CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

MAURÍCIO ASSUERO – RECIFE-PE

Prezado Editodos,

sexta feira é dia cabarelar e vamos contar com o leitor fubânico Nilson Araújo que, por curiosidade, esteve conosco há 15 dias.

Disse ele:

“Eu tinha curiosidade de adentrar ao recinto, mas tinha minhas dúvidas. Hoje resolvi tirar essa condenada e, mesmo com o horário do cabaré previsto para o fechamento para as 20h30, eu imburaquei quase às 21h e tinha uma brechinha e me deixaram entrar.

Poxa, que recepção da gôta serena! Não sou poeta, músico, cantor nem compositor. Mas adoro a cultura nordestina e respiro música, das boas.

Conforme me apresentei fiz uma pesquisa sobre Gonzagão, que teve, até, a chancela do programa do Geraldo Freire e que consistia em levar o nosso Rei do baião para o Guinness Book como o Cantor mais homenageado do mundo.

Cataloguei 600 músicas em que o nosso Rei recebe agradecimento, ou era, citado, ou homenageado mesmo. Infelizmente o projeto não teve êxito já que o Governo de PE não se dispôs a levá-lo adiante. Eu cheguei a manter contato com o Guinness, que deu as coordenadas para a efetivação mas como o governo não se interessou resolvi parar.

Diante dessa receptividade de hoje vou me encorajar em participar com constância, ouvindo e vendo vocês!”

Então, o Nilson vai bater o recorde e contar essa negócio para gente.

Tomara que Xico Bizerra possa participar.

Então, das 19h30 às 20h30, estaremos com as portas abertas.

Para participar o ingresso é grátis e basta clicar aqui para entrar no salão.

Abraços

R. O recado está dado, nobre gerente cabarelista.

Hoje teremos um gostoso papo com Nilson Araújo e toda a patota de fuxiqueiros fubânicos que semanalmente se reúne pra curtir a vida, criar, inventar e estreitar os nossos laços de amizade.

Um excelente indício de que teremos todos um final de semana maravilhoso.

Às sete e meia de noite nos encontramos lá na sala do Cabaré.

Até mais tarde!!!

DEU NO X

J.R. GUZZO

CONSERVADORA E POPULAR: OS “CRIMES” DA PRIMEIRA-MINISTRA

A nova primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, definiu a si própria com a seguinte descrição: “Sou mulher, mãe, italiana e cristã”. O que poderia haver de tão perigoso assim numa frase como essa? Mas aí é que está: sua definição foi carimbada pela imprensa europeia, mundial e brasileira, automaticamente, como uma prova de que ela é “extremista”, “fascista”, “totalitária” e, pior do que tudo, uma “ameaça à democracia”. Giorgia é condenada, também, por ser a política mais popular da Itália de hoje – isso é considerado como crime de “populismo”, nome com o qual se deprecia atualmente a atuação de todo adversário conservador que tem a maioria do seu lado.

Giorgia Meloni é a última prova da doença, até agora aparentemente sem cura, que infecciona cada vez mais a vida política dos países que foram um dia as grandes democracias do mundo: a ideia de que se o governante eleito não for de esquerda ele é uma “ameaça à democracia”. Essa ameaça é tanto maior, para as classes intelectuais, os devotos do “politicamente correto” e as castas burocráticas que mandam na Europa sem nunca ter tido um único voto na vida, quanto maiores forem as votações de quem não concorda com eles todos. Nada é mais insuportável do que isso: o apoio que um político conservador recebe do eleitorado. A população, nesses casos, é tida como “recalcada”, “autoritária” e incapaz de fazer as escolhas que a elite quer que sejam feitas.

Giorgia Meloni é acusada, como se fosse uma delinquente política, por ter posições diferentes do pensamento único de esquerda – e, pior ainda, por ter o apoio da maioria do eleitor italiano nessas suas posições. Ela é contra o aborto, por exemplo, e essas últimas eleições provaram que milhões de cidadãos pensam exatamente igual; qual é o crime, aí? Nenhum, é claro, mas as mentes civilizadas da Europa e do mundo ficaram horrorizadas. Ela é contra o aborto? Então só pode ser uma fascista empenhada em levar a Itália 100 anos para trás, de volta ao fascismo de Mussolini. Ela é contra a imigração descontrolada; diz que não se pode resolver a pobreza na África trazendo os africanos para a Europa, e sim permitindo que a África se desenvolva economicamente. Horror, de novo – sobretudo quando ela mostra que todos esses países igualitários, inclusivos e progressistas da União Europeia exploram de forma destrutiva os recursos naturais da África, se beneficiam do trabalho infantil e se comportam como potências coloniais; a França, por exemplo, continua a emitir as moedas de 14 países.

A nova chefe do governo italiano é denunciada como extremista por ser favorável ao primeiro-ministro Viktor Orbán, da Hungria, cujo pecado mortal é ser anticomunista, ganhar todas as eleições que disputa e nunca violar nenhuma lei de seu país. Outra prova do direitismo populista de Giorgia Meloni é o seu esforço para minimizar com subsídios do erário publico os aumentos monstruosos nas contas de energia elétrica, que subiram até 500% em um ano; acham que isso vai contra a “orientação da comunidade” e não beneficia os imigrantes pobres da África. Ela é contra as sanções à Rússia, que não trouxeram benefício absolutamente nenhum para a Itália; só prejuízo. Eis aí, para as mentes progressistas, mais uma ameaça à democracia.

Giorgia Meloni, acima de tudo, comete o desafio imperdoável de pensar com a própria cabeça, propor medidas que os seus eleitores aprovam e não levar a sério, como mandam as leis religiosas da mídia mundial, a política miúda das merkels, macrons e outras nulidades absolutas, com pose de estadista, que levaram a Europa à situação em que ela está no momento – recessão, inflação recorde, mendicância energética e medo do frio no próximo inverno. Giorgia, em suma, não é uma “globalista”. Por isso, e por todo o resto, não tem perdão – e não terá nunca.

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

JOSÉ PAULO CAVALCANTI - PENSO, LOGO INSISTO

QUEM SOMOS?

Domingo próximo é dia de eleição. E vale a pena refletir sobre nossa identidade. A resposta é que somos o que somos, um Brasil profundamente desigual. Sem que, desde a colonização, tenhamos verdadeiramente nos esforçado por integrar, os socialmente excluídos, a um consumo pelo menos decente. Nosso passado resulta das opções equivocadas que fizemos. De enriquecer as elites, em vez de apostar no conhecimento. De concentrar renda, em vez de criar mercado. De pretender apenas democracia formal, em vez de também menos distâncias econômicas. De repartir a nação em corporações, em vez de pensar no coletivo. De cultivar certezas, em vez de buscar convergências. Tudo levando a essa contradição cruel de ser, ao mesmo tempo, modernos e atrasados, ricos e carentes, auto-suficientes e limitados, ambiciosos e conformados.

Deitados em berço esplêndido, por tempo demais acalentamos a crença paralisante num fatalismo histórico que nos converteria, sem maiores esforços, em grande potência. Mas conseguimos apenas ver parte do país crescentemente integrado à economia e à cultura do primeiro mundo, em uma como que ética de sujeição; enquanto outra tenta escapar da fome, em uma como que ética de sobrevivência. Incapazes de perceber que só copiando experiências e padrões dos países ricos, conseguiremos apenas ser mais limitados, mais atrasados, mais dependentes e mais tristes que eles. Semelhantes nas aparências, devemos provar que ainda somos capazes de nos indignar. De assumir compromissos. Apostando, nessa trajetória, que a confiança vença o medo, a razão vença o preconceito, a luz do sol vença o desalento das sombras.

Para complicar, num cenário de crises superpostas, o discurso político tradicional parece obsoleto. Eleitores já não se consideram representados pelos eleitos. O que dizem não é o que deveríamos ouvir. O que fazem não é o que precisamos ver. O que prometem é só um prenúncio de catástrofes. E há, também, uma crise nas relações. Com esgotamento, hoje, de certas práticas sociais, reduzindo a coesão que deveria permear nosso povo. Só para lembrar, n’O Alienista, Machado de Assis relata que Simão Bacamarte internou 4/5 da população de Itaguaí na Casa Verde, até que ele próprio findou seus dias naquele hospital psiquiátrico. Não queremos isso. Intransigentes com os diferentes, nos últimos tempos somos generosos só com quem pensa como nós. Quase todas as expectativas de antes viraram pó. As relações pessoais se dissolvem, como gelatina, em um discurso de rancores. É de ódio que falo, amigos. Há dois Brasis apartados. Num Discurso da Abolição, pronunciado na Câmara dos Comuns da Inglaterra (em 1789), disse William Wilberforce “Não apelo às vossas paixões – peço apenas à vossa razão fria e imparcial”. Problema é que isso, entre nós, parece cada vez mais distantes. Há um rio que separa os brasileiros. E é preciso remar ao contrário desse rio, acompanhando Luiz Gonzaga, já a partir de domingo, para chegar ao Riacho do Navio de nosso futuro redentor.

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DEU NO X

ALEXANDRE GARCIA

PULVERIZAÇÃO DE CANDIDATOS

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) é candidato ao Senado pelo RS

Aconteceu quinta, no Rio Grande do Sul, e serve para todos os estados que têm uma enxurrada de candidatos ao Senado. A eleição para o Senado é majoritária, ganha quem tiver mais votos, não importa que sejam só 10% – se houver muitos candidatos, o vitorioso pode ter 12%, o segundo lugar ter 9% e o terceiro, 8%. Na verdade, em todos os estados podemos fazer uma divisão em duas partes. Não vou chamar de “esquerda” ou “direita”; pensemos em um grupo que reúne ideias, posições e doutrinas parecidas, e é maior que um outro grupo, que tem menos candidatos. Pois esse grupo que tem menos pessoas (portanto, menos votos), mas também tem menos candidatos, pode eleger o senador.

Pode parecer estranho, mas a contagem é essa. Imaginem só: Um lado tem 12 milhões de pessoas e dois candidatos; o outro tem 20 milhões de eleitores, mas cinco candidatos. Pode acontecer de o mais votado entre esse grupo maior ficar com 8 milhões de votos, enquanto o mais votado daquele grupo menor consegue 10 milhões. O grupo minoritário vai conseguir fazer o senador. Então, é preciso tomar cuidado com isso.

Por que conto essa história? Porque a candidata do Partido Progressista ao Senado pelo Rio Grande do Sul, a vereadora Comandante Nádia Gerhard, renunciou à candidatura em favor do candidato general Mourão. Mas agora não há mais tempo de mudar a urna eletrônica; os votos que ela receber não serão transferidos para Mourão pela Justiça Eleitoral, quem tem de fazer isso é o eleitor, na hora de teclar. Então, é bom tomar cuidado caso haja mais casos de renúncias em favor de outro candidato nessa reta final porque a transferência não é automática; se um dia antes da eleição presidencial um dos candidatos disser que renuncia em favor de Fulano, não significa que os votos dessa pessoa serão contados para o Fulano pela Justiça Eleitoral.

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Observadores internacionais estão aí, mas o que eles vão conseguir observar?

Os observadores estrangeiros já chegaram. É bom lembrarmos que, tradicionalmente, observador estrangeiro vem a convite ou é enviado por um organismo internacional para ver se estão roubando a eleição. Caso da Nicarágua, da Venezuela, vai gente lá para ver o que está acontecendo. Os observadores vieram para cá, vão verificar se o eleitor vai votar livremente, que não há pressão, que não há nenhum tipo de coação, e depois vão acompanhar a apuração. Na maior parte do mundo, 99% do planeta, é mais fácil que no Brasil, porque os observadores e os fiscais acompanham a contagem manual dos votos. Para ver a computação eletrônica eu já não sei; imagino que esses fiscais, esses observadores sejam superentendidos no mundo digital para poder dar uma olhada, desconfiar ou confiar. Enfim, tomara que dê tudo certo. Todo mundo quer isso.

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Previsões para a economia em 2022 só melhoram

Só para lembrar as previsões econômicas do Banco Central para o fim do ano: inflação de 5,8% e crescimento de 2,7% – eu aposto em 3%. E esse crescimento está muito bom para a indústria, os serviços e o comércio, que geram muito emprego. O agro até que está estável, mas a produção garante alimento e balança comercial. A consequência disso é que no mês de agosto foram abertas 278,6 mil vagas com carteira assinada. Já são 1,8 milhão de vagas neste ano de 2022.

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