Mas só se não tiver mais nada para fazer em NY

“Homem, mesmo cortando a binga, não vai ser mulher. Mulher, tapando a cocota, se for possível, não será homem”, diz o deputado Pastor Sargento Isidório no debate sobre união homoafetiva na Câmara. pic.twitter.com/eOAtLkXnMY
— O Antagonista (@o_antagonista) September 19, 2023
Leandro Ruschel
Não haverá mais julgamentos no plenário do Supremo para os acusados de “golpe de estado”, entre outros crimes, nos atos do dia 08 de janeiro. As próximas centenas de réus serão julgados em plenário virtual, sem que os advogados dos acusados tenham nem mesmo a possibilidade de apresentar a defesa, presencialmente.
Depois de condenar os primeiros três réus a penas entre 14 e 17 anos, por invasão de prédios públicos, em julgamentos presenciais transmitidos ao vivo, os ministros resolveram mudar o formato dos julgamentos.
Segundo a Veja, “os julgamentos no plenário do Supremo foram marcados por críticas de advogados de réus aos ministros e ao próprio tribunal. Um deles chegou a dizer que os magistrados eram as pessoas mais odiadas do país.
A falta de liturgia dos advogados, além de cobranças à OAB, levou os ministros a decidirem pelo modo virtual de julgamento. A medida também dará mais celeridade ao processo, já que o STF vai julgar mais de 200 réus nesse modelo.”
Ou seja, além de não terem direito ao juízo natural e a outras instâncias para recorrer, e sem ter a individualização da conduta, em processos feitos a toque de caixa, agora essas pessoas não contarão nem mesmo com um julgamento no plenário do tribunal.
Durante a fase de aceitação da denúncia, que foi julgada também no plenário virtual, advogados reclamaram de problemas no sistema. Um deles disse que conseguiu fazer o upload do vídeo de defesa apenas minutos antes do prazo, e a decisão por aceitar a denúncia ocorreu instantes depois…
É certo que quem cometeu algum crime deve ser julgado e condenado, mas dentro do devido processo legal, com punições proporcionais. No primeiro caso julgado, os vídeos apresentados pelo Ministério Público não sugerem qualquer vandalismo cometido pelo homem que foi condenado a 17 anos de prisão.
Agora, centenas de outras vidas serão destruídas em julgamentos sumários em ambiente virtual, diminuindo ainda mais a chance de qualquer defesa. E há quem fale, cinicamente, em “defesa da democracia”.
Comentário sobre a postagem GUGA, O MEDIDOR DO TAMANHO DAS PAJARACAS
José Crente:
Coitado, ele deveria estar tão animado com a notícia, e foi ver as fotos e ficou decepcionado.
Berto, manda uma foto do Polodoro para ele.
* * *
O pedido do leitor foi atendido: foto do jumento Polodoro enviada
O presidente Lula (PT) apresentou na abertura da assembleia geral da ONU um discurso tão anacrônico quanto seu entusiasmo pela retomada da velha “guerra fria”, soterrada pelos escombros do Muro de Berlim, desta vez sob os auspícios da China.
Lula parece acreditar num mundo novamente dividido entre “democracias ocidentais burguesas”, lideradas pelos Estados Unidos, e regimes autoritários populistas agrupados no Brics.
É o que resta do discurso decepcionante de Lula na ONU, ontem.
Lula nem tentou posar de estadista. Porta-voz do atraso, reclamou do embargo a Cuba, mas não cobrou o fim da ditadura cubana.
O brasileiro também fez concessões constrangedoras a ditaduras, evitando pedir a redemocratização da Nicarágua e Venezuela.
* * *
Resumindo: o Ladrão Descondenado foi coerente com a sua babaquice ideológica.
Cagou oralmente dentro do padrão comuno-isquerdóide-petralha.
Nada de novo.
Mais uma vergonha brasileira estampada num fórum mundial.
Comentário sobre a postagem ESTÁ VINDO MAIS AMOR POR AÍ
João Francisco:
Este PL vai decretar o fim do Uber.
Não vai sobreviver.
Onde o estado põe a mão….
O próximo será o PIX, que também será taxado.
Tem mais, aplicativos de internet, podcast’s, blogs…
Não foi por falta de aviso
Agora eu entendi a comitiva de 300 pessoas.
Levaram a turma toda pra aplaudir cada vez que ele aparecia.
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣 pic.twitter.com/43AplV9OEi— Gabriel (@pqdgg) September 19, 2023
Machado de Assis disse certa vez em uma crônica: “Acredito na liberdade, então sou liberal. Também acredito que essa liberdade deve ser conservada, então sou conservador.” Naturalmente era uma piada, um jogo de palavras. Na época de Machado, os políticos brasileiros se dividiam entre o Partido Conservador e o Partido Liberal. Proclamar-se um “liberal conservador” seria o mesmo que um norte-americano de hoje dizer-se “republicano democrata” ou “democrata republicano”.
Mas a brincadeira de Machado de Assis aponta para um problema que já causou muita discussão: a prática de tomar um adjetivo genérico e transformá-lo no nome de um grupo, movimento ou mesmo de um partido político. Nesse processo, geralmente o tal grupo se atribui a exclusividade da virtude relacionada ao adjetivo e rotula todos os seus adversários como inimigos dessa virtude. Ou seja, um grupo adota o nome “Liberal” (com maiúscula porque é nome próprio) e a partir daí declara que todos os demais são “anti-liberais” e portanto contra a liberdade.
Isso é obviamente uma falácia, uma distorção intencional. O progressista proclama que quer o progresso, e o conservador proclama que quer conservar o que há de bom. Mas e se eu discordar do conceito de progresso do progressista ou do critério do conservador sobre o que deve ser conservado? Como Machado de Assis, eu posso ser a favor da liberdade sem ser filiado ao Partido Liberal, e posso ser a favor de conservar a liberdade sem ser membro do Partido Conservador.
Nem é preciso dizer que tudo fica ainda mais complicado com os termos “esquerda” e “direita”. São palavras que não definem nada e são usadas baseando-se na divisão da Convenção Nacional que governou a França no final do século 18. Era uma realidade totalmente diferente com problemas totalmente diferentes, e as diferenças ideológicas entre girondinos e jacobinos não significam nada na política de hoje. Assim, “direita” e “esquerda” se tornaram simples nomes de grupos opostos, cada um acreditando ter o monopólio da virtude.
Uma “expansão” desse conceito, defendida por muita gente, identifica cinco grupos, que seriam centro, direita, esquerda, extrema-direita e extrema-esquerda, com a esquerda dizendo que não tem nenhuma relação com a extrema-esquerda e a direita dizendo o mesmo em relação à extrema-direita. Também é inútil porque a definição destes grupos não se baseia em fatos, mas em opiniões – opiniões estas emitidas por quem não tem a menor intenção de ser imparcial.
Nesta confusão de auto-elogios, uma das poucas coisas que permanecem claras é o conceito de liberdade individual, e o critério básico para classificar ideologias e correntes políticas é a postura em relação a ela. Segundo o dicionário inglês Oxford, “o liberalismo defende que os objetivos da política devem ser a preservação dos direitos individuais e a maximização da liberdade de escolha”. Infelizmente o termo “liberalismo” ou “liberal” foi tão abusado que tornou-se praticamente inútil para definir alguma coisa. No passado, nomes como John Locke, Adam Smith, James Madison e Montesquieu criaram uma sólida base filosófica para o liberalismo; hoje em dia, porém, o termo foi totalmente deturpado.
Na Europa, políticos de várias inclinações falam em “liberalismo” sem mostrar muita consideração pelos seus princípios. Quando querem falar mal uns dos outros, usam o termo “neo-liberal” que foi inventado como xingamento e não quer dizer nada de concreto. Nos EUA, o termo “liberal” é usado pela esquerda e considerado pejorativo pela direita. No Brasil, ao contrário, a esquerda nutre ódio por tudo que lembre a palavra “liberal”, enquanto a direita a usa com uma intimidade forçada (lê-se com frequência a expressão “nós conservadores e liberais”).
Por causa disso, os verdadeiros defensores dos ideais liberais acabaram por abdicar do termo, substituindo-o por “libertário” e “libertarianismo”. Não são palavras bonitas, com certeza, mas foi o que se pôde conseguir.
Para explicar melhor como as principais correntes se posicionam, vou usar as palavras de Friedrich Hayek, economista ganhador do prêmio Nobel, em sua obra “A Constituição da Liberdade” de 1960 (e que permanece extremamente atual):
“Habitualmente, representam-se as posições diferentes numa linha imaginária, com os socialistas à esquerda, os conservadores à direita e os liberais mais ou menos ao centro. Nada mais errôneo. Se utilizássemos um diagrama, a figura mais apropriada seria a de um triângulo, com os conservadores ocupando um ângulo, os socialistas o segundo e os liberais o terceiro. Contudo, como os socialistas há muito tempo exercem maior pressão, o que ocorreu foi que os conservadores tenderam a ser arrastados pelo pólo socialista mais que pelo pólo liberal.”
Ou seja, o triângulo não é equilátero. Esquerda e direita se aproximam, enquanto os liberais mantém-se afastados de ambos. Continuando com Hayek:
“Penso que o atributo mais marcante do liberalismo, que o distingue tanto do conservadorismo quanto do socialismo, é a idéia de que convicções morais quanto a questões de conduta não justificam a coerção dos demais.”
“Como o socialista, o conservador preocupa-se pouco em manter limitados os poderes do governo, e preocupa-se muito sobre quem irá exercê-los; e, como o socialista, também se acha no direito de impor às outras pessoas os valores nos quais acredita.”
A esquerda socialista/progressista nunca teve nada em comum com os liberais. Nos EUA, os seguidores do Partido Democrata falam em liberdade mas esta liberdade não significa que alguém possa escolher o que comer, que roupa vestir, que marcas comprar e que tipo de lâmpada usar em sua casa. A liberdade deles é a liberdade de seguir o politicamente correto e fazer aquilo que se difunde como sendo “bom para a sociedade”.
O conservadorismo como movimento político organizado surgiu na Inglaterra com o nome de Tory, tendo Edmund Burke e David Hume entre seus nomes mais significativos. O partido Tory surgiu como oposição ao Whig, que era o partido dos liberais. Ao longo da história, conservadores e liberais quase sempre foram partidos opostos, com os liberais defendendo a supremacia do indivíduo sobre o estado e os conservadores defendendo um estado forte que se oponha à pluralidade de idéias e de opiniões.
De forma resumida, pode-se dizer que a esquerda progressista e a direita conservadora de hoje estão do lado oposto ao dos liberais/libertários porque compartilham uma idéia que foi mostrada pelo filósofo Baruch Espinoza no século 17:
“Todo homem almeja conseguir que todos sejam obrigados a gostar do que ele gosta, e proibidos de gostar do que ele não gosta.”
Dizem que uma vez um homem pediu ao rabino Hillel, um sábio da época de Cristo, que lhe explicasse a Torah de forma rápida. Hillel respondeu: “Não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem a você. Esta é a lei, o resto é comentário.”
Isso para mim resolve tudo: Eu não quero impôr minhas idéias ou preferências aos outros porque não gostaria que fizessem o mesmo comigo. Eu não quero determinar como os outros devem viver suas vidas, porque não gostaria que o fizessem comigo. E, com certeza, não quero calar ninguém porque não gostaria de ser calado. Por isso me considero libertário.