PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

UM MOTE BEM GLOSADO E UM CORDEL FEMININO

Poeta João Paraibano, um dos gênios da cantoria nordestina (1952/ 2014)

* * *

João Paraibano glosando o mote:

Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três dias de chuva no Sertão.

O bezerro mamando a cauda abana;
A espuma do leite cobre o peito;
Cada estaca de cerca tem direito
A um rosário de flor da jitirana.
No impulso do vento a chuva espana
A poeira do palco do verão;
A semente engravida e racha o chão,
Descansando dos frutos que germina.
Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três dias de chuva no Sertão.

Quando Deus leva em conta a nossa prece
O relâmpago clareia, o trovão geme,
Uma nuvem se forma, o vento espreme,
Pelos furos do véu, a água desce;
A campina se enfeita, a rama tece
Um tapete de folhas sobre o chão;
Cada flor tem formato de um botão
No tecido da roupa da campina.
Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três meses de chuva no Sertão.

No véu negro da barra, o sol se esconde;
Um caniço amolece e cai no rio;
Nos tapetes de grana do baixio,
Um tetéu dá um grito, outro responde;
A frieza da terra faz por onde
Pé de milho dar nó no esporão
E a boneca, na sombra do pendão,
Lava as tranças com gotas de neblina.
Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três meses de chuva no Sertão.

A presença do Sol é por enquanto.
Onde vinga uma fruta, a flor desprende;
Cada nuvem que a mão de Deus estende
Cobre os ombros do céu, de canto a canto.
Camponês não precisa roubar santo,
Nem lavar mucunã pra fazer pão;
Faz cacimba na areia com a mão
Onde o pé deixa um rastro, a água mina.
Jesus salva a pobreza nordestina,

Com três meses de chuva no Sertão.
A cabocla mulher do camponês
Caça ninho nas moitas quando chove
Quando acha dez ovos, tira nove,
Deixa o outro servindo de indez;
As formigas de roça fazem vez
De beatas seguindo procissão;
As que vêm se desviam das que vão,
Sem mão dupla, farol e nem buzina.
Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três meses de chuva no Sertão.

Sertanejo apelida dois garrotes,
Bota a canga nos dois e desce a serra;
Passa o dia no campo arando terra,
Espantando mocó pelos serrotes;
Sabiá, pra o conforto dos filhotes,
Forra o ninho com pasto de algodão;
Bebe o suco da polpa do melão,
Limpa o bico nas varas da faxina
Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três meses de chuva no Sertão.

Treme o gado na lama do curral,
Sopra o vento, cheirando a chão molhado;
Cada pingo de chuva, congelado,
Brilha mais do que pedra de cristal.
Uma velha, durante o temporal,
Se ajoelha, rezando uma oração,
Fecha os lhos com medo do trovão
E abre a porta, depois que a chuva afina
Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três meses de chuva no Sertão.

Cresce a planta, viçosa, e frutifica
Com um cacho de flor em cada galha;
Vê-se o milho mudando a cor da palha
E o telhado chorando pela bica;
A cigarra emudece, a acauã fica
Sem direito a fazer lamentação;
Deus afina a corneta do carão,
Só depois de três meses, desafina.
Jesus salva a pobreza nordestina,
Com três meses de chuva no Sertão.

* * *

MULHER TAMBÉM FAZ CORDEL – Salete Maria da Silva

O folheto de cordel
Que o povo tanto aprecia
Do singelo menestrel
À mais nobre academia
Do macho foi monopólio
Do europeu foi espólio
Do nordestino alforria

Desde que chegou da França
Espanha e Portugal
(Recebido como herança)
De caravela ou nau
O homem o escrevia
Fazia a venda e lia
Em feira, porto e quintal

Só agora a gente vê
Mulher costurando rima
É necessário dizer
Que de limão se faz lima
Hoje o que é limonada
Foi águas podre, parada
Salobra com lama em cima

A mulher não se atrevia
Nesse campo transitar
Por isso não produzia
Vivia para seu lar
Era o homem maioral
Vivia ele, afinal
Para o mundo desbravar

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CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

Prezado Editor da Gazeta Mais escrota da face Terra!!!!!

Vamos abrir as portas do Cabaré do Berto hoje, a partir das 19h30, para bater um papo, reencontrar os amigos próximos, distantes, felizes, putos, e alhures.

Em tempos de Copa do Mundo, o pessoal aproveita, vê o jogo e cai na gandaia.

Então, avise a turma interessada que basta clicar aqui para entrar e vamos falar da vida alheia que faz bem que só pra saúde.

Abraços

R. Tá certo, meu caro amigo e gerente cabarelístico.

Mais uma sexta-feira para rever os amigos e jogar conversa fora.

Sete e meia da noite estaremos todos lá no Cabaré.

Contamos com a presença dos queridos leitores fubânicos.

Até mais tarde!

CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

FENCES (2016) – UM LIMITE ENTRE NÓS

“FENCES” ou “Um Limite Entre Nós,” em tradução capenga para o português, é uma belíssima adaptação da peça de mesmo nome de August Wilson, pseudônimo do dramaturgo americano Frederick August Kittel (1945-2005), mesmo com alguns excessos. Escrita em 1983, adaptada para o cinema com direção e atuação de Denzel Washington. Pouco depois da segunda guerra mundial. “Fences” traz como protagonista Troy Maxson (Denzel Washington), um homem amargurado pelo preconceito vivido durante toda sua vida. Portanto, “Um Limite Entre Nós”, aborda a questão racial e tenta esquadrinhar o mundo interior daqueles cujos sonhos fracassam.

Troy Maxson guarda um grande rancor que alimenta durante anos por não ter tido a chance de ser um jogador profissional de baseball por falta de oportunidades devido a sua cor, mesmo com sua habilidade excepcional. Devido ao grande preconceito vivido ele se nega a aceitar que seu filho Cory (Jovan Adepo) passe pelas mesmas dificuldades que ele enfrentou durante sua vida e considera a tentativa do filho de querer ser o que ele tentou ser e foi impedido, uma perda de tempo.

Embora não o demonstre no dia a dia, Troy é um homem muito amargo. E a vida lhe contribuiu muito para isso. Ele leva a vida trabalhando em um caminhão de lixo junto com seu amigo de muitos anos Jim Bono (Stephen Henderson) e tem a ambição de se tornar motorista do caminhão, cargo esse que ele considera pertencer a homens brancos. Troy é casado há 18 anos com Rose Maxson (Viola Davis), numa interpretação memorável da atriz, na pele de uma mulher muito forte e destemida.

Fences é um filme muito forte e muito bem elaborado, mostra a história vivida na pele por Troy, a dor e coragem de Rose, a objeção e a luta de Cory. Russell Hornsby vive Lyons, o filho mais velho de Troy com outra mulher. Destaque para a atuação de Mykelti Williamson que mostra o lado problemático e perturbado de Gabe, o irmão de Troy.

Há quem diga que Denzel Washington funcione mais como ator do que como diretor e em Fences com certeza sua atuação é muito mais vista e destacada do que sua direção. Acho até por isso que sua indicação ao Oscar foi somente a de melhor ator. Foco na expressão e nos olhos de Denzel durante o filme, ele nos passa um pai de família com seus costumes e atitudes a moda antiga e consegue mostrar o quanto é grandioso o seu trabalho e elogiar as atuações de Denzel é simplesmente chover no molhado.

Sua indicação ao Oscar de melhor ator foi merecidíssima, mesmo não ganhando, e não haveria espanto nem um pouco se ele tivesse arrebatado a estatueta. Agora Viola Davis, com aquela apresentação grandiosa, maravilhosa, de encher os nossos olhos de alegria e lágrimas. Ela incorpora a Rose de uma maneira perfeita e magistral. Belíssimo trabalho entregue por essa maravilhosa e talentosíssima atriz.

“Um Limite Entre Nós” é um filme que se desenvolve de uma maneira bem interessante. O longa começa com Troy tentando parecer engraçado, quando não tem nada disso dentro dele. A história vai se encontrando na medida em ela se desenrola para os espectadores e seu cerne central encontra-se na figura de Troy, um homem que é a representação exata de uma criação dura, o produto fiel de uma realidade inóspita e que aprendeu, da maneira mais difícil, quais eram as suas responsabilidades como homem e pai de família. Na sua cegueira diante do papel que exerce, ele se impede de enxergar as mudanças ao seu redor e de ter compaixão por aqueles que mais o amam. Essa é uma lição que a teimosia de Troy não vai deixá-lo aprender, mas que vai ser de muita valia para aqueles que estão ao seu redor.

Um Limite entre Nós (Legendado)

FENCES (Um Limite Entre Nós) | Crítica

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

DEU NO X

VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

A VOLÚPIA DO PODER

Atualmente, enquanto estamos numa esquina para ver a banda passar, o que vemos passar é um bando de marginais, assaltantes e malfeitores, sem que o povo brasileiro tenha mais confiança de andar nas ruas. Aí você vê que nada é lindo como antigamente, quando a banda passava, enchendo de alegria os nossos corações.

A insânia ronda os destinos do Brasil, porque há homens roídos pela ambição do poder, pela sede de mando, acometidos por uma verdadeira vesãnia, querendo arrastar o país a uma guerra civil,

Cada fase da história política do Brasil tem o seu político odiado.

Atualmente, o povo brasileiro enfrenta um político ameaçador, que não perde tempo em ameaçar os cidadãos com medidas restritivas de liberdade, proibindo-os de fazer declarações contrárias às suas, nas redes sociais. Já calou alguns jornalistas e deputados, sob o olhar incrédulo do povo. Deve ter como ídolo, o incendiário Nero, da Roma antiga, ou Filinto Muller, considerado o mais violento militar e político do século passado.

A pressa da diplomação do presidente eleito, antecipada do dia 19 de dezembro de 2022, para o dia 12, deixa no ar uma urgência desesperada, que aumenta a cada dia. “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.

A antiga história política do Brasil registra o político Filinto Muller (11.07.1900 – 11.07.1973) como o político mais polêmico que já houve no nosso país. Foi chefe do Conselho Nacional do Trabalho, líder de dois partidos políticos e líder da maioria no Senado, em um governo democrata e de três ditadores.

Aos 72 anos, o Senador Filinto Muller transformou-se no mais respeitado político brasileiro. Percorreu os corredores do Senado, como um sumo sacerdote. Seu gabinete, onde seis funcionários respondiam a mais de seiscentas cartas por mês, era o mais frequentado do Congresso.

Filinto Muller, o todo poderoso do Mato Grosso, foi o responsável pela mais ambiciosa tarefa política desde 1964.

Chegou a revelar um momento de fugaz ceticismo que, num instante, transformou-se na mais definitiva de suas conclusões realistas: “Eu fui muito mais do que queria ser. Pensava em chegar a deputado e fui senador. Queria ser governador do meu estado e fui eleito – não tomei posse em 1934 porque Getúlio pediu que continuasse com ele. Nunca pensei em chegar a presidente do Senado. E muito menos do partido. Mas não tenham ilusões. Os políticos são rapidamente esquecidos. E daqui a alguns anos só se lembrarão de um terrível chefe de polícia do “tempo do Onça”, que também foi um chefe de polícia.” Palavras fatídicas.

Onça foi o apelido dado a um chefe de polícia do início do século passado, conhecido por sua violência. Um dia ele foi visto sentado num dos bancos da praça que hoje chama-se Tiradentes, no Rio. E nunca mais. Desapareceu. Uns dizem que foi morto, outros garantem que entrou para um convento.

Estado Novo, ou Terceira República Brasileira, foi uma ditadura brasileira instaurada por Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, que vigorou até 29 de outubro de 1945. Foi caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo.

Em 1945, quando acabou na Europa o “Reich dos Mil Anos”, ruiu também no Brasil o Estado Novo. Começou um período de acerto de contas. O país, que inegavelmente assistira à consolidação do seu poder federal durante a ditadura, se deu conta de quais eram as verdadeiras normas de convivência entre os homens. E cada dia da democracia saboreado significava uma visão mais profunda, da irracionalidade dos atos do regime de exceção.

Enquanto Filinto Muller esteve com o Dr. Getúlio Vargas, foi um poderoso chefe de polícia. E mesmo quando saiu, os três anos que restaram ao Estado Novo, foi sempre um cidadão acima de qualquer suspeita.

O barco afundara, mas sua carga não era tão preciosa quanto parecia. Os melhores figurões já haviam desaparecido. Muitos, dando-se conta da mudança, rasgavam, enraivecidos, a bandeira que eles mesmos haviam bordado e na qual durante tanto tempo se haviam agasalhado.

Durante o Governo Vargas, Filinto Muller destacou-se por sua atuação como chefe da polícia política, e por diversas vezes foi acusado de promover prisões arbitrárias e a tortura de prisioneiros. Pertencia à Aliança Renovadora Nacional (ARENA).

No alto da estante de Filinto Muller, repousava um dos mais sérios libelos que lhe foram dirigidos: “FALTA ALGUÉM EM NUREMBERG”. Falta quem? Filinto Muller, segundo o autor do livro, o jornalista David Nasser (01.01.1917 – 10.12.1980)

O político brasileiro Filinto Muller faleceu em 1973, em um acidente aéreo, em Paris (França). no qual a esposa, Consuelo, e o neto Pedro também foram vítimas.

BERNARDO - AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

TODOS JUNTOS, VAMOS

31.05.1970, Santiago do Chile. Era o que não faltava por lá, exilados brasileiros tinha para todos os gostos. De Pernambuco, também. Como o engenheiro João Baltar (filho de Antônio Baltar, funcionário da ONU), o estatístico Ricardo Tavares, o economista Sérgio Buarque (irmão de Cristovam) ou minha irmã Maria Lia, depois diretora da Comunidade Econômica Europeia (e, hoje, casada com Jean Paul, administrador de hospitais em Paris). Não só eles. Também o almirante Aragão e antigos militares, sobretudo cabos e sargentos da Marinha. Líderes estudantis como Cezar Maia, Darcy Ribeiro, José Serra, o presidente da UNE Luiz Travassos (e sua mulher Marijane) além de Ferreira, líder dos ferroviários e diretor da Caixinha – formada por parte dos salários de todos os companheiros, que servia para garantir aluguel e supermercado aos muitos que continuavam chegando por lá. Ocorre que ia começar, no México, a Copa do Mundo. E os exilados (parte desses acima referidos) estavam em dúvida. Se deveriam naquele dia torcer pela seleção, como sempre aconteceu antes. Ou, ao contrário, melhor seria dar preferência aos interesses da Democracia, pisoteados pela Ditadura de 1964?, eis a questão. E acertaram que a questão seria decidida em Assembleia Geral, claro, era o estilo daquela gente. E daquele tempo. A decisão do grupo, então, foi torcer contra. Seja. Dá para entender.

Primeiro jogo, logo contra a Tchecoslováquia (que, hoje, nem existe mais, desde 1993 passando a ser dois países, República Tcheca e República de Eslováquia). Um governo socialista, o que ajudou muito a decisão da Assembleia. Na hora de começar o jogo, todos colados no radinho. E veio o primeiro gol dos inimigos, aos 11 minutos, de Ladislav Petrás. Com grande comemoração. Problema é que logo depois, aos 24, veio gol de Rivelino, 1 x 1. E alguns vivas perdidos se ouviram, entre os exilados. Até que logo em seguida, aos 59, veio o de Pelé, matou no peito e rede. Além, aos 61 e aos 81 minutos, mais dois de Jairzinho, 4 x 1. Festa retumbante, no local. Todos, em lágrimas, comemorando a pátria distante, saudades do Brasil, da fraternidade, do estar juntos como era em todos os jogos por aqui.

Ocorre que aquela festa estava em desacordo com a decisão da Assembleia Geral. Solução foi fazer outra, na hora, para decidir o que fazer para os próximos jogos. E a decisão, por unanimidade, foi esquecer a Ditadura e torcer pela seleção. O que se deu até os 4 x 1 contra a Itália, na partida final. Brasil, mais uma vez, campeão do mundo.

Lembro esse episódio ao ver o que acontece, hoje, com a seleção. Ainda com dois grupos nas ruas, se digladiando, como se a eleição não tivesse existido. Há os que veem, no mar de camisas amarelas que estão por toda parte – nos estádios do Qatar como em nossas ruas – o símbolo de partido que concorreu nas últimas eleições. O que, perdão, não faz sentido, por serem as cores do Brasil. Não é patrimônio de ninguém. São os mesmos que xingaram o querido Gilberto Gil, e sua mulher Flora, num estádio da Copa. Falta de educação. Ou, apenas, sectarismo. E há, de outro lado, os que torcem contra. Sobretudo porque Neymar, nosso melhor jogador, votou em Bolsonaro. Um amigo querido me confessou isso, inúteis os argumentos que tentei para demovê-lo. E até a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em berros desvairados ao vê-lo machucado, ficou gritando, enlouquecida, “já vai tarde”, “já vai tarde”. Prova, inclusive, de que essa louca (futebolisticamente falando, claro) não entende nada do jogo. Basta ver a falta que Neymar fez ao time, segunda passada.

Lembro texto de Miguel Torga que vale como um prenúncio “Ontem eram ideias contra ideias. Hoje é este fraterno abraço a afirmar que acima das ideias estão os homens” (Diário Íntimo). Nessa linha, por mim, vejo essa Copa como uma benção. A chance de que os brasileiros voltem a estar mais juntos. Esquecendo a política. Imitando aqueles exilados confinados em Santiago do Chile. É uma oportunidade única, senhores, definindo melhor nosso futuro. Por isso, completando o hino de Miguel Gustavo, mais tarde vou gritar “Pra frente Brasil, salve a seleção”.

DEU NO X

NUESTRA PLATA – O BNDES VAI SER SAQUEADO DE NOVO