J.R. GUZZO

ITAMARATY NÃO CANSA DE SE MOSTRAR SERVIL À DITADURA DOS AIATOLÁS NO IRÃ

Lideradas por Benjamin Netanyahu, as Forças de Defesa de Israel interceptaram os mais de 300 drones e mísseis lançados pelo Irã.

Lideradas por Benjamin Netanyahu, as Forças de Defesa de Israel interceptaram os mais de 300 drones e mísseis lançados pelo Irã

O Irã lançou mais de 300 mísseis e drones contra Jerusalém e Tel Aviv, as duas maiores cidades de Israel, e conseguiu não acertar em nada – um marco, sem dúvida, nos registros mundiais da falta de pontaria ou da incompetência em operar um sistema de artilharia. Os mísseis foram abatidos no ar pelos israelenses ou caíram em lugares vazios, de maneira que as únicas baixas foram eles próprios, os mísseis. Isso feito, o Irã declarou “vitória” e parou os ataques, fazendo questão de assegurar que não ia bombardear mais ninguém, sobretudo as bases americanas na região.

Como Israel resolveu não responder à agressão, por não ter sofrido perda nenhuma, ficou tudo por isso mesmo, ao menos por enquanto. Seria bom, pensando bem, que todas as guerras fossem assim – ninguém sai machucado, o vilão perde e fica todo mundo contente, inclusive o vilão. É pena que não possa ser desse jeito.

O fracasso do ataque deixou duas avaliações, nenhuma delas favorável ao Irã. A primeira, mais imediata, é que foi a simples ruindade dos militares iranianos. Como em toda a ditadura, as forças armadas do Irã são ótimas para atirar no seu próprio povo, mas na hora de atirar no inimigo externo, que pode responder na mesma moeda, é uma tristeza. Neste caso, fica exposta a inépcia militar dos aiatolás e a sua incapacidade de destruir Israel, como prometem todos os dias que vão fazer.

A alternativa é que não foi realmente intenção do Irã fazer um ataque para valer. Ninguém consegue ser tão ruim assim, comentam os defensores dessa segunda possibilidade – errar todos os alvos não é fácil nem para a “Guarda Revolucionária” do Irã, especialista em matar mulheres e ficar na retaguarda de atos terroristas. O Irã teria querido, no caso, dar uma resposta a Israel pela eliminação de peixes graúdos dessa Guarda, abatidos num bombardeio na Síria – mas sem machucar ninguém, para não correr os riscos de levar um contravapor em regra dos israelenses. Neste caso, mostra a mesma coisa: que não tem, na vida real, condições e nem coragem de enfrentar Israel em combate militar de verdade.

Ou seja: a ditadura dos aiatolás gasta bilhões de dólares com as suas forças armadas, é considerada pela mídia em geral como uma potência de primeiro grau, até com bomba atômica, mas não é capaz de derrotar Israel no campo de batalha. Se faz um ataque só de exibição, por medo de represália, é porque quer ficar xingando o juiz da arquibancada – e parar por aí. Em qualquer hipótese, pode ter certeza do apoio incondicional do governo Lula, como ficou provado mais uma vez nesse episódio.

Na sua paixão tórrida pelo Irã, o Itamaraty que existe hoje classificou o ataque de “envio de mísseis”. Envio? Como assim? Via Fedex? Pela Amazon? Por motoboy? Nem o governo do Irã disse uma estupidez dessas; chamou ataque de ataque. É o que dá quando o sujeito, não satisfeito em ser apenas servil, quer ser completamente servil. Acaba sendo apenas idiota.

COMENTÁRIO DO LEITOR

SAIDINHAS

Comentário sobre a postagem OS COMPANHEIROS VOLTAM PRAS RUAS

Pablo Lopes:

Caro mestre Berto, se V Exa. me permite, gostaria de dar meu pitaco sobre o que vai acontecer no caso da lei que pretende acabar com estas famigeradas saidinhas:

Como é de conhecimento geral, o presidente Lula vetou parte da lei, justamente a que proibia saídas dos presos em datas comemorativas.

O motivo alegado foi criado pelo ministro Lewandovski, que inventou algumas inconstitucionalidades que, ao meu ver, são totalmente descabidas.

Os reais motivos do ministro da justiça foram dois:

Primeiro: poupar o presidente de ter que vetar baseado em sua própria vontade e dos representantes da extrema esquerda que infestam o governo, pois isto seria politicamente ruim em ano eleitoral.

Além do mais, caso algum crime seja cometido por presos em saidinha, isso seria imputado diretamente ao presidente Lula.

Segundo: fornecer àqueles que são contra a lei, uma razão jurídica para propor uma ação direta de inconstitucionalidade – ADIN no STF, que certamente irá declarar a inconstitucionalidade da lei, pois sua atual composição é majoritariamente de extrema esquerda.

Assim, os presidiários não precisam se preocupar, tudo ficará como antes.

DEU NO JORNAL

RLIPPI CARTOONS

RODRIGO CONSTANTINO

FALTA O SENADO ACORDAR

O presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chamou de “fake news” as críticas ao novo Código Civil.

Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

A ditadura brasileira possui muitos cúmplices. Jamais teríamos chegado a este ponto de autoritarismo, censura e arbítrio apenas com a ousadia de Alexandre de Moraes. Dito isso, não resta dúvidas de que o ministro passou a representar o novo regime, tornou-se o maior símbolo deste abuso de poder. E por isso mesmo ele é o grande alvo de quem quer resgatar alguma normalidade institucional no país.

Antes de Elon Musk colocar o holofote do mundo todo voltado para o Brasil, para que todos pudessem enxergar o estado de exceção que tomou conta de nosso país, onde “a lei descumpre a lei”, havia certo clima de tranquilidade por parte dos verdadeiros golpistas. Mas agora o maçarico foi ligado no cangote do sistema, e é visível o gradual isolamento de Alexandre, em que pese uma ou outra declaração protocolar de apoio pelos colegas.

Até a Folha de SP escreveu um editorial duro, afirmando que a censura alexandrina precisa parar. O Estadão também subiu o tom e comparou Alexandre com a Rainha de Copas. Falta O Globo, o mais agarrado às saias do sistema, mas mesmo lá um ou outro colunista ensaia uma subida de tom contra os abusos supremos.

A Gazeta do Povo tem sido a grande exceção na imprensa, por sua postura firme e coerente contra tais abusos desde sempre. Em sua coluna de hoje, publicada no JBF, o jornalista Carlos Alberto Di Franco escreveu: “O ativismo intenso de um ministro do STF, respaldado pelo silêncio cúmplice ou pela omissão irresponsável de seus pares, tem gerado, aqui e lá fora, a percepção de crescente comprometimento da própria democracia”. E acrescentou:

Com um Congresso leniente, parte da imprensa supreendentemente silenciosa, uma sociedade amedrontada e um Judiciário politizado e fascinado com o poder, caminhamos para um sistema claramente autoritário.

A parte silenciosa da imprensa, como vimos, começa a despertar – ainda que por conveniência. A sociedade vai perdendo o medo, como vimos na Avenida Paulista outro domingo, e devemos ver novamente no Rio no próximo domingo. Do Judiciário, quase todo aparelhado, há pouca esperança, mas existe um mecanismo de freios e contrapesos previsto na Constituição: o Congresso, em particular o Senado. É a leniência do Senado, portanto, que precisa mudar o quanto antes.

O senador Rodrigo Pacheco tem sido cúmplice dos abusos supremos, mas como todo oportunista, vai proteger o arbítrio somente até quando achar útil. Se ele se der conta de que o jogo realmente virou, que a exposição por Elon Musk foi um “game changer” e que não dá mais para voltar ao que era antes, então até ele pode abandonar o barco furado.

Os colaboracionistas estão abandonando a ditadura como sempre fazem ao perceber que o regime está perto de colapsar. Talvez seja otimismo demais da minha conta, “wishful thinking”, mas começo a perceber a fritura de Alexandre em praça pública. Se seus velhos cúmplices farão “Poker Face” para fingir que nunca o aplaudiram antes, isso é da vida, sempre repleta de canalhas. O relevante é analisar se os ventos estão mudando mesmo.

Quero crer que sim. A situação ficará insustentável para a ditadura, pois o Brasil caminha aceleradamente para se tornar um pária global, visto não só pelos “bolsonaristas”, mas pelo planeta todo como uma ditadura comunista que persegue críticos e é aliada do Irã e da Rússia. O sistema aguenta isso por quanto tempo mais?

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

DEU NO JORNAL

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

MOÇA E SOLDADO – Carlos Drummond de Andrade

Meus olhos espiam
a rua que passa.

Passam mulheres,
passam soldados.
Moça bonita foi feita para
namorar.
Soldado barbudo foi feito para
brigar.

Meus olhos espiam
as pernas que passam.
Nem todas são grossas…
Meus olhos espiam.
Passam soldados.
… mas todas são pernas.
Meus olhos espiam.
Tambores, clarins
e pernas que passam.
Meus olhos espiam
espiam espiam
soldados que marcham
moças bonitas
soldados barbudos
…para namorar,
para brigar.

Só eu não brigo.
Só eu não namoro.

Carlos Drummond de Andrade, Itabira-MG, (1902-1987)

DEU NO JORNAL

STF – DEMOCRACIA E GOLPE

Carlos Alberto Di Franco

O ministro Gilmar Mendes, do STF, durante sessão em março de 2024.

Bons propósitos não justificam o recurso a meios ilegais ou antiéticos. É a isso que, infelizmente, estamos assistindo no Brasil. A cada dia surgem novos sinais de abusos em nome da defesa da democracia. Não se protege a Constituição violando-a nem se fortalece o Estado de Direito sem o devido processo legal.

Não julgo intenções, mas analiso fatos. O ativismo intenso de um ministro do STF, respaldado pelo silêncio cúmplice ou pela omissão irresponsável de seus pares, tem gerado, aqui e lá fora, a percepção de forte insegurança jurídica, politização do Judiciário e crescente comprometimento da própria democracia.

Os desvios, creio, começaram já vão lá cinco anos. A corte passou a conduzir inquéritos secretos e excessivamente elásticos para apurar fake news. Nas mesmas condições, como bem lembrou editorial do jornal O Estado de S.Paulo, instaurou inquéritos contra milícias digitais e as manifestações de vandalismo de 8 de janeiro. “Sob a justificativa da excepcionalidade, hermenêuticas extensivas e fundamentações heterodoxas motivaram censuras, bloqueio de contas, quebras de sigilos bancários e telemáticos, multas exorbitantes e indiciamentos e prisões preventivas no atacado”.

Mas a coisa não para por aí. A cada dia, talvez para manter a corda permanentemente esticada, temos uma novidade pouco amigável com a democracia. Recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de determinar, por meio de uma resolução, que as plataformas digitais poderão ser punidas caso não tirem do ar conteúdos considerados prejudiciais à lisura das próximas eleições representa mais um ataque frontal ao Marco Civil da Internet e à liberdade de expressão. De costas para a Constituição, em mais um movimento autoritário, o TSE avança na censura prévia.

O Marco Civil da Internet está em vigor há dez anos e prevê a responsabilização dos provedores somente mediante ordem judicial específica, ou seja, quando um juiz determina a remoção de um conteúdo e a plataforma não cumpre a decisão. O TSE, mais uma vez, invade competência exclusiva do Congresso para legislar sobre temas como fake news, discurso de ódio etc.

O ministro aposentado do STF e ex-presidente do TSE Marco Aurélio Mello vem alertando, em sucessivas entrevistas à imprensa, sobre a necessidade de a corte eleitoral se ater neste ano à sua função básica, de mera coordenadora da disputa eleitoral. Para ele, as resoluções emitidas pelo TSE para regulamentar as eleições de 2024 implicarão em retrocessos à democracia, pois seus regramentos estariam sendo ditados sem respeitar os limites do Judiciário definidos pela Constituição.

E os artífices do modelo autoritário fecham o cerco a qualquer crítica ou comentário que, mesmo indiretamente, possa atingir seu poder abusivo e inconstitucional.

Como lembrou outro editorial do jornal O Estado de S.Paulo, “antes mesmo da apuração de um bate-boca envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e seus familiares em Roma, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, hoje ministro do STF, declarou que o assédio poderia ser tipificado como crime contra o Estado Democrático de Direito. O presidente Lula sentenciou que o suspeito era um ‘animal selvagem’ e prometeu ‘extirpar’ essa ‘gente que renasceu no neofascismo’. O STF assumiu a jurisdição de um caso típico de primeira instância e despachou mandados de busca e apreensão em investigação da Polícia Federal por suposta tentativa de ‘abolição violenta do Estado Democrático de Direito’. Um óbvio absurdo – que ameaça se normalizar”.

Outro exemplo, amigo leitor: Em ofício datado de 27 de março, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pede que a Polícia Federal investigue um cidadão brasileiro que teria dito algumas palavras desagradáveis no aeroporto de Lisboa, onde o ministro fazia uma conexão durante uma viagem entre Brasília e Berlim. O que teria dito de tão grave esse indivíduo? Segundo relato do próprio ministro, as terríveis palavras que ele não suportou ouvir foram “Gilmar, você já sabe, mas não custa relembrar. Só dizer que você e o STF são uma vergonha para o Brasil e para todo o povo de bem. Só isso, tá? Infelizmente, um país lindo como o nosso está sendo destruído por pessoas como você”. Por fim, o inacreditável, o homem ainda publicou nas mídias sociais o vídeo do ocorrido.

Qualquer crítica é encarada como um atentado à democracia. Não vimos isso nem nos piores momentos da ditadura militar. O poderoso Humberto de Alencar Castello Branco, primeiro presidente do regime militar, foi carimbado na imprensa com um comentário nada lisonjeador: “Mais feio por dentro do que por fora”. Uma alusão indelicada à feiura presidencial. O que aconteceu? Nada. Pois bem, hoje pode acontecer. E tudo em nome da defesa da democracia.

É muito sério o que está acontecendo no Brasil. Com um Congresso leniente, não obstante algumas exceções de parlamentares combativos, parte da imprensa supreendentemente silenciosa, uma sociedade amedrontada e um Judiciário politizado e fascinado com o poder, caminhamos para um sistema claramente autoritário. Fala-se muito em tentativa de golpe. Ele não estará em plena execução?

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA