DEU NO X

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

SINHÁ – Machado de Assis

Nem o perfume que expira
A flor, pela tarde amena,
Nem a nota que suspira
Canto de saudade e pena
Nas brandas cordas da lira;
Nem o murmúrio da veia
Que abriu sulco pelo chão
Entre margens de alva areia,
Onde se mira e recreia
Rosa fechada em botão;

Nem o arrulho enternecido
Das pombas nem do arvoredo
Esse amoroso arruído
Quando escuta algum segredo
Pela brisa repetido;
Nem esta saudade pura
Do canto do sabiá
Escondido na espessura,
Nada respira doçura
Como o teu nome, Sinhá!

Joaquim Maria Machado de Assis, Rio de Janeiro-RJ, (1839-1908)

RLIPPI CARTOONS

ALEXANDRE GARCIA

CALVÁRIO NO TSE?

Bolsonaro

Bolsonaro diz esperar que algum dos ministros do TSE peça vista do processo para prorrogar conclusão do julgamento

Leonel Brizola botou a boca no mundo quando percebeu que a contagem eletrônica dos votos feita pela Proconsult, contratada pelo TRE, poderia conduzir à vitória de Moreira Franco. A denúncia do risco de alteração dos resultados teria interrompido o processo e garantido a Brizola o governo do Rio de Janeiro, em 1982. O episódio serviu para deixar o PDT com um pé atrás em relação à contagem informatizada. O deputado Brizola Neto uniu-se a Bolsonaro por comprovante impresso de voto, assim como o PDT. Projeto aprovado em 2015, Dilma vetou, mas o veto foi derrubado por 71% dos congressistas. No entanto, o Supremo suspendeu a lei, por oito votos. Mas tarde declarou-a inconstitucional, por unanimidade. Em 2021 ainda se voltou ao assunto, com o apoio do PDT de Carlos Lupi e Ciro Gomes. Nesta semana o tema volta à discussão em julgamento no TSE, provocado por ação do PDT contra Bolsonaro.

O PDT denunciou Bolsonaro por abuso do poder politico e econômico, enquadrando-o em crime eleitoral, por ter convidado embaixadores credenciados no Brasil para uma conversa no Palácio do Alvorada. A conversa versava sobre riscos da contagem eletrônica pela ausência de um comprovante impresso do voto digital. Se a denúncia tivesse sido feita por outro partido, não teria sido tão irônico quanto foi com a iniciativa do PDT, que teria tudo para honrar a memória de seu líder e nunca mais querer o risco de um caso como o Proconsult.

Embaixadores que estiveram na reunião com Bolsonaro ficaram surpresos com a denúncia do PDT. Alguns me disseram não ter visto crime algum na atitude do então presidente. Que eles atenderam ao convite pelo mesmo motivo pelo qual concordaram em ir ao então presidente da Justiça Eleitoral, Edson Fachin: acompanhar o processo eleitoral de um dos maiores eleitorados do mundo, num país de grande importância estratégica. É dever deles relatar a seus governos o andamento de um processo eleitoral, para que seja avaliada a legitimidade dos resultados. Assim, se houve crime no encontro do Alvorada, os embaixadores seriam todos cúmplices, já que nada denunciaram.

No julgamento desta semana, bolsonaristas escrevem nas redes sociais que já está decidido que Bolsonaro será crucificado. Que farão com ele o contrário do que foi feito com Dilma quando, à revelia do que manda o parágrafo único do artigo 52 da Constituição, condenada, ela deveria ter ficado inelegível por oito anos – e não foi. Agora, com medo de Bolsonaro, vão torná-lo inelegível. Se vão crucificá-lo como dizem os bolsonaristas, podem convertê-lo, então, num cristo, alguém que já é messias no nome. Podem turbinar Bolsonaro como um líder sem voto literal, mas com poder de voto ainda maior.

DEU NO JORNAL

AGORA O NOME É “FAXINA”

Rhiannon, de 32 anos, largou o emprego de secretária para ganhar R$ 3 mil, por dia, para fazer faxina completamente nua, ou de lingerie, na casa de clientes no Reino Unido.

Ela trabalha para a empresa britânica Naked Cleaning Company, que se tornou alvo de polêmica pelos serviços “premium”. Outras moças de diferentes etnias trabalham para a companhia.

“Eu amo ficar nua e fazer faxina, foi uma vitória para todos com ótimas taxas de pagamento”, disse a mulher, em entrevista ao jornal The Sun, publicada em 22 de junho.

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

A PALAVRA DO EDITOR

HÁ MUITOS ANOS…

Futucando aqui nos meus arquivos reencontrei esta foto aí de cima.

Um palmarense inxirido passeando pelo Rio Mississipi, no barco Queen of Hearts.

Quando participava do International Writing Program, da Universidade de Iowa, lá nos Zisteites e que durou quatro meses.

Programa que foi realizado em 1986 e que contou com escritores de todos os continentes, a convite do governo americano.

Foram quatro meses de debates, seminários, palestras, eventos culturais e muitas viagens ao longo do território americano.

Uma mordomia arretada!

Este palmarense foi convidado pra representar o Brasil.

RLIPPI CARTOONS

J.R. GUZZO

CRESCE SEM PARAR A LISTA DE “INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS” QUE O POVO NÃO PODE CRITICAR

Congresso Nacional

Até pouco tempo atrás ninguém que estivesse bem da cabeça perdia o sono por causa das “instituições”. Quem podia levar a sério, por exemplo, os tribunais de contas? Ou as múltiplas procuradorias, que se multiplicam como cogumelos, custam cada vez mais caro e encontram cada vez menos o que procuram? Imaginem, então, o Senado Federal – que a imensa maioria dos brasileiros não tem a menor ideia do que seja, nem se interessa em ter, embora pague cada tostão do sustento dos senadores; junto com a Câmara dos Deputados, os dois custam 14 bilhões de reais por ano ao pagador de impostos. Mais ou menos um bom terço dos seus membros está envolvido com o Código Penal.

Na mesma linha, é claro que ninguém jamais desperdiçou seu tempo com o TSE ou com os seus 27 TREs, a não ser, ocasionalmente, quando eles aparecem no noticiário policial por problemas na construção dos seus palácios absurdos pelo Brasil afora – aquelas coisas de Terceiro Mundo que só a alta burocracia nacional consegue botar de pé, na crença de que estão sendo chiques e modernos.

Não está mais assim. Desde que o Supremo Tribunal Federal e o resto da justiça superior do Brasil decidiram formar uma sociedade político-comercial para governar o Brasil em parceria com o Sistema Lula-PT, não se pode mais abrir a boca para falar mal das “instituições”. Todo esse aparelho de custo exorbitante — só a “justiça eleitoral” custa 10 bilhões de reais por ano, mesmo nos anos em que não há eleição nenhuma — tornou-se, para Lula, a esquerda e a maioria da mídia brasileira, mais sagrado do que o Santíssimo Sacramento. A mínima crítica é automaticamente denunciada como crime de “extremo direitismo”, “fascismo”, “bolsonarismo” e daí para baixo.

As urnas eletrônicas dos ministros do TSE, um negócio só usado pelo Butão e Bangladesh no resto do mundo, por exemplo; trata-se de um equipamento mecânico como outro qualquer, mas é proibido dizer que seus componentes poderiam ser modernizados, ou de alguma forma melhorados, hoje ou em qualquer dia do futuro. O “tribunal”, gritam todos na hora, é uma “instituição democrática”. É obrigatório dizer que o TSE, os ministros e o seu sistema eletrônico são perfeitos. Quem não elogiar está praticando um “ato contra a democracia”; quer dar “um golpe” e acabar com o “estado de direito”.

A mesma excomunhão é reservada a qualquer observação crítica sobre a indicação do advogado pessoal de Lula para o STF – um ato de favoritismo frontal, mal-intencionado e rasteiro. Uma coisa dessas jamais seria aceita, nem como piada, nas Inglaterras, Itálias e Franças onde Lula faz diplomacia turística com a mulher e tenta passar por “estadista latino-americano” se hospedando em hotéis com diárias próximas aos 40.000 reais. Não se pode abrir a boca para dizer que os senadores que fizeram a “sabatina” do novo ministro tomaram parte numa palhaçada grosseira – que não sabatinou coisa nenhuma e não serviu para absolutamente nada a não ser legalizar a vontade de Lula.

Eis aí outra “instituição” intocável, o Senado – seus membros foram eleitos democraticamente, dizem os discursos da esquerda, e colocar em dúvida a sabedoria, patriotismo e honestidade de qualquer decisão que tomam é negar a “democracia representativa”. Até o Senado, e ainda por cima com o presidente que foram arrumar? Até o Senado. São os chiliques do Brasil democrático do consórcio Lula-STF.

DEU NO X