PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

CATAR FEIJÃO – João Cabral de Melo Neto

Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

Ora, nesse catar feijão, entra um risco:
o de entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quanto ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com o risco.

João Cabral de Melo Neto, Recife-PE (1920-1999)

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JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

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COMENTÁRIO DO LEITOR

RABO PRESO

Comentário sobre a postagem O JORNALISTEIRISMO ANALFABETOSO BANÂNICO

Luiz Carlos Freitas:

Esse país de dimensões continentais em breve tempo será uma ilha gigantesca de autoritarismo incontornável e irrevogável.

Caminha-se para um precipício, sem se ter a exata noção de sua profundidade.

Dias sombrios, onde a normalidade e o “modus vivendi” das pessoas foram, literalmente, revirados pelo avesso.

E não há nada no horizonte próximo, que sinalize uma mudança nesse estado de coisas.

Será quê por essas terras macunaímicas, onde o crime compensa, todo mundo tem rabo preso com tudo e com todos?

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA