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DITADURA DE XANDÃO LEMBRA A DITADURA CHINESA

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PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

ADORAÇÃO – Guerra Junqueiro

Eu não te tenho amor simplesmente. A paixão
Em mim não é amor; filha, é adoração!
Nem se fala em voz baixa à imagem que se adora.
Quando da minha noite eu te contemplo, aurora,
E, estrela da manhã, um beijo teu perpassa
Em meus lábios, oh! quando essa infinita graça
do teu piedoso olhar me inunda, nesse instante
Eu sinto – virgem linda, inefável, radiante,
Envolta num clarão balsâmico da lua,
A minh’alma ajoelha, trémula, aos pés da tua!
Adoro-te!… Não és só graciosa, és bondosa:
Além de bela és santa; além de estrela és rosa.
Bendito seja o deus, bendita a Providência
Que deu o lírio ao monte e à tua alma a inocência,
O deus que te criou, anjo, para eu te amar,
E fez do mesmo azul o céu e o teu olhar!…

Abílio Manuel Guerra Junqueiro, Potugal, (1850-1923)

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RODRIGO CONSTANTINO

O “TUDO OU NADA” É PARA QUEM NÃO TEM NADA A PERDER

Difícil dormir. Tenho orado pelo futuro do Brasil. Tempos estranhos e sombrios esses em que vivemos. A vitória de um corrupto não desce pela garganta de muitos brasileiros, ainda mais da forma suspeita que foi. Tudo muito preocupante.

Esticaram demais a corda. Quem planta vento colhe tempestade. Não foi por falta de aviso. Tomara que o Brasil consiga evitar o pior! Mas boa parte do povo não quer brincar do teatro da democracia criado pelo sistema podre, e teme o risco concreto de virarmos uma Argentina.

O problema é o que fazer diante disso. Muita gente fala em “tudo ou nada”. Isso é all-in no poker. Quem faz isso tem que ter uma mão muito forte, ou o A na manga. Se for por puro desespero ou pouca ficha, o risco de sair de vez do jogo é grande. E esse tipo de postura costuma vir de quem tem pouco a perder.

Nós temos muito a perder! Afinal, uma bancada mais conservadora foi eleita, temos os governos de São Paulo e Minas Gerais nas mãos de gente séria e competente, o povo despertou e está atento, e uma ala do centrão não quer perder a galinha dos ovos de ouro.

Entendo o pânico de quem acha que já perdemos a democracia, mas discordo. Minha premissa é que o sistema, por mais podre que seja, é maior do que Lula, e isso, com a forte oposição eleita, pode segurar o ímpeto totalitário petista. Aposta arriscada? Sim! Mas partir para uma revolução não é?! Lembrem que Dilma sofreu impeachment…

O “argumento” de que é fácil eu bancar o prudente pois não moro no Brasil e não vou sofrer as consequências de uma venezuelização não se sustenta, pois serve para o outro lado ainda mais: seria fácil ser incendiário de longe, sem risco de prisão ou guerra civil. Penso no Brasil. Sempre.

Não são golpistas os que foram para as ruas. Não são vagabundos. São brasileiros patriotas e trabalhadores, desesperados com os riscos à frente, revoltados com a eleição mais manipulada da história, com mídia e TSE agindo como partidos petistas. Os meios importam, mas não demonizar essa turma é crucial.

É preciso compreender o que foi feito com nosso país por essa elite que sonha com uma “democracia de gabinete”. “Estamos lidando com um moleque”, teria dito um ministro supremo sobre Bolsonaro, segundo a Folha. Esse tipo de comentário “vazado” em nada ajuda, pois o povo sabe que esses ministros são os principais inimigos da liberdade e da democracia no Brasil hoje, agindo como militantes partidários e abusando do poder. É lenha na fogueira!

O povo não quer virar a próxima Argentina. Mas é preciso pensar na melhor forma de agir. Tudo que o sistema carcomido quer é que Bolsonaro lhes forneça o pretexto para realmente impor uma ditadura completa, alegando que combate o “fascismo golpista”. Não podemos dar a eles o 6 de janeiro dos Estados Unidos, aquela invasão do Capitólio que serviu apenas para destruir Trump de vez e alimentar narrativas esquerdistas que justificaram quatro anos de ataques institucionais para lutar contra o fantasma imaginário que criaram.

Há alguma estratégia para os manifestantes? Pensaram no “day after”? Acompanho a indignação e o desespero de muitos, mas o fígado é mau conselheiro. Não forneçam o pretexto para implantarem de fato uma ditadura completa e irreversível. Ainda não estamos lá. E, creio, temos armas para impedi-la, se Bolsonaro se tornar uma trincheira na resistência democrática contra o petismo.

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EM POSIÇÃO DE SENTIDO

ALEXANDRE GARCIA

FUTURO DECIDIDO

Futuro decidido: os próximos quatro anos com presidente petista. Como serão? Será preciso perguntar à bola de cristal? Ou apenas projetar nestes próximos quatro anos os 14 já passados? Para 60 milhões de eleitores, esses 14 anos já não contam; ou nem sequer lembram deles, ou não querem lembrar. 21 milhões de eleitores de agora eram crianças há 10 ou 15 anos. Muitos ainda só recebem notícias de uma única fonte, a fonte que lhes mostra a única versão dos fatos. E pronto. Assim decidimos os próximos quatro anos. Aparentemente, não serão fáceis para o presidente eleito. A Câmara dos Deputados está com 73% de centro-direita e o Senado, com 67%; além disso, a maior parte dos governadores foi eleita pelo grupo que apoia o presidente que sai.

O presidente que entra vai receber um raro legado, longe de “herança maldita” de outros tempos. Inflação e desemprego em queda; PIB, arrecadação federal e investimentos em alta; balança comercial superavitária; endividamento público em baixa; otimismo entre empreendedores; credibilidade do governo; impostos em baixa; obras de infraestrutura por toda parte, inclusive água para o Nordeste; e ministérios e estatais imunizados de partidos políticos – uma grande oportunidade para o novo chefe do governo, se estiver de bem com a maioria de centro-direita do Congresso.

O Senado ainda precisa enquadrar o Supremo de volta ao segundo artigo da Constituição, para a corte deixar de ser legislador e constituinte. Não vai adiantar simplesmente tirar ministros, a menos que o novo presidente indique realmente juízes e não advogados com causa. A politização do Supremo, lamentada no discurso de posse de Luiz Fux, mostra que o tribunal ficou entre dois fogos, por não se manter acima da fogueira das vaidades. Primeiro, é acusado de contribuir para tirar o PT do poder; hoje, é acusado de contribuir para tirar Bolsonaro do poder. Ativismo não é próprio de juízes. Juízes são isentos por natureza; já a natureza de advogados é defender uma causa.

Numa eleição de 124 milhões de votos, decidida por pouco mais de 2 milhões de eleitores, destaca-se o quanto o não votar pode ser decisivo. 26 milhões de brasileiros deixaram que os outros decidissem. Não há como não lembrar de Pilatos, que lavou as mãos enquanto o povo optava por quem seria libertado ou crucificado.

O eleito leu um discurso após o resultado. Bonitas palavras, como os discursos do século passado – como ser um presidente de todos. Das palavras, resgatei a afirmação de que o crescimento econômico será repartido entre toda a população. Anunciou a volta das “conferências nacionais” da esquerda e que vai refazer tudo: “é preciso reconstruir este país na política, na economia, na gestão pública, nas relações internacionais” – um retrovisor dos 14 anos de PT. Disse que ninguém está acima da Constituição – parece recado ao Supremo. Ousou falar no “orgulho que sempre tivemos do verde e amarelo da bandeira”, mas uma parte sincera do discurso foi a afirmação de que a eleição “colocou frente a frente dois projetos opostos de país”. Nada encontrei sobre a intenção de prevenir a corrupção, nem uma posição sobre o teto de gastos, a conquista do equilíbrio fiscal aprovada no período Temer.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

GUSTAVO GAYER

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GUILHERME FIUZA

FELIZ DIA DAS BRUXAS

Não é possível discutir normalmente a conjuntura brasileira com a eleição de Lula – aquele que segundo seu vice, Geraldo Alckmin, queria ser presidente novamente para voltar à cena do crime.

O problema é que o teor da declaração de Alckmin – a condição criminosa do ex-presidente – não pôde ecoar na campanha eleitoral: o TSE instaurou a censura sobre o assunto. E chegou a obrigar a Jovem Pan a dizer, como direito de resposta ao PT, que Lula é inocente. A inocência de Lula não está sentenciada em lugar nenhum. Mas o árbitro da eleição obrigou à afirmação disso na imprensa.

Se o árbitro da eleição age assim, essa eleição pode ser considerada limpa? Eleição sob censura é eleição legítima? Quem quiser dizer que sim já desistiu da democracia e não sabe.

Lula está de volta à cena do crime. Ele chegou lá após uma decisão da máxima corte que anulou seus processos alegando que não poderiam ter sido julgados em Curitiba – por não estarem relacionados à Petrobras. Então as obras da OAS e da Odebrecht no triplex do Guarujá e no sítio de Atibaia, que levaram Lula à condenação por corrupção passiva, eram pagamentos de quê? Tanto OAS quanto Odebrecht foram condenadas por corrupção na Petrobras, em negociatas regidas pelos diretores da estatal nomeados por Lula.

O STF descondenou Lula porque não estava escrito nos pedalinhos pixuleco BR? Como o STF conseguiu dissociar as propinas recebidas por Lula dessas empreiteiras da corrupção protagonizada por elas na Petrobras? Teria sido um pixuleco genérico?

Lula, na posse do Alexandre de Moraes, no TSE, com Gilmar Mendes e em clima amistoso com o ministro do TSE Benedito Gonçalves

Essa decisão que contrariou nove juízes incluindo tribunal superior livrou Lula de pagar mais de 20 anos de prisão e o colocou na eleição. E os juízes autores dessa impressionante alquimia foram os mesmos que lutaram com unhas e dentes, inclusive interferindo flagrantemente no Congresso Nacional, para barrar o aprimoramento do sistema eleitoral com a instituição do voto auditável.

Integrantes dessa mesma corte se eximiram de explicar a violação do sistema do TSE na eleição de 2018, com invasão comprovada por hacker. Ao contrário, usaram o assunto para atuar politicamente contra o presidente da República, inscrevendo-o num dos inquéritos de mil e uma utilidades de Alexandre de Moraes – o “principal algoz” de Bolsonaro no STF, segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo e não desmentida.

Os arquivos que permitiriam a investigação dessa invasão foram apagados. Já o Ministério Público recomendou o arquivamento da investigação no Supremo contra o presidente – recomendação solenemente ignorada pelo mesmo Alexandre de Moraes, coincidentemente o juiz que presidiu a eleição.

Acredita em duende quem quer. Lula está de volta à cena do crime. Todo o esforço de ajuste macroeconômico dos últimos anos, com resultados inegáveis, terá agora o nobre fim de alimentar a parasitose petista. Os sinais foram dados. Todos. O tempo todo. Os abusos foram esfregados na cara da população. A população fez a sua parte e inundou as ruas. Mas os líderes ficaram vendo a banda passar.

Feliz Dia das Bruxas. Não, nenhuma palavra positiva. Aqui não tem discurso. O país está coberto pela vergonha.