DEU NO JORNAL

PROCURADORES QUE QUEREM TIRAR A JOVEM PAN DO AR ASSINARAM ‘CARTA PELA DEMOCRACIA’

Revista Oeste

Jovem Pan Constantino Figueiredo - procuradores - carta pela democracia

Os dois procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que, nesta semana, pediram a cassação das concessões da Jovem Pan no rádio têm histórico de ações em prol da esquerda. Eles chegaram, inclusive, a assinar a autointitulada “carta pela democracia”, que, em tom crítico ao então presidente Jair Bolsonaro, foi formulada por professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em agosto de 2022.

Além de aparecer como um dos signatários da “carta pela democracia”, o procurador Yuri Corrêa da Luz agiu, já neste ano, a favor de pauta defendida abertamente pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No início de maio, ele assinou o requerimento em que o MPF notificou as empresas Google e Meta (controladora de Facebook, Instagram e WhatsApp) em razão de críticas feitas pelas big techs ao Projeto de Lei 2.630/2020. Dias depois, ele também solicitou explicações por parte do Telegram, em virtude de envio de mensagem por parte da plataforma contra a proposta idealizada pela base aliada ao petista.

As recentes ações protagonizadas por Ana Letícia Absy que demonstram sintonia com pautas propagadas pela esquerda se dão em três atos – além da assinatura da “carta pela democracia”. Em fevereiro de 2018, ela pediu o arquivamento da denúncia de pornografia infantil no caso em que uma criança interagiu com um homem nu, em apresentação no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Apesar de toques com as mãos por parte da criança, a procuradora entendeu que a nudez não aconteceu em “contexto erótico” e nem que a interação “tinha fins libidinosos”.

Em outubro de 2021, a procuradora assinou o documento em que o Ministério Público abriu inquérito civil contra o Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com ela, havia “indicativos de uma atuação possivelmente irregular” por parte do órgão. A saber, na ocasião, o CFM defendia a liberdade de médicos do país na prescrição de remédios que fossem considerados necessários como forma de combate à covid-19 – o que jocosamente passou a ser chamado de “tratamento precoce ineficaz” por setores da esquerda.

No fim do mês passado, Ana Letícia foi apresentada como a responsável pelo acordo do MPF com a Record TV. No caso, a emissora concordou em veicular, com 15 inserções em sua programação, o vídeo da campanha “Ser diferente é legal”, em prol do movimento LGBT. Com o acerto, o canal televisivo evitou processo por discriminação em razão da exibição de reportagem sobre a presença de ideologia de gênero em escolas.

* * *

O que os procuradores que assinaram a “carta pela democracia” falam sobre a Jovem Pan

Na ação civil pública em que pedem a cassação de três concessões de radiodifusão da Jovem Pan, os dois procuradores que assinaram a “carta pela democracia” alegam que a emissora apresentou “alinhamento à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022”. No documento, eles acusam o veículo de comunicação de, entre outros pontos, ter dado espaço para conteúdos que “atentaram contra o regime democrático”. A dupla ainda afirma que a empresa de mídia violou, assim, a Constituição.

Yuri Corrêa da Luz e Ana Letícia Absy

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

O “ADEUS” DE TERESA – Castro Alves

A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus…
E amamos juntos… E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala…

E ela, corando, murmurou-me: “adeus.”

Uma noite… entreabriu-se um reposteiro…
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus…
Era eu… Era a pálida Teresa!
“Adeus” lhe disse conservando-a presa…

E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!”

Passaram tempos… sec’los de delírio
Prazeres divinais… gozos do Empíreo…
…Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse — “Voltarei! … descansa! …”
Ela, chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: “adeus!”

Quando voltei… era o palácio em festa! …
E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei! … Ela me olhou branca… surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa! …

E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”

Antônio Frederico de Castro Alves, Bahia (1847-1871)

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

A PALAVRA DO EDITOR

EU FIQUEI FOI ANCHO!

Nesta semana recebi pelo zap uma mensagem do meu estimado amigo José Paulo Cavalcanti.

José Paulo, grande jurista brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras e colunista desta gazeta, assistiu a um vídeo com uma entrevista minha, que dei há algum tempo e da qual nem me lembrava mais.

E ele escreveu-me o seguinte:

E, junto com estas mensagens aí de cima, ele mandou-me também o link do vídeo no Youtube.

Pois é. As duas horas que falei de besteiras durante a entrevista, José Paulo considerou como sendo as “mais agradáveis em muitos anos”.

Fiquei ancho que só a peste com esta generosa apreciação!

E resolvi me amostrar pros amigos fubânicos.

Quem tiver paciência e quiser ouvir a íntegra da conversa, basta clicar na imagem abaixo.

Vou torcer pra que vocês também gostem.

RODRIGO CONSTANTINO

MEU TERRÍVEL CRIME DE OPINIÃO

Em seu editorial de hoje, publicado aqui no JBF, a Gazeta do Povo comenta o caso envolvendo a Jovem Pan, constatando que cancelar concessão “por crime de opinião” é medida ditatorial. Eis o primeiro parágrafo:

Desde o período eleitoral a liberdade de expressão tem sido agredida como nunca se havia visto no Brasil desde a redemocratização, quase 40 anos atrás: houve censura prévia contra documentários, a imposição de direitos de resposta claramente inverídicos, a remoção costumeira de conteúdos verídicos que desagradavam candidatos e, mais recentemente, a intimidação contra quem critica determinados projetos de lei. Parecia difícil que pudéssemos ver algo ainda mais drástico, mas o Ministério Público Federal em São Paulo acaba de demonstrar que sempre é possível avançar ainda mais na repressão ao discurso livre. Em ação civil pública, os procuradores Yuri Corrêa da Luz e Ana Letícia Absy pretendem algo que apenas a ditadura militar havia realizado até agora: cassar concessões de telecomunicação.

Como eu era da Jovem Pan durante o período em questão e tive meu nome mencionado mais de uma dezena de vezes no relatório de mais de 200 páginas, vale resgatar meus terríveis crimes de opinião aqui, para o leitor ter noção do que se trata, e avaliar se concorda ou não com o editorial da Gazeta.

Antes, porém, vale lembrar que a Jovem Pan não era um veículo “de direita”, mas sim com alguns conservadores dando voz à metade do povo, grosso modo, que não encontra qualquer representante entre os comentaristas de outros veículos, onde há hegemonia da esquerda. Isso até a peça comunista do MPF reconhece, ainda que em nota de rodapé:

No período analisado na presente ação, o papel de divergente foi desempenhado, no programa “3 em 1”, por exemplo, por Amanda Klein e Fábio Piperno, que debatiam com uma maioria formada, entre outros, por Rodrigo Constantino, por Marco Antonio Costa e por Jorge Serrano. Já no programa “Morning Show”, foi desempenhado, por exemplo, por Guga Noblat, que debatia com uma maioria formada, entre outros, por Adrilles Jorge, Zoe Martinez, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo. Vale notar que o quadro de comentaristas da JOVEM PAN é cambiante e não se reduz aos mencionados ao longo desta peça.

Agora vamos às minhas falas que os comunistas, digo, os procuradores apontam para incriminar a Jovem Pan:

“O sistema é opaco. Falta transparência. Só tem Butão, Bangladesh e Brasil com essa urna totalmente fechada. Barroso é um iluminista, gosta muito da França, como nossa imprensa esquerdista, adora a revolução francesa e tudo e deveriam olhar como foi a eleição na França. Foi com papel. Então o Rodrigo Pacheco está sendo demagogo (…) Então veja, está tudo errado. É um esforço muito grande de mascarar a situação e calar o povo. É o povo que tem que confiar no sistema. O sistema eleitoral transparente é aquele em que o povo confia. Não adianta você duplicar o cabo de força, abrir a urna em uma universidade e chamar até mesmo o exército para olhar de longe porque isso não vai acalmar o povo. E o povo tá vendo o seguinte. Tem um larápio, tem um ladrão ali (…) que é o líder nas pesquisas. Só que ele não tem povo. Ele não consegue colocar meia dúzia de pessoas nas ruas. É óbvio que se esse sujeito ganhar, com uma certa folga, é óbvio que a turma toda vai desconfiar, e com razão. Aqui é a análise, não estou incitando nenhuma reação, não. Mas a análise é a seguinte: uma boa parcela da população brasileira vai ficar bastante revoltada se isso acontecer.”

“Tudo é muito suspeito aí. A fala do Presidente Bolsonaro não tem absolutamente nada de falso ali. Não existe fake news. Aconteceu exatamente aquilo que ele disse. O Ministro Fachin, que foi garoto propaganda da Dilma Roussef, que é simpatizante do MST, ele chamou embaixadores para dar a entender que o Presidente Bolsonaro é uma espécie de golpista. O Ministro Barroso foi no Congresso tentar interferir no processo de votação de uma PEC para tentar mudar o sistema e adotar o voto impresso. Há esse ativismo escancarado, Ministros do TSE e do STF deixam muito claro que querem derrotar Bolsonaro. E isso tudo já se configura, por si só, uma espécie de golpe brando. No mínimo, uma eleição manietada, influenciada de alguma forma pelo próprio sistema contra um dos candidatos”.

“É verdade, dificulta o processo de sacanagem, se tiver, mas concordo com o Serrão, Mesmo acatando 100% das demandas dos militares, não havendo voto impresso, não há apuração pública e o sistema seguirá opaco”.

“Quando houve rompimento total das instituições, quando não há mais harmonia e independência dos poderes e existe uma ditadura implantada por uma elite ungida do Supremo e que destitui político eleito, que cala parlamentar, que censura pessoas nas redes sociais, que manda polícia atrás de empresário que não cometeu crime nenhum. Isso é um abuso flagrante. Alguma coisa tem que ser feita. O Senado é omisso porque tem um cúmplice que senta na cadeira, e existe prerrogativas constitucionais para a ação das Forças Armadas nesse cenário. Agora, achar que a liberdade é incompatível com a atuação rigorosa das Forças Armadas é desconhecer um pouco a história. Como eu disse, as liberdades nunca foram conquistadas por licença de ungidos. Elas são defendidas no mundo por homens fardados.”

“Eu vou fechar falando mais uma vez o óbvio: todo brasileiro sensato e honesto já percebeu que há um golpe em curso . Esse golpe envolve, por exemplo, a parcialidade, o viés, a postura partidária de um Supremo Tribunal Federal (…) O golpe está em curso. As Forças Armadas se manifestam, dão sugestões, fazem críticas, apontam os pontos fracos e são recebidas com escárnio, com ironia do Presidente do TSE Fachin, com trocadilho infame e a insinuação de que está abaixo do Presidente. A instituição que goza de maior prestígio no Brasil, segundo as pesquisas. Então está tudo muito claro o que está acontecendo. Essa turma pode tentar dobrar a aposta, achando que vai todo mundo ficar passivo, observando. Vamos ver”.

Ou seja, meu terrível crime de opinião foi ter feito uma análise precisa do cenário político brasileiro, acertado em praticamente todas as previsões, e como que para provar meu ponto, o MPF resolveu destruir a Jovem Pan por ter dado voz a quem disse a verdade.

Para me retratar, devo repetir mil vezes todos os dias que nosso sistema eleitoral é perfeito, inviolável e motivo de orgulho nacional, além, claro, de inveja internacional. Esqueçam Neymar e Pelé: quando falo que sou brasileiro, todos os gringos logo comentam sobre a maravilhosa urna eletrônica do Brasil, que não é adotada em nenhum país rico provavelmente por falta de capacidade tecnológica, mas que Butão e Bangladesh utilizam. A democracia está salva! Parabéns aos envolvidos…

DEU NO X

PERCIVAL PUGGINA

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A DIREITA?

Não tenho algo mais fácil para indagar a mim mesmo e aos leitores? Pois é. Essa pergunta tem surgido em minha mente com uma insistência que já beira à impertinência, fazendo-me lembrar de certo professor de Matemática que confeccionava provas tão difíceis que nem ele, depois, sabia resolver.

Então, eis-me nesta condição, buscando uma resposta que não aumente minha indignação diante do que vejo acontecer com aquela consistente “maioria conservadora” (já vai assim, entre aspas) que teria saído das urnas na eleição de 2022.

Pergunto: como foi que essa “maioria” concedeu, com ampla margem, as presidências do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente ao omisso (para dizer o mínimo) senador Rodrigo Pacheco e ao Chief Executive Officer do Centrão, deputado Arthur Lira? Foi na condição de CEO desse velho e encardido bloco que Lira transmitiu a Lula o recado de que os deputados vinham impondo derrotas ao governo porque estavam “insatisfeitos”. Insaciáveis, não seria a palavra mais correta? Com os parlamentares satisfeitos, a composição da CPMI das armações fez a própria armação: 60% de seus membros são governistas que não queriam a CPMI.

A aprovação do nome de Cristiano Zanin, advogado de Lula e do PT, para integrar a confraria governista no STF é a mais recente evidência das duas afirmações que faço, ou seja, a confraria existe e se reforça, e ampla parcela da “direita” mudou-se para o aconchego de Arthur Lira e para o mundo dos negócios.

Essa sequência de desastres cívicos tem seus motivos para acontecer. Primeiro, porque fundos partidários, fundão eleitoral e emendas parlamentares viabilizam reeleições mesmo para quem manda seu eleitor catar no asfalto seus princípios e coquinhos ideológicos ou filosóficos; segundo, porque as exceções a tão triste padrão moral – e elas existem e são valiosas, embora poucas – reúnem virtudes cada vez mais incomuns: consistência intelectual e coragem moral.

Sem a primeira, o sujeito cai na conversa de qualquer líder picareta, até tornar-se igual a ele; sem a segunda, o congressista se acovarda quando o outro lado da rua rosna e mostra os dentes.

Personagem da autora inglesa Jane Austen, em Orgulho e Preconceito (1813), afirma que sua coragem sempre se ergue quando sob intimidação. Para Napoleão Bonaparte, coragem não era ter a força de ir em frente, mas ir em frente não tendo a força.

Mesmo num ambiente político de desconforto e indignação, alegra-me ver intimidados mostrar coragem numa coalisão de covardes e arrostar a força bruta com o vigor de seu caráter.

COMENTÁRIO DO LEITOR

RLIPPI CARTOONS

DEU NO X

UMA REPUBLIQUETA ESGOTÍFERA LULO-PETRALHA