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UM ASNO EM ESTADO BRUTO CAGANDO NA TV

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

CONVERSAS DE ½ MINUTO (27)

Lisboa. Escrevo essa coluna como membro da Academia Pernambucana de Medicina (mesmo sendo só advogado), uma honra enorme. Hoje, conversas apenas com médicos.

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ANTÔNIO MIRANDA, cardiologista. Chamaram para ver paciente com derrame. Fez todos os exames e deixou, como diagnóstico, um curto bilhete

– Irineu, bem. Mas Irene vai ficar viúva, logo.

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CARLOS ROBERTO MORAES, cirurgião cardíaco. No dia em que comemorou 80 anos, fez uma última operação e se aposentou como cirurgião, depois de carreira consagradora. Então lembrou do grande cirurgião canadense Pierre Grodin que um dia lhe disse

– Somos como bailarinos, amigo, e precisamos deixar o palco antes do primeiro tombo.

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GAUDÊNCIO TORQUATO, jornalista. Contou que na cidade de Luís Gomes (RGN), onde nasceu, o médico João Izidro atendeu velhinha que se queixava de incômodos no corpo todo

– A senhora tosse?

– Às vezes sim, às vezes não.

– Tem dor de cabeça?

– Às vezes sim, às vezes não.

– Sente febre?

– Às vezes sim, às vezes não.

O médico, já irritado com as respostas, escreveu a receita. E a velhinha

– O que devo fazer?

– Tome o remédio às vezes sim, às vezes não.

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GERALDINHO CARNEIRO, da ABL. Clínica Sorocaba, foi fazer exame da próstata. No consultório, só ele e o proctologista. Ana Paula Pedro, sua mulher, ficou numa saleta contígua. O doutor, no momento crucial, perguntou

‒ Está incomodando?

E Geraldinho, querendo ser simpático,

‒ Não, está ótimo.

Foi quando sua mulher, de onde estava, gritou

‒ Que história é essa de “está ótimo”???

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GIOVANNI SCANDURA, publicitário. Viu duas irmãs suas conversando sobre a morte.

– Geórgia, eu quero morrer!

– Que nada!, Célia, tu vai aos médicos todos os dias… Como posso acreditar?

IARA, dentista. Chega, no consultório, uma jovem com dentes lindos. Apesar disso, pede

– Por favor arranque todos.

– Não posso, minha senhora, que seus dentes são perfeitos.

– Ainda assim tire, por favor.

– Mas por quê?

– Eles fedem.

Não era verdade. Só impressão. E Iara não resistiu

– Minha filha. Se não quiser ficar com nada que feda, no corpo, melhor começar jogando fora seu cu.

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REINALDO OLIVEIRA, cirurgião. Batem no portão e Maroca, patrimônio da casa, vai ver quem é.

– Reinaldo está?

– Saiu prá operá.

– Pode me dar o telefone dele?

– Posso não, sinhô, que o dotô usa todos os dia.

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BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAGNOVALDO BEZERRA - EXCRESCÊNCIAS

NEVE NO TELHADO

Crônica dedicada aos meus colegas engenheiros fubânicos, cabras tão rebeldes quanto eu

A tecnologia americana é fantástica, e os engenheiros uns craques de cálculo! Será?

Os Estados Unidos foram agraciados com alguns dos melhores cérebros do mundo, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial. Albert Einstein é, seguramente, o melhor exemplo. Por outro lado, o “pai da astronáutica americana”, Wernher von Braun (Herr Wernher Magnus Maximilian Freiherr von Braun), o grande cérebro atrás do desenvolvimento das chamadas “bombas voadoras V-1 e V-2”, junto com outros engenheiros e cientistas alemães, foi levado rapidinho para os Estados Unidos, contra toda a burocracia americana, que impediria esses alemães de botarem o pé naquele país. Hoje sabemos que um punhado de gênios estrangeiros foi essencial para a criação e desenvolvimento da tecnologia espacial norte americana.
Lembro-me quando a União Soviética lançou o primeiro satélite artificial, o Sputnik (em 4 de outubro de 1957) e o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin (em 12 de abril de 1961). Logo em seguida o presidente John Kennedy deu uma bronca homérica nos diretores da NASA (fundada em 29 de julho de 1958 pelo presidente Eisenhower), indagando porque os russos estavam na frente da corrida espacial. Resposta dos diretores: “Os alemães deles são melhores do que os nossos!”

O caso é que hoje sabemos que a vida americana é extremamente baseada em “standards”, ou seja, está toda padronizada. Você não precisa pensar nada, alguém já pensou por você. Sua missão é seguir o que os verdadeiros cérebros já determinaram, consultar as tabelas e pronto. Assim, se você vai construir uma casa térrea, por exemplo, a parede externa deve ter 10 polegadas de espessura, a interna 6, o telhado deve ter uma inclinação de 30 graus, o cano de entrada d’água 1 polegada, e assim por diante.

Essas padronizações não são de hoje.

Em 1975, quando da construção da nova fábrica da Detroit Diesel no terreno da General Motors em São José dos Campos, SP, recebemos o projeto básico elaborado pela Engenharia da G.M. em Detroit. O que chamou a atenção, logo no início, foi a exagerada estrutura do telhado da fábrica. Pela nossa avaliação a estrutura de vigas de aço que suportariam o telhado da fábrica poderia ser grandemente reduzida em seu custo se utilizássemos vigas de 4 polegadas ao invés de 8, como nos desenhos americanos.

Questionamos então Mr. Tom C., o engenheiro chefe do projeto. A economia chegaria a quase um milhão de dólares. Mas Mr. Tom bateu o pé: tinha que ser assim mesmo, conforme definido pelos engenheiros americanos. Pedimos então para vermos os cálculos. No lugar deles veio uma explicação meio idiota: o padrão americano considerava que o telhado da fábrica deveria suportar 3 pés (quase 1 metro) de neve. Argumentamos que no Brasil não neva, a não ser por alguns dias no extremo sul, e mesmo assim a camada nunca passa de uns poucos centímetros. E particularmente em São José dos Campos nunca houve história de ocorrência de neve.

Convencido dessa realidade, Mr. Tom, totalmente embaraçado, resolveu então levar em conta apenas 1 pé (30,5 cm) de neve e determinou uma nova dimensão menor para as vigas.

Tornamos a questionar. Foi então que descobrimos que 1 pé de neve era o número mínimo que constava de sua tabela, e que deveria ser aplicada aos telhados dos estados da região sul dos Estados Unidos. A questão estava definida e pronto, sem mais discussões.

Em outras palavras, o engenheiro Tom sabia muito bem como ler as tabelas que existiam em seu manual, mas a dura realidade era que ele não tinha a menor idéia como calcular a espessura das vigas de aço… mas era o chefe da Engenharia.

Siga o padrão, não discuta e pronto! É assim que tem que ser!

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J.R. GUZZO

LEMBRA DOS 33 MILHÕES DE FAMINTOS NO BRASIL?

Onde teriam ido parar, à esta altura do jogo, os “33 milhões” de brasileiros que passam “fome?” Eles foram um tema de grande sucesso na propaganda eleitoral de campanha – afinal, segundo o PT, o presidente Jair Bolsonaro era pessoalmente responsável por este horror, e não se pode votar num candidato que impede as pessoas de comer, não é mesmo? O problema, naturalmente, iria sumir a partir de 1º. de janeiro de 2023 com o começo do governo Lula; no mesmo dia, na hora da janta, já estaria todo mundo de bucho cheio. Claro que sim – prepare-se para passar os próximos anos ouvindo que o Brasil não tem problema nenhum, de qualquer tipo, e se tiver algum a culpa será da “herança maldita” de Bolsonaro etc. etc. etc. Mas, neste caso, não foi preciso nem esperar a posse: o problema já não existe mais, pela excelente razão de que nunca existiu.

Quem afirma isso não é nenhum marqueteiro bolsonarista – é o Banco Mundial, considerado a autoridade pública mais realista na avaliação de questões ligadas à miséria. Segundo o seu último relatório, que acaba de ser divulgado, a extrema pobreza no Brasil caiu em 2020 para o patamar mais baixo da série histórica dessas medições, iniciadas em 1980. Os brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, considerada o marco básico para a medição da fome, caíram para menos de 2% da população – 1,9%, mais exatamente, o que equivale a pouco mais que 4 milhões de pessoas. Em relação ao ano anterior, 2019, mais de 7 milhões de brasileiros saíram da miséria – pelos critérios do Banco Mundial, a situação de quem ganha 2,15 dólares por dia, ou algo como 330 reais por mês. De 2020 para 2022, o número de miseráveis caiu mais ainda, com o começo do pagamento do “Auxílio Brasil”, de 400 reais por mês. Ou seja, no mundo dos fatos: nunca o Brasil teve um número tão baixo de pessoas vivendo na pobreza extrema e, portanto, sujeitas à fome. É exatamente o contrário da “verdade” revelada por Lula e pelo PT durante toda a campanha eleitoral.

O fato, auto evidente desde sempre pelo raciocínio lógico, é que o número de “33 milhões” de mortos de fome jamais fez sentido nenhum; é resultado do boletim de uma ONG, nada mais que isso, e sem a mais remota comprovação ou fundamento técnico. Não é uma informação do IBGE, ou de qualquer entidade séria, brasileira ou internacional – sempre foi uma invenção de militantes de esquerda, com objetivos claramente políticos. Como poderia, aritmeticamente, haver 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil? Em maio deste ano, segundo os números do Cadastro Único do Ministério da Cidadania, havia cerca de 185.000 moradores de rua no país – um número que ajuda muito a definir as dimensões da miséria nacional. Este número está subestimado? Não inclui os miseráveis que não moram na rua, ou que vivem em áreas rurais? Muito bem: multiplique-se a cifra por dez. Vai dar menos de 2 milhões de pessoas.  Ainda não está bom? Então que se multiplique por vinte. Vai dar menos de 4 milhões – o que está perto dos números do Banco Mundial. Num caso e no outro, o que esses totais têm a ver com os “33 milhões” do PT? Não têm absolutamente nada a ver.

Ainda bem que com a volta de Lula ao governo essas e quaisquer outras desgraças vão desparecer. Não vai mais haver fome, nem gente pobre, todo mundo vai ter carro, morar num apartamento com varanda e viajar de avião. Está tudo resolvido.

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