ALEXANDRE GARCIA

O BRASIL QUER SABER A VERDADE SOBRE ESSE ESTRANHO LEILÃO DE ARROZ

Secretário da Agricultura rebate Fávaro e nega ter pedido demissão

Neri Geller era secretário de Política Agrícola e perdeu o cargo depois do leilão de arroz

Nesta terça haverá um depoimento importante na Comissão de Agricultura da Câmara: o de Neri Geller, ex-ministro da Agricultura de Dilma Rousseff, e que agora foi demitido do posto de secretário nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura como bode expiatório pelo desastroso e escandaloso leilão do arroz. Ele vai lá para explicar que história é essa, como é que uma lojinha de queijo teria condições de entrar em um negócio que exigia R$ 36 milhões só de caução. Uma fábrica de sorvete também estava comprando 20 mil toneladas de arroz – iria fazer sorvete de arroz, quem sabe. Será muito esclarecedor esse depoimento.

Quarta-feira, na mesma comissão, será a vez do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para dizer, afinal, como é que surgiu tudo isso. Foi invenção do presidente Lula, que disse ter visto no supermercado – nunca ninguém registrou a presença dele em um supermercado – um saco de 5 quilos de arroz por R$ 35, e aí quis interferir no mercado importando arroz. Não sabe de onde, nem de quê; se vier da Ásia, é um arroz carregado de amido, bom apenas para comida asiática.

Em vez de socorrer os arrozeiros, atingidos por três secas consecutivas e depois pela enchente, e que ainda assim conseguiram colher 3,3 milhões de toneladas de arroz, com arroz goiano mais do que o suficiente para abastecer o mercado brasileiro e com sobra para exportar, Lula inventou essa importação de 1 milhão de toneladas de arroz, que ainda está de pé.

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O lobby é forte, mas legalização de bingos e cassinos vai prejudicar muitas famílias 

No Senado, na próxima quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça vai decidir sobre bingos e cassinos. É um projeto de 1991, nunca vi tanto lobby nesses 30 anos. Gente de Las Vegas vem para cá fazer lobby. Falam em cassinos, estâncias hidrominerais, como era antigamente, para atrair turistas, dar emprego etc. Mas até agora o que se diz é que estes são grandes lugares de lavagem de dinheiro. O Datafolha mostrou que beneficiários de programas do governo gastam, só em loteria, R$ 100 por mês, um total absurdo.

Costumo dizer para as pessoas que nunca joguei na minha vida. Acho um absurdo existir uma jogatina patrocinada pela Caixa Econômica Federal sem que revoguem a Lei de Contravenções Penais, que considera contravenção o jogo que dependa da sorte. Futebol, vôlei, basquete não dependem da sorte, dependem da perícia dos jogadores. Já um sorteio depende da sorte. Isso é proibido pela Lei de Contravenções Penais, mas passaram por cima.

Vejo aqui uma publicação do senador Eduardo Girão na semana passada. “Continuemos mobilizados. O lobby da jogatina está jogando bruto. Quase ganhamos ontem [na semana passada], e acabamos com essa ameaça horrenda à ética, à vida e à família. O Centrão, percebendo que perderia, manobrou para adiar a votação, que será na próxima quarta-feira, que trata da liberação de centenas de cassinos e bingos pelo país. A iniciativa move muitos interesses que, definitivamente, não são do Brasil e dos brasileiros. Quem lucrará com isso? Conglomerados estrangeiros e magnatas. Não gera emprego, facilita a lavagem de dinheiro, incentiva o vício e devasta famílias”.

É verdade. O meu avô foi morto no cassino de Rivera. Ele emprestou dinheiro para um amigo, que foi à casa dele e mentiu dizendo que a mulher estava doente e precisava de dinheiro para comprar remédio. O amigo saiu e meu avô disse “garanto que ele foi para o cassino”. Foi para o cassino e encontrou o amigo jogando, no carteado. Meu avô pediu para os outros se retirarem, ficou ele jogando e ganhou do amigo. E disse ao amigo: “está aí a lição para você. Eu estou com o meu dinheiro de volta e você está me devendo o dinheiro que pediu emprestado”. Aí o sujeito, humilhado, puxou o revólver e matou meu avô. Só para mostrar aí uma das tragédias do jogo.

DEU NO X

DEU NO JORNAL

“GOVERNO DA VINGANÇA”

Um ano e meio após a posse de Lula (PT), economistas experientes e o mercado já não esperam grande coisa do atual “governo da vingança”, mas torcem pela manutenção de Fernando Haddad como ministro da Fazenda convencidos de que seria pior sem ele.

O grande medo é dos seus eventuais substitutos, as piores opções possíveis, de Aloizio Mercadante (BNDES) a Márcio Porchmann (IBGE), passando pelo ex-ministro Guido Mantega e o diretor do Banco Central Gabriel Galípolo.

As opções a Haddad sofrem influência da Unicamp, curso de Economia mais empenhado em treinar ativistas partidários do que economistas.

Seus “heterodoxos” fracassam abraçando teorias que negam o óbvio: inflação é fenômeno monetário, por excesso de emissão de dinheiro.

Hoje prevalece a invencionice de uma tal MMT (Modern Monetary Theory), que defende o Estado emitir moeda para gastar à vontade.

Está na lista Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda de Dilma em 2015 e 2016, quando a economia teve desempenho pior que na pandemia.

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É triste, é desolador lermos uma nota feito essa aí de cima.

Deixo os comentários a critério dos nossos leitores, especialistas no assunto.

Vou ficar quietinho aqui no meu canto.

Completamente emputiferado.

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

DEU NO X

CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

JORDAN PETERSON (1962) – O INDIVÍDUO CONTRA O POLITICAMENTE CORRETO

Jordan Peterson passou pelo Brasil em 8/Maio/2024

Maior psicólogo canadense da atualidade, quiçá do mundo, Jordan Bernt Peterson, simplesmente Jordan Peterson, psicólogo clínico, escritor, ex-professor canadense de psicologia da Universidade de Toronto, vem sacudindo o meio acadêmico nas suas principais áreas de atuação: a psicologia analítica, social e evolucionista, com particular interesse na crença ideológica, personalidade e na psicologia da religião, enterrando o politicamente correto, com fatos, no túmulo da esquerdopatia.

Psicólogo de visão libertária, Jordan Peterson, com certeza é um do mais conceituado estudioso e polêmico psicólogo da contemporaneidade, sendo autor do best-seller 12 Regras Para a Vida dentre outros tão importantes quanto. Seus principais embates têm sido contra o politicamente correto, que tem sido uma praga para a sociedade moderna.

Numa era tão polarizada, Peterson é um homem que decidiu ser fiel à verdade e a seus princípios, ao invés de se dobrar à seita progressiva da esquerdopatia. Ele defende o homem e a sua liberdade contra a ideologia cega, doentia e irracional, nunca cedendo às pressões do coletivo que sempre almeja a cabeça à sua causa política e ideológica.

Peterson é admirado mundo afora por todos que se cansaram do politicamente correto e das regras criadas pelos militantes esquerdopatas agressivos, nem das visões utópicas da sociedade perfeita. Por outro lado, ele é odiado pelos progressistas e demais defensores do politicamente correto e das diversas agendas que a esquerda defende.

Sendo professor de psicologia, é um intelectual que teve a coragem de bater de frente contra o autoritarismo moderno, que se traveste de movimento benfeitor. Peterson identifica fatores psicológicos que fizeram a sociedade do passado a aceitarem o nazismo e marxismo soviético, que ainda existe nos dias atuais.

Um dos principais temas de estudo do psicólogo é sobre o autoritarismo e tudo que envolve esse fenômeno. E ele mesmo afirma que um dos seus objetivos é o de vacinar as pessoas contra o que ele chama de “possessão ideológica”. Foi por causa da possessão ideológica que o Século XX foi o período histórico com mais terror de governos autoritários e totalitários, com movimentos políticos de massa e com genocídios, quando as pessoas abandonaram toda a concepção de moralidade e verdade para se apegarem à ideologia e suas propagandas de forma irracional. Mas não estamos tão longe e livre desse fenômeno da possessão ideológica como alguns podem pensar.

Peterson ficou impressionado como o politicamente correto cresceu rapidamente nos últimos anos. E ele relata que outros professores que conhece ficam com medo de dar aula sobre certos temas de estudo como gênero, pois ficam com temor de retaliações ou cancelamentos.

Mais informações relevantes sobre as polêmicas envolvendo o renomado psicólogo Jordan Peterson assistam aos dois vídeos abaixo. Vale a pena.

JORDAN PETERSON: o indivíduo contra o politicamente correto

George Orwell: Os Socialistas e os Pobres

DEU NO JORNAL

MONITORAMENTO DAS REDES

Leandro Ruschel

O Supremo abriu uma licitação para contratar uma empresa para ficar de olho em tudo que se posta sobre a Corte nas redes sociais. A empresa que vencer a licitação deverá monitorar: Facebook, Instagram, TikTok, YouTube, LinkedIn, Flickr e X (antigo Twitter).

Na verdade, o Supremo já monitora as redes desde pelo menos 2019. No infame inquérito das “Fake News”, pessoas foram alvo de censura e busca e apreensão por postar hashtags pedindo impeachment de ministros, um procedimento previsto na Lei.

Depois disso, tivemos a criação de um grupo no TSE responsável pelo monitoramento das redes, que alimentou outros inquéritos abertos nos moldes do das “Fake News”.

Não podemos esquecer das dezenas de “laboratórios” de internet, como o NetLab da UFRJ, e agências de “fact-checking”, que funcionam como braços de monitoramento das redes para a esquerda, servindo muitas vezes para instruir os inquéritos persecutórios.

O mais curioso é que a ministra Carmen Lúcia recentemente proferiu voto CONTRA o monitoramento das redes pelo governo para identificação de promotores e detratores, na ADPF 765, segundo trecho de matéria no site Consultor Jurídico:

“Para a ministra, houve desvio de finalidade dos órgãos governamentais. ‘Não está entre as atribuições da Secretaria Especial de Comunicação — nem seria lícito — a função de monitorar redes sociais de pessoas, físicas ou jurídicas, até porque objetivo dessa natureza descumpre o caráter educativo, informativo e de orientação social que legitimam a publicidade dos atos estatais, conforme disposto no § 1º do art. 37 da Constituição da República’, escreveu ela em seu voto.

E completou: ‘Para além do desvio de finalidade no procedimento de monitorar redes sociais, atitude sem relação de pertinência com os deveres constitucionais e legais fixados à Secretaria de Comunicação e sem respaldo jurídico, está também caracterizada afronta ao princípio da impessoalidade. Esclarecido está no processo que o acompanhamento de redes sociais está direcionado a pessoas — parlamentares e jornalistas — para apurar a sua condição de apoiar ou opor-se ao governo’.

Na opinião da relatora, a produção de relatórios de monitoramento de parlamentares e jornalistas afronta também o princípio da moralidade. ‘Com recursos públicos, ao invés de se dar cumprimento ao comando republicano obrigatório de se promoverem políticas públicas no interesse de toda a sociedade, o Poder Executivo federal valeu-se da contratação de empresa para pesquisar redes sociais sobre a base de apoio — ou oposição — ao governo em posicionamento ilícito e, pior, em afronta direta a direitos fundamentais de algumas pessoas’, criticou ela.”

Se é ilegal para o Executivo, por que seria legal para o Judiciário?

Todo esse monitoramento que JÁ OCORRE simplesmente não conta com nenhuma transparência, e claramente tem sido direcionado para perseguição de um grupo político específico: a direita. Uma pequena mostra dos abusos foi apresentada pelo Congresso Americano, através dos pedidos de CENSURA judicial ao Twitter durante as últimas eleições, em processos expressos, sigilosos, e sem direito de defesa.

Monitoramento das redes promovido por autoridades com o fim de perseguição de críticos não é compatível com o Estado de Direito.

DEU NO JORNAL

O APOIO INTERNACIONAL À UCRÂNIA E A VERGONHA BRASILEIRA

Editorial Gazeta do Povo

Reunião de cúpula para tratar da guerra na Ucrânia reuniu representantes de quase 100 países em junho.

Reunião de cúpula para tratar da guerra na Ucrânia reuniu representantes de quase 100 países em junho

Uma reunião de cúpula que contou com a participação de quase 100 países entre sexta-feira e domingo, na cidade suíça de Bürgenstock, terminou com uma declaração que enumera os princípios básicos sobre os quais devem ser construídas as negociações de paz que ponham um fim à guerra na Ucrânia. Sem nenhuma exorbitância ou absurdo, dezenas de nações entraram em acordo sobre aquilo que, no fim das contas, já está previsto no Direito Internacional e sem o qual não se pode pretender nenhum tipo de avanço civilizacional. O Brasil, entretanto, escolheu mais uma vez o lado errado, o dos autocratas, dos ditadores e dos valentões.

A declaração faz um apelo pela “segurança nuclear”, tanto pela recusa do uso de armas nucleares por parte da Rússia quanto pelo cuidado com as instalações nucleares ucranianas, como a usina de Zaporizhzhia, atualmente em território dominado pelas forças russas. Pede, ainda, a garantia de livre navegação no Mar Negro, especialmente em relação ao transporte de alimentos. Faz um apelo para a libertação de prisioneiros de guerra e pela devolução das crianças ucranianas sequestradas e levadas ilegalmente para a Rússia. E, por fim, defende o respeito à integridade territorial ucraniana como condição prévia a qualquer negociação de paz.

São demandas perfeitamente razoáveis, e nem é preciso raciocinar demais para perceber o perigo para todo o planeta representado por uma escalada nuclear, ou pelo desabastecimento súbito de grãos; também é bastante evidente que a deportação de crianças é crime de guerra; e que os territórios invadidos pertencem à Ucrânia, e não à Rússia, e não podem simplesmente ser tomados porque um ditador com maior poder de fogo assim o deseja. O ditador, aliás, já deixou claro que ao menos o último item é inegociável para ele. No mesmo dia em que começava a reunião de cúpula na Suíça, Vladimir Putin afirmou que só pretende iniciar conversações de paz se a Ucrânia se comprometer a não aderir à Otan e se entregar à Rússia todo o território das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia – inclusive as áreas que não estão sob domínio russo.

Isso nada mais seria que a legitimação da “paz dos valentões”, a aceitação explícita do uso da força em vez da diplomacia para resolver quaisquer controvérsias. Que diferença há entre a exigência de Putin e o vergonhoso Acordo de Munique, em setembro de 1938? Naquela ocasião, as potências europeias concordaram em pressionar a Tchecoslováquia a entregar a Hitler a região dos Sudetos, avalizando uma invasão que os alemães já haviam iniciado e dando ao nazista território tcheco que nem havia sido militarmente conquistado. “Paz para os nossos tempos”, celebrou o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain, acreditando que a Alemanha encerraria ali suas ambições territoriais – o resto, como todos sabem, é história. História que Putin conhece bem, porque já a viu se repetir com a pusilanimidade ocidental diante da invasão e anexação ilegal, em 2014, de outro território ucraniano: a península da Crimeia.

E o Brasil, outrora respeitado internacionalmente pela sensatez de sua diplomacia, escolheu o lado dos valentões. O país participou da reunião na Suíça, mas deixou evidente seu desprezo pelo evento. Os Estados Unidos mandaram a vice-presidente Kamala Harris, e várias nações europeias enviaram seus chefes de Estado ou de governo – como o presidente francês, Emmanuel Macron; o chanceler alemão, Olaf Scholz; e os primeiros-ministros Rishi Sunak (Reino Unido), Giorgia Meloni (Itália) e Pedro Sánchez (Espanha). Presidentes sul-americanos também estiveram presidentes: o argentino Javier Milei, o equatoriano Daniel Noboa e esquerdistas como o chileno Gabriel Boric e o colombiano Gustavo Petro. Mesmo países mais alinhados à Rússia, como a Hungria, ao menos enviaram seus chanceleres. Mas o Brasil se contentou em mandar a embaixadora do país na Suíça. Isso apesar de Lula ter acabado de participar, como convidado, da reunião do G7 na Itália e de ter inclusive cumprido agenda na Suíça, em reunião da Organização Internacional do Trabalho. Teria sido simples ao brasileiro estar no encontro pela paz na Ucrânia – do qual participaram muitos dos que estiveram com ele no encontro do G7. Esnobar a cúpula foi uma escolha deliberada.

Não contente em enviar uma “sub do sub do sub” – para usar a expressão com que Lula, em 2002, se referiu ao então representante comercial dos Estados Unidos –, o Brasil rebaixou-se ainda mais ao não assinar a declaração final. Com isso, escolheu o lado da Rússia, de seus parceiros de Brics e das autocracias em geral, e abriu mão dos “princípios que nos uniram hoje como nações civilizadas”, como afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em entrevista ao fim do encontro, referindo-se nominalmente a Brasil e China (que não enviou representantes à Suíça). Uma escolha de palavras certeira, pois não se trata de um antagonismo entre esquerda e direita – a declaração foi assinada por vários países governados pela esquerda, como Espanha, Canadá e Chile –, mas de escolher entre a civilização e o porrete, entre vítima e agressor.

A união das democracias ocidentais em torno da causa ucraniana, é verdade, não basta para encerrar o conflito – e talvez não baste nem para trazer Putin à mesa de negociação, já que a Rússia tem muitos aliados que ajudam o país a contornar as sanções ocidentais. Mas não há como aceitar uma repetição de Munique ou da Crimeia sem colocar o mundo todo em perigo. Expansionistas grandes e pequenos olham para a guerra na expectativa de descobrir se poderão ou não seguir os passos de Putin. De Taiwan ao Essequibo, os que vivem em territórios reivindicados se perguntam se serão os próximos a sofrer com uma invasão. Apoiar a Ucrânia é vital, e talvez poucas vezes na história tenha sido tão fácil escolher o lado certo – mas o Brasil de Lula jamais pode ser subestimado em sua capacidade de errar.

PENINHA - DICA MUSICAL