. Durante 16 desses anos o controle do governo brasileiro esteve nas mãos do PT. Para entender o que isso significa, vamos fazer um exercício de imaginação que me foi sugerido pelo economista Marcos Troyjo, ex-presidente do Banco dos Brics.

Imagine que esses 22 anos são como uma semana. Quando ela começa, à meia-noite de domingo, o PSDB já está no poder com Fernando Henrique Cardoso.

Às 3 horas da tarde de segunda-feira, o PT chega ao poder no seu primeiro mandato, ao qual se sucederiam outros três. Isso significa que, na nossa semana imaginária, o PT governou das 3 horas da tarde de segunda-feira até as 3 horas da tarde do sábado. Só nesse momento Jair Bolsonaro, o candidato da direita, assume o poder, e governa até a meia-noite de domingo.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao receber a faixa de Fernando Henrique Cardoso no Parlatório do Palácio do Planalto, em 2003

Repetindo em nome da clareza: se o século 21 até agora fosse o equivalente a uma semana, a direita brasileira teria ficado no poder apenas um dia e meio. Em todos os outros cinco dias e meio a esquerda governou o Brasil.

Outras comparações também podem ser úteis para entender o tamanho da era petista. Ao final do seu atual mandato, em 2026, o PT terá completado 20 anos no comando do país. Esse período é maior do que o tempo total que Getúlio Vargas esteve no poder (15 anos, de 1930 a 1945, somados a mais quatro anos, de 1951 a 1954, um total de 19 anos) e só um ano mais curto do que o período do Regime Militar de 1964 (que durou 21 anos, até 1985).

Getúlio Vargas

O tempo de poder do PT supera o do fundador da União Soviética, o assassino totalitário Lênin, que só ficou no poder sete anos (de 1917 a 1924). O PT supera também o tempo de poder do assassino totalitário – cujo nome me recuso a escrever – que liderou o socialismo nacional alemão e que dominou seu país por apenas 12 anos (de 1933 a 1945). O período do PT no poder ultrapassa de longe a Revolução Francesa, que durou aproximadamente dez anos (de 1789 a 1799), e Napoleão Bonaparte, que esteve no poder durante 15 anos (de 1799 a 1814).

O presidente americano que governou por mais tempo foi Franklin Roosevelt, o único eleito para a presidência por quatro mandatos consecutivos (o que jamais voltará a acontecer, devido à proibição imposta pela 22ª Emenda Constitucional, aprovada em 1951). Roosevelt liderou o país durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, assumindo o cargo pela primeira vez em 1933. Sua carreira presidencial terminou com sua morte, em abril de 1945, ainda no cargo. No total, Franklin Roosevelt esteve no poder por pouco mais de 12 anos.

Josef Stalin, Franklin D. Roosevelt e Winston Churchill, na varanda da Legação Soviética em Teerã, durante a primeira Conferência dos “Três Grandes”, em novembro de 1943

Mais uma vez o PT ganha fácil.

A permanência do mesmo grupo político no poder durante tanto tempo deveria ser motivo de preocupação para qualquer um que defenda democracia e república. Essa preocupação aumenta com a constatação de que o grupo tem uma visão de mundo incompatível com a realidade moderna.

Com raríssimas exceções que confirmam a regra, as ideias da esquerda brasileira representam um modelo de Estado inchado, aparelhado e obsoleto, submetido a um mecanismo de aquisição e manutenção de poder populista e ideologicamente radical. A gestão pública – ou a falta dela – é caracterizada pela confusão entre partido político, governo e Estado. Essa confusão contamina as instituições com objetivos políticos e ideológicos desconectados da realidade e transforma órgãos e agências estatais – incluindo aqueles encarregados de policiamento, fiscalização e controle – em imensos cabides de emprego para amigos dos poderosos ou em armas de destruição em massa de adversários.

Entre as pequenas e grandes tragédias resultantes dessas ideias estão a intrusão cada vez maior do Estado na atividade econômica e a reversão, através da ditadura do politicamente correto, de uma das grandes conquistas da humanidade: o conceito de direitos fundamentais.

Em vez de serem considerados direitos naturais que nos pertencem desde o nascimento, a liberdade de expressão, o direito de ir e vir, o direito à propriedade e até o direito à autodefesa armada passam a ser concessões graciosas do Estado, que podem ser revogadas – e frequentemente o são – a qualquer momento.

Os líderes iluminados encarregados de escrever leis e regulamentações desconhecem, na maioria dos casos, os fundamentos da administração, da economia e da tecnologia. Os políticos que querem criar um imposto digital reclamam do “bitcoio” e confundem “link” com “print”.

janja corinthians

A história mostra que longos períodos no poder dão a pessoas e grupos uma confirmação de superioridade

O resultado é trágico e cômico, embora a frequência da tragédia seja maior que a da comédia.

Em um país como o Brasil, os poderosos podem muito; podem até afrontar a realidade, desprezar o bom senso fiscal e ignorar as leis ou subvertê-las, prendendo inocentes e soltando culpados. Ainda que essa estratégia não seja sustentável, ela pode durar tempo suficiente para causar estragos irrecuperáveis na vida de milhões de pessoas. Dizendo de outra forma: em algum momento a tempestade vai passar, mas não há garantia de que nosso barco sobreviverá a ela.

O uso do cachimbo entorta a boca. A história mostra que longos períodos no poder dão a pessoas e grupos uma confirmação de superioridade, de pertencimento a uma casta superior para a qual as regras básicas do Estado de Direito – como a igualdade perante a lei – não têm nenhum significado.

Muitas pessoas me param na rua, pedindo respostas que eu não tenho ou compartilhando um desalento que beira o desespero. Eu sempre respondo com fatos: apesar de tudo o que acabei de relatar, apesar da hegemonia petista no poder, apesar do aparelhamento sem limites do Estado e da inversão da lógica da justiça – apesar de tudo isso -, desde 2014 as ruas brasileiras são verde-amarelas, o cidadão comum nunca entendeu tanto de política, e promotores e juízes corajosos ousaram mostrar, com a operação Lava Jato, que ninguém está acima da lei.

As sementes de intolerância, atraso e radicalismo que o PT plantou nas instituições continuam germinando.

Mas uma semeadura melhor já começou.

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

INSÂNIA DE UM SIMPLES – Augusto dos Anjos

Em cismas patológicas insanas,
É-me grato adstringir-me, na hierarquia
Das formas vivas, à categoria
Das organizações liliputianas;

Ser semelhante aos zoófitos e às lianas,
Ter o destino de uma larva fria,
Deixar enfim na cloaca mais sombria
Este feixe de células humanas!

E enquanto arremedando Éolo iracundo,
Na orgia heliogabálica do mundo,
Ganem todos os vícios de uma vez,

Apraz-me, adstrito ao triângulo mesquinho
De um delta humilde, apodrecer sozinho
No silêncio de minha pequenez!

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, Cruz do Espírito Santo, Paraíba (1884-1914)

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

DEU NO X

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO JORNAL

COMENTÁRIO DO LEITOR

DEU NO X

AVACALHARAM A CANÇÃO DA INFANTARIA DO EXÉRCITO. PUTZ…

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A seguir, a versão da mesma Canção da Infantaria, denominada de Rainha das Armas, no tempo em que o meu glorioso Exército Brasileiro não era comandando pelos generalecos esquerdóides de hoje em dia, que batem continência para um ex-presidiário.

CARLITO LIMA - HISTÓRIAS DO VELHO CAPITA

THEREZA COLLOR

Semana passada tive o prazer em conversar com Thereza Collor, celebrávamos o aniversário do amigo, Cacá Diegues, uma tarde agradável na deslumbrante praia de Ipioca. Eva Amaral, dona do sítio Carababa, sabe organizar uma festa. Deliciosas comidas e uma Banda de Pífano para alegrar os corações dos convidados. Fiquei impressionado como o tempo não conseguiu aplacar a beleza de Thereza, jovial, alegre, bela, e principalmente inteligente; de bem com a vida. Viva Thereza.

Conheci Thereza Collor menina, nessa época eu trabalhava na Construtora Sena e prestava serviços de construções da Usina Laginha de João Lyra em União dos Palmares. Certa vez, junto ao arquiteto, discutíamos sobre o projeto da casa da família perto da Usina com Dona Solange, mãe de Thereza, ela estava presente.

O tempo passou, e como passa depressa esse tal de tempo. Certo dia recebi o convite das famílias Collor e Lyra para o casamento de Pedro e Thereza. Um refinado casório num local paradisíaco, onde corriam bons uísques e alegres conversas.

Até que aconteceu o impeachment do Fernando. A Imprensa e o Brasil ficaram conhecendo e fascinados com beleza morena, bem brasileira, de Thereza. Aconteceu repentinamente sua vertiginosa e indelével celebridade. Muitos pensavam ela ser apenas uma dondoca socialite de brilho fugaz. Porém Thereza já era uma empresária, estilista, designer e tinha o genes da política, gostava de exercer a cidadania, reconhecida por ter sido uma voz feminina firme em favor de causas ambientais.

Certa época ela foi convidada a dirigir o belo e centenário Teatro Deodoro no Centro de Maceió. Aceitou e fez uma revolução, conseguiu verba para restauração, movimentou o Teatro com peças de sucesso e deu chances aos artistas alagoanos.

No final de 1994 houve a tragédia, a fatalidade da morte prematura de seu marido, Pedro Collor aos 42 anos. Alagoas se comoveu com a morte do filho do ex-governador Arnon de Mello, Pedro tinha muitos amigos em todo Estado.

Depois do trabalho à frente da Cultura, Thereza, já viúva, aceitou um convite em ser secretária do Turismo do Estado de Alagoas.

– Eu não pensava em retornar à administração do Estado. Mas os apelos foram muitos para que eu entrasse no mutirão para mudar a imagem de Alagoas perante o país, afirmou Thereza.

Ela exerceu com brilhantismo o trabalho de divulgação de Alagoas. Investiu no fomento da infraestrutura hoteleira, o turismo se profissionalizou no Estado. Alagoas entrou na prosperidade de sua vocação turística. O incrível é que, a Secretária tornou-se atração turística, faziam fila por uma foto com Thereza Collor.

Ao deixar a secretaria Thereza continuou empresária e sempre atenta às Alagoas. Em 2010, lançou o livro “Alagoas. Um Olhar”, 400 páginas, com centenas de fotos sobre o estado, sendo a maioria das fotos dela própria e a apresentação do livro de meu querido amigo Ignácio Loyola Brandão. Ela viajou por todo o estado conhecendo novos povos e seus costumes, pesquisando suas riquezas e mazelas, o que fez com que sua voz fosse muito representativa não só para Alagoas, mas para todo o Nordeste. O livro é dividido em categorias: belezas naturais, artesanato e arquitetura. Resultado de uma pesquisa de seis anos desenvolvido com sua formação em História. Livro belo e de pesquisa à cultura do Nordeste. Livro e mulher bonita fazem bem à alma, aos corações e às mentes.

Atualmente Thereza é casada com Gustavo Halbreich, empresário paulista do ramo da construção civil. Thereza Collor é constantemente relacionada à causa ambiental, aos direitos das mulheres e ao combate à corrupção. Defensora intransigente do Rio São Francisco, participa de debates em várias partes do Brasil.

Tenho maior carinho e admiração à essa mulher ativa, inteligente e culta. Ela ama Alagoas, e Alagoas ama sua maior embaixadora e propagadora. Empreendedora, dinâmica, continua trabalhando, contribuindo com o progresso e modernização das Alagoas.

Obs – Essa crônica fará parte do livro sobre figuras de Maceió, anônimas ou famosas, a ser lançado na Bienal.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

PUTIN FICOU MAGOADO

Lula tentará encaixar uma vaga em sua agenda apertada, para visitar Putin em junho e resolver definitivamente o problema da guerra na Ucrânia.

Também está marcada para junho, a visita que fará com Janones à Califórnia para se encontrar com Donald Duck, na Disneylândia.