DEU NO X

DEU NO JORNAL

RODRIGO CONSTANTINO

IMPOPULARIDADE SUPREMA

Cármen Lúcia, TSE, fraude, eleitoral, 2024

A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia

A avaliação positiva do trabalho dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) despencou 19% em 2 anos. No fim de 2022, 31% dos brasileiros consideravam o trabalho dos magistrados “bom” ou “ótimo”. Esse índice de avaliação positiva do STF caiu para 12% em dezembro de 2024. Ao mesmo tempo, o percentual dos que acham que o STF faz um trabalho “ruim” ou “péssimo” foi de 31%, em junho de 2023, para 43% em dezembro de 2024.

Não é para menos! Podemos até dizer que os 12% que ainda consideram positivo o trabalho supremo são ou alienados ou esquerdistas autoritários que aplaudem o abuso de poder contra seus adversários. Não há como o cidadão estar bem informado, ter valores republicanos, defender o Estado de Direito e ao mesmo tempo aprovar a conduta dos ministros do STF.

Prisões arbitrárias, ingerência em outros poderes, soltura de traficantes e corruptos, punições severas a trabalhadoras que não cometeram qualquer crime grave, perseguição ideológica, inquéritos intermináveis, censura: essas são as marcas da atuação do Supremo nos últimos anos. Como aprovar isso e ao mesmo tempo se dizer um democrata?

O ministro Alexandre de Moraes concedeu liberdade condicional ao ex-deputado Daniel Silveira, que está preso desde o começo de 2023. Silveira terá que cumprir uma série de medidas cautelares, como o uso da tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais. Dá para comemorar isso? Antes tarde do que nunca, claro! Mas se trata de uma prisão absurda em todos os sentidos, um preso político, um troféu a ser exibido por sadismo.

Enquanto isso, Cármen Lúcia vai participar do “amigo secreto” do Fantástico, da Globo. Será que ela vai tirar o amigo do amigo do meu pai? Alguém consegue imaginar um justice da Suprema Corte americana participando de um amigo secreto no programa da Oprah?! O Brasil é um circo. O esteticismo brega matou o país. Os ministros supremos vivem numa bolha sem qualquer contato com a realidade do povo.

Aí vem Gilmar Mendes, aquele que demonstra ódio patológico ao trabalho da Lava Jato, a operação mais importante de combate à corrupção do país, e afirma que o povo tem orgulho de Alexandre de Moraes, que ele salvou a democracia. Que tal o teste da Paulista então? Por que os ministros não testam essa popularidade toda de quem protegeu o povo e a democracia se juntando ao povo? Por que só jatinhos da FAB, carros blindados e pencas de seguranças?

Jair Bolsonaro, quem supostamente tramou contra a democracia, está sempre no meio do povo, em voos comerciais, em padarias, aeroportos, praias. É sempre recebido com aplausos, fotos, elogios. É muito estranho que os salvadores da democracia se mantenham tão afastados do povo, enquanto aquele que queria dar um golpe no povo parece amado… pelo mesmo povo. Eis aí um paradoxo supremo que o Fantástico não tem como solucionar.

DEU NO JORNAL

TORRAÇÃO

Sob controle da turma de Lula, o BC torrou US$ 20,7 (R$ 127) bilhões em 5 dias para tentar conter a alta do dólar.

Torrou US$ 8 bilhões ontem pela manhã para nada: fechou em R$ 6,15, apenas 11 centavos menos.

* * *

Torrar dólares é de lascar.

Mas, pior ainda, é torrar esse sofrido país.

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PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

GRANDE MOTES, GRANDES GLOSAS

O saudoso cantador Valdir Teles (1956-2020) um dos maiores nomes da poesia nordestina 

* * *

Valdir Teles glosando o mote:

Quando chega o inverno Deus coloca
Mais fartura na mesa do roceiro.

A matuta faz fogo de graveto
Ferve o leite que tem no caldeirão
Bota sal na panela do feijão
E assa um taco de bode num espeto
Onde a música do sapo é um soneto
Mais bonito da beira de um barreiro
Não precisa zabumba nem pandeiro
Que o compasso da música é Deus que toca.
Quando chega o inverno Deus coloca
Mais fartura na mesa do roceiro.

* * *

Dedé de Dedeca glosando o mote:

Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

Mesmo o pior sofrimento
Um dia vai se acabar
Não vá se desesperar
Pois tudo tem seu momento
Um dia esse tormento
Acaba de supetão
O rico e o pobretão
O antiquado e o moderno
Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

“Não há mal que sempre dure,”
“Nem bem que nunca se acabe”
Todo mundo hoje sabe
Não há mal que Deus não cure
Esse vírus não procure
Pois mata qualquer cristão
O juiz e o ladrão,
O patrão e o subalterno
Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

Chico Xavier dizia
Eu bem sei que “tudo passa”
Orando, o bem ultrapassa
Não vá pensar heresia
A oração é poesia
Que salva qualquer nação
Deus quer nossa salvação
Para nós Ele é fraterno
Não existe nada eterno
Nesta vida de ilusão.

* * *

Antônio de Catarina glosando o mote:

O carão que cantava em meu baixio,
teve medo da seca e foi embora.

O carão, esta ave tão profeta,
habitante das matas do sertão,
sentiu falta da chuva no rincão,
ficou triste a sofrer como um poeta,
sem cantar sua vida é incompleta,
o fantasma da seca lhe apavora,
pesaroso partiu fora de hora,
antevendo um futuro tão sombrio;
O carão que cantava em meu baixio,
teve medo da seca e foi embora.

* * *

Mariana Teles glosando o mote:

Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.

Quando o sol se despede da campina
E a textura da nuvem muda a cor
O alpendre recebe o morador
Regressando da luta campesina
Entre os ecos da casa sem cortina
Corre um grito chamando por Maria…
E da cozinha pra sala a boca esfria
O mormaço da xícara quase cheia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.

Meia hora antecede a hora santa
Às seis horas da virgem concebida
E o cálice que serve de bebida
Desce quente nas veias da garganta
Já o trigo depois que sai da planta
Faz o pão quando a massa fica fria
E o tempero da cor do fim do dia
Tem mistura de terço, fé e ceia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.

* * *

Zezo Patriota glosando o mote:

Paguei mais do que devia,
devo mais do que paguei.

Meu espírito não sossega,
com dívidas eu me espanto,
pago conta em todo canto
e devo em toda bodega,
quem deve conta e não nega
topa com que me topei,
tudo que tinha gastei,
com bodega e padaria.
Paguei mais do que devia,
devo mais do que paguei.

* * *

Júnior Adelino glosando o mote:

Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

No ramo da construção
Faço ponte, creche e praça
Com tijolo, cal e massa
Eu ergo qualquer mansão
Levanto em cima do chão
Parede bem grossa ou fina
Torre que não se inclina
Que não se quebra nem dobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

Com o prumo e a colher
Lápis, régua, espátula e rolo
Cimento, areia e tijolo
Faço o que o dono quiser
Sobrado, muro ou chalé
Do tamanho de uma colina
Ser pedreiro é minha sina
Tenho talento de sobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

Nasci com a vocação
E aprendi de longa data
Que o alicerce e a sapata
São partes da fundação
Numa grande construção
As ferragens predomina
Que a faculdade divina
Me dá aula e nada cobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

Eu sei dizer que o concreto
É quem garante o sustento
Com pedra, areia e cimento
Começo qualquer projeto
Nunca fui um arquiteto
Nada disso me domina
Construo com disciplina
Qualquer coisa com manobra
Sobre os trabalhos da obra
Tudo eu sei ninguém me ensina.

* * *

Pedro Ernesto Filho glosando o mote:

Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

O pequeno sanfoneiro
Com arte desafinada
Que de calçada em calçada
Vive a ganhar seu dinheiro,
Não é Alcimar Monteiro
Nem Gonzagão, nem Roberto,
Porém deixou boquiaberto
O povo do interior.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

O sertanejo frustrado
Vítima da sociedade,
Somente vai à cidade
Quando se vê obrigado,
Falando pouco e errado
Porque vive no deserto,
Mas se houvesse escola perto
Talvez que fosse um doutor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

A prostituta de bar
Tem na consciência um farne,
Negocia a própria carne
A fim de se alimentar,
O bom conceito de um lar
Foi pela sorte encoberto,
Talvez que até desse certo
Se tivesse havido amor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

O bom vaqueiro voraz
No mato faz reboliço,
Desenvolvendo um serviço
Que acadêmico não faz;
Coveiro é útil demais
Quando um túmulo está aberto
Rico não se torna esperto
Para fazer o favor.
Cada um tem seu valor,
Precisa é ser descoberto.

DEU NO JORNAL

GASTANÇA

Para Roberto Dumas, professor de Economia Internacional do Insper, é “absurdo” culpar fake news pela alta do dólar.

“O que está acontecendo é que o risco fiscal está aumentando”, explica.

O motivo é claro: “o governo não está querendo cortar os gastos públicos”.

* * *

É mais fácil a gente encontrar um elefante avuando pelos ares do que ver este governo cortando gastos.

A administração lulosa é inteiramente baseada na filosofia da Presidenta de Fato, Dona Esbanjanja.

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LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

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