RODRIGO CONSTANTINO

UMA LIÇÃO PARA O MUNDO

Donald Trump.

Ele sofreu impeachment na Câmara por pretextos ridículos; ele foi indiciado por uma Justiça aparelhada pelos adversários; tentaram matá-lo, mas ele sobreviveu milagrosamente; a imprensa o demonizou, comparando-o a Hitler; não obstante, a vitória foi de Trump, que voltará à Casa Branca como o 47º presidente dos Estados Unidos. E foi uma vitória acachapante!

“Quem se vinga depois da vitória é indigno de vencer”, pregou Voltaire. O sentimento de vingança seria até compreensível na direita massacrada pelo sistema, mas espero que Donald Trump seja magnânimo após sua vitória. Sim, ele não pode ser ingênuo e precisa fazer a limpa, drenar o pântano em Washington D.C., que deu mais de 90% de votos para os democratas no desespero de salvar a burocracia reinante.

Com a ajuda de Elon Musk, espera-se que Trump possa dar um choque de eficiência no aparato estatal, declarando guerra ao establishment, ao Deep State. Mas seu foco deve ser justamente nos resultados, no resgate dos valores republicanos, não em humilhar seus desafetos. A nação está, de fato, dividida, e muito disso se deve ao discurso democrata na mídia. Cabe a Trump ser superior a isso agora.

É preciso unir todos aqueles cansados da ideologia woke, das fronteiras escancaradas, da economia patinando e das guerras pelo mundo. Para fazer a América grande novamente, Trump terá de adotar uma visão propositiva, tal como fez Reagan. Ele foi essencial para destruir a narrativa do establishment, e agora precisa ser hábil para construir um novo futuro melhor. Certamente tem o desejo de fazê-lo, e também a capacidade.

Para os seus adversários, que o tratam como inimigo mortal, a vitória de Trump deveria ser um momento de reflexão e humildade. Os jornalistas deveriam parar para pensar sobre o fenômeno: Trump levou até nos votos populares, com folga! É a América uma nação de nazistas? Ou será que a retórica inflamada da mídia é abjeta e deveria ser repensada?

Espero, do fundo do coração, que essa vitória acachapante do “nazista” sirva para trazer humildade aos jornalistas, para que eles busquem com sinceridade compreender melhor a realidade em vez de tentar “empurrar a história”. A soberba nas redações dos jornais tem destruído de vez a credibilidade do jornalismo. Ainda dá tempo de mudar?

Sabemos que as elites globalistas arrogantes não vão simplesmente recuar e aceitar com dignidade a derrota. Teremos tempos difíceis pela frente, de muito embate de ideias e mentiras. O trabalho está só começando. Mas agora há esperanças de um futuro melhor para nossos filhos.

Os americanos deram uma verdadeira lição ao mundo todo. Basta de tanta perfídia, loucura, corrupção e incompetência! É hora de arregaçar as mangas e batalhar pelo resgate dos valores que fizeram dos Estados Unidos o país mais poderoso do planeta!

PS: O presidente Lula, depois de chamar Trump de nazista, deu os parabéns ao presidente eleito, afirmando que a democracia é a voz do povo e deve sempre ser respeitada. Não é republicanismo nem sentimento democrata sincero. Afinal, Lula adora a ditadura cubana até hoje, e a eleição brasileira não foi limpa por conta de um TSE partidário. É receio de retaliação, em que pese o ministro Alexandre Padilha achar que Trump é quem deve temer o confronto. Lula tem motivo para preocupação. Não só falou em “fascismo de cara nova” como sabe que teve a ajudinha do governo Biden. Também sabe que Elon Musk comprou a briga pela liberdade brasileira, e vem para cima de Alexandre de Moraes agora. O Brasil corre risco de ter até sanção econômica ao entrar no eixo do mal, e o dólar já passou de seis reais. Tomara que a vitória incontestável de Trump represente o começo da virada no Brasil também, que precisa urgentemente resgatar as liberdades mais básicas, destruídas pelo sistema corrupto e ditatorial.

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CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

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BRIOCHE COM CHICÓRIA

Guilherme Fiuza

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente Lula.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente Lula

Se não tem pão, que comam brioches. Se a alface está cara, que comam chicória. De Maria Antonieta a Luiz Marinho, a mitologia da relação entre o poder e o povo está repleta de abismos representativos. No caso do ministro do Trabalho de Lula, a própria noção de trabalho está mergulhada numa licença poética de digestão difícil e lenta.

Dane-se a inflação? Não é isso. Mas é quase. No momento em que as projeções do índice de preços sobem, se distanciando do centro da meta, o comandante do ministério que supostamente guarnece os interesses do trabalhador achou que o melhor a fazer era minimizar o problema. E a sobremesa da chicória foi mais indigesta: Luiz Marinho declarou – não se sabe se num momento confessional ou por distração – que no governo Lula não tem essa história de corte de gastos, não. 

Textualmente: “Esse debate não existe no governo. Se existisse, o presidente Lula teria falado: ‘Marinho, pega leve ai’.” E completou: “O que é gasto? Coisa desnecessária. Se tiver alguma coisa desnecessária tem que cortar.”

É muita sofisticação, diria a companheira Maria Antonieta. Ainda mais se lembrarmos que esse governo ascendeu com as bênçãos dos pais do Plano Real. Melhor nem lembrar. Melhor nem imaginar o que um Edmar Bacha teria a dizer sobre essa sentença brilhante: “gasto é coisa desnecessária”. Se o princípio da responsabilidade fiscal tivesse sido construído com conceitos desse tipo, o Brasil estaria até hoje passando o pires em reunião do FMI para não morrer à míngua. 

Gasto é “coisa desnecessária” – ou seja, é o que eu quero classificar como gasto – porque eu posso simplesmente decidir que o balanço das estatais não entrará mais no meu demonstrativo fiscal. É tipo assim: as contas domésticas não estão fechando? Tira o IPTU da conta. Cria uma contabilidade paralela. Seus problemas acabaram.

E aparentemente sem freio, porque se fosse para frear, o presidente da República já teria dito “pega leve aí”. Claro que o melhor a fazer, em vez de pegar leve, é demonizar o Banco Central e seu presidente. Uma instituição que fica alertando para a ameaça do dragão é muito inconveniente.

Veja que recomendação desagradável sobre a política de responsabilidade fiscal: é importante para “a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de riscos dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”. Quem disse isso foi o Banco Central. Em outras palavras: a gastança vai forçar o aumento dos juros porque pressiona a inflação. 

Quem disse que isso é um problema? Se o bicho pegar, comam brioche com chicória.