DEU NO JORNAL

UM ÍNDICE NAS ALTURAS

O Psol de Guilherme Boulos lançou 210 candidatos a prefeito nas eleições de 2024, não elegeu um sequer.

O PT de Lula, por exemplo, elegeu só 252 dos 1.412 candidatos lançados.

* * *

Ou seja, o PT elegeu um pouco mais de 17% dos seus candidatos a prefeito no Brasil inteiro.

Pelo que se conhece dessa gangue, estamos diante de um índice altíssimo, estratosférico.

Foi eleitor demais votando nos candidatos do bando.

Como dizia Seu Luiz, meu saudoso pai, gente besta e mato é o que mais tem nesse mundo.

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A BUNDA – Belmiro Braga

Quando ela passa todo mundo espia,
Não para a cara, que não é formosa,
Mas para a bunda, que é maravilhosa.
Em bunda, nunca vi tanta magia.

Requebra, sobe, treme e rodopia
Dentro de uma expressão maravilhosa.
Deve ser uma bunda cor-de-rosa,
Da cor do céu quando desponta o dia.

E ela sabe que sua bunda é boa.
Vai pela rua rebolando à toa,
Deixando a multidão maravilhada.

Eu a contemplo, num silêncio mudo.
Embora a cara não valesse nada,
Só aquela bunda me valia tudo.

Belmiro Ferreira Braga, Juiz de Fora-MG (1872-1937)

DEU NO X

RODRIGO CONSTANTINO

UM ESTILINGUE E SEIS BOLINHAS DE GUDE

Manifestantes no Congresso Nacional durante atos de 8 de janeiro de 2023.

Manifestantes no Congresso Nacional durante atos de 8 de janeiro de 2023

Joãozinho era um menino muito travesso. Quando pequeno, ele gostava de usar o estilingue que ganhou de presente do avô para lançar bolinhas molhadas de pão nas galinhas da fazenda de seu tio. O moleque se divertia quando conseguia acertar a mira e uma galinha saltitava estabanada. Sua mãe, quando descobriu, deu-lhe uma bronca, mas sem exagerar, pois considerava aquilo somente uma travessura de garoto.

Mal sabia ela que Joãozinho estava, na verdade, preparando-se para se tornar um terrorista quando adulto. Se sua mãe desconfiasse desse perigo, jamais teria dado de presente ao filho uma coleção de seis bolinhas de gude. No começo, é verdade, Joãozinho usava as bolinhas apenas para brincar na areia com seu primo, com a bolinha percorrendo trajetórias ousadas até acertar a adversária. Mas era questão de tempo até Joãozinho juntar lé com cré…

Certo dia, já maior, Joãozinho olhou para suas bolinhas de gude no canto do quarto, e depois olhou para seu belo estilingue de madeira em cima da mesa. Parado por alguns segundos refletindo, o jovem Joãozinho teve uma epifania! E se ele juntasse as duas coisas? Um sorriso mefistofélico brotou em seus lábios. Sim, era isso que ele queria fazer de sua vida!

No bairro perigoso da periferia onde morava, muitos de seus amigos de infância tinham seguido o rastro de traficantes poderosos. Começaram como aviãozinhos e depois muitos prosperaram na hierarquia do PCC. Em apenas sete anos, cerca de trinta traficantes ligados ao PCC saíram pela porta da frente das prisões, e o próprio 8TF colocou alguns em liberdade. Joãozinho queria mais adrenalina, mais risco…

Por isso ele tomou uma decisão crucial em sua vida: não seria do PCC, nem mesmo do Black Blocs, da Antifa ou do MTST. Ele acompanhava o noticiário e sabia que essa turma era sempre poupada pela Justiça, que não tinha problema sequer jogar coquetéis Molotov em prédio da Fiesp, pois nunca ninguém era preso. Joãozinho precisava flertar com riscos maiores.

Foi aí que resolveu se tornar um golpista. Pegou seu estilingue e suas seis bolinhas de gude, convocou sua amiga Debora, uma cabeleireira que tinha um batom como arma, e ambos foram para Brasília no dia 8 de janeiro, protestar contra a volta do ladrão à cena do crime, como diria seu próprio vice. O PCC era pequeno demais para Joãozinho e Debora. Eles pretendiam alçar voos mais altos, derrubar todo o sistema, destruir a democracia do país.

Munidos com o estilingue, as bolinhas de gude e o batom, Joãozinho e Debora se misturaram aos demais golpistas, alguns armados com algodão-doce e outros com a Bíblia ou uma bandeira nacional. Mas eles não contavam com a astúcia, a coragem e o espírito público e democrático do ministro AM, que conseguiu impedir o golpe e mandou vários dos terroristas, inclusive Joãozinho e Debora, para a prisão por mais de uma década.

A democracia fora salva, e Joãozinho, mofando atrás das grades, pensou: “É, eu deveria ter escutado meus amigos e seguido os passos deles no PCC. Hoje estaria em liberdade, talvez até no Senado Federal…”

DEU NO JORNAL

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

DA MINHA JANELA – Florbela Espanca

Mar alto! Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito, murmurado…
Voo de gaivotas, leve, imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!

Sol! Ave a tombar, asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado…
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim, chorando, mãos erguidas!

Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Como um branco lilás que se desfaça!

Amor! Teu coração trago-o no peito…
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno, assim, nunca desfeito!…

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO JORNAL

BANÂNIA TEM UM BANCO PODEROSO

Investigações da Polícia Civil de São Paulo começam a revelar um esquema que movimentou cerca de R$ 8 bilhões envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) com o banco digital 4TBank, uma espécie de fintech usada, segundo a polícia, para promover financiamentos de políticos e campanhas eleitorais neste ano, além de esquentar dinheiro vindo de ações ilegais e retroalimentar o crime organizado.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA