DEU NO X

WELLINGTON VICENTE - GLOSAS AO VENTO

A FORÇA DA NATUREZA

A Natureza prossegue
Em constante movimento:
Resiste ao calor do sol,
À força bruta do vento,
À ira da tempestade
Até à dificuldade
Que é brotar no cimento.

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DEU NO X

DEU NO JORNAL

ABUNDÂNCIA DE JANJADAS

Têm sido atribuídas à primeira-dama as decisões mais espantosas do presidente Lula (PT) sobretudo em política externa, baseadas em conceitos ideológicos atrasados.

O neologismo “janjada”, criado por diplomatas constrangidos, também passou a ser adotado por políticos de vários partidos.

É a expressão usada para definir, por exemplo, o erro do presidente petista de associar o Brasil às mais repulsivas e atrasadas ditaduras para ofender Israel, vítima do terrorismo covarde do Hamas.

Até petistas usam “janjada” para blindar Lula, quando “passa pano” nos terroristas do Hamas ou nos invasores russos à Ucrânia, por exemplo.

Líder da atrasadíssima esquerda brasileira, Lula concedeu “asilo político” a um assassino, Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália.

Confundindo terrorismo com esquerdismo, Lula nem sequer condenou o ataque terrorista do Hamas que matou 1.400, incluindo quatro brasileiros.

* * *

Neste notícia aí de cima, a expressão “atrasadíssima esquerda brasileira” está simplesmente genial.

Resume tudo de maneira irrespondível.

A esquerda é atrasada em qualquer recanto do mundo.

Mas aqui no Brasil ela é atrasadíssima.

Quanto à abundância de janjadas, tá tudo coerente e nos conformes.

Caga-se pela bunda, mas no governo lulo-janjaico caga-se bem mais pela boca.

E nisso a parelha presidencial Lula-Janja é imbatível.

Charge da semana (35) - Revista Oeste

“Qual vai ser a janjada de hoje, meu amô?

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MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

LEVANDO PISA

No início desse século o OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico teve a brilhante ideia de promover um teste de conhecimento para estudantes de, aproximadamente, 80 países, dentre os quais o Brasil. Surgiu o exame do PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que exige conhecimento em Matemática, Ciências e Leitura. O exame é aplicado para estudantes com até 15 anos.

Desde os primeiros resultados, o Brasil tem ocupado uma sofrível posição dentre os participantes e quando a gente olha o que aconteceu em 2022 dá vergonha. Basta dizer que 50% dos nossos alunos não leem mais do que três páginas de texto… por ano. Menos de 10% conseguem ler mais de cem páginas e o resultado nos colocou em posição distante de países vizinhos como Argentina e Chile.

Nitidamente, o modelo educacional que temos é falho. Fui aluno de escola pública, localizada no interior do estado, no sertão, e meus professores eram mais dedicados a nos ensinar do que meus colegas de escola pública quando passei a ensinar. O tempo entre o término do meu ensino fundamental e minha experiência como professor foi inferior a dez anos e numa década eu não conseguia entender o que aconteceu com a educação.

Dois casos curiosos aconteceram: o primeiro é que não havia as escolas de referência como há hoje – tempo integral – e tínhamos 5 aulas de Matemática por semana em cada turma. Então, numa reunião de planejamento eu propus que dessas 5 aulas a gente reservasse duas, por semana, para ensinar geometria porque era os últimos capítulos do livro e não dava tempo de abordar. Nenhum dos demais professores aceitou e o motivo, soube depois, era que eles não sabiam geometria.

O segundo caso aconteceu quando postulamos colocar o ensino médio nessa escola. Precisávamos garantir que não teria disciplina sem professor e aí eu pedi para assumir as disciplinas de Física e Matemática, no ensino médio. Um professor insistiu pra ficar com uma turma de Física e não vi problema. O fato é que um aluno dele me procurava com frequência para ajudar a resolver a lista de exercícios e depois de tanta “ajuda” eu perguntei: “por que você não pede a teu professor para resolver?” e o aluno respondeu: “prof. não comente com ele, nem com ninguém, mas ele pega essa lista do livro e me pede para falar com o sr. O sr. resolve, eu passo para ele e copia as respostas no quadro”.

É por essa razão que me choquei quando vi que a qualidade dos professores que ensinavam no colégio onde trabalhei era muito inferior à qualidade dos professores que tive. Não preciso dizer que ao longo do tempo isso só piorou e fico estupefato quando vejo alguém defender esse modelo educacional que não produz nada, ou melhor, produz uma maioria de analfabetos. Quando vemos os resultados obtidos na prova do PISA em leitura é que percebemos que não há incentivo para se fazer diferente.

Essa semana, num grupo de zap, um dos colegas afirmou que a escola pública só melhoraria se o filho do governador estudasse nela. Na escola que ensinei, durante uma reunião de pais e mestres eu pedi a diretora da escola que dissesse o nome da escola que os filhos dela estudavam. Ela não disse, claro, mas eu não deixei de dizer que a escola pública que estava era para filho se miseráveis e nenhum professor tinha filho estudando em escola público.

Cabe lembrar que essa ideia de filho de político estudar em escola pública foi dita, exaustivamente, por Eduardo Campos, agora ele nunca tirou os filhos dele de escolas privadas para matricular na escola pública. Deveria ter aproveitado a ocasião e ter dado um bom exemplo. Não fez, porque tudo isso é pura demagogia e o governo, para suprir sua deficiência acerbada, criou um sistema de cotas onde, logicamente, se entende os fins. O sistema de cotas não passa disso: o reconhecimento da falência múltipla dos nossos órgãos governamentais.

De certa forma não soubemos aproveitar o desenvolvimento tecnológico do mundo. Pelo contrário, caímos um pouco mais. Recentemente puseram um anúncio no grupo de professores do meu departamento onde ofertava-se monografias para os concluintes da graduação. Isso mesmo: pague X reais e você não precisa se preocupar para fazer uma monografia com 30 páginas, sem precisar pesquisar nada. Francamente, não condeno quem vende esse tipo de produto e nem quem o compra afinal esse cara que está comprado é só o retrato do que foi feito com ele ao longo de 4 anos de graduação, ou seja, não teve ensinamento necessário para se envolver com uma pesquisa, escrever um texto e defender sua ideia.

O Brasil cometeu um erro crasso: colocou muita política na educação e pouca educação na política. Por isso, externa para o mundo seu alto nível de burrice. Vamos continuar levando PISA e não vamos aprender.

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JOSÉ DOMINGOS BRITO - MEMORIAL

OS BRASILEIROS: Jorge Tibiriçá

Jorge Tibiriçá Piratininga nasceu em Paris, França, em 15/11/1855. Fazendeiro e político, foi um dos governadores mais progressitas de São Paulo. Filho de João Tibiriçá Piratininga, líder republicano, e Pauline Eberlé, veio para o Brasil aos 4 anos e fixou residência numa fazenda perto de Itu. Foi alfabetizado em casa pela mãe e concluiu os primeiros estudos no Colégio Barth. Aos 14 anos, viajou com a mãe para Zurique, afim de continuar os estudos.

O conflito na Europa na segunda metade do séc. XIX, com a guerra franco-alemã, dificultou sua estadia e causou a morte de sua mãe. Mas o pai, no Brasil, determinou que ele continuasse na Europa, onde concluiu o ensino médio no Colégio Riffel, em Zurique. Em seguida graduou-se em agronomia, concluiu o doutourado na Alemanha e emendou com um curso de filosofia em Zurique. De volta ao Brasil em fins da década de 1870, foi tocar a fazenda do pai, nas redondezas de Campinas; conheceu Ana de Queiroz Teles, com quem se casou em 1880, e se estabeleceu como fazendeiro e agrônomo. Com o falecimento do pai em 1888, herdou enormes extensões de terras. Seguindo os passos do pai, que foi presidente da Convenção de Itu e um dos fundadores do Partido Republicano Paulista-PRP e de seu sogro – Antonio de Queiroz Teles – que governou o Estado em 1886-87, logo ingressou na carreira política.

Como republicano apoiou o fim da escravidão e se antecipou à Lei Áurea. Foi um dos primeiros fazendeiros a fixar os imigrantes em suas terras, tornando-os pequenos produtores rurais, porém servindo aos seus negócios. Assim, a abolição não afetou tanto sua situação econômica. Com a proclamação da República, em 1889, Deodoro da Fonseca elegeu Prudente de Morais como governador de São Paulo, que logo deixou o cargo para se tornar senador do Congresso Constituinte. Assim, Tibiriçá chegou ao governo do Estado e iniciou o madato em outubro de 1890. Suas proridades foram a reconstrução da Estação Agronômica de Campinas e a organização das eleições para a Constituinte do estado. Mas devido aos atritos com o governo Deodoro da Fonseca, foi exonerado em 4/3/1891.

No plano estadual, os republicanos de São Paulo preparam as eleições de 1892. Jorge é eleito senador estadual, assume a vice-presidência do Senado e se torna membro da Comissão de Fazenda e Contas. No mesmo ano Bernardino de Campos foi eleito governador e convida-o para a Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, tomando posse em 12/12/1892. Sua gestão foi marcada por um grande impulso no desenvolviento do Estado com o aumento significativo do fornecimento de água na capital, que passou de 3,5 milhões de litros diários para 31,5 milhões. Impulsionou a formação de engenherios agronômos e, consequentemente, o desenvlvimento agroindustrial. Sua atuação nestas áreas tornaram a Escola Politécnica de São Paulo, a Escola Prática de Piracicaba e o Instituto Agricola de Campinas, referências em nível nacional na formação de técnicos agricolas e fez de São Paulo uma potência agricola. Ficou neste cargo até 1895.

Amigo do arquiteto Ramos de Azevedo, promoveu a construção de diversos palácios na capital paulista, incluindo o Teatro Municipal. Pouco depois voltou a ocupar uma cadeira no Senado Estadual e em 1896 voltou a integrar as comissões de Fazenda e Contas, onde permanceu até 1900, quando passou a integrar, também, as comissões de Terras Públicas e Minas. Em 1901 foi reeleito senador e tornou-se membro das comissões de Indústria, Comércio, Obras Públicas e Estatística. Foi um político articulado e dotado de grande capacidade administrativa. Mesmo assim, sofreu um abalo com a crise do sistema cafeeiro no mesmo ano, obrigando-o a hipotecar sua Fazenda e conceder parte de suas terras para a subsistência de seus colonos. Encontrou uma saída na exploração da pecuária. Com a ajuda da esposa, passou a utilizar seu rebanho de gado na produção de leite e derivados

A crise do café fez com que o PRP voltasse a apostar em seu nome para nova candidatura ao governo de São Paulo. Assim, em 1904 foi eleito pela segunda vez com um madato até 1908. Contando com Washington Luís na Secretaria de Justiça e Segurança Pública, trouxe especialistas de Paris para ajudar na modernização da “Força Pública”, atual Polícia Militar e instalou a Polícia Civil, em 1906, nomeando apenas funcionário público, formado em Direito, para delegado de polícia. Esta modernização acabou com as indicações dos coronéis e ficou conhecida como “polícia sem política”.

Em sua gestão promoveu a aproximação com os governos do Rio de Janeiro e Minas Gerais, os maiores produtores de café, em prol de uma remodelação no sistema monetário. Com isso, teve que enfrentar o governo central de Rodrigues Alves e sua política de câmbio. Não podendo bater de frente com o governo central, promoveu, em agosto de 1905, uma reunião secreta com os governos do Rio e Minas Gerais ojetivando um pacto de proteção ao café com o aumento do seu preço no mercado internacional. O pacto ficou conhecido como “Convênio de Taubaté”, que rendeu uma expressiva lucratividade no setor. Isto se deu no ano de uma safra (20 milhões de sacas) que rendeu mais que o dobro das safras anteriores, O plano era que tais lucros fossem dirigidos à indústria, transformando-a no carro chefe da economia paulista.

Após deixar o governo em 1908, voltou a ser eleito para o Senado Estadual em 1916 e assumiu também a presidência do PRP, mantendo-se nos dois cargos até 1924. No mesmo ano renunciou o mandato de senador para assumir o cargo de ministro do TCE-Tribunal de Contas do Estado, a convite do governador Carlos de Campos. Na sessão inaugural de instalação da corte, foi escolhido por aclamação presidente do TCE, cargo em que permaneceu até o falecimento em 29/9/1928, aos 71 anos. Não obstante sua competência, prolífica vida política e relevância no desenvolvimento do Estado de São Paulo, hoje é uma figura pouco conhecida na história paulista. Sua vida e carreira política ficou registrada na biografia escrita por Rodrigo Soares Jr. Jorge Tibiriça e sua época, publicada por Rodrigo Soares Jr. pela Cia. Editora Nacional, em 1958.

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