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PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

VOLÚPIA – Gilka Machado

Tenho-te, do meu sangue alongada nos veios,
à tua sensação me alheio a todo o ambiente;
os meus versos estão completamente cheios
do teu veneno forte, invencível e fluente.

Por te trazer em mim, adquiri-os, tomei-os,
o teu modo sutil, o teu gesto indolente.
Por te trazer em mim moldei-me aos teus coleios,
minha íntima, nervosa e rúbida serpente.

Teu veneno letal torna-me os olhos baços,
e a alma pura que trago e que te repudia,
inutilmente anseia esquivar-se aos teus laços.

Teu veneno letal torna-me o corpo langue,
numa circulação longa, lenta, macia,
a subir e a descer, no curso do meu sangue.

Gilka da Costa de Melo Machado, Rio de Janeiro-RJ (1893-1980)

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RODRIGO CONSTANTINO

PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL CRESCEM 43% EM ABRIL

Em abril, foram registrados 93 pedidos de recuperação judicial no Brasil. Em comparação com o mesmo mês de 2022 houve um aumento de 43,1%, de acordo com o Indicador de Recuperação Judicial e Falências da Serasa Experian. As micro e pequenas empresas lideraram as requisições, com 64 pedidos, em seguida estavam os médios negócios (18) e os grandes (11). No no mesmo mês do ano anterior, os MPEs tinham 35 solicitações, seguidos pelas companhias de porte médio (19) e grande (11).

A análise também revelou que o setor de “Serviços” foi o que mais demandou por recuperação judicial, mostrando aumento na comparação anual. “Comércio” ficou em segundo lugar e, em sequência, estavam “Indústria” e o setor Primário.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o cenário de inadimplência das empresas brasileiras está diretamente ligado ao aumento desse índice. “O constante crescimento da lista de companhias negativadas mostra que a instabilidade econômica ainda é um desafio para os empreendedores. Dessa forma, abalados financeiramente, é inevitável que muitos acabem recorrendo aos processos de recuperação judicial para tentar renegociar e evitar a falência, ainda que alguns acabem tomando esse fim de qualquer modo”.

Os pedidos de falência registraram alta em abril deste ano, crescendo de 81 para 91 na comparação anual (abril/22 x abril/23), uma expansão de 12,3%. Também neste quadro foram as empresas de micro e pequeno porte que tiveram destaque, com 51 solicitações. Em relação aos segmentos, o de “Comércio” foi o mais afetado, com 31 pedidos.

Muita gente “fez o L” acreditando em chuva de picanha, mas a realidade começa a se apresentar de forma um tanto diferente. As constantes declarações estapafúrdias do presidente Lula, sua equipe medíocre com uma ideologia ultrapassada, a agenda perdulária, os ataques ao agronegócio, a insegurança jurídica promovida pelo ativismo judicial e pelo apoio do governo aos invasores do MST, a retórica petista contra a independência do Banco Central, tudo isso tem contribuído para uma situação econômica instável.

Nada disso, porém, era imprevisível ou tem sido inesperado. Era, ao contrário, exatamente o que sinalizava o PT. Quem “fez o L” para “salvar a democracia”, votando num presidente que bajula os piores ditadores do mundo, como seu companheiro Maduro na Venezuela, cujo regime tirânico é responsável até por estupros e espancamentos de alvos políticos, acabou condenando nossa economia. Quem paga o pato são os mais pobres, que dependem do avanço do empreendedorismo para sobreviver.

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ALEXANDRE GARCIA

NO MAR VERMELHO

Presidente Lula na cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Brics.

Presidente Lula na cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Brics

O que há conosco? Não nos amamos? A psicologia chama isso de masoquismo. Sofrer é nosso prazer. Ganhamos, de graça, o que para os outros países é um sonho inalcançável: ausência de catástrofes naturais, de guerras com vizinhos, clima ideal: chuva e sol nas doses certas; água abundante, por cima e por baixo; minerais de toda a sorte no subsolo; grandeza territorial, coberta de rios e florestas; abundância onde tudo dá. Talvez querendo nos punir por não termos conquistado o direito de ter tudo isso, tratamos de provocar que dê errado, para que a natureza não cometa a injustiça de privilegiar-nos sem mérito. Já pensaram que elegemos Lula por três vezes e Dilma duas vezes? E Lula pela terceira vez, a despeito de tudo que foi apurado na Lava Jato e julgado em três instâncias?

Meu colega Luiz Edgar de Andrade enganou-se quando reportou que De Gaulle dissera que o Brasil não é um país sério. Mas, se não tivesse sido um engano de informação, seria ben trovato. Para compensar – e anular – tudo o que ganhamos no Gênesis, provocamos um apocalipse no território nacional. Nem Noé conseguiria salvar-nos nesse dilúvio de passividade – ou sem-vergonhice? Agora vivemos um regime de exceção e o jornalismo nacional vive como se estivéssemos em pleno Estado de Direito. A comunicação digital deu voz a todos e os totalitários reagiram porque a democracia que propagam é só deles; só eles podem ter voz, o povo não. Povo, para eles, só se chama audiência.

Os demais tutores tradicionais do pensamento, incomodados, procuram calar a voz do povo. Afinal, puseram na Constituição que todo poder emana do povo, para que o povo se acomodasse com isso. Com o que está escrito. Assim, se esgota o poder popular e não é exercido. Mas, mesmo quando é exercido, o povo é fácil de ser enganado. Os brasileiros elegeram seus representantes no Congresso, mas quem manda é quem não tem voto. Os representantes no Congresso têm o poder de fazer leis, mas nas verdadeiras liberdades democráticas é apenas literal. Quem baixa regras, mesmo, é a suprema corte do Judiciário. Revoga até o que, cheios de esperança, considerávamos direitos e garantias fundamentais.

E lá vamos nós, jogando nosso potencial no lixo, nosso futuro no passado, nossos filhos num beco sem saída. Posso falar nisso, pois desde 1940 acompanho esse carnaval de país alegre e sem rumo, na penitência de merecedor de castigo por ter recebido um paraíso e não ter conseguido convertê-lo em terra prometida, ao contrário do que fizeram os israelenses com um deserto. Talvez um Sinai esteja dentro de nós, e habitamos um deserto submissos a ele, com aparições de falsos moisés. Talvez apenas não tenhamos ânimo e coragem para afastar as águas e atravessar o mar vermelho.

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ESTADÃO ACUSA LULA DE USAR MST PARA SE VINGAR

Revista Oeste

Lula MST

Conforme o jornal, a presença de integrantes do primeiro escalão do governo no evento deixa claro que Lula quer usar o MST ‘como instrumento de vendeta’

Editorial publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira, 16, acusa o presidente Lula de usar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como instrumento de vingança “contra um Brasil que não se deixa enrolar por sua lábia”.

O jornal criticou a IV Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada na cidade de São Paulo entre 11 e 14 de maio, que teve o apoio explícito do Poder Executivo. “Foi um ato político de arrepiar os cabelos de todos os que se preocupam com o respeito à ordem jurídica, em particular ao direito de propriedade, e acreditam que sem paz social, no campo ou na cidade, não haverá a mais tênue chance de o Brasil ser um lugar atrativo para novos investimentos e trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável”, constata o Estadão.

Conforme o jornal, a presença de integrantes do primeiro escalão do governo no evento deixa claro que Lula quer usar o MST “como instrumento de vendeta”.

“Além da ligação atávica entre PT e MST, a chancela de Lula às práticas do grupo já havia ficado evidente quando o presidente fez questão de levar a tiracolo o chefão do MST, o notório João Pedro Stédile, em sua comitiva durante viagem à China”, lembra o jornal. “Não satisfeito com a mera presença de Stédile no séquito, Lula fez questão de que o arruaceiro figurasse na foto oficial do encontro de cúpula entre ele e o presidente chinês, Xi Jinping.”

Lula, MST e frente ampla

Em outro trecho do editorial, o Estadão diz que, à medida que o tempo passa, “Lula parece cada vez mais empenhado em deixar claro para o país que aquele líder de uma formidável ‘frente ampla em defesa da democracia’ não passou de uma personagem que ele inventou para posar de pacificador de uma sociedade profundamente dividida”.

“Como presidente, Lula se mostrou incapaz, até agora, de assumir suas responsabilidades como chefe de Estado e de governo, além de aumentar a aposta na radicalização em muitas frentes, apenas com o sinal invertido em relação ao seu antecessor, como forma de manter a coesão de seus apoiadores”, afirma o jornal.

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