A eleição de Trump gerou uma onda de faniquitos na imprensa brasileira, até talvez mais do que nos Estados Unidos. A cara de enterro dos comentaristas da rede globo era algo visível. Todos emitindo suas opiniões, a maioria sem qualquer respaldo, mas há uma necessidade imensa de falar, mesmo que seja besteira. Aquele “Gil do Vigor” publicou um texto demonstrando incredulidade. Sinceramente: muita besteira.
No esteio de tanta idiotice, uma ex-aluna perguntou: “E agora? O que vocês acham?”. Francamente, eu acho absolutamente normal que num país onde os dois maiores partidos estão sempre na disputa pela presidência que um dos dois sai vencedor. Eleição é feito jogo de basquete: se der empate, tem truta.
A vitória de Trump mostra um fato natural de decepção do americano com o governo que tinha. Não se trata apenas de um presidente incapaz, mas de um projeto de governo ineficiente que não tem habilidade para resolver problemas externos, haja vista os problemas entre Israel e Hamas ou Ucrânia e Rússia. Devolveram o Afeganistão ao Talibã deixando lá um arsenal bélico expressivo. A um documentário chamado “Fuga de Cabul” que relata o desespero dos afegãos para fugir, de qualquer forma, e a perplexidade de soldados americanos.
Os simpatizantes da esquerda, as almas mais puras do planeta Terra ou, quiçá, do universo, chiaram bastante, mas terão que engolir. Achei engraçado o comentário de um amigo que disse: “Pois é! É a volta do fascismo, mas democracia é isso. A maioria escolhe e pronto”. Esse mesmo amigo entre 2018 e 2022 nunca demonstrou tamanha compreensão com o resultado da eleição aqui no Brasil. Um conterrâneo chegou a perguntar: “O que explica pobre votando na direita?”
Eu descobri que tenho várias teorias e baseado na pergunta acima, poderia indagar: “O que explica pobre votando na esquerda?”. Vamos partir da premissa de que, ao longo do tempo, a esquerda só tem produzido mais pobres, mais dependentes de programas sociais do governo. No Nordeste, por exemplo, há escassez de mão de obra porque as pessoas preferem não ter a carteira assinada para não correr o risco de perder o benefício. O resultado disso será, sempre, um rombo nas contas públicas, porque é preciso dinheiro para manter esse status e dinheiro para bancar uma aposentadoria no futuro.
Para explicar uma dessas teorias, vamos analisar o perfil dos apoiadores de esquerda: artistas, intelectuais e professores, de todos os níveis, do setor público. Levanto aqui uma dúvida em relação aos professores de escolas particulares para os quais não acredito muito que eles usem seu horário de aula para doutrinar aluno. Talvez alguns empresários, mas nesse caso eu acho que o empresário não se liga por paixão a qualquer governo. Eles se ligam para manter ativos negócios com o governo. Marcelo Odebrecht, Leo Pinheiro, Wesley Batista e seu irmão etc. A Rede Globo, por exemplo, sempre viveu pendurada nos governos fosse quem fosse, com exceção de Bolsonaro.
O que motivo essa gente? Basicamente a ideia de que os pobres não representam ameaça para seu poderio econômico. Nenhum deles tem disponibilidade de apoiar ações que reduzam desigualdades, o que se faz, de fato, é querer impor o pensamento de que a política pública deve ser feita com dinheiro público. E nesse contexto, vi recentemente o canalha presidencial dizer que os empresários deveriam contribuir com o equilíbrio fiscal renunciando a subsídios. Do ponto econômico um subsídio é um imposto negativo e sua fundamentação é tornar determinados produtos competitivos. O canalha não quer reduzir gastos inúteis do seu governo, cujo rombo já atinge os R$ 105 bilhões.
Então, a ideia é simples: como o pessoal da direita defende redução do estado, economia de mercado, meritocracia, eficiência do setor público etc. a implantação desse tipo de proposta é uma ameaça a hegemonia daqueles que sempre usurparam o bem-estar social das pessoas pobres. Vejo o programa Bolsa Família como um supositório de pimenta, mas constato que há uma mudança muito grande comportamento da população de hoje para uma de um passado não tão distante. Luiz Lua Gonzaga gravou uma música chamada “Vozes da Seca” diz: “Mas, doutor uma esmola a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Perdemos a vergonha e estamos, literalmente, viciados nas migalhas sociais do governo implantada a partir de FHC.
Diante de tudo isso, a esquerda quer que a alternância de poder seja feita, sempre, dentre seus adeptos, em qualquer lugar do mundo. Qualquer pessoa que pense diferente é chamado de fascista. Descobri que eu sou fascista, porque defendo economia de mercado, cadeia para corruptos, cidadania através de emprego. Eu não sou uma alma pura.