ALEXANDRE GARCIA

CRIME CABULOSO

PEC da Segurança

Lula apresenta PEC da Segurança a governadores durante reunião em Brasília

O presidente Lula talvez tenha querido desviar as atenções para o maior problema brasileiro, que é a falta de segurança física e patrimonial que escraviza os brasileiros. Num momento de derrota eleitoral, de dólar e juros altos, de pressão inflacionária, de reclamações contra excesso de gastos do governo, de política externa diferente das aspirações nacionais, o presidente deve ter buscado se recuperar e, enfim, o grande problema seria solucionado. Seria uma emenda à Constituição, que fizesse todos os governadores receberem instruções do governo federal, como se fôssemos uma república unitária, como nos tempos da ditadura Vargas. Pelas reações dos governadores, o presidente já deve estar a caminho de abandonar a ideia, inclusive porque a Constituição, no artigo 60, §4.º, inciso I, proíbe emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado.

A presença na reunião de quinta-feira para apresentação do projeto já foi eloquente: menos da metade dos governadores – apenas 13. E, dos que compareceram, muitos foram para rejeitar as estranhas propostas: tornar a Polícia Rodoviária Federal polícia ostensiva; a Polícia Federal como Polícia de Pronta Resposta (parece as SA de Hitler, Sturmabteilung). Essas duas polícias são federais e ficariam acima das estaduais. Os governadores não poderiam ter orientação diferente das diretrizes baixadas por Brasília. Eles já dependem dos recursos federais; muitos já se recusaram a cobrar o novo DPVAT – e agora essa.

Romeu Zema não compareceu e gravou mensagem nas redes dizendo que, para ganhar  do crime, é combate e não debate. Foi um dos governadores a lembrar que o básico é prender – e não soltar e descondenar. Ficar debatendo é dar tempo ao crime para ir tomando conta. Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, disse que foi à reunião sem ter recebido uma prévia do que seria tratado. Tarcísio de Freitas sugeriu que a questão não se resolve por uma PEC; é preciso mais. Ronaldo Caiado deu uma aula sobre o que faz em Goiás, para tornar seguro o seu estado. Todos reclamaram que o governo federal deveria fazer a sua parte, impedindo a entrada de drogas e armas nas fronteiras.

Durante o governo Jair Bolsonaro, o crime despencou com o apoio federal às polícias. É preciso dar segurança jurídica para os policiais agirem e autonomia aos que são do ramo. Caiado ironizou a proposta de segurança saída do papel e não das ruas. Lula, em troca, ironizou Caiado, dizendo que ele deveria dar aulas de segurança. Mas, no discurso de abertura, o presidente revelou que a eleição teve eleitos pelo crime. E mais: que o crime está entrando no Ministério Público e no Judiciário. A impunidade e medidas que protegem os criminosos, proibindo ações da polícia, mostram que o mal brota em cabeças de autoridades. E agora retiram das Forças Armadas o Projeto Calha Norte. É o nada obsta para o crime que já se instalou na região. Atualize-se a exclamação que muito ouvi quando menino: é cabuloso!

DEU NO X

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

O MEU SONETO – Florbela Espanca

Em atitudes e em ritmos fleumáticos,
Erguendo as mãos em gestos recolhidos,
Todos brocados fúlgidos, hieráticos,
Em ti andam bailando os meus sentidos…

E os meus olhos serenos, enigmáticos
Meninos que na estrada andam perdidos,
Dolorosos, tristíssimos, extáticos,
São letras de poemas nunca lidos…

As magnólias abertas dos meus dedos
São mistérios, são filtros, são enredos
Que pecados d´amor trazem de rastros…

E a minha boca, a rútila manhã,
Na Via Láctea, lírica, pagã,
A rir desfolha as pétalas dos astros!..

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

DEU NO JORNAL

RODRIGO CONSTANTINO

MUSK X SOROS

Americanos vão às urnas decidir entre a democrata Kamala Harris ou o republicano Donald Trump para ocupar a Casa Branca a partir de 2025.

Americanos vão às urnas decidir entre a democrata Kamala Harris ou o republicano Donald Trump para ocupar a Casa Branca a partir de 2025

Elon Musk virou o maior defensor de Donald Trump nesta campanha. Musk mergulhou de cabeça e com o bolso para ajudar o republicano, alegando que se Kamala Harris vencer será a última eleição no país. O dono da Tesla e da SpaceX convenceu Joe Rogan a endossar o nome de Trump também. A campanha republicana ganha momentum.

Do lado democrata, o principal nome nos bastidores é George Soros, aquele que mais assina cheques para entidades de extrema esquerda. Kamala é bem próxima de Alex Soros, o filho do bilionário “progressista”. Não custa lembrar que Joe Biden foi substituído por Kamala sem ela ter um só voto nas primárias, por decisão da cúpula democrata, que passa por Obama, Clinton, Nancy Pelosi e Soros.

De um lado, então, temos um empreendedor que fez foguete dar marcha ré e fazer baliza, economizando bilhões para a indústria aeroespacial, além de vender o carro elétrico mais desejado do planeta. Do outro lado, temos um especulador que ficou bilionário apostando contra moedas como a libra esterlina. A esquerda não tem problema com ricaços, nem mesmo especuladores, desde que sejam de esquerda.

Musk comprou caro o Twitter para libertar o passarinho azul escravizado pela ideologia woke. Em sua plataforma X, toda a esquerda é livre para criticá-lo e atacá-lo das formas mais vis. Até Alexand.re de Moraes, que virou um desafeto de peso, foi capaz de manter seu @alexandre, como se fosse o único ou o mais importante Alexandre do mundo. Musk não usa seu poder de dono da plataforma para perseguir adversários.

Já seus adversários sim. Rachel Maddow, a apresentadora da MSNBC, chegou a sugerir que Kamala Harris poderia cancelar todos os contratos das empresas de Elon Musk com o governo americano por ele ter apoiado Trump. É assim que a esquerda radical pensa: o Estado deve ser instrumentalizado e aparelhado pelo partido para perseguir seus opositores. É uma visão tribal e nada republicana, mas é a cara da esquerda.

Felizmente cada vez mais gente percebe isso. Elon Musk votou em Obama duas vezes, ficou em fila para apertar sua mão, e agora é tido como inimigo da nação por apoiar Trump e não Kamala. Joe Rogan é um libertário defensor da legalização da maconha que já votou em Bernie Sanders, e agora apoia Trump. Tulsi Gabbard já comandou o DNC, o diretório nacional democrata, e hoje apoia Trump. RFK Jr., com o peso do sobrenome Kennedy, abandonou o Partido Democrata e apoia Trump para fazer a América saudável novamente.

Enquanto Biden chama os apoiadores de Trump de “lixo” e o bilionário Mark Cuban chama as mulheres que apoiam Trump de “fracas”, Megyn Kelly, uma mulher bonita, rica, independente e poderosa, declara apoio a Trump e faz uma das defesas mais persuasivas de todas ao lado do ex-presidente. Segundo Kelly, a radicalização democrata precisa ser interrompida, e as celebridades que defendem Kamala não se importam com as consequências de suas ideias na vida dos mais humildes.

É disso que se trata: Trump representa o “homem esquecido”, aquele explorado pelo sistema, que paga o preço de uma ideologia insana. Kamala representa a elite no poder, os financistas arrogantes, a velha imprensa, os globalistas ambiciosos. Para o bem da América e do mundo, espero que o lado certo possa vencer para endireitar o país.

DEU NO X

DEU NO JORNAL

LULA SE METE INDEVIDAMENTE NA ELEIÇÃO AMERICANA

Guilherme Macalossi

Presidente Lula fará novos exames, após queda doméstica, no próximo domingo (10).

Quantos votos Lula consegue para Kamala Harris na Pensilvânia? Bem provavelmente a mesma quantidade que Pepe Mujica conseguiu para Maria do Rosário no segundo turno das eleições em Porto Alegre. Se o presidente brasileiro for conhecido por um 1% do eleitorado americano será muita coisa. De modo que, excluída uma hipotética influência política nos Estados Unidos, sobra apenas o prejuízo diplomático que o Brasil pode ter pelos efeitos negativos de uma desgastante intromissão sua na disputa entre Republicanos e Democratas.

Ninguém sabe quem será o próximo presidente dos Estados Unidos. De modo que Lula manifestar apoio a Kamala Harris ou a Donald Trump é apenas temerário. Ao contrário do que manda o bom senso e o figurino geopolítico, Lula resolveu falar sobre suas preferências numa entrevista concedida a uma TV francesa. Ao canal LCI, Lula afirmou que “para o fortalecimento da democracia nos Estados Unidos, seria mais adequado a eleição de Kamala Harris à Presidência”. “A democracia é a coisa mais sagrada que o ser humano construiu. Eu obviamente estou torcendo para a Kamala ganhar as eleições”, enfatizou.

É claro que Lula jamais diria que torce por Trump, até pela visão de mundo completamente distinta. Mas não é esse o ponto, até porque relações entre países devem se guiar, acima de tudo, pelo pragmatismo. De modo que, em vez de bancar a cheerleader da candidata democrata, o presidente brasileiro deveria trabalhar nos bastidores para construir pontes com o futuro governo americano, o que inclui dialogar também com lideranças republicanas.

Alguém poderá lembrar que Trump também se meteu na última eleição brasileira apoiado Jair Bolsonaro, e que Lula estaria apenas devolvendo na mesma moeda ao apoiar Kamala. Também não parece ser o caso. Lula escolheu se envolver deliberadamente sem medir consequências. A capacidade de o governo brasileiro retaliar o governo americano pela eventual interferência política em nossos assuntos internos é incomparavelmente menor do que numa situação inversa.

Caso Trump acabe eleito, e a possibilidade de isso ocorrer é altíssima, as relações entre os dois países tende a sofrer as consequências, com prejuízo muito maior ao Brasil, que tem nos EUA o seu segundo maior parceiro comercial. E isso não é viralatismo ou qualquer outra expressão que signifique submissão aos norte-americanos.

Lula poderia ter escolhido outras palavras para expressar o que pensa, mas preferiu aquelas que o posicionam em um dos lados de uma disputa acirrada. Se o lado escolhido perder, o Brasil perde junto. E é esse o risco inerente a tomar decisões geopolíticas colocando a ideologia na frente dos bois.

DEU NO X

RLIPPI CARTOONS

DEU NO JORNAL

AVANÇO

A decadência pode ser ridícula: a esquerda brasileira, inclusive na mídia, tem novo ídolo: Kamala Harris.

Não deixa de ser um avanço, após décadas de culto a tiranos como Josef Stálin ou Fidel Castro.

Que fase…

* * *

De fato, um avanço fantástico.

De Stálin e Fidel saltaram pra Kamala.

Grande progresso.

Até porque parece que a fêmea americana não tem cabelo no suvaco e costuma tomar banho.