DEU NO TWITTER

AGRADECIMENTO

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

HÉLIO FONTES – VIDEIRA-SC

Berto,

o JBF desta sexta-feira está simplesmente arretado.

Os artigos dos meus favoritos, abusaram.

Magnovaldo, Violante, Dr. José Cavalcante Filho e meu amigo particular Carlito Lima estão pra lá de Marrakesh.

Não desmerecendo J.R.Guzzo, et alii.

R. O nosso time de colunistas e colaboradores é pra torar, meu caro amigo!!!

Gratíssimo pela audiência e pela força.

Abraços e um excelente final de semana.

PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

GRANDE MOTES, GRANDES GLOSAS

O saudoso cantador Valdir Teles (1956-2020) um dos maiores nomes da poesia nordestina 

* * *

Valdir Teles glosando o mote:

Quando chega o inverno Deus coloca
Mais fartura na mesa do roceiro.

A matuta faz fogo de graveto
Ferve o leite que tem no caldeirão
Bota sal na panela do feijão
E assa um taco de bode num espeto
Onde a música do sapo é um soneto
Mais bonito da beira de um barreiro
Não precisa zabumba nem pandeiro
Que o compasso da música é Deus que toca.
Quando chega o inverno Deus coloca
Mais fartura na mesa do roceiro.

* * *

Dedé de Dedeca glosando o mote:

Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

Mesmo o pior sofrimento
Um dia vai se acabar
Não vá se desesperar
Pois tudo tem seu momento
Um dia esse tormento
Acaba de supetão
O rico e o pobretão
O antiquado e o moderno
Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

“Não há mal que sempre dure,”
“Nem bem que nunca se acabe”
Todo mundo hoje sabe
Não há mal que Deus não cure
Esse vírus não procure
Pois mata qualquer cristão
O juiz e o ladrão,
O patrão e o subalterno
Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

Chico Xavier dizia
Eu bem sei que “tudo passa”
Orando, o bem ultrapassa
Não vá pensar heresia
A oração é poesia
Que salva qualquer nação
Deus quer nossa salvação
Para nós Ele é fraterno
Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

* * *

Antônio de Catarina glosando o mote:

O carão que cantava em meu baixio,
teve medo da seca e foi embora.

O carão, esta ave tão profeta,
habitante das matas do sertão,
sentiu falta da chuva no rincão,
ficou triste a sofrer como um poeta,
sem cantar sua vida é incompleta,
o fantasma da seca lhe apavora,
pesaroso partiu fora de hora,
antevendo um futuro tão sombrio;
O carão que cantava em meu baixio,
teve medo da seca e foi embora.

* * *

Mariana Teles glosando o mote:

Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.

Quando o sol se despede da campina
E a textura da nuvem muda a cor
O alpendre recebe o morador
Regressando da luta campesina
Entre os ecos da casa sem cortina
Corre um grito chamando por Maria…
E da cozinha pra sala a boca esfria
O mormaço da xícara quase cheia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.

Meia hora antecede a hora santa
Às seis horas da virgem concebida
E o cálice que serve de bebida
Desce quente nas veias da garganta
Já o trigo depois que sai da planta
Faz o pão quando a massa fica fria
E o tempero da cor do fim do dia
Tem mistura de terço, fé e ceia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.

* * *

Zezo Patriota glosando o mote:

Paguei mais do que devia,
devo mais do que paguei.

Meu espírito não sossega,
com dívidas eu me espanto,
pago conta em todo canto
e devo em toda bodega,
quem deve conta e não nega
topa com que me topei,
tudo que tinha gastei,
com bodega e padaria.
Paguei mais do que devia,
devo mais do que paguei.

* * *

Júnior Adelino glosando o mote:

Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

No ramo da construção
Faço ponte, creche e praça
Com tijolo, cal e massa
Eu ergo qualquer mansão
Levanto em cima do chão
Parede bem grossa ou fina
Torre que não se inclina
Que não se quebra nem dobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

Com o prumo e a colher
Lápis, régua, espátula e rolo
Cimento, areia e tijolo
Faço o que o dono quiser
Sobrado, muro ou chalé
Do tamanho de uma colina
Ser pedreiro é minha sina
Tenho talento de sobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

Nasci com a vocação
E aprendi de longa data
Que o alicerce e a sapata
São partes da fundação
Numa grande construção
As ferragens predomina
Que a faculdade divina
Me dá aula e nada cobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

Eu sei dizer que o concreto
É quem garante o sustento
Com pedra, areia e cimento
Começo qualquer projeto
Nunca fui um arquiteto
Nada disso me domina
Construo com disciplina
Qualquer coisa com manobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

* * *

Pedro Ernesto Filho glosando o mote:

Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

O pequeno sanfoneiro
Com arte desafinada
Que de calçada em calçada
Vive a ganhar seu dinheiro,
Não é Alcimar Monteiro
Nem Gonzagão, nem Roberto,
Porém deixou boquiaberto
O povo do interior.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

O sertanejo frustrado
Vítima da sociedade,
Somente vai à cidade
Quando se vê obrigado,
Falando pouco e errado
Porque vive no deserto,
Mas se houvesse escola perto
Talvez que fosse um doutor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

A prostituta de bar
Tem na consciência um farne,
Negocia a própria carne
A fim de se alimentar,
O bom conceito de um lar
Foi pela sorte encoberto,
Talvez que até desse certo
Se tivesse havido amor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

O bom vaqueiro voraz
No mato faz reboliço,
Desenvolvendo um serviço
Que acadêmico não faz;
Coveiro é útil demais
Quando um túmulo está aberto
Rico não se torna esperto
Para fazer o favor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

Meu prezado Papa, o recado hoje é rápido: às 19h30, abriremos as portas do Cabaré para jogar conversa fora – enquanto a lei permite.

Assim, avise que pra participar é só clicar aqui.

Paga nada e ainda leva alegria pra casa.

Abraços

R. Tá certo, nobre gerente cabarelista.

O recado está dado.

Mais tarde a gente se encontra pra baixar o cacête (êpa!).

Vai ter de tudo e pra todos os gostos: bixiga lixa, febre do preá, gôta serena, bôba de pito, doença de rato, caganeira de chicote e o cacete a quatro!!!

Até mais!!!

AUGUSTO NUNES

A BOFETADA DO BENEDITO

“Será o Benedito?”, perguntaram-se incontáveis brasileiros espantados com a cassação do deputado federal Deltan Dallagnol, vítima da mais recente invenção do Poder Eleitoral: condenar alguém pelo crime de não ter sido condenado antes porque não houve motivos para julgá-lo. Pois tinha sido o Benedito – Benedito Gonçalves, ministro do Superior Tribunal de Justiça em ação também no Tribunal Superior Eleitoral, Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral e relator do caso do ex-chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato. Tudo isso graças a Lula, que enxergou um magistrado talhado para grandes missões no companheiro satisfeito com o cargo de delegado de polícia. Ainda grávido de gratidão aos 69 anos, Benedito não perde nenhuma chance de alegrar o padrinho.

Moro

Senador Sergio Moro

Vislumbrou mais uma na confissão feita por Lula naquele sarau com jornalistas de confiança: “Só vai tá tudo bem depois que eu fodê o Moro”. Embora o alvo principal do pote até aqui de cólera seja o ex-juiz e agora senador Sergio Moro, qualquer punição imposta a protagonistas da Lava Jato deixa o atual presidente em estado de graça. Número 2 da mais eficaz ofensiva anticorrupção da História, Dallagnol vem logo depois de Moro no ranking dos que Lula gostaria de, digamos, ferrar. Para proporcionar tal prazer ao chefe que o cumprimenta com tapinhas no rosto, Benedito não hesitou em desferir um formidável tapa na cara do Brasil.

Com um só parecer, o relator do caso conseguiu seviciar a Constituição, jogar no lixo normas que regulamentam a cassação de mandatos parlamentares, inaugurar o que o jornalista Merval Pereira batizou de “interpretação premonitória” e mandar às favas os mais de 340 mil eleitores que fizeram de Dallagnol o deputado federal mais votado do Paraná. Benedito nunca descuida de Lula, mas sabe cuidar de si próprio. Há três meses, lançado por entidades subordinadas ao PT, entrou na disputa pela vaga no Supremo Tribunal Federal aberta pela aposentadoria de Ricardo Lewandowski. O favorito ainda é Cristiano Zanin, advogado de Lula. Mas Benedito é negro. E, como o ministro que acaba de sair, jamais ousará contrariar os interesses do PT em votações no Pretório Excelso.

(Só nesta semana, aliás, o país ficou sabendo dos dois motivos que induziram Lewandowski a cair fora do Supremo um mês antes da data limite. Primeiro: ele queria preparar com calma e requinte o jantar de despedida num hotel cinco estrelas em Paris. Segundo: assinou um contrato multimilionário com a J&F, e precisa preparar com urgência dois pareceres que a usina de bandalheiras controlada por Joesley Batista vai apresentar ao – parece mentira – Supremo Tribunal Federal. Um palavrório sustenta que a J&F tem razão no caso da Eldorado, fábrica de celulose que vendeu e nunca entregou à Paper, pertencente a um grupo indonésio, que a comprou em 2017 sem desconfiar de que entrara na selva da litigância de má-fé. No segundo parecer, Lewandowski tenta provar que, embora se recusem a pagar a multa estabelecida no acordo de delação premiada que os livrou da cadeia, os irmãos Batista não são caloteiros nem criminosos. São gente fina.)

Ricardo Lewandowski

Além de tornar mais musculosa a candidatura de Benedito ao STF, a pornográfica pirueta jurídica avisou que não há limites para a abjeção no faroeste à brasileira. Em seu começo, essa deformação obscena do original americano limitava-se a mostrar o bandido querendo culpar o mocinho. Nas produções seguintes, os vilões passaram a perseguir o xerife. Agora, os chefões da quadrilha mobilizam os juízes da capital para condenar defensores da lei à danação perpétua. Um dos símbolos da Lava Jato, Dallagnol foi instalado no Congresso por centenas de milhares de brasileiros entusiasmados com o combate à corrupção. Acaba de ser demitido por sete julgadores indignados com quem ousou enfrentar a roubalheira institucionalizada.

Performances recentes dos titulares confirmam que Benedito tem tudo para fazer bonito no Timão da Toga. Continua fazendo sucesso nas redes sociais, por exemplo, um vídeo que mostra o ministro Gilmar Mendes louvando a Lava Jato por ter desbaratado a roubalheira promovida pelo governo do PT. Há dias, sem compromisso com a coerência, o agora decano rebaixou Curitiba ao status de capital brasileira do fascismo. No momento, anda comovido com o livro que transformou Emílio Odebrecht em forte candidato a campeão mundial de produção de fake news. Numa passagem do desfile de vigarices, o empreiteiro que mais distribuiu propinas no mundo garante que confessou crimes jamais ocorridos por ter sido brutalmente pressionado. “Esse homem foi torturado!”, vem recitando Gilmar. (Como quem ficou engaiolado foi o filho Marcelo, o pai precisa explicar o que fez para se transformar no único dos vilões do Petrolão submetido a torturas na sala da empresa ou no recesso do lar.)

Parceiros de Benedito na execução sumária de Dallagnol, aprovada por unanimidade, também o recepcionarão com tambores e clarins os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e, para surpresa de ninguém, Nunes Marques, um dos dois indicados por Jair Bolsonaro. Em poucos meses no STF, tanto ele quanto André Mendonça fizeram o suficiente para merecer o avesso da frase famosa do presidente Juscelino Kubitschek: “Deus me poupou do sentimento do medo”. Ambos nasceram desprovidos de coragem. André Mendonça emudece quando aparteado pela voz abaritonada do feitor do Supremo. Nunes Marques só recupera a voz quando as sessões terminam.

Pela primeira vez no Brasil do século 21, um deputado federal foi cassado por ter combatido a corrupção institucionalizada por quem se julgava condenado à perpétua impunidade. O presidente da Câmara finge que não houve nada de mais. Ressalvados alguns bravos combatentes, a reação do plenário foi tíbia. Até os índios das tribos isoladas sabem que a próxima ofensiva terá como alvo Sergio Moro. Se não estiver contaminado pela pandemia de pusilanimidade, se entender que a bancada dos rodrigos pachecos não pode controlar a instituição, a maioria dos senadores vai impedir o que será mais que uma abusiva invasão do território do Legislativo pelo Poder Judiciário. Será o fim do regime democrático.

COMENTÁRIOS SELECIONADOS

O FODEDOR

Comentário sobre a postagem DEMOCRACIA CASSADA E CAÇADA: DECISÃO DO TSE SOBRE DELTAN DALLAGNOL AFRONTA O PAÍS

Gonzaga:

Imagino que o Lula ainda não está contente.

Como ele disse, só ia ficar tudo bem quando ele fodesse com o Sérgio Moro.

Solta este vídeo aí Editor…

kkkk

DEU NO JORNAL

NO FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO

Luís Ernesto Lacombe

TSE inicia divulgação de dados dos candidatos das eleições 2022

Aos inimigos todas as ilegalidades, todos os abusos, todas as aberrações. Aos inimigos, a perseguição, o cerco, a caçada, o abate. A eles, a condenação pura e simples, incondicional, em um minuto, sem debate. Aos inimigos, a vingança, todo o castigo imerecido, toda a crueldade. Forca, guilhotina, execução sumária.

Uma ditadura não tolera inimigos, e deles tira tudo: a voz, os gestos, os passos, as palavras escritas, os pensamentos, as críticas, as opiniões. Uma ditadura age sempre para tirar de opositores a existência. Uma ditadura censura, controla, determina, manda.

Uma ditadura tem presos e exilados, uma coleção deles. Prende quando lhe dá na telha, atropela leis, fatos, evidências, falta de evidências, provas, falta de provas. Estado de Direito, direitos fundamentais, devido processo legal, uma ditadura recria isso tudo, a seu modo. Acaba com redes sociais, congela contas bancárias, cancela passaportes…

Uma ditadura respeita apenas a sua própria decisão, cassa mandatos políticos, caça pessoas, encurrala um país. Votos populares não valem; só valem os votos dos ditadores, de seus cúmplices e vassalos. Uma ditadura tem “missões dadas e missões cumpridas”, tem capachos e cupinchas.

Numa ditadura, as leis não olham o fato consumado, o feito, o passado… Elas mudam, são inventadas, insanamente interpretadas. Há volteios, voltinhas, malabarismos, piruetas, cambalhotas. Há mentiras, num duplo twist carpado, o incerto, o duvidoso, o futuro do pretérito do indicativo.

Uma ditadura tem monstros alimentados por pessoas que se sentem inatingíveis, são aproveitadoras, ingênuas, idiotas úteis… O arbítrio vai formando a fila; o abuso vai eliminar um por um. Todos serão torturados, todos cairão no desalento, no desânimo. A esperança assassinada será a esperança de todos.

Não haverá misericórdia. O condescendente, o alienado, o pueril, o medroso, o indignado, nenhum desses vai conter os caçadores. Os lamentos, as lamúrias, os murmúrios, isso não vale de nada, serve apenas aos monstros. Assim, a pergunta que se impõe não é simples, o tempo verbal é o presente: contra uma ditadura o que pode a democracia?

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PERCIVAL PUGGINA

AFINAL, QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS?

Há um Brasil que ainda não perdeu a capacidade de pensar. Há um Brasil que ainda não adoeceu moral e psicologicamente, que ainda não se corrompeu com corruptos de devoção. Contudo, esse é o destino de muito longo prazo de todos os povos que atravessaram o sombrio desfiladeiro da tirania – adoecer dos males da alma. Até a virtude e a bravura são percebidas como anormalidade.

Observe quanto já perdeu do senso de realidade essa esquerda que se regozija com o que está acontecendo e julga andar por um vale florido. Ela traz visíveis os sinais da alienação. É primeira vítima e não sabe; era preciso que tantos adoecessem nas salas de aula, nas mesas de bar, nos livros que não leram e nas verdades que lhes foram ocultadas e nas mentiras que lhes foram proclamadas. Era preciso que tantos adoecessem para que alguns se apresentassem a todos como agulhas de bússola.

Estamos no desfiladeiro e responsabiliza-se o povo. O povo vota mal, o povo prefere se ocupar de futebol, o povo está mais ligado nas loterias e apostas do que nos rumos que lhe são impostos. Tudo isso é verdade, mas o povo é inocente em sua alienação. Ele é beneficiado pelo “sacramento da ignorância”, motivo de piedoso perdão, como tantas vezes se ouve em sermões católicos.

Os verdadeiros responsáveis estão coniventes contra a sociedade, aboletados no Senado Federal e comercializando voto nos gabinetes da Câmara dos Deputados. Estão usando o poder das togas para se sobreporem à Constituição e às leis e imporem seu querer. Estão na cadeia produtiva da Educação, ocupados em ampliar a multidão dos ignorantes serviçais das pautas e causas alheias, obedientes ao estalar de dedos. Estão no mundo acadêmico, manipulando a história, construindo narrativas, ocultando autores e ideias, estreitando os horizontes dos alunos e propagandeando suas fidelidades e devoções.

E prossigo, porque são muitos. Os verdadeiros responsáveis dirigem grandes meios de comunicação, batem teclas nas redações dos veículos e manipulam notícias desprezando as consequências de seus alinhamentos. Eles estão nos púlpitos das Igrejas, servindo a dois senhores, ou forjando um Senhor para favorecer seu senhor. Estão na administração pública como operadores do partido e esquecidos do povo finalidade única de seu cargo. Estão no ambiente multiforme da cultura, tão perto quanto possível da boca do caixa e no esclarecido e vigilante mundo empresarial, também consumido pelos maus hábitos da relação voluptuosa com o Estado. Estão no governo, que tanto mal não faria se não contasse com a pachorra de uns, o fascínio da tesouraria e a tibieza de outros. O governo, senhores, é consequência.

Acabei de descrever a elite brasileira, cujas ações e omissões são causa eficiente de nosso ingresso no desfiladeiro das trevas.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA