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PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A MULHER E O REINO – Ariano Suassuna

Oh! Romã do pomar, relva, esmeralda,
olhos de Ouro e azul, minha Alazã!
Ária em cordas de Sol, fruto de prata,
meu chão e meu anel , Céu da manhã!

Ó meu sono, meu sangue, dom e coragem,
água das pedras, rosa e belveder!
Meu candeeiro aceso da Miragem
meu mito e meu poder, minha Mulher!

Diz-se que tudo passa e o Tempo duro
tudo esfarela: o Sangue há de morrer!
Mas quando a luz me diz que esse Ouro puro

se acaba por finar e corromper,
meu sangue ferve contra a vã Razão
E pulsa seu Amor na escuridão!

Ariano Vilar Suassuna, João Pessoa-PB (1927-2014)

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OAB, CADÊ VOCÊ?

Marcel van Hattem

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Prerrogativas dos advogados de 8 e 9 de janeiro estão sendo violadas

Advogados de presos nos dias 8 e 9 de janeiro por ordem do ministro do Supremo Alexandre de Moraes estiveram nesta terça-feira (9) no Salão Verde da Câmara dos Deputados para denunciar os abusos e desrespeitos de suas prerrogativas que estão sofrendo. Desalentados, sem a quem recorrer uma vez que sequer a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lhes dá suporte – isso quando não demonstra estar aliada aos algozes dos profissionais que deveria representar e defender –, buscaram no Congresso Nacional espaço para dar voz a suas angústias. Felizmente, encontraram.

Em quase uma hora e meia de evento público, defensores regularmente constituídos revezavam-se com parlamentares para denunciar, diante da imprensa e dos demais presentes que se aglomeravam no salão, os abusos e desrespeitos às suas prerrogativas. Desde a negativa de acesso dos advogados às pessoas presas quando ainda estavam na Academia da Polícia Federal até o fato de que Alexandre de Moraes antecipou seu julgamento pelo Twitter qualificando todos os presos como terroristas e criminosos, indistintamente, e, mesmo assim, não ter se declarado suspeito para julgá-los, a lista de abusos elencados pelos representantes vai literalmente de A a Z, incluindo K, W e Y.

Pior do que pau que nasce torto, o inquérito 4879, dos ditos “atos antidemocráticos”, não só é impossível de endireitar: ele também enverga nossa Constituição aos ditames de um único senhor. Além da manifesta incompetência de um ministro da Suprema Corte de processar quem não tem foro privilegiado, é também humanamente impossível que Alexandre de Moraes, e apenas ele, cuide bem dos milhares de processos hoje em suas mãos. Ainda mais humanamente impossível é que uma decisão do magistrado de tornar réu um preso preventivo se dê apenas cinco minutos após o upload da sustentação oral de seu advogado, em uma decisão de 24 laudas. Cinco minutos, 24 laudas. A total ausência de critério e análise é patente, a perseguição política é inquestionável.

E é a esse lamentável ponto que chegamos: a preferência política dos presos, a maioria dos quais agora réus de baciada, é o que está claramente a determinar sua sina. Por terem se manifestado contrariamente à eleição e posse de um candidato à Presidência da República, algo que sempre foi garantido à oposição de qualquer partido ou candidato no Brasil, cidadãos seguem presos ou, os que soltos já foram, com restrições de liberdades como o uso de tornozeleira eletrônica e apresentação periódica às autoridades de suas circunscrições. Refiro-me obviamente a quem nada depredou e contra quem até o momento nem uma única prova de que teve participação nos eventos violentos do dia 8 foi produzida pelo Estado.

Tratar pessoas pacíficas, ordeiras, com profissão lícita e residência fixa, pior do que são tratados criminosos da pior espécie é negar-lhes o mais básico dos direitos humanos. Alexandre de Moraes trata seus perseguidos políticos pior do que a animais de abate, aos quais no Brasil também são garantidos direitos em lei. Infelizmente, não há sinal de recuo ou de reconhecimento do arbítrio e do abuso. Pelo contrário: pessoas com câncer e outras comorbidades, algumas das quais definhando no cárcere injusto após terem perdido mais de 15 quilos ; famílias destruídas, humilhadas por um Estado de exceção que as persegue até mesmo do lado de fora da prisão; e advogados que não contam nem com o apoio da OAB para enfrentar tamanho desrespeito com a própria profissão e ofício. Nada disso, até aqui, abalou a injusta e ilegal sanha persecutória de um ministro.

Esta é a íntegra da petição dos advogados presentes ontem à coletiva de imprensa. Infelizmente, apesar da grande presença de meios de imprensa nacionais no evento, até o momento a repercussão restringiu-se apenas aos veículos que já têm, felizmente, dado atenção ao assunto. Por outro lado, as redes sociais não param de replicar o clamor dos advogados por justiça e pelo respeito às suas prerrogativas. Por que será mesmo que Lula e o STF, com apoio vergonhoso de grande parcela da mídia, querem censurar as plataformas de mídias sociais?

É preciso seguir denunciando a ditadura do Judiciário que funciona a pleno vapor no Brasil. No caso do desrespeito das prerrogativas dos advogados, a Constituição é clara em seu artigo 133: “o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão nos limites da lei”. Diante de tantas violações às prerrogativas daqueles que são fundamentais para que se faça verdadeiramente justiça no Brasil, pergunta-se: OAB, cadê você?
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/marcel-van-hattem/oab-cade-voce-8-janeiro-presos-congresso-alexandre-moraes-stf/
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RODRIGO CONSTANTINO

TELEGRAM E A BANALIZAÇÃO DO NAZISMO

O nacional-socialismo foi uma ideologia perversa, coletivista e autoritária, cujo maior ícone foi o tirano genocida Hitler, responsável pela morte de milhões de pessoas, em especial judeus no Holocausto. O argumentum ad hitlerum ficou conhecido na internet como uma forma de apelar quando se está sem argumentos sólidos. Os comunistas sempre gostaram de acusar seus adversários de fascistas ou nazistas, banalizando o que tais ideologias – tão nefastas quanto o próprio comunismo – causaram à humanidade.

O alvo da vez foi o Telegram, plataforma que se manifestou contrária ao PL da Censura comunista. Em mensagem disparada a seus usuários brasileiros na tarde desta terça-feira (9), o aplicativo de troca de mensagens fez uma série de críticas ao projeto de lei 2630, que vem sendo chamado “PL das Fake News”. A proposta teve sua votação na Câmara dos Deputados adiada na última terça-feira (2) e segue sem uma data definida para ir a plenário.

No comunicado, a empresa inicia afirmando que “a democracia está sob ataque no Brasil” e que o projeto de lei “matará a internet moderna se for aprovado com a redação atual”, que sofreu uma série de mudanças sob a relatoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Diz também que, se aprovado, o PL das Fake News pode inviabilizar a permanência de empresas como o Telegram no Brasil, sugerindo que a medida também poderia afastar a operação do seu principal concorrente, o WhatsApp, no país. Segundo pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box divulgada no ano passado, 65% dos smartphones no Brasil contam com o Telegram instalado, enquanto o WhatsApp é utilizado em 99% dos aparelhos.

Os comunistas ficaram ofendidos, pediram direito de resposta, acionaram a Justiça, acusaram a empresa de “abuso de poder econômico” e mobilizaram seu gado vermelho para difamar a empresa. A Globo, numa concessão pública de TV aberta, pode apoiar o projeto comunista de censura, mas ai de quem avaliar que o PL pode levar ao fim da liberdade de expressão nas redes sociais!

Randolfe Rodrigues, senador lulista, foi um dos que divulgaram a charge comparando o Telegram ao nazismo e comentou: “Com a mais nova campanha do Telegram, a charge do Amarildo se mostra mais do que acertada. Essa é a batalha dos nossos tempos. Lembrando que ontem foi o Dia da Vitória”.

Até mesmo o esquerdista Caio Blinder, que também fez o L, considerou absurda a comparação: “Mais um dia de vitória para a banalização do nazismo, mais um dia de desrespeito às vítimas do Holocausto”.

Os judeus, com toda razão, detestam a banalização do nazismo. Vale notar que a ideologia coletivista de Hitler mirou em vários alvos, em que pese o foco prioritário na “solução final” para o povo que era associado ao capitalismo pelos socialistas alemães. A revolta contra tal banalização, portanto, procede. Acusar alguém de fascista ou nazista é comum no meio esquerdista, mas deveria render processo judicial sempre, para ensinar a essa gente a necessidade de se respeitar os fatos históricos.

Curiosamente, chamar alguém de comunista, em especial se for mesmo um comunista, não soa como ofensa tão grave. Mas deveria! O comunismo foi responsável pela morte deliberada de muito mais gente, todo regime comunista partiu para a censura, o campo de concentração e o extermínio de “dissidentes”. No fundo, nacional-socialismo, fascismo e comunismo são tudo farinha do mesmo saco podre, ideologias contrárias ao indivíduo e suas liberdades básicas ou dignidade humana.

Que os comunistas brasileiros, agora no poder, tentam associar ao nazismo uma empresa que sai em defesa da liberdade de expressão contra a censura estatal revela o quanto são cínicos ou estúpidos. Poderiam mostrar onde foi que Hitler e seus aliados defenderam a liberdade de expressão, já que adotaram exatamente o mesmo caminho que os comunistas pretendem seguir: calar e amordaçar qualquer um que ousasse divergir da sua ideologia totalitária.

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