DEU NO JORNAL

PEIDANDO NOS ARES

O presidente Lula parte nesta segunda-feira, 19, para a sétima viagem internacional.

Ele embarca, à noite, mais uma vez, para a Europa e vai participar de reuniões bilaterais na Itália e na França.

Será a terceira viagem ao continente europeu neste mandato.

De acordo com a agenda oficial, divulgada pelo Itamaraty, o presidente vai se encontrar na terça-feira 20 com o presidente italiano Sergio Mattarella e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, que chegou a visitar Lula quando estava preso em Curitiba, em 2018.

lula e janja

* * *

Sete viagens internacionais em seis meses.

Tá muito pouco.

Pra um líder mundial do quilate do ladrão descondenado, a média deveria ser de uma viagem a cada final de semana.

Esbanjanja já está com uma lista de compras pra torrar dinheiro do cartão corporativo da presidência em Roma e Paris.

O avião presidencial vai voltar entupido!!!

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A ÁGUA – Bocage

Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.

Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.

Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho.

Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.

Manuel Maria de Barbosa l’Hedois du Bocage,Setúbal, Portugal (1765-1805)

DEU NO JORNAL

ELE NUM CONSEGUE ESQUECER O HOMI…

RODRIGO CONSTANTINO

FHC, UM GRANDE ESTADISTA?

Fernando Henrique Cardozo fez 92 anos. Na ocasião de seu aniversário, muitos aproveitaram para enaltecer sua gestão como presidente. Um grande estadista, chegou a dizer um economista “liberal”, que trabalhou no governo Lula. Eu aproveito a ocasião para esclarecer um fenômeno importante da política brasileira.

Falo da estratégia das tesouras. Ou da “direita permitida”. Ou ainda da visão economicista de muito “liberal” em nosso país. FHC, afinal, foi responsável por reformas importantes na área econômica sim. Basta mencionar o Plano Real.

Os tucanos fizeram concessões ao livre mercado e à realidade dos fatos, aderindo ao fiscalismo ortodoxo. Tiveram de privatizar estatais. Digamos que compreenderam que 2 + 2 = 4. Chamaram economistas respeitados, e modernizaram a gestão econômica. Derrotar a inflação não foi uma conquista trivial.

Logo, se comparado ao PT, FHC merece reconhecimento. Não por acaso era massacrado pelos petistas. A memória da turma é curta, mas muitos adjetivos usados contra Bolsonaro já eram utilizados contra FHC. A grande diferença é que Lula e FHC, no fundo, sempre se gostaram, e PT e PSDB sempre brigaram, mas sem divergências fundamentais, além desse maior pragmatismo econômico dos tucanos.

Quem instituiu as cotas raciais? Quem defendeu o desarmamento do povo? Quem soltou verba para o MST? Tudo isso e muito mais foi obra de FHC. Ou seja, em que pese o feito econômico, no resto todo sua gestão foi “progressista”, outra palavra para socialista. FHC sempre foi um intelectual marxista incurável, com simpatia pelas teses de esquerda.

Ele entregou a faixa presencial a Lula claramente feliz, seduzido pela visão estática do metalúrgico que tinha “consciência social”. Lula, por sua vez, ligou para parabenizar Fernando pelo seu aniversário. FHC fez o L, não custa lembrar. Ele queria “salvar a democracia” também, com aquele que fundou o Foro de SP ao lado de Fidel Castro e passou a vida bajulando tiranos comunistas.

Meu ponto é o seguinte: há muita gente em nossa elite que só liga para o “mercado”, e não dá a mínima para as pautas de costumes, para valores e tudo mais. Esses “farialimers” enxergam FHC como estadista, mas o tucano estaria mais para um estatista, alguém que sempre viu o estado como locomotiva para a “justiça social”.

São os mesmos que já se esforçam para ver Fernando Haddad como alguém moderado, equilibrado, quiçá um fiscalista responsável. Piada! Tucano adora ser ludibriado por socialista arrumadinho. Mas esquerdista com diploma em Sorbonne continua esquerdista. Petista com terno fino segue petista. Gambá com perfume francês ainda é gambá fedido.

Nesse conluio atual, a tal “frente ampla democrática”, tucanos e petistas se uniram para derrotar Bolsonaro. É uma união instável com o objetivo de expelir a verdadeira direita da cena política. Há só um detalhe: metade da população, grosso modo, tem esse viés conservador e despertou para a realidade, graças às redes sociais. Não há censura alexandrina capaz de mudar essa realidade.

O que fazer, então, com o povo? A volta da estratégia das tesouras não é possível na prática, não sem impor uma ditadura ao país. A “direita permitida” pode enganar uma elite alienada, a turma do “mercado”, gente como Arminio Fraga, Elena Landau, João Amoedo e companhia. Mas e as Tias do Zap? E os tiozões do churrasco? E os liberais de verdade, que rejeitam o globalismo e não pensam só em economia? E todos os conservadores?

Para essa multidão, FHC não é um estadista coisa alguma. Não passa de um petista mais engomadinho, que transformou a legalização da maconha em sua grande causa como ex-presidente. Paulo Guedes nunca nutriu uma imagem positiva desses tucanos, nem mesmo no que diz respeito ao legado econômico. E Guedes foi o melhor ministro que já tivemos, não por acaso odiado pelos tucanos arrogantes. Guedes é respeitado pelo povo, porém.

Insisto em minha questão central: os tucanopetistas podem se digladiar em público e trocar juras de amor em privado, mas a velha tática de fingir pluralidade democrática e oposição real entre PT e PSDB não cola mais. O Brasil quer uma direita de verdade representando metade da população. Alguém como FHC não é capaz disso. O que essa turma do andar de cima pretende fazer com o povo nessa “democracia” fajuta?

DEU NO X

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO X

DEU NO JORNAL

SEM TERRA, SEM CARRO, SEM PALÁCIO: QUANDO A VONTADE NÃO SIGNIFICA UM DIREITO

Roberto Motta

Sem terra, sem carro, sem palácio: quando a vontade não significa um direito

Palavras são muito importantes para mim. É principalmente com elas que ganho a vida. Palavras descrevem a realidade. Se não temos palavras adequadas, às vezes a realidade nos escapa. Examinemos, por exemplo, o termo “sem terra”.

O que é um “sem terra”?  Parece evidente: é alguém que não possui terra. Mas é justo perguntar: e daí? Qual a relevância de usar esse dado – a falta de propriedade de um pedaço de terra – como único atributo para descrever alguém?

Afinal, todos nós podemos ser descritos como “sem” alguma coisa.

Há muita gente que não tem imóvel próprio. São os “sem casa”.

Há muitas pessoas que não têm um automóvel. São os “sem carro”. É provável que a maioria das pessoas não tenha seu próprio jatinho: são os “sem avião”. Quase nenhum brasileiro tem o seu próprio palácio. São os “sem palácio”.

Percebam isso: não ter alguma coisa não significa que você tem o direito de ter aquela coisa. E muito menos que alguém – a sociedade, o Estado ou outra pessoa – tem a obrigação de te dar aquilo que você não tem.

Nascemos com direitos naturais. Esses direitos não são nenhum favor que o Estado nos faz; na verdade, eles são próprios de nossa natureza humana. Esses direitos naturais, ou fundamentais, incluem o direito à vida, à liberdade de expressão, o direito de ir e vir, a liberdade de culto, o direito à autodefesa e o direito à propriedade.

Direito à propriedade de algo que você comprou, ou herdou, ou ganhou, de forma justa e legal.

O fato de alguém se identificar como “sem terra” não cria na sociedade ou no Estado a obrigação de dar a essa pessoa um lote, um sítio ou uma fazenda, nem dá a ela o direito de invadir a terra dos outros e reivindicar sua propriedade.

Um pedaço de terra, uma casa ou um carro não são direitos. Eles são conquistas – coisas que são obtidas com trabalho, esforço e sacrifícios.

É evidente que aquelas pessoas que, por diversos motivos, têm dificuldades para ganhar o suficiente para sobreviver devem ser ajudadas. Mas essa ajuda não é equivalente a uma obrigação, imposta ao Estado ou à sociedade, de dar a essas pessoas um determinado bem que elas não têm, mas que desejam.

A única forma sustentável de progresso e desenvolvimento – tanto para pessoas quanto para nações – é o trabalho. É através do trabalho, da poupança e do investimento que pessoas e países compram ou constroem aquilo que necessitam. O respeito à propriedade privada é um elemento essencial nesse processo.

“Reforma agrária” é um chavão ideológico usado como arma pela esquerda há muito tempo. Já na década de 1960 Francisco Julião mobilizava suas “Ligas Camponesas” para promover a agitação revolucionária no campo, entre uma e outra visita a Fidel Castro. Basta uma rápida conversa com qualquer apologista dessa “reforma” para perceber que as ideias por trás dela têm a profundidade de uma piscina de crianças.

A agricultura moderna – o chamado agronegócio – é uma atividade que envolve a mecanização e o uso de tecnologia em larga escala, na qual produtividade e volume são fatores essenciais e que requer constantes investimentos em pesquisa.

Através da combinação de fatores naturais – solo, água e luz – com o trabalho duro de empreendedores pioneiros e uma importante ajuda inicial do Estado (através da Embrapa) o Brasil conquistou liderança mundial na produção agrícola.

Essa prosperidade agora desperta a inveja de concorrentes e a cobiça de parasitas, que disfarçam seus verdadeiros interesses – políticos, monetários e criminosos – com o manto de “movimentos sociais”.

O termo apropriado para isso é “sem vergonha”.

DEU NO X

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A PIRRAIA METAFOREIRA