DEU NO JORNAL

ALEXANDRE GARCIA

CONSTITUIÇÃO NA CABEÇA

Estamos precisando ler a Constituição com a mesma frequência e intimidade com que os evangélicos leem e citam a Bíblia. Afinal, a Constituição é o livro sagrado nas nações democráticas. Precisamos ter os princípios da Constituição como uma questão de fé – uma fé racional – porque estão passando por cima de princípios promulgados há 36 anos e ainda estamos discutindo se valem ou não, como se já não estivessem fixados em pedra. O Doutor Ulysses desceu o Sinai Constituinte e nos mostrou como as tábuas da nossa lei maior são fáceis de ler e de entender. Por isso a chamou de Constituição Cidadã, como garantia contra qualquer tipo de tirania. “Tenho nojo de ditadura”, proclamou ele na promulgação da Lei Maior.

Agora o ministro aposentado do Supremo – guardião da Constituição – Marco Aurélio Mello mostra, a quem ainda não percebeu, que a medula da Constituição é a liberdade. A liberdade está em todas as páginas do nosso Livro Sagrado a tal ponto que a Constituição proíbe qualquer restrição à manifestação do pensamento, à criação, à expressão e à informação, sob qualquer forma ou veículo, como está escrito no artigo 220. O mesmo artigo vai além: estabelece que “nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística, em qualquer veículo de comunicação social” – e observe que não escreveu apenas a palavra “liberdade”, mas a adjetivou: plena liberdade.

O inimigo da liberdade de expressão é a censura. Para ela, o artigo 220 reserva uma arma letal: “é vedada toda e qualquer censura, de natureza política, ideológica e artística”. Qual é a exceção? Os valores éticos e sociais da pessoa e da família. É o que estabelece o artigo seguinte, mandando que a programação da televisão e do rádio respeite esses valores, isto é, respeite a família. O incrível é que está desde 1988 na Constituição – e apenas está lá, letra morta. Como vamos exigir que respeitem o Código Penal, que é lei ordinária, se não respeitam a Lei Maior? Ora, se não respeitam a lei maior, por que iriam respeitar as menores? Eis porque vivemos mal, com insegurança em tudo.

O mais incrível é que autoridades com ou sem mandato, que juraram cumprir e defender a Constituição, só fizeram isso protocolarmente. Em 1932, os paulistas deram sangue e vidas por uma Constituição. Foram bombardeados pela aviação de um governo que não queria ser limitado por uma Constituição. Fabricaram blindados e resistiram. Hoje o que blinda os que querem viver em liberdade é a própria Constituição, que está enfraquecida pelos que fazem de sua medula letra morta. Medula ferida faz o corpo se paralisar. O cale-se é a paralisia da liberdade. A Constituição tem de ser o livro de cabeceira da cidadania. E não ficar apenas na cabeceira; tem de andar nas cabeças.

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DEU NO X

COMENTÁRIO DO LEITOR

O CORPO INDECENTE

Comentário sobre a postagem VAI TER BACHARELADO EM CORRUPÇÃO E LADROAGEM

Roque Nunes:

Olha o Corpo Docente:

Dilma Rouusseff – Economia

Geddel Vieira Lima – Administração Financeira

José Guimarães – Câmbio e Moeda

José Dirceu – Geopolítica

Maria do Rosário – Oratória e Retórica

Lindeberg Farias – Política Fiscal

Fernando Haddad – Política Monetária e Financeira

Sérgio Cabral – Administração Pública

Fátima Bezerra – Relações Institucionais

Gleisi Hoffman – Relações Familiares

Só guabiru do mais alto quilate.

DEU NO JORNAL

A MÍDIA BOSTÍFERA

A mídia produziu uma de suas mais desonestas criações, acusando a Starlink de Elon Musk, que levou internet de alta velocidade ao povo ribeirinho e às escolas públicas da Amazônia, de “favorecer o crime”.

É como culpar o fabricante do carro pelo crime do motorista bêbado.

* * *

A nossa militânica de redação é de fazer vergonha.

E essa turma não tem um pingo de vergonha no fucinho.

RODRIGO CONSTANTINO

A VENDETA LULISTA

Gabriela Hardt

Juíza Gabriela Hardt e mais três desembargadores do TRF-4 foram afastados dos cargos em investigação interna

O corregedor-nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, determinou o afastamento da ex-titular da 13ª vara de Curitiba, Gabriela Hardt, e três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por supostas irregularidades relacionadas à condução das investigações relativas à Operação Lava Jato.

A decisão, encaminhada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta segunda (15), menciona que Hardt e os desembargadores violaram a ordem processual, o código da magistratura, prevaricaram e até mesmo desobedeceram decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). O mérito do afastamento será julgado pelo colegiado na terça (16).

Missão dada, missão cumprida. O sistema lulista está empenhado em reescrever a história do país e pintar a Lava Jato como vilã. Se Lula tivesse aquele aparelhinho dos Men In Black para apagar a memória das pessoas, ninguém mais sequer saberia que houve a Operação Lava Jato, responsável pela prisão de inúmeros corruptos, com “provas sobradas”.

O Brasil voltou e o amor venceu. E isso significa não só o retorno dos corruptos às cenas dos crimes, como o uso do Estado para perseguir quem ousou combater a corrupção numa selva chamada Brasil. Estavam pensando o quê? Que o Brasil seria um país sério, finalmente? O país tem dono! E o dono é um mitomaníaco que quer lei contra a “mentira”…

O ex-procurador da Lava Jato Jato Deltan Dallagnol (Novo-PR) classificou como “absolutamente constrangedora” a decisão do corregedor-nacional do CNJ, Luís Salomão, de afastar cautelarmente a juíza federal Gabriela Hardt, ex-titular da 13ª Vara de Justiça Eleitoral de Curitiba, que substituiu o ex-juiz Sergio Moro (União-PR) na apreciação dos processos da força-tarefa.

Além de Hardt, três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) deixaram as funções por supostas irregularidades durante a Lava Jato. A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) manifestou “profunda surpresa com a decisão monocrática” pelo afastamento dos magistrados na véspera do julgamento do caso no plenário do CNJ, que será realizado nesta terça-feira (16).

Na avaliação de Deltan Dallagnol, o CNJ está perseguindo politicamente juízes e servidores públicos que combateram a corrupção. “A mensagem que está sendo passada é clara: ‘juízes, procuradores e policiais, baixem a cabeça para os poderosos’. É a velha e repudiante mensagem da carteirada, no mais alto nível. Quem ousar colocar corruptos poderosos na cadeia no Brasil vai responder com seus cargos, suas vidas e seus patrimônios”, declara em nota à imprensa.

E isso não estava claro já? A própria perseguição a Dallagnol demonstra isso. Lula quer todos aqueles que foram responsáveis por sua prisão destruídos. É pura vendeta. Sua própria presença na Presidência da República já é um recado claro: não tentem jamais consertar o Brasil, pois neste bordel disfarçado de nação o crime compensa. Como educar filhos com valores morais num ambiente desses é o maior desafio aos pais decentes.

O deputado Marcel van Hattem desabafou: “Mais uma perseguição do sistema que solta bandidos e anula suas condenações enquanto pune quem os juízes e desembargadores que fizeram sua parte com honra no combate à corrupção. É surreal afastarem um desembargador do quilate de um Thompson Flores! Revoltante!!!”

Tudo no Brasil tem sido revoltante recentemente. É impossível alguém honesto não estar um tanto deprimido. Quase mudamos o jogo, mas foi apenas um sonho. O império contra-atacou, e só nos resta ficar à espera do retorno de Jedi. A esperança é a última que morre.

Elon Musk injetou ânimo nos patriotas ao desafiar o sistema. Mas hoje mesmo já temos nova operação da Gestapo, digo, da PF a mando de Alexandre de Moraes, para perseguir patriotas inocentes. Marcel van Hattem novamente: “O valentão age outra vez! Quando essa covardia contra pessoas que sequer têm foro vai parar? Ilegalidade, inconstitucionalidade, maldade. Até a morte de um cidadão na cadeia já ocorreu. Os demais ministros do STF ficarão em silêncio? E o Senado?”.

Pois é: e o Senado? Em seu comando há um cúmplice do sistema. O Brasil não é para amadores. E, pelo visto, tampouco para sonhadores. Resta apenas se agarrar ao fato de que não há mal que dure para sempre, ainda que alguns regimes comunistas estejam no poder espalhando maldade há décadas…

DEU NO JORNAL

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

RETRATO – Cecília Meireles

Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
A minha face?

Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901-1964)