LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A MEU PAI DOENTE – Augusto dos Anjos

Para onde fores, Pai, para onde fores,
Irei também, trilhando as mesmas ruas…
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!

Que coisa triste! O campo tão sem flores,
E eu tão sem crença e as árvores tão nuas
E tu, gemendo, e o horror de nossas duas
Mágoas crescendo e se fazendo horrores!

Magoaram-te, meu Pai?! Que mão sombria,
Indiferente aos mil tormentos teus
De assim magoar-te sem pesar havia?!

– Seria a mão de Deus?! Mas Deus enfim
É bom, é justo, e sendo justo, Deus,
Deus não havia de magoar-te assim!

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, Cruz do Espírito Santo, Paraíba (1884-1914)

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ ALVES FERREIRA – SÃO PAULO-SP

Caro Luiz Berto,

“Rola” na internet um vídeo onde uma mãe – preta, pobre – enfrenta o Conselho Tutelar, justificando o porquê de ter dados uns “tabefes” na filha, menor, que tinha ficado fora de casa uma noite e causado todo tipo de transtorno que uma situação assim causa (quem tem filho sabe muito bem).

Quem tiver curiosidade e oportunidade de ver, sugiro por ser muito interessante e sincero.

Leio nos jornais que o Governo do Mato Grosso vai investir R$ 53 milhões para cirurgias plásticas direcionadas a alunos de escolas públicas que se sentirem constrangidos por algum defeito de nascença e em consequência serem motivos de “bullying ”.

Os assuntos em algum momento se encontram, se pudermos analisa-los com cuidado.

Hoje, nada se pode fazer para enquadrar os filhos; se no passado pecava-se pelo excesso, hoje o pecado é a ausência de correções, por serem puníveis com a lei ou no famoso jargão do momento “não ser politicamente correto”.

Adolescentes ou até mesmo antes dessa fase fazem praticamente o que querem, com a cumplicidade de pais, que por se considerarem modernos os deixam livres e soltos para atitudes antissociais, mesmo constrangendo outrem.

Pais ou responsáveis se sentem no direito de exigir que a escola dê aos filhos a educação que não recebem em casa; chegam ao ponto de criticar professores pelo que seus rebentos fazem, acreditando piamente ser de responsabilidade da escola tornar seus filhos pessoas que eles não tornaram.

Enfim, em todo agrupamento de pessoas – escola, trabalho, reuniões – sempre haverá um grupo fazendo troça de alguém, com mais ou menos intensidade, ou seja, fazendo “bullying”.

É da natureza humana ser crítico ou desfazer do outro, seja por inveja, por se sentir superior ou por pura maldade.

Então, gastar-se dinheiro para corrigir e tornar esteticamente perfeito ou dentro dos padrões que a sociedade assim imagina é dar razão aqueles que atacam, tornando a vítima culpada por ter nascido fora desses padrões.

Será, grosso modo o Estado praticando o “bullying”, de uma forma indireta.

No caso da mãe que exerceu seu dever de castigar a filha, o Estado age para puni-la, mas deixa de lado o ponto central para quem não respeita pais ou colegas: favorecer a família, como o núcleo de formação do jovem.

Com certeza não existe cirurgia para isso; o interior de alguém não tem cura ou reparo, a não ser uma boa formação familiar, algo em falta atualmente e, que quando praticado punido.

Abraço

Inté!

DEU NO X

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ DOMINGOS BRITO – SÃO PAULO-SP

Caro Berto

Segue uma notícia, que peço-lhe publicar no JBF

Ana Corrêa Pando, leitora assídua da minha coluna Memorial, publicada no JBF, está colocando em seu canal youtube alguns vídeos dos memoráveis incluídos na coluna.

Os internautas agora podem ver e ouvir a história dos ilustres memoráveis no canal youtube da Ana.

O primeiro vídeo apresentado é o perfil da Chiquinha Gonzaga, que pode ser acessado clicando aqui.

Grato e abraços

A PALAVRA DO EDITOR

UM EDITOR PROPAROXÍTONO

Semana passada, meu filho João estava estudando acentuação de palavras e veio me pedir uma ajuda.

Ele queria saber o que era uma palavra “proparoxítona”.

Enquanto explicava, me veio à lembrança um texto de 2006, quando o João nem era nascido ainda, e que foi postado na antiga versão do JBF.

É este que está transcrito a seguir.

* * *

A foto abaixo retrata um momento do evento denominado Soy Loco por Ti Pernambuco, realizado pela Escola de Letras da Faculdade de Filosofia do Recife. 

O evento, em sua nona edição, presta nesse ano de 2006 uma justa homenagem ao grande poeta pernambucano Alberto da Cunha Melo, último à direita.

Na foto, falando no microfone, estou entre a Professora Inês, Mestra em Literatura, e Antonio Campos, diretor do Instituto Maximiano Campos.

Ressaltei nas minhas palavras aos estudantes que, naqueles momentos, estava se realizando um dos pontos altos da minha carreira de escritor.

E expliquei o motivo: é que durante toda minha vida eu sempre havia sonhado com o dia em que viraria uma proparoxítona.

Eis que, finalmente, meu sonho havia se concretizado, pois que meu nome estava, na programação do evento, no item “Ícones Pernambucanos”.

A risadagem foi geral no auditório.

É uma pena que minha avó, a velha Menininha, não esteja mais viva pra ficar orgulhosa com o fato de seu neto mais velho ter se tornado um “ícone”, uma majestosa proparoxítona.

Enfim, estou feliz com o título.

O encontro foi excelente, o tema da minha palestra, “O Romance da Besta Fubana – Peibufo, Etc. e Coisa e Tal”, foi alvo de muitas perguntas e a noite transcorreu de maneira agradável e amena.

Gostei.

DEU NO X

DEU NO JORNAL

ALTO VOLUME

Em discurso durante solenidade no Ceará na sexta-feira (12), Lula disse que o governador Elmano de Freitas, que também é do PT, “será bem tratado porque o Ceará me trata muito bem”.

E os demais estados, a pão e água?

* * *

Quando a gente pensa que ele chegou ao limite da estupidez, o Ladrão Descondenado sempre consegue ultrapassar.

Ela caga dezenas de tolôtes orais por semana.

Um volume altíssimo de bosta!

E sempre aumentando.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO