DEU NO JORNAL

DEU NO X

COMENTÁRIO DO LEITOR

GAYVERNADOR

Comentário sobre a postagem É O RACISMO CALÓRICO

Fernando Bartholomay:

Deus me perdoe!

Meu estado, depois de eleger duas vezes um “gayvernador”, perdeu de vez a vergonha na cara!

* * *

Rio Grande do Sul terá pela 1ª vez um Primeiro-cavalheiro gay

O gunvernador baitola com seu amado

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO X

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A TARDE – Leandro Gomes de Barros

Tomba a tarde, o sol baixa seus ardores,
Alvas nuvens no céu formam lavores
E a voz da passarada o campo enchendo:
A juriti em seu ramo de dormida
Soltando um canto ali por despedida,
Dando adeus ao sol que vai morrendo.

E mergulha o sol pelo ocaso,
Já o dia ali venceu o prazo,
Abrem flores, o orvalho em gotas vem;
Limpa o céu, o firmamento se ilumina,
Uma luz alvacenta e argentina
Já se avista no céu, mas muito além.

Regressam do campo lavradores,
Apascentam os rebanhos os pastores,
E o mundo fica ali em calmaria;
A matrona embala o filho pequenino
E prestando atenção à voz do sino
Quando dobra no templo a Ave-Maria.

Vem a noite, dormem ali as cousas mansas,
Dormem qu’etos os justos e as crianças,
E a Virgem envia preces à divindade;
A velhice recorda arrependida
Todo erro que fez em sua vida
E murmura: Quem me dera a mocidade.

Leandro Gomes de Barros, Pombal-PB (1865-1918)

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO X

JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

A CAMINHADA DA VIDA ANTES DE PASÁRGADA

A juventude dos vinte e poucos anos

Dia 30 de abril de 1943. Minha Avó, parteira leiga e improvisada de última hora, anos depois, me contou, que, “ainda era madrugadinha, e, assim que o galo cantou acordando todos, e dando boas-vindas ao mundo”, acabou o sofrimento físico de Jordina. O menino chegou!

A água “amornada na chaleira” e despejada na bacia recebeu umas gotas de Anasseptol para lavar o cabra, retirando o sangue da placenta – para enrolar na fralda de pano de saco de açúcar escaldado fazias dias, e levar à primeira mamada do esfomeado.

Hoje, 30 de abril de 2024, faz exatamente 66 anos que Raimunda Buretama (Avó) me contou essa performance, entre risos e lágrimas. Mas, a graça divina da lucidez aos 81 anos, ainda me leva às lágrimas ao relembrar a contação, num momento – entre tantos – de cafunés.

O dia clareou. Sem charutos ou qualquer bebida, o café com batata doce cozida, coalhada, beiju, cuscuz de milho, café torrado, moído e pilado em casa, faziam o banquete de boas-vindas para o bruguelo.

No quintal, o galo alvissareiro abaixava as galinhas, como a dizer quais as candidatas ao almoço daquele dia.

Sim, entendi eu, anos depois, aquela era a abaixada de despedida. No chiqueiro, como se fora uma orquestra de percussão, os chocalhos dependurados nas cabras e bodes entoavam a linha melódica do, “até que enfim”!

O tempo passava e o menino, já solto pelo chão de barro batido, gatinhava, ao tempo que cascaviava paredes tentando comer barro. As primeiras palmadas nas mãos. Ali, nascia a luz do caminho apontado para a seta que ensinava a retidão.

Os primeiros passos. A primeira calça-curta de suspensórios. A primeira baladeira e, na sequência da vida, as primeiras obrigações de um “morador da casa – quem come do meu pirão, se não fizer as obrigações, apanha do meu cinturão”. Selar os jumentos e caminhar três léguas na ida e três na volta, além das ferroadas das mutucas nas veredas estreitas.

A obrigação diária: carregar água do açude para os fazeres e quereres domésticos.

O banho no açude ou na bica feita na madeira sabiá, quando chovia. A premiação com nacos de rapadura, quando cumpria todas as obrigações com esmero e acerto. O banho na “boquinha da noite” e a preparação para ouvir as históricas estórias noturnas de Tio Biliu.

Enfim, a necessidade dos estudos. A despedida chorosa dos avós e a longa caminhada até a parada do ônibus na BR que, ainda hoje, leva à capital.

A volta nas férias e o reencontro com os patos, galinhas, capotes, perus e, claro com o galo alvissareiro, na verdade, o tetraneto dele; e com o cagador no buraco detrás da moita.

Na capital, a puberdade. Os estudos necessários. O curso primário e o exame de admissão, graças à Deus, pelo método Anísio Teixeira. O curso ginasial no Liceu do Ceará.

O sexo, pela primeira vez, no “motel calango”. A primeira namorada de “visitar diariamente a casa”. O curso científico, as primeiras “talagadas” da cachaça Sapupara e a meia garrafa do Ron Montilla. Aquela que carregávamos no bolso traseiro das calças. A adolescência. O serviço militar obrigatório – eu que assim entendi.

1961 e a primeira bifurcação da vida, sem que a decisão tenha sido minha. Aos 18 anos, a aprovação para a ESA (Escola de Sargentos das Armas), em Três Corações. Aprovação geral (pedagógico, saúde, físico e psicológico) e o aguardo do chamado. Entre os 40 aprovados do Ceará, 30 foram chamados. Fiquei entre os 10 que aguardam até hoje.

Pela primeira vez, com a experiência e lucidez atual, se em 1961 a bifurcação tivesse me levado para Três Corações, a certeza de que hoje, não estaria aqui nem teria aprendido tudo que de diferente aprendi até hoje. Deus é bom e justo.

Tivesse ido à ESA, na volta como Sargento no final do ano, o caminho mais lógico seria o casamento com a primeira namorada. Uma nova e diferente família. A certeza de que hoje não estaria aqui, escrevendo essas memórias.

Repito: Deus é justo e tem o comando.

O serviço militar no CPOR. O trabalho na Western e os primeiros envolvimentos com a política, via sindicato. O fim do namoro com a primeira namorada. Os holofotes de 1964.

A mudança para o Rio de Janeiro. O trabalho, inicialmente como metalúrgico e a decepção do início. A mudança de rumo pelo experimento da decepção. A faculdade e o curso de Comunicação Social, Jornalismo. Paralelamente, Árbitro de Futebol Profissional nas federações cearense e carioca.

A vida no Rio e a necessidade do trabalho. O primeiro casamento e a primeira filha. A segunda filha. A separação do primeiro casamento 91973 – 1983). A vida de solteiro pós-separação.

Uma, duas, três, quatro namoradas. Um novo casamento, a mudança para São Luís e uma nova família (1987). O Jornalista atuante. Mais três filhos (duas moças e um rapaz: uma Jornalista, uma Enfermeira e um Nutricionista), com uma Assistente Social, Mestra e Doutora em Políticas Públicas. Agora aposentada.

A vida. A conscientização da proximidade da volta ao barro, para a consagração da vida eterna. A conscientização de que Deus é único e poderoso – a ponto de, hoje, 30 de abril de 2024, me manter lúcido para traçar essas linhas, e, ajoelhado me penitenciar em agradecimento.

A lucidez dos oitenta e um anos

Aos amigos do Jornal da Besta Fubana, ao Editor Bancário de Palmares e Ganhador Único da Roleta do Cu-Trancado – meus pedidos de desculpas pelo enchimento de saco que, certamente, nada lhes acrescentará. Vivo de enxugar gelo.

Em tempo, meus agradecimentos antes da passagem para Pasárgada. Lá, pelo menos eu terei um Rei como amigo.

ALEXANDRE GARCIA

LULA RECEBEU BEM MENOS PARLAMENTARES QUE BOLSONARO

Todo mundo viu o presidente Lula passando um pito nos seus ministros, não é? Principalmente no Haddad, mas falou até do Alckmin, falou de líderes que não conversam, dizendo que precisavam conversar mais com os parlamentares. Não é a primeira vez que ele passa o pito, e pito público. Não é como o pito que Bolsonaro passou – em Sérgio Moro inclusive – naquela reunião que era fechada, e que só se tornou aberta porque o Supremo mandou divulgar. Então, Lula passou pito em público por queria que todo mundo soubesse que ele estava passando um pito nos ministros que não estavam conversando com os parlamentares.

Mas aí o jornal Estado de São Paulo foi ver a agenda do presidente com parlamentares e comparar com a agenda de Bolsonaro. Olha o que deu: no mesmo período de governo, nesses primeiros 14 meses,  Lula recebeu 118 vezes parlamentares e Bolsonaro 451 vezes.

Então, acho que antes de xingar os ministros, Lula tinha que olhar para dentro, ver se essas coisas que estão dando errado, se não é o desencanto dele, não sei se pelo poder, mas pelos assuntos do poder, o distanciamento.

Eu ouço queixas até de parlamentares do PT que são barrados. A primeira-dama não quer que o presidente seja incomodado, que levem problemas, pois ele já estaria cheio de problemas. É uma coisa estranha. Então, eu acho que o Lula tem que olhar para dentro.

* * *

Armas

Eu não sei se vocês já leram o Revolução dos Bichos, em inglês Animal Farm, do George Orwell. É uma sátira da Revolução Comunista. É uma fazenda em que os porcos lideram uma Revolução Comunista e eles enganam todos os animais dizendo que todos serão iguais, mas termina com os outros animais vendo uma festa em que os porcos se confraternizam com os exploradores humanos. Eles fazem um baile conjunto, mas os porcos são classe superior. Quanto aos outros animais, ele começa dizendo que quem tem quatro patas é igual, mas depois os porcos é que são mais iguais que os outros. Por que eu estou contando isso pra vocês? Porque essa semana está batendo aí na rede social, uma festa, uma confraternização que é muito parecida. Bom, vocês lembram do referendo sobre armas, em que as armas foram aprovadas, o comércio de armas, por 64% eleitorado, em todas as regiões do país. Na região sul, por exemplo, a aprovação foi 80%, na região norte 71%, centro-oeste 69%, sudeste 60%, nordeste 57%. E no entanto, os governos não respeitaram a vontade do povo. Aliás, foram contra a vontade do povo e legislaram contra a vontade do povo.

Por isso, agora, a Caroline de Toni, de Santa Catarina, deputada, já fez aprovar na Comissão de Constituição e Justiça um projeto de lei complementar, dando aos Estados o poder de legislar sobre posse e porte de armas. E nada impede na Constituição, ao contrário do que a esquerda vem dizendo. Não é inconstitucional. Artigo 21, inciso VI, diz que compete à União autorizar e fiscalizar a produção e comércio de material bélico. Material bélico é canhão, metralhadora, ponto 50, fuzil de guerra, submarino armado, tanque de guerra com canhão e tal. Não fala em porte e posse de arma, que compete à União. E como nós somos uma federação, cada estado tem a sua peculiaridade.

Bom, agora o deputado de São Paulo, Paulo Bilinski, vai pedir urgência. Se ele conseguir 257 assinaturas, metade mais um, vão ter que votar urgentemente esse assunto. É para fazer valer, enfim, o referendo de 2005, que é a vontade do povo. E o povo é o patrão. Tem gente que está desrespeitando o patrão. Se não for democracia, aí não é o patrão.