Arquivo diários:18 de novembro de 2024
DEU NO JORNAL
LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA
A PRIMEIRA CANJA DO BRASIL
DEU NO JORNAL
O BRASIL DE JANJA: ENTRE A VERGONHA E A TRAGÉDIA
Paulo Briguet
“Eu sou o espírito que tudo nega.” (Mefistófeles, em “Fausto”)
Em 2 de setembro de 1808, o grande escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe foi chamado para um encontro com o imperador francês Napoleão Bonaparte. Dois anos antes, as tropas de Napoleão haviam invadido e saqueado a cidade de Weimar, onde vivia Goethe. A casa de Goethe foi poupada, mas vários amigos do poeta sofreram muito naquela invasão. Assim que viu Goethe, à época já um escritor consagrado, Napoleão exclamou admirado:
— Eis um homem!
Napoleão — que teria lido várias vezes o romance “Os Sofrimentos do Jovem Werther” — perguntou ao sábio alemão se ele escrevia tragédias, e obteve resposta afirmativa. Em seguida, chamou Goethe a um canto e disse-lhe uma das frases que gostava de repetir sempre:
— Destino é política.
Na visão do imperador e revolucionário francês, a política era o destino concreto de nosso tempo. Não por acaso, naquele mesmo ano, Goethe finalizou a primeira parte da tragédia “Fausto”, uma obra-prima da literatura universal, que conta a história de um homem que aposta sua própria alma com o diabo Mefistófeles em troca de poder e prazer. Fausto é uma espécie de imagem do homem moderno, que acredita poder moldar o próprio destino sem a graça de Deus.
Napoleão estava certo. A política parece ser, de fato, o destino concreto de nossa época — e, ao mesmo tempo, nossa vergonha e nossa tragédia. No dizer do escritor Luiz Carreira, estamos “doentes de política” e somos, portanto, incapazes de ver a dimensão trágica do que está acontecendo conosco.
O episódio em que a primeira-dama Janja Lula da Silva insultou Elon Musk — “Fuck you, Elon Musk” — é um exemplo de como a tragédia nacional se transforma em farsa.
Com seu escasso domínio da língua portuguesa, Janja tentou atacar Musk numa língua estrangeira que ela também não fala, e o resultado foi um papelão diplomático que vai sair muito caro ao Brasil — mais caro até do que as viagens nababescas de Janja e seu marido pelo mundo.
O mais doloroso, porém, não é a vergonha que Janja nos faz passar, mas a tragédia que ela tenta encobrir.
Ela, porém, não se contenta em desempenhar um papel discreto, como seria de se esperar de qualquer primeira-dama digna do nome. Ao contrário, faz questão de ocupar o primeiro plano das ações.
Janja se tornou uma espécie de ministra sem pasta do regime PT-STF. Sem pasta e sem noção: dá palpite e se manifesta sobre todos os setores do governo, atuando como conselheira-geral cujos conselhos não foram solicitados.
O “poblema” de Janja não consiste apenas no fato de ser “inresponsável” e de ter “abrido” uma crise por semana desde a fatídica posse de seu marido.
O verdadeiro X da questão é que ela representa aquilo que é mais desastroso na mente esquerdista: a certeza de possuir uma fórmula infalível para transformar radicalmente o mundo por meio da concentração de poder e da destruição dos adversários.
Tudo que Janja faz — e nisso ela reflete com perfeição o espírito da ditadura jurídico-socialista — resume-se em defender Lula e seu governo dos ataques maliciosos da realidade. Para a ministra de assuntos aleatórios, se a verdade não confirma a narrativa, censure-se a verdade! Fuck you, reality!
No mesmo discurso catastrófico, Janja se referiu ao chaveiro Francisco Wanderley Luiz como “o bestão que se matou com fogos de artifício”. Como já observei numa crônica anterior, o homem apresentava claros sinais de perturbação mental. Mas a mente esquerdista, capaz de reduzir tudo a política, fecha os olhos diante da tragédia do país — a verdadeira causa do suicídio de Francisco — para transformar tudo numa questão de “nós ou eles”, numa contrafação farsesca, mas não menos letal, da luta de classes marxista.
Neste final de semana, a ex-esposa de Francisco, que o havia acusado de forjar um plano para matar ministros do STF, tentou suicídio ateando fogo na própria casa. Ela também é uma “bestona”, Janja?
A ausência de compaixão — outra característica fundamental na mente esquerdista — é visível em quase todas as falas de Janja. Para ela e tantos apoiadores do regime, o drama dos milhares de brasileiros inocentes presos ou exilados em consequência do 8 de janeiro é motivo de escárnio e desprezo.
Há alguns meses, o agricultor Jorge Cardoso de Azevedo, o Jorginho, de 63 anos, entrou em depressão e tentou o suicídio numa cela do presídio da Papuda. Foi salvo da morte por seus companheiros de infortúnio. O crime de Jorginho foi estar na Praça dos Poderes — onde chegou às 18h50, bem depois dos atos de depredação — e buscar proteger-se das bombas da polícia em um prédio do governo no dia 8 de janeiro de 2023.
Por isso ele foi condenado a 16 anos de prisão e está afastado da mulher com quem é casado há 40 anos, dos filhos e do pai, seu melhor amigo, hoje com 91 anos. Jorginho também é um “bestão”, Janja?
O Brasil de Janja é o país em que a vergonha e a tragédia não apenas reinam, mas tentam mutuamente ocultar-se. Ainda assim, tenho a certeza de que essa farsa não vai durar para sempre. Haverá um justo juiz.
DEU NO X
UMA PENA… TIRARAM A CAGANTE BUCAL
TÔ ARRASADO PELA JANJA TER CANCELADO SUAS PALESTRAS NO G20! LOGO AGORA QUE O SHOW DE COMÉDIA DA JANJA TAVA FICANDO PERFEITO! 😂😂 SERIA MEDO DO ELON MUSK? 🤔 pic.twitter.com/6XbBuoaOza
— Pilhado (@opilhado) November 18, 2024
RODRIGO CONSTANTINO
COMO FOI QUE CHEGAMOS ATÉ AQUI?
A primeira-dama brasileira voltou aos holofotes com suas “gafes”. As falas de Janja ocorreram neste sábado, durante um painel sobre desinformação com o influencer Felipe Neto e outros debatedores. A mulher de Lula pediu o microfone da plateia para falar. Em seis minutos, ela xingou o dono do X do nada, referiu-se ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes como “um grande parceiro na questão das fake news” e chamou de “bestão” o suicida de Brasilia – se foi mesmo suicídio.
A coisa é tão bizarra, sem noção e sem qualquer caridade ou empatia, que até esquerdistas criticaram a esposa do presidente. O próprio Lula fez uma espécie de reprimenda pública ao dizer que não se deve xingar ninguém – a menos se for Trump e Bolsonaro, claro. Lula sentiu o baque por conta do desgaste diplomático que a fala causou, ciente de que o governo Trump vai adotar uma postura bem diferente de Biden.
O Globo deu destaque à reação bolsonarista, afirmando que a oposição usou a fala ofensiva de Janja como “munição”. Podemos apenas imaginar qual seria o tom se fosse a Michelle Bolsonaro xingando alguém assim, um futuro secretário do governo americano. Quando Paulo Guedes chamou a mulher de Macron de “feia” a imprensa já ficou em polvorosa! O duplo padrão não falha nunca, e por isso a credibilidade do jornalismo despenca a cada dia.
Mas a reflexão que gostaria de propor aqui é como foi que chegamos a esse ponto. Como alguém como Janja é a primeira-dama do Brasil? Os refinados tucanos que fizeram o L não sentem saudades de Marcela Temer ou Michele Bolsonaro, para não citar Dona Ruth Cardoso? Bolsonaro era muito “tosco”, dizia palavrão demais, e isso produzia um efeito incrível em certa elite “progressista”. Mas alguém achou mesmo que colocando o ladrão de volta à cena do crime, como diria Alckmin, seria positivo para a imagem institucional do Brasil?
Enquanto falava, Janja estava ao lado de Felipe Neto, outro que desafia o bom senso. Num país sério, ele seria ainda um simples imitador de focas com cabelo colorido, que fez fama e fortuna perante a garotada boboca da internet. Mas a Globo resolveu tratá-lo com seriedade, assim como Barroso, o atual presidente do STF. O rapaz foi alçado pela mídia e sistema ao patamar de “intelectual” com algo importante a dizer sobre tolerância. Que loucura é essa?
O Brasil não estaria nessa situação não fosse justamente a hipocrisia de uma elite podre, que demonizava Bolsonaro por seu estilo de “tiozão do churrasco”, mas passa pano para Lula e seus petistas amestrados. E estou focando apenas no aspecto da forma, tão cara a esse pessoal com sua visão estética de mundo. Pois se formos falar de conteúdo, aí a coisa fica bem pior para o lado esquerdo, com a volta dos escândalos de corrupção, as estatais arrombadas dando prejuízo e a aproximação com o eixo do mal na geopolítica.
Como se sentem os “liberais de mercado” que fizeram o L? Arminio Fraga, João Amoedo, Elena Landau, Mendonça de Barros e companhia estão com “medo” ou “preocupados”, mas alguém tem alguma dúvida de que fariam o L novamente contra Jair Bolsonaro?
É justamente essa postura da nossa elite que trouxe o país até esse abismo. Sem essa gente dando aval para Lula, ou colocando um imitador de focas para falar em nome do “progressismo”, não haveria Janja e suas “gafes”. A primeira-dama ainda estaria como visitadora de presidiário e o Brasil poderia ser um país mais sério…
DEU NO X
TROFÉU INTERNACIONAL ÓLEO DE PEROBA
O maior mentiroso e propagador de fakenews do mundo quer controlar o que você fala para depois seus amigos implementarem a ditadura que tanto sonham e que caminha a passos largos no Brasil. Então eles acusam você do que eles são sem NUNCA mostrar nada. pic.twitter.com/CZU7mPoFxR
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) November 18, 2024
Profissional pic.twitter.com/nKEdEzbCo3
— 🇧🇷 𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓𝐈𝐎𝐍𝐀𝐃𝐎𝐑 🇮🇱 (@Mathias75065955) November 18, 2024
DEU NO JORNAL
JANJA E A DIPLOMACIA DA ESTRIDÊNCIA
Guilherme Macalossi
Quem tem medo de Elon Musk? Janja da Silva anunciou aos quatro cantos que não tem medo de Musk, ainda que ninguém tenha lhe perguntado absolutamente nada. No último sábado (16) durante um evento de influenciadores relacionado ao G20, a indefectível primeira-dama xingou o bilionário sul-africano: “Eu não tenho medo de você. Inclusive, fuck you, Elon Musk”, disse Janja, se contorcendo no palco para uma plateia atônita que quase não disfarçou o constrangimento. Ela inaugurou a diplomacia de estridência. Ao contrário de Ruth Cardoso, que era uma intelectual renomada, e por isso tinha luz própria, e também de Marisa Letícia, que era discreta e não abria a boca, Janja parece ter a necessidade de aparecer, repercutir e se afirmar como alguém que também “pensa”. É hoje uma sub-celebridade do poder, e só causa problemas.
A função de primeira-dama não é cargo oficial. É apenas uma designação protocolar que passou a ter atribuições institucionais. Ninguém vota na esposa ou no marido de quem está na Presidência. Mas, mesmo assim, é da tradição política que o núcleo familiar de quem exerce a função executiva também acabe sendo envolvido em atividades políticas correlatas, como se fosse até mesmo extensão do titular.
De modo que, quando Janja fala, como o fez em relação a Musk, fala, de certa forma, como se também fosse Lula. Ninguém lhe daria a menor importância se não fosse a esposa do presidente. Sendo, e tendo tamanha influência no dia a dia do Palácio da Alvorada, ela conseguiu criar uma crise diplomática com o futuro governo americano.
Elon Musk é, desde já, o segundo nome mais importante da administração Trump. Foi peça fundamental em sua vitória e ocupará função de destaque no gabinete. Um ataque vindo do núcleo duro do governo brasileiro é, portanto, um ataque ao governo com quem nosso país precisará ter boas relações. A fala de Janja sobre Musk, é verdade, não foi mais grave do que as declarações de seu marido para uma emissora de TV francesa pouco antes do resultado da eleição norte-americana, quando resolveu achar prudente manifestar sua preferência por Kamala Harris, que acabou derrotada.
Já antes da eleição nos Estados Unidos, não havia pontes entre o governo petista e a nova liderança Republicana no entorno de Donald Trump. Em uma coluna recente publicada na Gazeta do Povo, escrevi que, ao invés de fazer torcida na imprensa internacional, Lula deveria trabalhar para estabelecer elos comunicantes. Se o corpo diplomático técnico do Itamaraty já trabalhava nesse intento desde a repercussão negativa da entrevista do presidente, o esforço foi torpedeado por Janja.
A fala da primeira-dama foi tão negativa que nem Lula ficou indiferente. O presidente veio a público em pelo menos duas vezes fazer referências indiretas ao episódio. Primeiro para condenar xingamentos feitos por integrantes do governo, depois para defender uma relação pragmática entre Brasil e Estados Unidos. Não pareceu muito convincente. Até porque, na prática, nem ele mesmo tem contribuído para avanços efetivos. Quem em sua administração é capaz de conversar com Marco Rubio, que será o chefe da política externa do governo Trump? Na certa não Janja, que só tem interlocução com Felipe Neto.
DEU NO X
EXCELENTE EFEITO VISUAL
Estou tentando saber qual é o nome desse efeito visual pic.twitter.com/DmUvCciOyJ
— MSP-Brazil (@mspbra) November 18, 2024
BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS
BANCADA DA LACRAÇÃO
COMENTÁRIO DO LEITOR
RAINHA GALINÁCEA
Comentário sobre a postagem APLAUDIDA PELOS FÃS
Luiz Carlos Freitas:
Às vêzes dá a impressão que nós estamos num mundo paralelo, do avesso.
É um troço sem pé nem cabeça.
Vôte!
Gastam mais de 30 milhões num evento sôbre a fome. Para um público que pode ser contado nos dedos.
Aí, a “rainha biscate galinácea”, do nada, manda um “fuquiu” pro sujeito mais endinheirado do planeta.
Que inclusive, já deu uma resposta pra “onu” sôbre críticas que recebeu dessa nesma organização, da sua fortuna e a fome do mundo.
O “billionaire man” pediu a conta com todos os recibos, naturalmente, onde os seus 7 bilhões de dólares, que foi o estimado por ela, poria fim a essa triste situação.
Pois bem! Não falaram mais nada à respeito. Como sempre, são narrativas para lacrar com lado certo da humanidade.
Voltando ao fato que assucedeu-se na cidade mais segura do mundo (centro e zona sul, logicamente) enquanto durar esse encontro de nações do ponto G. Tem alguma coisa errada que não tá certa.
Como aqui, é o país das histórias mal contadas.
Deve ser o plano do nove dedos, para afastar qualquer possibilidade de comparecer à posse do “Laranjão”.
Já que o convidado é outro. Né verdade?
Portanto, o combinadinho deu certo.
A cacarejada da “first lady chicken” gerou um embaraço diplomático, podendo evoluir para uma crise propriamente dita.
Como bem disse o incomparável Nélson Rodrigues: “No Brasil, quem não é canalha véspera é canalha no dia seguinte”.
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