
Arquivo diários:24 de novembro de 2022
DEU NO X

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

CANTIGA PARA NÃO MORRER – Ferreira Gullar
Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento
José Ribamar Ferreira, o Ferreira Gullar, São Luís-MA, (1930-2016)
CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

GONZAGA – JOINVILLE-SC
Boa tarde nobre editor,
Como esta gazeta escrota tem utilidade pública galáctica, seria de bom tom avisar os fubânicos que só faltam três assinaturas para gente colocar o Cabeça de Ovo no devido lugar.
Vai abaixo a lista dos deputados que assinaram a CPI de abuso de autoridade do Xandão.
Falta você pressionar seu deputado a assinar.
Abraços!
DEU NO X

VAMOS TER QUE ESCOLHER…
DEU NO X

A DITADURA ABSURDA DO TIRANETE XANDÃO
JESSIER QUIRINO - DE CUMPADE PRA CUMPADE

UM CAUSO E UM POEMA
O DOUTOR E O BÊBO
O cabra era carrapato por uma cervejinha. Chega de bode amarrado no doutor e ouve a sentença:
– O senhor vai ter que parar de beber cerveja. Veja bem: durante um ano, o senhor só vai beber leite.
– Puta-merda doutor, outra vez??????
– O quê?!… O senhor já fez esse tratamento?
– Já doutor. Durante os dois primeiros anos da minha vida…
* * *
BANDEIRA NORDESTINA
A bandeira nordestina
É uma planta iluminada
É qualquer raiz plantada
Mostrando o caule maduro
E quando o sol varre o escuro
Com luz e sombra no chão
É quando germina o grão
É quando esbarra o machado
É quando o tronco hasteado
É sombra pro polegar
É sombra pro fura-bolo
É sobra pro seu vizinho
É sombra para o mindinho
É sombra prum passarinho
É sombra prum meninote
É sombra prum rapazote
É sombra prum cidadão
É sombra para um terreiro
É sombra pro povo inteiro
Do litoral ao sertão
Essa bandeira que eu falo
Tem cores de poesia
Tem verde-folha-avoada
Amarelo-jaca-aberta
Em tudo que é vegetal
Tem bandeira desfraldada
No duro da baraúna
No forte da aroeira
No bandejar buliçoso
Das folhas das bananeiras
Das bandeirolas dos coentros
E na marca sertaneja:
O rijo e forte umbuzeiro
CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

NACINHA – CUIABÁ-MT
DEU NO JORNAL

EM QUEDA LIVRE
Em queda livre desde a vitória de Lula, o valor de mercado da Petrobras deve chegar ao fim de novembro avaliada R$ 100 bilhões menos, dizem os analistas.
Até agora, a estatal perdeu perto de R$ 90 bilhões em valor após declarações do presidente eleito e dos seus aliados.
As ações não param de derreter: cada uma custava R$ 34,25 em 24 de outubro último e nesta quarta fechou valendo R$ 23,40.
É o maior prejuízo imposto à estatal desde que foi saqueada no governo do PT, segundo a Lava Jato.
A presidente do PT, Gleisi Hoffman começou o ataque a Petrobras, chamando de “sangria” os dividendos a serem pagos aos investidores.
Os R$ 100 bilhões perdidos em valor equivalem ao dobro dos dividendos que remuneram acionistas.
O governo fica com mais da metade disso.
* * *
A Petrobras é apenas uma item na extensa série de desgraças que o futuro governo propiciará ao país.
É bilhão que só a porra!!!
Prejuízo e desmantelo são características que estão arraigadas dentro da quadrilha comandada pelo Ladrão descondenado.
E a dona Gleisi, a “Amante” da lista de propinas da Odebrecht, imita o seu deus ao pé da letra, cagando um tolôte bem fedorento pela boca.
Chamar de “sangria” os dividendos a serem pagos aos investidores é de uma cretinice que só mesmo a presid-anta da quadrilha poderia excretar oralmente.
É phoda!!!
“A chave do cofre voltou pra mão da gente: vamos nadar de braçada!!!”
CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

CARLA MARIA CABRAL – JOÃO PESSOA-PB
CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

PABLO MILANÉS – O CUBANO APAIXONADO PELO CAPITALISMO
Pablo Milanês (1943-2022) com a pequena Lynn e a esposa nos anos 1970
Encantou-se no dia 22 de novembro de 2022 na cidade de Madrid, Capital da Espanha, Pablo Paulo Milanés Arias – Pablo Milanés, aos 79 anos, o compositor de Yolanda, uma das músicas românticas mais executadas nas rádios e programas de TV dos anos setenta, oitenta, noventa e lá vai o trem, que o canto e compositor cubano fez para sua então esposa Yolanda Benet, que acabara de da à luz à Lynn, a primeira filha do casal e que ele não pôde assistir ao parto, pois estava viajando a compromissos.
Chico Buarque versificou Yolanda para o português, mantendo a mesma essência da canção e a interpretou magistralmente com a cantora Simone, fazendo a canção conquistar o Brasil inteiro.
O crítico musical, ex JC, José Teles, prestou uma grande homenagem a Pablo Milanés em crônica recentemente publicada, que segue reproduzida abaixo:
“Uma das canções mais tocadas do repertório de Chico Buarque é a versão que ele fez para Yolanda, do cubano Pablo Milanés, cuja morte foi anunciada nesta terça-feira, 22 de novembro. Ele estava com 79 anos, e morava há alguns anos em Madri. Mudou-se para a capital espanhola pelas melhores condições que oferecia para o tratamento da doença hemato-oncologica contra a qual lutava há alguns anos (submeteu-se também a um transplante de rim).”
“Um dos principais nomes da Nueva Trova, movimento renovador da canção de Cuba, fez amizade com Chico Buarque, nos anos 70, quando este foi à ilha para participar de uma comissão julgadora do prêmio literário La Casa de Las Americas, o que rendeu parceria, e a divulgação do trabalho de Milanés no Brasil.”
“Iolanda (sem o “y” na versão em português) foi um dos maiores sucessos de Simone, e continua sendo obrigatória em seus shows. Foi gravada por ela, com participação de Chico Buarque, no álbum Desejos, de 1984. Pablo Milanés teve uma popularidade no Brasil que raros artistas cantando em espanhol obtiveram desde os áureos tempos do bolerão. Da música cubana, Antes dele, somente Bienvenido Granda, “El bigode que canta” nos anos 50 e início dos 60.”
“Milanés foi gravado por muita gente da MPB, Fagner, MPB-4, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Jessé, Miúcha, Diana Pequeno, a lista é longa, e inclui sertanejos, e bregas. O próprio Milanés gravou um disco ao vivo no Brasil, com participações de Elba Ramalho, Chico Buarque e Caetano Veloso.
Apologista ferrenho da revolução cubana, e de regimes de esquerda da América Latina, Pablo Milanés não fazia o tipo “uns mandam, outros obedecem”, pelo contrário. Ele condenava os desvios do regime. Denunciou os métodos stalinistas implantados no governo de Fidel Castro, em seu rígido alinhamento com a então União Soviética. Foi confinado, num campo de concentração, na província de Camagüey, com artistas, intelectuais, homossexuais, religiosos, pessoas não sintonizadas com as normas do governo.
Em 2015, ao jornalista Maurício Vicenti, do El País, Pablo Milanés falou, sem dissimulação, sobre os quase três anos em que esteve preso:
“Nunca me perguntaram tão diretamente sobre as UMAP (ironicamente, Unidades Militares de Ajuda à Produção). A imprensa cubana não se atreve e a estrangeira desconhece a nefasta transcendência que aquela medida repressora de caráter puramente stalinista teve. Estivemos ali, entre 1965 e finais de 1967, eu e mais de 40 mil outras pessoas, em campos de concentração isolados na província de Camagüey, realizando trabalhos forçados desde as cinco da madrugada até o anoitecer, sem nenhuma justificativa nem explicações, e muito menos o perdão que estou esperando que o Governo cubano peça.
Eu tinha 23 anos, fugi do meu acampamento — e me seguiram mais 280 companheiros que estavam presos no mesmo território que eu — e fui a Havana para denunciar a injustiça que estavam cometendo. O resultado foi que me enviaram por dois meses à prisão de La Cabaña, e depois fui transferido para um acampamento de castigo pior que as UMAP, onde permaneci até que essas unidades fossem dissolvidas devido à pressão da opinião internacional”. Porém, Pablo considerava estes percalços acidentes de percurso, afirmando que não ser revolucionário seria trair sua própria consciência.
Lynn e Yolanda Benet
Há pelo menos 50 gravações de Yolanda no Brasil, realizadas por nomes dos mais diversos nichos, da Citada Simone a Lairton dos Teclados, Chrystian & Ralf, Glória Maria, Sonia Santos, Elymar Santos, Selma Reis, Guto Franco (filho de Moacir Franco), Elba Ramalho entre muitos outros intérpretes.
Yolanda foi composta em 1970. Pablo Milanés era casado com uma produtora de cinema e TV, Yolanda Benet. Ele estava em turnê quando nasceu sua primeira filha, Lynn. A saudade da mulher, e a vontade de ver a filha, o inspiraram a compor a canção, tão popular no Brasil que muita gente acredita que é de Chico Buarque. Iolanda é cantada em coro nos shows de voz e violão pelos barzinhos país afora, ao lado de eternos sucessos feito Amélia (Ataulfo Alves/Mario Lago), ou Mulher Brasileira (Benito di Paula).”
Yolanda com Chico Buarque e Pablo Milanez