DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ ROBERTO – SÃO PAULO-SP

Leitores e redatores desta Gazeta:

Escrevam ao Presidente Biden para que não receba o Lula da Silva na Casa Branca.

É mandatório que todo cidadão brasileiro conservador e de bom senso, faça este pleito/registro ao Biden.

A Nação Brasileira agradece vossos esforços.

Clique aqui e abra a página da Casa Branca.

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DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

NACINHA – CUIABÁ-MT

Gente do céu!!!

Vocês estão precisando de um espanta insetos na sua casa aí?

Também dá pra usar em festa de halloween ano que vem

Na encruzilhada do cemitério à meia-noite espantam até alma penada.

Vade retro Satanás!!!

Se não fosse tanta crueldade com os insetos, daria pra usar nas plantações como espantalhos.

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MAGNOVALDO BEZERRA - EXCRESCÊNCIAS

LÓGICA INFANTIL

Uma das características maravilhosas da infância é a inocência – e, com isso, elas provocam perguntas irrespondíveis. As crianças não são limitadas às fronteiras da linguagem que nós, os adultos bestificados, muitas vezes nos erigimos a nós mesmos.

Isso aconteceu com minha primeira sobrinha Sandra, filha de meu irmão, nos idos de 1970.

Antes de tudo é preciso caracterizar um pouco a postura comportamental de meu pai, avô da Sandrinha. O senhor Miguel Bezerra tinha como sua marca registrada a ausência de qualquer sorriso ou postura adequada a brincadeiras. Na verdade, entre todas as inúmeras fotos de meu pai nunca consegui encontrar uma em que ele estivesse sorrindo. Talvez para evitar que meus filhos atravessassem a vida sem saber o que é um sorriso paterno, instintivamente me arreganho todo quando estou com eles e com meus netos.

Pois bem, uma das homéricas broncas que recebi de meu pai foi quando ele ouviu minha primeira filha, ainda pequena, me chamar de “você”. Isso, no seu julgamento, era considerado terrível falta de uma boa educação – no caso, além disso, de uma falta de respeito imperdoável – onde já se viu chamar o pai de “você”?

Esse mesmo julgamento era estendido ao meu irmão e, no caso, à sua primeira filha.

O que se assucedeu bem assucedido é que, em uma visita de final de ano ao senhor Miguel feita pelos seus dois filhos, meu irmão e eu, acompanhados de esposas e filhas – as duas existentes até então – minha querida sobrinha Sandra, então com seus três anos de idade, sentou-se no colo do avô e começou a questionar inocentemente alguns ítens existentes no armazém da anatomia humana:

– Vovô, você tem xoxotinha?

Ah, meu querido leitor que presta atenção aos meus desmantelos desmantelados, prá que?

O vovô fechou a cara e se preparou para revidar tamanha afronta, mas, à vista da suprema autoridade do olhar inocente de uma criança de três anos, resolveu apenas responder secamente, todo embaraçado e mais emputescamente descontrolado que um ministro do STF em Nova York:

– Não!

– Então, já que você não tem xoxotinha, você tem pintinho?

Rapaz, o furdunço que se seguiu é inenarrável. Meu irmão só não foi eletrocutado, enforcado e esquartejado porque fugiu a tempo.

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DEU NO JORNAL

A NOVA DEMOCRACIA

Luís Ernesto Lacombe

É preciso reescrever os dicionários, os livros de História, de Filosofia, os ensaios políticos. Para que não reste dúvida. A democracia já não é como era antigamente. Há um novo conceito, que deve ser aceito e respeitado por todos. A democracia de agora é feita de barro, mas vai enquadrar todos os inimigos da nova ideia. Como ousam contestar? A eles tudo será negado, exceto o castigo borrado em leis particulares. Devem sofrer, já que não pensam como os inventores da nova democracia.

Revogar a Constituição passou a ser democrático. Pode ser assim para sempre, ou por um período determinado. É a nova era das firulas. Qualquer interpretação das leis é válida aos ungidos. Se na democracia antiga um bandido não podia concorrer a um cargo político, isso passou. A liberdade que lhe entregam agora é total, não importa nada o número de condenações que sofreu. Aos poucos, juízes de todas as instâncias entenderão quem devem botar atrás das grades e quem devem soltar.

Também passou a ser democrático ajudar o bandido em sua campanha eleitoral. É uma questão de coerência imposta por um novo conceito. De que adianta lançar um candidato e não ser livre para ajudá-lo? Vale censurar, perseguir, multar, bloquear contas bancárias, prender. Custe o que custar, os novos conceitos vão se impor. O poder do povo agora é relativo e depende sempre do poder dos inventores da nova democracia.

Nesse novo modelo, não há debate, não há perguntas, o crime compensa. Os donos das leis decidiram que suspeitos, investigados e condenados são os donos da verdade. A roubalheira deixou de ser roubalheira. Crimes, erros, equívocos, incompetência, muita incompetência, tudo isso agora deve ser bendito. É a nova direção, a transição que pretende nos esmigalhar com desequilíbrio fiscal, mais dívida externa e pública, juros e inflação altos. E, no conjunto de ideias impostas contra o mundo real dos últimos 100 anos, querem nos convencer de que seremos todos salvos.

Claro que se salvarão primeiro os seres supremos. Não há Lei do Impeachment que eles também não possam modificar, nessa montagem da nova democracia. Estarão, finalmente, blindados, autorizados a interpretar as leis do jeito que quiserem, as leis que já existem e as que ainda vão inventar. Em pacote, pacotinho, pacotão… Ninguém poderá contê-los, afastá-los. Serão todo-poderosos de vez. Já lançaram novos conceitos, novas definições, novos verbetes. E golpista é o povo honesto, ordeiro e pacífico, que não aceita que a democracia agora tem um novo dono.

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