
Arquivo diários:16 de junho de 2023
DEU NO X

RODRIGO CONSTANTINO

O MAIOR INIMIGO DA PÁTRIA
“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa”, alertou o filósofo Schopenhauer. Quando um marginal aparece como tal, temos ao menos a chance de reagir. Mas, quando vem disfarçado de amigo, de bom-moço, e consegue ser convidado para a sua casa antes de roubá-la, aí ele representa um perigo muito maior.
O PT, para a imensa maioria dos brasileiros decentes, é o marginal trombadinha, o bandido tosco que já chega gritando “perdeu, mané”. Já os “moderados” que “até criticam” o governo Lula, mas repetem que tudo está dentro da normalidade em nosso país, são os maiores inimigos da Pátria neste momento. Afinal, não há nada de normalidade no funcionamento de nossas instituições.
Nenhuma ditadura consegue se impor sem a cumplicidade de parte relevante da elite. E tem sido exatamente assim no Brasil. Por ojeriza, nojo ou revolta por motivos obscuros e nada nobres contra Bolsonaro, houve uma aliança nefasta para retirá-lo do poder e permitir que “o ladrão voltasse à cena do crime”. Para atingir esse objetivo, a imprensa se corrompeu, o TSE agiu como partido político e a censura voltou com força sem precedentes ao Brasil.
Há jornalistas censurados e intimidados, parlamentares presos, todo um aparato de perseguição para calar os “inconvenientes” que denunciam todo o esquema podre. A cada dia temos um novo capítulo de descalabros nesse abuso de poder. É puro arbítrio inconstitucional, mas o medo já se espalhou, e praticamente nenhum jurista tem coragem de peitar o STF em público. E assim a tirania vai avançando.
O mais recente alvo do ministro Alexandre foi Monark. Moraes ordenou novo bloqueio das contas de Monark nas redes sociais, sob multa de R$ 100 mil por dia se não acatar. O comentarista libertário desabafou constatando que já é ditadura quando não se pode sequer emitir uma opinião, a menos que seja aprovada pelo ditador, que só permite robozinhos.
Monark, ex-apresentador do Flow Podcast
Glenn Greenwald, jornalista norte-americano de esquerda, tem sido um crítico veemente do abuso de poder de Alexandre, mas somente após a vitória de Lula. Ele escreveu: “Que fundamento jurídico tem Moraes para continuar a mandar silenciar comentadores nas redes sociais? Essa lei deveria expirar no dia em que a eleição terminasse. Alguém se importa se ele tem uma base legal para isso, ou apenas reverenciamos nosso monarca benevolente?”.
Ora, não havia nenhum fundamento jurídico para tal censura durante as eleições também, mas ali o arbítrio não incomodou tanto o jornalista, pois ajudou seu candidato de esquerda. Glenn voltou a atacar a decisão de Moraes em seguida: “Segundo Cármen Lúcia, a Lei das Fake News que Moraes está usando para mandar censurar quem quer que seja expirou no dia seguinte às eleições de 2022. Mas, quando se venera líderes autoritários, ninguém se importa se eles têm base legal para suas ordens”.
Glenn Greenwald
Até mesmo Cármen Lúcia reconheceu que era censura, mas acabou aprovando uma censura temporária, mostrando que o cala-boca, na prática, não morreu coisa alguma. Eis o que claramente está em jogo aqui: o sistema se uniu ao petismo para eliminar Bolsonaro, e agora os rachas internos começam a ficar aparentes. A esquerda petista tem medo de que o poder concentrado em Moraes seja usado eventualmente para derrubar Lula também, para dar uma espécie de golpe dentro do golpe.
Eis a única explicação plausível para jornais tucanos que “fizeram o ‘L’” ou passaram a eleição inteira demonizando Bolsonaro mudarem de postura, finalmente apontando os abusos supremos que antes ignoravam ou até elogiavam. Eles sempre quiseram se livrar da direita bolsonarista, mas Lula não era sua escolha nem de perto. O petista foi o remédio amargo que tiveram de engolir após várias tentativas de parir uma “terceira via”. Essa “frente democrática” nunca passou de uma união instável e oportunista por esquerdistas e corruptos sem nenhum apreço pela democracia.
Volto ao começo: o grande perigo não é aquele que se apresenta mostrando suas garras, segurando a foice e o martelo, elogiando os modelos venezuelano, cubano e chinês. A ameaça petista assusta muita gente, com toda a razão. Ameaça até mais sombria é aquela que vem sob o manto de legitimidade, um Poder Judiciário que finge ser o guardião da Constituição, enquanto persegue conservadores pelo crime de opinião e protege traficantes.
Quando alguém como Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, vem falar para as câmeras com aquela pose de estadista, todo engomadinho, com tom de seriedade como se o Brasil fosse uma república de verdade, e os jornalistas e muitos empresários fingem acreditar que estão diante de algo muito respeitável, é aí que mora o maior perigo. Não faltam moderados alienados por aí, “informados” por emissoras como a Globo, prontos para cair no truque do diabo.
Rodrigo Pacheco, Lula e Alexandre de Moraes
DEU NO JORNAL

COITADA DA PIKA…
PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

GERALDO AMÂNCIO E SEBASTIÃO DA SILVA: UMA GRANDE DUPLA DE POETAS REPENTISTAS
Geraldo Amâncio e Sebastião da Silva glosando o mote:
Se eu pudesse comprava a mocidade
Nem que fosse pagando a prestação
* * *
Geraldo Amâncio e Sebastião da Silva glosando o mote:
Quem passar no sertão corre com medo
das caveiras dos bois que a seca mata.
Geraldo Amâncio:
No sertão do Nordeste do Brasil,
vive a seca ao povo castigar
pouca água até pra se banhar.
Daqui pobre povo sempre fugiu
para trás deixou tudo quando partiu.
Quando parte nosso cabeça-chata
busca a vida ganhar sem bravata.
Sofrimento deste povo foi enredo.
Quem passa no sertão corre com medo
das caveiras dos bois que a seca mata.
Sebastião da Silva:
Sertanejo, foi sempre muito bravo,
mas correndo da seca que atormenta,
larga a terra que pouco lhe alimenta.
Deixa sua terra para ser escravo,
mundo afora não ganha um centavo.
Mas voltar à sua terra a fé lhe ata,
mesmo que nunca tenha uma data,
até quem partiu daqui muito cedo.
Quem passar no sertão corre com medo
das caveiras dos bois que a seca mata.
* * *
ALGUNS IMPROVISOS DE GERALDO AMÂNCIO E SEBASTIÃO DA SILVA
Geraldo Amâncio:
Eu bem novo pensei em me casar
Com uma moça do meu conhecimento
Disse ela: eu aceito o casamento
Se você deixar a arte de cantar
Ela estava esperando no altar
E eu voltei da calçada da matriz
Quebrei todas as juras que lhe fiz
E comecei a cantar dali por diante
Sou feliz porque sou representante
Da cultura mais bela do país.
Sebastião da Silva:
O Nordeste tem sido a grande escola
Dos maiores poetas cantadores
Sustentáculos e eternos defensores
Da origem maior que nos consola
Inspirados no ritmo da viola
Nos acordes de arame na madeira
Cantam de improviso a vida inteira
E o que cantam somente Deus ensina
Venham ver a viola nordestina
Defendendo a cultura brasileira.
Geraldo Amâncio:
Tire da bíblia sagrada
Sua perfeita lição,
Seja humilde, ajude ao próximo
Ao faminto estenda a mão;
Console quem está aflito
Se quiser seu nome escrito
No livro da salvação!
Sebastião da Silva:
A casa que morei nela,
que fui feliz com meus pais,
só restam teias de aranha,
cupim roendo os frechais,
é um poema de angústias,
de saudades, nada mais.
Geraldo Amâncio:
Quem nasce onde eu nasci
E se cria sem escola,
Andando com pés descalços
Ou corrulepe de sola,
Ou cresce pra ser vaqueiro
Ou cantador de viola.
Sebastião da Silva:
Gosto de ouvir a seresta
Da patativa-de-gola
E também do canarinho
Nas traves de uma gaiola:
Só não canta como a gente
Porque não possui viola.
CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE – PE
Prezado Papa,
hoje é de dia de fuxicar.
Falar da vida dos outros, rir, contar causo e tudo mais.
As portas do Cabaré estarão abertas a partir das 19h30 e qualquer um pode participar, não paga nada.
É só clicar aqui para acessar.
Divulgue, por favor.
Obrigado
R. Está dado o recado, meu caro amigo.
Às sete e meia da noite estaremos todos reunidos na sala desta magnífica e fuxicatícia instituição, competentemente gerenciado por Vossa Cabarecência.
Toda a comunidade fubânica está convocada.
Até mais tarde!
RLIPPI CARTOONS

O BEIÇOLA
J.R. GUZZO

A CAMINHO DE UM BRASIL SEM POVO
O Brasil, dia após dia, está se transformando num país soviético. Com o consórcio formado pelo Supremo Tribunal Federal e as facções que dão suporte ao presidente da República, o Brasil, cada vez mais, só tem governo – não tem população. Como na Rússia comunista, e em todos os regimes que surgiram à sua semelhança, de Cuba à China, o país está a caminho de ficar sem instituições; elas não foram eliminadas oficialmente, mas cada vez valem menos. Os cargos públicos que têm influência real na máquina do Estado vão sendo ocupados, a cada escolha, por aliados que o consórcio impõe. Na prática, há um regime de partido único, a sociedade Lula-STF – os outros partidos fazem alguns ruídos, mas não conseguem controlar nem uma CPI que eles mesmos propõem, e podem ser multados em R$ 22 milhões se apresentarem uma petição à Justiça suprema. Há um Congresso Nacional; na Rússia soviética também havia. Mas as leis aprovadas pelos deputados são simplesmente anuladas pelo STF, na hora em que ele quer, e seja o assunto que for. É o que está acontecendo com a lei sobre terras indígenas, aprovada na Câmara por 283 votos a 155, mas a caminho de ser declarada nula pelos ministros – como a Lei nº 14.950, sobre o mesmo assunto. A maior parte da imprensa se dedica à adoração de Lula, do seu governo e do ministro Alexandre de Moraes. Funciona, na vida real, como um grande Pravda, escrito e falado em português – e muitas vezes em mau português.
Luiz Inácio Lula da Silva, Alexandre de Moraes e Rosa Weber (12/12/2022)
Ainda falta um bom caminho para chegar lá, e a República Soviética do Brasil, pelo menos por enquanto, está se limitando a eliminar a liberdade política. (Na Rússia comunista, por exemplo, não havia, nem há, Parada Gay; também era preciso passaporte interno para ir de uma cidade à outra, e a lista telefônica de Moscou era segredo de Estado, entre outras curiosidades que só o comunismo foi capaz de criar.) Mas é exatamente para lá, um regime totalitário mais ao estilo do século 21 e fabricado basicamente com peças de produção nacional, que o país está indo. Faça uma pergunta simples: quem vai impedir, se são o STF e o Sistema “L” que escrevem as leis e decidem o que é legal e o que é ilegal? Não vão ser, com certeza, as Forças Armadas, que de cinco em cinco minutos declaram-se a favor da “legalidade”, ou seja, do que o consórcio STF-Lula diz que é a legalidade. De mais a mais, os comandantes militares estão a favor desse partido único que hoje governa o país; entregaram para a polícia, trancados em ônibus, os cidadãos que protestavam contra o resultado das eleições, em manifestação legítima, em frente ao QG do Exército em Brasília. Não será o Judiciário, que é apenas uma grande repartição pública comandada pelo STF. Não será, obviamente, o Congresso, que não existe mais como força política efetiva. Não serão os 150 milhões de brasileiros que estão ocupados o dia inteiro com a sua sobrevivência física, e não têm tempo para tratar de política. Em suma: não é ninguém.
A união soviética brasileira não é um “copiar e colar” da antiga URSS; embora leve mais ou menos aos mesmos resultados, em termos de criar uma ditadura efetiva na vida pública, é basicamente coisa de construção tupiniquim, sem maiores filosofias políticas como o original em alemão. Não houve nenhuma revolução, nem a tomada do Palácio de Inverno ou a descida de Sierra Maestra. Sua chave é o acordo de acionistas entre o STF e o Poder Executivo, tal como ele é encarnado por Lula – juntos, governam o país sem nenhum tipo de concorrente ou de oposição capaz de impedir qualquer dos seus movimentos. Os ministros, para ficar só no mais grosso, eliminaram as leis brasileiras para tirar Lula da cadeia, onde cumpria pena pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e para anular todos os processos penais contra ele, de modo a possibilitar a sua candidatura à Presidência da República. Em seguida, através do TSE, comandaram a campanha mais escura, contestada e parcial da história eleitoral brasileira, com um sistema de urnas eletrônicas que não é utilizado em nenhuma democracia do planeta; contaram os votos e declararam que Lula tinha ganhado. Em troca, o Sistema “L” aceita tudo o que o Supremo quer que se faça, em qualquer área ou ocasião. Juntos, escolhem os novos integrantes do TSE, que passa a ser 100% controlado pelo consórcio, e combinam quem será o novo procurador-geral da República, o que elimina o Ministério Público como força independente na vida pública brasileira, conforme estabelecido na Constituição. São decisões tomadas em churrascos hermeticamente fechados e isolados do resto do mundo em Brasília, com a proibição da entrada de celulares no recinto. Que diabos de “instituições” resultam de um negócio desses?
Ministros do STF recebem o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no gabinete da Presidência (9/11/2022)
Na verdade, as instituições e os deveres obrigatórios de uma república ou das verdadeiras democracias estão sendo eliminados, um depois do outro, pelas decisões tecnicamente legais do consórcio STF-Lula. O presidente, em meio à indiferença da população e à anestesia moral que marca o Brasil de hoje, nomeia o seu advogado pessoal para a vaga existente no STF – o seu advogado pessoal, nada menos que isso. A mídia, o mundo político e as classes intelectuais fingem que a nomeação é uma coisa normal, ou quase normal. Não chama a atenção de ninguém um fato muito simples: é impossível, no mundo das realidades, que o novo ministro tome qualquer decisão minimamente contrária aos interesses do presidente da República – ou alguém acredita, honestamente, que ele possa ser imparcial nas suas sentenças, como é exigência elementar de qualquer democracia decente? Em que país sério do mundo, esses mesmos onde Lula faz “política externa” turística se hospedando em hotéis com diária de quase R$ 40 mil, o presidente, rei ou primeiro-ministro nomeia seu advogado pessoal para a Suprema Corte? Nem Stalin fez isso; é verdade que ele não tinha advogado, e nunca precisou de um, mas o fato é que não fez. Lula, na verdade, governa sem nenhum freio – pois um dos freios, o Judiciário, é seu sócio no partido único, e o outro, que seria o Legislativo, não é capaz de frear nada, mesmo porque, quando tenta frear alguma coisa, o STF vem e diz que não vale. O resultado prático é que Lula compra sofás de R$ 65 mil para a decoração de sua residência – com dinheiro do pagador de impostos, é claro. Compra um novo Airbus para o seu transporte pessoal. Recebe em Brasília um ditador que tem a cabeça a prêmio por US$ 15 milhões, por tráfico internacional de drogas. Faz o que quer, e o que o STF deixa.
O advogado Cristiano Zanin e Lula
Há eleições no Brasil, mas também há o TSE – e enquanto houver o TSE as eleições não valem nada, ou só valem o que a “Justiça Eleitoral” diz que valem. O TSE, hoje, é uma polícia política integralmente a serviço do governo. É uma aberração que consegue gastar R$ 10 bilhões por ano, mesmo nos anos em que não há eleição nenhuma, e não tem similar em nenhuma democracia séria do mundo – a começar pelo fato de que se dá o direito de cassar mandatos de deputados federais ou de quem lhe der na telha. Acaba de acontecer. Cassaram o mandato do deputado Deltan Dallagnol, por vingança pessoal de Lula, sem o mais remoto vestígio de legalidade; foi uma decisão de AI-5, com umas fumaças de procedimento jurídico que não enganariam uma criança com dez anos de idade. O resultado é que o consórcio anulou a decisão legítima dos eleitores do Paraná; pior ainda, nomeou de forma grosseira o novo ocupante da vaga que foi aberta pela cassação, colocando no lugar de Dallagnol, que teve 350 mil votos, um outro que teve 12 mil. Que tal, como limpeza, ou mera lógica, do sistema eleitoral? Preparam-se, agora, para cassar os direitos políticos de Jair Bolsonaro, única e exclusivamente porque identificam nele um possível candidato que se opõe com chances de sucesso ao partido único STF-Lula. É uma medida preventiva, ou de back-up antecipado – estão agindo como se as próximas eleições presidenciais pudessem ser diferentes das de 2022, do ponto de vista operacional do TSE. De novo, como no caso do deputado Dallagnol, a proibição para Bolsonaro disputar eleições, ou ter qualquer participação na política brasileira, é 100% ilegal. A desculpa é que ele manifestou dúvidas sobre a perfeição do atual sistema de urnas eletrônicas, só adotado, além do Brasil, em dois países, Butão e Bangladesh. Poderia ser qualquer outra coisa: genocídio, assassinato de índios, quilombolas e gays, defesa da cloroquina. Como é possível, com um mínimo de racionalidade, tornar alguém inelegível porque ele disse que tinha dúvidas sobre um sistema de votação obviamente sujeito a todo tipo de dúvida? Antes disso, por um despacho do ministro Alexandre de Moraes, o STF cassou sem nenhuma formalidade legal o mandato do governador de Brasília. Depois devolveu, por outro despacho do mesmo Alexandre de Moraes – mas o governador, hoje, é capaz de jurar que o triângulo tem quatro lados, se os ministros assim quiserem.
Ibaneis Rocha, governador de Brasília
Com o Congresso é o mesmo tipo de calamidade. O que adianta pagar R$ 14 bilhões por ano para manter um Congresso cujas leis podem ser anuladas a qualquer momento, e sem razão nenhuma, pelo Supremo? Não é só o marco temporal. Já foi a mesma coisa com a anulação da lei que determinava o cumprimento da pena em prisão fechada para réus condenados em segunda instância, o que tirou Lula do xadrez da Polícia Federal onde ficou trancado durante 20 meses. Promete ser assim, daqui a pouco, com a lei, perfeitamente aprovada pelo Congresso, que tornou voluntário o pagamento do imposto sindical – o efeito imediato dessa lei, obviamente, foi que nenhum trabalhador brasileiro quis pagar mais. O que poderia representar com mais perfeição a vontade do povo? Mas Lula quer que o imposto volte a ser obrigatório, e o STF se prepara para atender a exigência. O ministro que foi encarregado de resolver o problema argumenta que hoje os “tempos são outros” – um raciocínio realmente espantoso, levando-se em conta que os tempos estão em mudança perpétua e, por via de consequência, nenhuma lei aprovada no passado é válida no presente. Fazer o quê? Esse Congresso Nacional que está aí não é capaz sequer de proteger os mandatos dos seus próprios deputados; não é capaz de nada. A “Mesa” da Câmara dos Deputados concordou oficialmente com a cassação de Dallagnol. Já havia concordado, não faz muito tempo, com a prisão por nove meses do deputado Daniel Silveira, também por ordem do ministro Moraes. É diretamente contra a lei. A Constituição diz que um deputado federal só pode ser preso em flagrante, e pela prática de crime inafiançável; Daniel Silveira não foi preso em flagrante nem cometeu nenhum crime inafiançável. E daí? Foi preso do mesmo jeito. Aliás, está preso de novo hoje, desta vez por não usar a tornozeleira eletrônica que o ministro lhe impôs, apesar de ter recebido um indulto absolutamente legal do ex-presidente Bolsonaro; o STF, como nas leis aprovadas pelo Congresso, decidiu que o indulto não vale. Esperar o que, se o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira, está disposto a assinar a cassação do seu próprio mandato, se receber ordem do STF? Não há nada a esperar.
Daniel Silveira
A República Soviética do Brasil não acabou com a propriedade privada – e nem parece a ponto de acabar, quando se considera a ilimitada quantidade de propriedades estritamente privadas que os membros do consórcio têm. Também não tornou legal, pelo menos até agora, a coletivização da terra – apesar da paixão de Lula pelo movimento semiterrorista que invade propriedades rurais, destrói bens e pratica violência armada, sem que um único de seus agentes seja jamais incomodado pelo sistema judicial. Mas já organiza e hospeda, em Brasília, reuniões do seu próprio Comintern, a que hoje se dá o nome de “Foro de São Paulo” e que cobra inscrições em dólar. Está montando uma máquina estatal de estilo soviético, que só serve ao partido e está mais distante do povo brasileiro do que a Terra da Lua. O Ministério da Justiça, logo esse, já é comandado por um comunista de carne e osso; ele mesmo, aliás, já disse que é comunista “graças a Deus”. É para aí que vai a procissão.
LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

E AGORA? QUEM PODERÁ NOS DEFENDER?
DEU NO JORNAL

CABEM MAIS
CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA
